Esquistossomose mansônica: aspectos sócio-culturais em ...
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<strong>Esquistossomose</strong> <strong>mansônica</strong>: <strong>aspectos</strong> <strong>sócio</strong>-<strong>culturais</strong>... Daniella Coelho G. da Silva<br />
Sendo assim, ele considera que uma sociedade deve ser estudada enquanto uma<br />
totalidade, tal como funciona no momento mesmo onde é observada.<br />
“Uma ... contribuição trazida por Malinowski diz<br />
respeito à sua perspectiva de totalidade do fato psicológico e<br />
social. O fato social, nesta perspectiva, só adquire sentido no<br />
interior do contexto cultural que o configura. Se este fato for<br />
isolado de seu contexto, ele poderá parecer absurdo e<br />
irracional” (Queiroz, 2003, p.04).<br />
A antropologia precisava elaborar instrumentos operacionais para a construção<br />
de um verdadeiro objeto científico. É nesse momento que Durkheim e Mauss fornec<strong>em</strong><br />
à antropologia o quadro teórico e esses instrumentos que faltavam. Durkheim teve como<br />
preocupação mostrar que existe uma especificidade do social, <strong>em</strong>ancipando a<br />
sociologia, ciência dos fenômenos sociais, dos outros discursos sobre o hom<strong>em</strong>. Para<br />
ele, a causa determinante de um fato social deve ser buscada nos fatos sociais anteriores<br />
e não nos estados da consciência individual, opondo-se às explicações psicológicas do<br />
social, avançando no estruturalismo como desenvolvimento teórico (Laplantine, 1988).<br />
Mauss surge para trabalhar para o reconhecimento da antropologia como uma<br />
ciência verdadeira e não uma disciplina da sociologia. Ele inaugura o conceito de<br />
“fenômeno social total”, <strong>em</strong> que consiste na integração dos diferentes <strong>aspectos</strong><br />
(biológico, econômico, jurídico, histórico, religioso, estético...) constitutivos de uma<br />
dada realidade social que convém apreender <strong>em</strong> sua integralidade.<br />
“... o que caracteriza o modo de conhecimento próprio<br />
das ciências do hom<strong>em</strong>, é que o observador-sujeito, para<br />
compreender seu objeto, esforça-se para viver nele mesmo a<br />
experiência deste, o que só é possível porque esse objeto é,<br />
tanto quanto ele, sujeito” (Laplantine, 1988, p.90).<br />
Dentro das condições históricas e sociais de produção do saber antropológico,<br />
pode-se destacar três pensamentos e práticas antropológicas. A antropologia americana<br />
onde privilegia os estudos das personalidades <strong>culturais</strong> e dos processos de difusões,<br />
contatos e trocas inter-<strong>culturais</strong>, tendo como pesquisadores influentes Boas, Kroeber e<br />
R. Benedict. A antropologia britânica com o estudo da organização dos sist<strong>em</strong>as sociais<br />
com Malinowski e Radcliffe-Brown como representantes. E a antropologia francesa<br />
privilegiando o estudo dos sist<strong>em</strong>as de representações, tendo como pesquisadores mais<br />
influentes Durkheim, Mauss e Griaule.<br />
“A perspectiva trazida pela... antropologia social e<br />
cultural contém, portanto, uma dimensão social complexa e<br />
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