Esquistossomose mansônica: aspectos sócio-culturais em ...
Esquistossomose mansônica: aspectos sócio-culturais em ...
Esquistossomose mansônica: aspectos sócio-culturais em ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
<strong>Esquistossomose</strong> <strong>mansônica</strong>: <strong>aspectos</strong> <strong>sócio</strong>-<strong>culturais</strong>... Daniella Coelho G. da Silva<br />
3.1.4. As Falas <strong>em</strong> Vila Sotave II<br />
As entrevistas s<strong>em</strong>pre começavam com assuntos relacionados as vantagens e<br />
desvantagens de morar na comunidade. Pois, assim, foi percebido que teríamos um<br />
melhor contato com os moradores, sendo esta a porta de entrada para que a entrevista<br />
fluísse com descontração, chegando aos <strong>aspectos</strong> relacionados a saúde e<br />
especificamente à esquistossomose.<br />
A) <strong>Esquistossomose</strong>: o Sabido e o Conhecido<br />
Na procura de entender como a esquistossomose é percebida e reconhecida pela<br />
comunidade, perceb<strong>em</strong>os que era comum as pessoas não identificar<strong>em</strong> a<br />
esquistossomose pela nomenclatura médica-oficial no primeiro momento e que a<br />
esquistossomose era considerada como um grande probl<strong>em</strong>a de saúde na comunidade.<br />
Para que as pessoas falass<strong>em</strong> sobre a doença foi necessário um estímulo, ou seja, falar<br />
algumas características da doença, como os sintomas:<br />
“Eu ouvi falar nessa verme... Ouvi falar por todo mundo aí.<br />
Quando o menino tão aí, eu vejo o pessoal passar, meu fio saia de<br />
dentro dessa água... Isso t<strong>em</strong> uma verme tão braba e essa tal da<br />
xistasama, que eu não sei como é que diz lá”. (M., 61 anos)<br />
“Já...Eu mermo não sei o que é não. Mas já ouvi falar”. (S., 30<br />
anos)<br />
“Conheço... Não, foi quando eu morava <strong>em</strong> Sirinhaém esses<br />
pessoal, agente de saúde, ía assim pelas casa e falava”. (D., 32<br />
anos)<br />
“Eu vi o hom<strong>em</strong> (técnico do CPqAM), porque eu mermo não<br />
sabia. Ele veio aqui pra fazer, veio com uns potinhos aqui na rua<br />
pra fazer esses negócio”. (A., 31 anos)<br />
61