13.04.2013 Views

Esquistossomose mansônica: aspectos sócio-culturais em ...

Esquistossomose mansônica: aspectos sócio-culturais em ...

Esquistossomose mansônica: aspectos sócio-culturais em ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Esquistossomose</strong> <strong>mansônica</strong>: <strong>aspectos</strong> <strong>sócio</strong>-<strong>culturais</strong>... Daniella Coelho G. da Silva<br />

A água foi citada e comentada pelos moradores como causa de doenças e,<br />

principalmente, da esquistossomose, mas não atribu<strong>em</strong> causalidade à poluição fecal:<br />

“Eu não sei não, mas sei lá, mas geralmente de forma que é acho<br />

mais de banho de rio, né? E aqui o pessoal toma muito, pesca.<br />

Minha sogra mesmo pescava muito, quase todo dia tava no rio”.<br />

(E., 24 anos)<br />

“Não andar descalço, ter higiene pessoal, essas coisas. Eu fui<br />

informado já faz t<strong>em</strong>po já, foi no t<strong>em</strong>po de escola”. (J. F., 31 anos)<br />

“Na água... Porque eu vivia no engenho e eu gostava de pescar. Eu<br />

criava gado, eu pegava capim pelas água, às vezes eu passava<br />

aquele rio grande, pra pegar o capim do outro lado. E eu fiquei<br />

vários t<strong>em</strong>po com ela, eu fazia os exame, mas não acusava ela. Foi<br />

por isso que ela estragou o meu fígado... Quando eu morava lá eu<br />

lavava roupa no rio, inclusive eu lavei várias roupa no rio, vários<br />

t<strong>em</strong>po, entendeu? Porque eu fui criada no interior, no engenho.<br />

Nasci ali e ali me criei e vive ali s<strong>em</strong>pre dentro do rio, pescando,<br />

lavando roupa. A água também não era b<strong>em</strong> tratada, água de<br />

cacimba... Eles diz<strong>em</strong>, uma pessoa falou pra mim que ela tá logo<br />

de manhãzinha ela já está afetada na água, logo cedo. E eu gostava<br />

muito de lavar pano de manhã, às vezes, eu lava pela tarde<br />

também”. (M. J., 46 anos)<br />

“Essa água t<strong>em</strong> muita coisa, t<strong>em</strong> muita verme. Parece ser muito<br />

limpa, mas... É na água que t<strong>em</strong>... Eu não entendo não... Rio. É,<br />

água de racionamento que t<strong>em</strong> da barrag<strong>em</strong> lá de cima que é muito<br />

suja, desce o coco lá, muita sujeira”. (J., 55 anos)<br />

“Minha filha, eu não sei como foi, né. Eu não sei n<strong>em</strong> como foi<br />

que ela entrou na minha barriga e ficou me prejudicando. Eu sei<br />

que eu fiquei muito t<strong>em</strong>po prejudicada e hoje mermo eu não como<br />

todas as comida”. (M. J., 46 anos)<br />

“Eu acho que foi nessa água porque a gente não vai para o rio, mas<br />

o rio v<strong>em</strong> pra dentro de casa. A gente não vai pra lá, de jeito<br />

nenhum, mas a gente t<strong>em</strong> que tomar banho dessa água porque a<br />

gente não t<strong>em</strong> outra. Às vezes v<strong>em</strong> de Pangauá uma água mais<br />

limpa, mas não é toda vez não dá para o consumo. Porque só v<strong>em</strong><br />

um pouquinho de noite, pronto acabou a noite, s<strong>em</strong>pre chega dessa<br />

outra o dia. E é um dia o outro não. Às vezes passa dois s<strong>em</strong><br />

chegar água de Pangauá”. (L. Z., 50 anos)<br />

83

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!