mães desdobráveis - Departamento de História - Universidade ...

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You finally figured out the girl in your heart isn't the girl in your dreams. Some people don't figure it out all their lives. (“If Lucy Fell” - 1996) 6
RESUMO Desde o final do século XVIII o “mito da maternidade” vem sendo constituído. A mulher, desde então, tem sua imagem ligada à função materna, tendo um papel fundamental na criação, proteção e desenvolvimento da criança. No Brasil, a partir dos anos 1920 e 1930, começam os primeiros esforços para a institucionalização da maternidade com o estabelecimento de órgãos públicos e instituições benemerentes. A educação materna, composta pela distribuição de meios impressos (como, por exemplo, livros sobre higiene produzidos por médicos e as matérias em jornais e revistas de ampla circulação), cursos, palestras, campanhas, contribuiu para a construção de um modelo de mãe perfeita. Frente a isso, analisamos o alcance e eficiência destes discursos maternalistas em um momento de significativas transformações culturais, sociais e econômicas para as mulheres entre os anos 60 e 70 do século XX. O contexto é de expansão nas conquistas das mulheres através de grandes mobilizações – como as do movimento feminista na luta pelos direitos da mulher; a entrada em número expressivo de mulheres nas universidades; as mudanças na relação com o corpo e com a sexualidade. Nesse sentido, a presente pesquisa, localizada na área de estudos de gênero, tem como objetivo apresentar um estudo sobre a maternidade nas décadas de 1960 e 1970, a partir das memórias de mulheres que vivenciaram a experiência materna e também do discurso maternalista. Portanto, a história oral é a forma de compreender como o momento foi apreendido coletivamente e interiorizado por elas. Com a finalidade de investigar as representações que elas têm de si mesmas, realizamos sete entrevistas com mulheres que foram mães nessa época, podendo observar como elas articularam as expectativas sociais em torno de ser mães, esposas e donas-de-casa, com a ampliação de escolhas e de projetos pessoais como a profissionalização, a educação superior e outras experiências que constituíram as subjetividades femininas em torno destes desafiadores desdobramentos de si. 7
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