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Esquistossomose mansônica: aspectos sócio-culturais em ...

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<strong>Esquistossomose</strong> <strong>mansônica</strong>: <strong>aspectos</strong> <strong>sócio</strong>-<strong>culturais</strong>... Daniella Coelho G. da Silva<br />

maleável, assentada <strong>em</strong> bases estruturais conflitantes entre si,<br />

que permite um equilíbrio social inevitavelmente precário. Os<br />

indivíduos são agentes que produz<strong>em</strong> essas bases, mas o faz<strong>em</strong><br />

através de um interpretação subjetiva, geralmente<br />

condicionada por interesses pessoais de ord<strong>em</strong> econômica,<br />

política ou meramente simbólica. Os níveis de cultura, das<br />

representações, das racionalidades ou das ideologias, neste<br />

enfoque, deixam de ser meros reflexos da estrutura social mais<br />

ampla, e apresentam, <strong>em</strong> relação a esta, uma autonomia<br />

relativa” (Queiroz, 2003, p.05).<br />

1.2.2. Antropologia e Saúde<br />

Teorias da doença, envolvendo etiologia, diagnóstico, prognóstico, tratamento e<br />

cura faz<strong>em</strong> parte do repertório cultural dos grupos humanos e variam no t<strong>em</strong>po e no<br />

espaço, a partir de uma variação, também, cultural. A partir disso, crenças sobre saúde e<br />

doença de povos deixaram de ser encarados como fenômenos ilógicos, irracionais,<br />

passando a fazer sentido dentro do contexto cultural a que pertenc<strong>em</strong> (Queiroz, 2003).<br />

Por vezes, a doença é vista como um probl<strong>em</strong>a físico ou mental, ou pode ser<br />

vista como um probl<strong>em</strong>a biológico ou psicossocial, mas raramente é vista como um<br />

probl<strong>em</strong>a multidimensional (Uchôa & Vidal, 1994). As várias abordagens que estudam<br />

o Processo Saúde-Doença pod<strong>em</strong> contribuir para um maior entendimento desse<br />

processo.<br />

Segundo Canesqui (2003), as pessoas se apóiam <strong>em</strong> conceitos, símbolos e<br />

estruturas interiorizadas, conforme os grupos sociais a que pertenc<strong>em</strong>. Certas doenças<br />

firmam-se no imaginário coletivo, enquanto outras, os indivíduos, <strong>em</strong> função de suas<br />

experiências e contexto, pod<strong>em</strong> elaborar ou re-elaborar interpretações, apoiando-se <strong>em</strong><br />

recursos coletivos.<br />

A partir do início dos estudos relacionando antropologia e saúde no Brasil, surge<br />

também uma discussão de qual termo seria utilizado para designar esses estudos,<br />

havendo, então, uma ambigüidade entre antropologia médica ou antropologia da saúde.<br />

Questionando se o termo antropologia médica ainda estaria sobrepondo a concepção<br />

biomédica nos estudos sobre a saúde:<br />

“A antropologia, pelo seu próprio dever de ofício, e<br />

por trabalhar com fenômenos complexos e relacionais, sejam<br />

eles numa tribo ou numa mega-cidade, necessita tomar, como<br />

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