Esquistossomose mansônica: aspectos sócio-culturais em ...
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<strong>Esquistossomose</strong> <strong>mansônica</strong>: <strong>aspectos</strong> <strong>sócio</strong>-<strong>culturais</strong>... Daniella Coelho G. da Silva<br />
consultar, ela passar uns exames e eu não fazer é mermo que nada.<br />
Só pra eu ir pra uma consulta”. (H., 30 anos)<br />
“Não. Eu vou levar ela ainda. Mas meu marido vai pegar a ficha lá<br />
<strong>em</strong> Prazeres. Vai levar ela lá”. (V., 22 anos)<br />
“Acho que é probl<strong>em</strong>a de germe, probl<strong>em</strong>a dentário que é muito<br />
difícil aqui. O probl<strong>em</strong>a de fazer exame aqui. Tenho que fazer uns<br />
exame desses menino, mas eu não consigo, porque aqui ela passa<br />
uns exame, mas t<strong>em</strong> que carimbar no Posto, é uma dificuldade que<br />
n<strong>em</strong> você sabe. A pessoa t<strong>em</strong> que dormir, eu não tenho condições.<br />
Faz mais de ano que eu tô com exames dele aí e eu não consigo...<br />
Esses tratamento é difícil. Quer dizer o difícil é carimbar. Não é<br />
questão que o exame seja difícil, difícil é isso: a pessoa chegar e<br />
carimbar. Porque se já vinhesse daí carimbado era muito fácil, mas<br />
não v<strong>em</strong>... É difícil. Porque você sabe que para carimbar um<br />
exame é preciso dormir lá. Eu não tenho condições. Ou senão t<strong>em</strong><br />
que comprar ficha, eu acho isso um absurdo. Eu jamais faço isso.<br />
Eu prefiro quando tenho dinheiro assim pra fazer, pagar um exame<br />
do que dá dinheiro”. (H., 30 anos)<br />
Segundo a enfermeira do Posto de Saúde de Vila Sotave II, para a realização do<br />
exame parasitológico de fezes é necessário que a médica do posto faça um<br />
requerimento, solicitando o exame. O paciente deve ir ao Posto de Saúde Central<br />
localizado no bairro de Prazeres para carimbar este requerimento, recebendo assim a<br />
autorização para levar as fezes para o laboratório central do município e,<br />
posteriormente, receber o resultado.<br />
“Tinha um meu (filho), um pequeno. Tinha um que foi simbora pra<br />
São Paulo também tinha a xistosoma. Acho que t<strong>em</strong> por aqui<br />
também Por anda esses menino. A maioria t<strong>em</strong>. Eu fiz um exame<br />
no mês passado, acusou, a doutora passou r<strong>em</strong>édio, eu dei a ele.<br />
Também t<strong>em</strong> probl<strong>em</strong>a de en<strong>em</strong>ia também. Mas de seis <strong>em</strong> seis<br />
meses, de ano <strong>em</strong> ano, a gente t<strong>em</strong> que repetir o exame, né? Pra<br />
saber como é que tá. E s<strong>em</strong>pre é assim”. (A. M., 50 anos)<br />
As pessoas sab<strong>em</strong> da necessidade de fazer o exame de fezes para a descoberta e<br />
tratamento das parasitoses, mas desist<strong>em</strong> diante das dificuldades e burocracias:<br />
“Minha fia aqui pra fazer um exame!... E dinheiro que é bom não<br />
aparece é tudinho parado. Ela doida pra trabalhar, mas não aparece<br />
nada”. (O., 65 anos)<br />
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