13.04.2013 Views

Esquistossomose mansônica: aspectos sócio-culturais em ...

Esquistossomose mansônica: aspectos sócio-culturais em ...

Esquistossomose mansônica: aspectos sócio-culturais em ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Esquistossomose</strong> <strong>mansônica</strong>: <strong>aspectos</strong> <strong>sócio</strong>-<strong>culturais</strong>... Daniella Coelho G. da Silva<br />

“Tomei, tomava (banho de rio). Agora, eu parei de tomar que t<strong>em</strong><br />

água <strong>em</strong> casa, mas tinha uma lavag<strong>em</strong> de roupa ali <strong>em</strong> baixo. A<br />

gente ia de manhã e voltava quase de tarde, lavando roupa... Só<br />

quando o motor se quebra, né Dinda (ACS)? Só quando o motor se<br />

quebra, aí falta água e a gente vai buscar água na cacimba, aí é<br />

aquele aperreio. Mas não se quebrando o motor é água direto <strong>em</strong><br />

casa. Aí tá bom pra gente”. (J. O., 29 anos)<br />

“... porque aqui <strong>em</strong> Caricé a gente t<strong>em</strong> água de três lugares. T<strong>em</strong><br />

essa daqui que é como um poço artesiano, né? Água limpíssima.<br />

T<strong>em</strong> a de Pangauá já é outro gosto e t<strong>em</strong> essa do outro lado que<br />

v<strong>em</strong> de Caramuru e a água é péssima porque quando tá no verão<br />

ela tá limpa aparent<strong>em</strong>ente, mas quando chove fica mermo como<br />

suco de laranja ou maracujá, aquela cor amarelada. E quando<br />

chove muito mesmo ela fica lama. Sai da torneira b<strong>em</strong> de dizer<br />

quase a lama, não presta pra nada, porque assim são águas que<br />

v<strong>em</strong> dentro das cana que o pessoal que faz aquela necessidade<br />

fisiológica, aí fica tudo ali dentro”. (C., 33 anos)<br />

“Já tomei já (banho de rio), uma vez já, porque minha mãe mora<br />

ali no Riachão, mora lá na beira do rio. E s<strong>em</strong>pre quando eu ia lá,<br />

eu tomava um banhozinho de rio, quando a água tava limpinha.<br />

Não, agora eu não tomo mais não, depois que eu soube desses<br />

negócio eu não quero mais tomar banho de rio mais não”. (L., 27<br />

anos)<br />

“Não, agora não. Faz t<strong>em</strong>po que eu deixei de lavar. Só assim<br />

quando o motor se quebra, né? Porque o jeito que t<strong>em</strong> é a gente ir<br />

mermo”. (I., 48 anos)<br />

“Tomei muito banho de rio mesmo. Nesse rio aí, no rio Grande, no<br />

rio de Pangauá. Eu tomava muito banho. Na época, minha mãe<br />

pescava e eu ia também só pra tomar banho. Lavava roupa. Eu<br />

tomava banho <strong>em</strong> Pangauá também. Tomei muito, muito banho de<br />

rio. Acredito que muita gente aqui <strong>em</strong> Caricé, a maioria, toma<br />

banho de rio... Eu... (e hoje), quer dizer, eu acho que não porque eu<br />

to vendo através desse caso. Nessa cachoeira mesmo, pra mim, ela<br />

não existe, tá entendendo? Porque depois que o pessoal veio que<br />

fez a pesquisa que examinou e disse que lá o foco é muito grande.<br />

Aí eu, o que eu poder fazer, as pessoas que diz<strong>em</strong> que vão pra lá,<br />

minha gente vão não. Aí a gente começa a explicar: a xistosoma é<br />

muita gente que tá com essa xistosoma, ela é perigosa. Ta entendo<br />

e ela não é fácil não”. (J. F., 33 anos)<br />

Além da lavag<strong>em</strong> de roupa no rio, existe também a prática da pesca,<br />

principalmente na época da “carda” quando a usina despeja nas águas um líquido<br />

93

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!