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Esquistossomose mansônica: aspectos sócio-culturais em ...

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<strong>Esquistossomose</strong> <strong>mansônica</strong>: <strong>aspectos</strong> <strong>sócio</strong>-<strong>culturais</strong>... Daniella Coelho G. da Silva<br />

“Conheço... Eu vejo, né, falar muito, né. Vejo falar muito na<br />

televisão. Assim, maiores informações sobre o probl<strong>em</strong>a eu não sei<br />

né?” (E., 39 anos)<br />

“Olhe. Ultimamente, eu tava com xistosoma. Eu tava com<br />

xistosoma. As meninas não. As meninas fizeram deu normal.<br />

Agora a minha deu xistosoma, duas vezes eu fiz a primeira vez,<br />

acusou, eu tomei medicação; depois uns seis meses, um ano de<br />

novo, bateu de novo a xistosoma” (E. D., 48 anos).<br />

“Já... Meu cunhado ele fez o exame aí tava com o xistosoma” (J.,<br />

28 anos).<br />

“Já porque meu esposo fez o exame e deu xistosoma” (L., 24 anos).<br />

“Muito germe porque aqui no inverno a água chega a invadir as<br />

casas e entra e eu acho que com certeza muito verme aqui a gente<br />

t<strong>em</strong>. É que mais. É xistosoma, é como é o nome daquele outro, t<strong>em</strong><br />

xistosoma, t<strong>em</strong> a ameba. S<strong>em</strong> falar nos outros, né? Menos grave,<br />

né?” (N., 42 anos)<br />

“Ah! O xistosoma pega sobre a água, na mão, nos pés. E aquilo é<br />

um micróbio. Ele entra pela unha da criatura, é porque eles se<br />

andam e entram. T<strong>em</strong> um canto que se o vermezinho pegar. T<strong>em</strong><br />

aqui? Eu nunca vi. Porque o xistosoma cresce o bucho, a ameba<br />

cresce o bucho. E tudo gordinho e enrolado”.(M., 61 anos)<br />

O fato da pessoa ter a esquistossomose ou conhecer alguém que teve ou t<strong>em</strong> a<br />

doença era um incentivo a desenvolver a fala sobre a doença.<br />

Foi comum observar nas conversas, tanto as entrevistas gravadas como nas<br />

conversas rápidas na rua e, principalmente quando estávamos no Posto de Saúde<br />

fazendo as observações, as pessoas referir<strong>em</strong>-se ao verme como um probl<strong>em</strong>a; mas, na<br />

maioria das vezes estavam relacionando aos “vermes bestas”, como: “lombriga”<br />

(Ascaris lumbricoidis) e “ameba” (Entamoeba sp.).<br />

Muitos relatos aconteceram mostrando a dificuldade da comunidade com o<br />

“probl<strong>em</strong>a da verme” como mencionado por alguns moradores:<br />

“... agora o marido dela é que ta doente. Agora eu não sei de que. É<br />

uma dor de barriga que da nele, o que come bota pra fora. É uma<br />

dor de barriga que ele t<strong>em</strong>... Porque a pessoa não viver assim não.<br />

Porque a verme mata, mata porque eu tinha uma sobrinha que<br />

morreu de tanta verme que botou. Levaram ela pro hospital,<br />

quando chegou no hospital foi onde que ela apagou-se”. (O., 65<br />

anos)<br />

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