mães desdobráveis - Departamento de História - Universidade ...
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CAPÍTULO UM – DA HISTORIOGRAFIA À HISTÓRIA ORAL<br />
Neste primeiro capítulo fazemos uma análise da metodologia utilizada em nossa<br />
pesquisa, a história oral. Para tanto iniciaremos com uma discussão historiográfica para<br />
enten<strong>de</strong>rmos melhor “a história da <strong>História</strong>”, ou seja, como o conhecimento histórico é<br />
produzido e problematizado e os seus <strong>de</strong>sdobramentos, como a utilização da história oral<br />
enquanto metodologia para a pesquisa história. Em seguida discutimos mais a especificida<strong>de</strong><br />
da história oral, analisando seus pressupostos teóricos e a particularida<strong>de</strong> da metodologia,<br />
bem como a sua aproximação com a história das mulheres, o processo para realização <strong>de</strong> uma<br />
entrevista pautada em seus meios e a importância da memória enquanto fonte histórica.<br />
1.1. Uma breve reflexão historiográfica<br />
Para enten<strong>de</strong>r melhor a metodologia escolhida, partimos <strong>de</strong> uma breve análise da<br />
historiografia buscando enten<strong>de</strong>r as mudanças que ocorreram nesse campo do conhecimento e<br />
que suscitaram novas formas <strong>de</strong> problematização histórica. No século XIX as ciências<br />
naturais predominavam como o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> conhecimento científico, principalmente no que se<br />
refere à utilização <strong>de</strong> métodos <strong>de</strong> pesquisas empírico-científicos. A preocupação com o<br />
método não ficou restrita a essas áreas. A <strong>História</strong>, sob essa influência que remetia ao<br />
racionalismo e ao iluminismo do século XVIII, contrapondo-se às formas narrativas literárias<br />
e ao que então passou a ser <strong>de</strong>nominado <strong>de</strong> escrita histórica amadora, também passou a buscar<br />
um método próprio, mas pautado pelos valores associados ao conhecimento científico, como a<br />
racionalida<strong>de</strong>, a objetivida<strong>de</strong> e a imparcialida<strong>de</strong>. Na <strong>História</strong> a busca por verda<strong>de</strong>s<br />
incontestáveis <strong>de</strong>vido a comprovação científica, ou seja, empírico-documental, tem seu marco<br />
em 1823, com Leopold von Rank (1795-1886) e suas <strong>de</strong>finições <strong>de</strong> disciplina histórica. Dessa<br />
forma, os historiadores passaram a investigar os fatos enquanto verda<strong>de</strong> - wie es eigentlich<br />
gewesen (aquilo que realmente aconteceu) – tendo como base, principalmente, documentos<br />
escritos. Denominada posteriormente como “Escola metódica”, essa corrente impôs a<br />
“investigação científica afastando qualquer especulação filosófica [...] visando a objetivida<strong>de</strong><br />
absoluta no domínio da história; [...] aplicando técnicas rigorosas respeitantes ao inventário<br />
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