Esquistossomose mansônica: aspectos sócio-culturais em ...
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<strong>Esquistossomose</strong> <strong>mansônica</strong>: <strong>aspectos</strong> <strong>sócio</strong>-<strong>culturais</strong>... Daniella Coelho G. da Silva<br />
desequilíbrio dos mesmos el<strong>em</strong>entos. Caracterizando a primeira doutrina a respeito da<br />
doença chamada “patologia humoral”, permanecendo até quase o final do século XVIII<br />
(Hegenberg, 1998; Sevalho, 1993).<br />
Os romanos cultivaram o conceito estabelecido por Galeno – este aperfeiçoou a<br />
teoria de humoral de Hipocrátes – não havendo uma mudança significativa na<br />
concepção de doença, uma vez que eles tinham interesse no desenvolvimento de outras<br />
áreas. Destaca-se Avicena com seu Cânon que é a síntese de conhecimentos médicos de<br />
gregos e árabes, onde este seria durante muitos anos um texto fundamental para o<br />
estudo da medicina e, por sua vez, para o estudo da saúde e da doença.<br />
No século XI, a partir de grandes revoluções – revolução social e econômica na<br />
Europa – a medicina passa por um novo período de evolução. Nos séculos XIV e XV, a<br />
obra de Galeno é posta ao alcance das pessoas e juntamente com o livro de Avicena<br />
fundamenta os conhecimentos <strong>em</strong> medicina.<br />
Segundo Hegenberg (1998), no período moderno, apesar de várias concepções<br />
sugeridas, o pensamento dominante é que a doença é vista como uma entidade<br />
“independente”, algo que “ataca”, ou acomete as pessoas <strong>em</strong> particular, um “algo”<br />
passível de ser distribuído <strong>em</strong> classes, gêneros e espécies.<br />
No período moderno houve um desenvolvimento da Patologia Experimental e da<br />
Patologia Celular, apresentando assim os alicerces da medicina moderna. Ainda<br />
segundo Hegenberg (1998), várias doenças foram melhores descritas e entendidas<br />
através das contribuições da Patologia. Faltava, porém, estabelecer ou encontrar as<br />
causas das doenças.<br />
A partir do estudo da Microbiologia e da Parasitologia, a doença passou a ser<br />
entendida como conseqüência da invasão do organismo por agentes estranhos, cuja<br />
agressão provocava lesões nos órgãos e tecidos. As doenças, portanto, eram vistas como<br />
resultados de infecções provocadas pelos microorganismos.<br />
O pensamento científico relacionava as causas das epid<strong>em</strong>ias, as mortes<br />
precoces à pobreza, as condições de vida, de trabalho, as condições higiênicas e as<br />
condições de moradia.<br />
Segundo Loureiro (1989), o pensamento positivista encontra no biologicismo o<br />
seu modo de estabelecer relações, de causa e efeito, entre a presença de uma série de<br />
microorganismos e quadros patológicos específicos, tornando-se heg<strong>em</strong>ônica no<br />
pensamento médico.<br />
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