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Esquistossomose mansônica: aspectos sócio-culturais em ...

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<strong>Esquistossomose</strong> <strong>mansônica</strong>: <strong>aspectos</strong> <strong>sócio</strong>-<strong>culturais</strong>... Daniella Coelho G. da Silva<br />

entendimento e controle da doença que deveria ser compreendida como um processo<br />

histórico, gerador de uma estrutura epid<strong>em</strong>iológica, onde estão contidos os vários níveis<br />

determinantes de sua atual ocorrência. Fatores biológicos, sociais, políticos e <strong>culturais</strong><br />

vêm contribuindo para a formação de quadros endêmicos específicos (Barbosa, 1998).<br />

três níveis:<br />

Sendo assim, Loureiro (1989) divide o processo estrutural da doença a partir de<br />

Bioecológico: condições ambientais que facilitam a reprodução dos<br />

vetores e propiciam a sobrevivência do parasito.<br />

Socioecológico: características ambientais modificadas pela ocupação<br />

social do espaço.<br />

Sociocultural: comportamento dos indivíduos e grupos sociais, suas<br />

atitudes e práticas de risco.<br />

O terceiro nível descrito está relacionado com a representação social da doença,<br />

ou seja, a construção cultural, o conhecimento e percepções que os grupos sociais têm<br />

sobre a esquistossomose.<br />

A análise dos fatores de risco nas áreas endêmicas da esquistossomose indica a<br />

dificuldade no seu combate, uma vez que a população vive sob condições <strong>sócio</strong>-<br />

econômicas e sanitárias uniform<strong>em</strong>ente precárias, dificultando as ações de combate da<br />

end<strong>em</strong>ia. A falta de informação e do conhecimento adequado a respeito da doença<br />

contribu<strong>em</strong> para a transmissão, combate e tratamento (Moza et al., 1998).<br />

As ciências mais direcionadas ao social, como a antropologia e a psicologia,<br />

consideram importante incluir <strong>aspectos</strong> da subjetividade no processo saúde-doença, com<br />

o objetivo de incluir novas considerações para o planejamento dos programas de<br />

controle da esquistossomose, anexando a subjetividade aos estudos epid<strong>em</strong>iológicos.<br />

Nesse sentido, Coura-Filho interpreta de forma peculiar a inclusão do subjetivo na<br />

epid<strong>em</strong>iologia da doença:<br />

“Estando a subjetividade e/ou singularidade incluídas no<br />

cotidiano, elas não pod<strong>em</strong> se tornar objeto de uma prática que<br />

possa alterar sua realidade s<strong>em</strong> a construção da cidadania e a<br />

consciência do seu papel ativo na construção do real. Qualquer<br />

ciência não consegue interferir e resolver todas as questões do real.<br />

Entender a complexidade da doença na sua instabilidade constante,<br />

na sua irracionalidade pressupõe incluir o universo do singular:<br />

subjetivo, simbólico, irracional, teológico e mitológico” (1996,<br />

p.99).<br />

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