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mães desdobráveis - Departamento de História - Universidade ...

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contato com a pessoa. Este é crucial uma vez que esta po<strong>de</strong> ser influenciada sutilmente pela<br />

maneira que realizamos o contato. É preciso informar como obteve o seu nome e explicar o<br />

interesse por ela, o motivo pelo qual acreditamos que sua vida e suas experiências são<br />

relevantes. Entretanto não se <strong>de</strong>ve adiantar muito o que irá ocorrer posteriormente, <strong>de</strong>ixando<br />

isso para a entrevista em si.<br />

Aconselha-se que a entrevista ocorra direta e pessoalmente com a entrevistada,<br />

possibilitando que aconteça uma aproximação mais estreita, uma comunicação aberta e o<br />

estabelecimento <strong>de</strong> laços <strong>de</strong> confiança, o que permite que <strong>de</strong>talhes pessoais e íntimos sobre a<br />

vida das mulheres sejam abertamente discutidos. Aconselha-se que o entrevistador se<br />

disponha a revelar algumas informações pessoais <strong>de</strong> sua vida, num processo <strong>de</strong> troca com a<br />

entrevistada que está se auto-revelando. As expectativas e a relação que se <strong>de</strong>senvolvem<br />

durante o primeiro encontro po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>terminar o curso da entrevista e das <strong>de</strong>mais que po<strong>de</strong>m<br />

assim ser realizadas – a <strong>de</strong>cisão sobre quantas entrevistas serão feitas é <strong>de</strong> encargo <strong>de</strong> cada<br />

entrevistador, com base em seus esboços e na investigação posterior à entrevista inicial.<br />

Além <strong>de</strong> conhecer a metodologia da história oral para estar melhor preparado para a<br />

entrevista, <strong>de</strong>ve-se estar preparado para a situação e para o tipo <strong>de</strong> pessoa que irá encontrar.<br />

Quando se estuda a história oral com mulheres aconselha-se que esteja familiarizado com o<br />

período do tempo que será trabalhado e especialmente com as condições <strong>de</strong> vida que é<br />

possível encontrar. Essa familiarida<strong>de</strong> com o contexto <strong>de</strong> vida nos permite explorar<br />

plenamente a história familiar e o passado da entrevistada. Juntamente a isso, Sherna Berger<br />

Gluck nos dá uma dica: “Embora a maioria das mulheres que iremos entrevistar<br />

provavelmente não tenha ‘papéis’, quase todas têm fotografias e vários objetos que mantém<br />

do seu passado. Olhando para estes ajuda a informar o entrevistador e a sacudir a memória da<br />

entrevistada” 21 .<br />

No planejamento da entrevista é necessário rever os tipos <strong>de</strong> perguntas e a or<strong>de</strong>m que<br />

estas <strong>de</strong>vem estar dispostas, mas é importante que esta or<strong>de</strong>m seja flexível, evitando que a<br />

entrevista tome a forma <strong>de</strong> questionário ou invés <strong>de</strong> ser uma conserva. Geralmente a or<strong>de</strong>m<br />

que os entrevistadores seguem é <strong>de</strong> primeiro questionar algo mais geral, esperando para saber<br />

em que horizontes a entrevistada os coloca, para <strong>de</strong>pois pontuar as perguntas. Se nossas<br />

perguntas gerais levam para digressões <strong>de</strong>moradas, então nós temos que estar preparados para<br />

seguir uma linha até esgotar o assunto. Se, no final <strong>de</strong> um novo caminho, nós continuarmos a<br />

não ter a informação que buscávamos, então po<strong>de</strong>mos retornar para a linha original <strong>de</strong><br />

21 GLUCK, op. cit., p. 12. (Tradução nossa).<br />

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