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Esquistossomose mansônica: aspectos sócio-culturais em ...

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<strong>Esquistossomose</strong> <strong>mansônica</strong>: <strong>aspectos</strong> <strong>sócio</strong>-<strong>culturais</strong>... Daniella Coelho G. da Silva<br />

1.3. A <strong>Esquistossomose</strong> Mansônica<br />

A esquistossomose <strong>mansônica</strong> é uma doença parasitária, veiculada pela água e<br />

causada pelo helminto Schistosoma mansoni, tendo como hospedeiro intermediário<br />

molusco da família Planorbidae e o hom<strong>em</strong> como hospedeiro definitivo.<br />

É uma doença importante que apresenta uma real possibilidade de cura, caso<br />

haja um tratamento específico e <strong>em</strong> um t<strong>em</strong>po adequado; como, também, possui uma<br />

elevada morbidade naqueles casos <strong>em</strong> que o diagnóstico e o tratamento são d<strong>em</strong>orados<br />

(Batista et al., 2001).<br />

A esquistossomose é uma end<strong>em</strong>ia mundial, atingindo 52 países e territórios,<br />

principalmente na América do Sul, África, Caribe e leste do Mediterrâneo (Brasil,<br />

2004). A esquistossomose continua a ocupar, após a malária, a segunda posição no<br />

mundo entre as parasitoses, <strong>em</strong> termos de extensão de áreas endêmicas e quantidade de<br />

pessoas infectadas (Lescano et al., 2004).<br />

Essa end<strong>em</strong>ia é importante no Brasil, sendo considerada um dos mais sérios<br />

probl<strong>em</strong>as de saúde pública (Mascarini, 2003). No país, a doença atinge cerca de 19<br />

estados com aproximadamente 26 milhões de habitantes, principalmente no Nordeste,<br />

expostos ao risco de infecção e cerca de 2,5 milhões de pessoas infectadas (Gazzinelli et<br />

al., 2002).<br />

Segundo Ribeiro et al. (2004), os fatores que contribu<strong>em</strong> para a manutenção da<br />

esquistossomose são os movimentos migratórios, a exploração inadequada de recursos<br />

hídricos, a distribuição ampla dos hospedeiros intermediários, a longevidade da doença<br />

e a falta de educação <strong>em</strong> saúde. Além dos já citados, a política <strong>sócio</strong>-econômica e o<br />

contexto social, características do Terceiro Mundo, completam os fatores determinantes<br />

dessa doença (Barbosa & Coimbra, 1992).<br />

Pereira & Távaro (1994), afirmam que a doença chegou ao Brasil através dos<br />

navios negreiros, trazendo os negros africanos para trabalhar<strong>em</strong> como escravos nas<br />

lavouras brasileiras. A introdução da doença no Brasil foi b<strong>em</strong> sucedida <strong>em</strong> decorrência<br />

das peculiaridades ambientais e <strong>em</strong> razão das distorções econômicas e das diferenças<br />

sociais. Os rios do nordeste do Brasil, característico da Zona da Mata do estado de<br />

Pernambuco, seriam um agente facilitador para a expansão da esquistossomose. A<br />

perenidade, características desses rios, também correspond<strong>em</strong> a um fator de facilitação<br />

para a perpetuação da end<strong>em</strong>ia. Esses cursos d’água, na estação das chuvas, ultrapassam<br />

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