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Esquistossomose mansônica: aspectos sócio-culturais em ...

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<strong>Esquistossomose</strong> <strong>mansônica</strong>: <strong>aspectos</strong> <strong>sócio</strong>-<strong>culturais</strong>... Daniella Coelho G. da Silva<br />

os leitos habituais e invad<strong>em</strong> espaços vizinhos, estabelecendo novos focos. Os focos<br />

peridomiciliares são formados no entorno das residências através da contaminação fecal<br />

dos pequenos córregos ou valas onde se criam os moluscos vetores.<br />

O esforço para o controle da esquistossomose t<strong>em</strong> como característica o gasto<br />

com enormes orçamentos, seja na formação de pessoas qualificadas seja <strong>em</strong> tecnologias,<br />

não havendo investimentos <strong>em</strong> ações preventivas (Barbosa & Coimbra, 1992).<br />

A partir da criação do Sist<strong>em</strong>a Único de Saúde – SUS – com o seu princípio de<br />

descentralização, são estabelecidas as atividades básicas do Programa de Controle de<br />

<strong>Esquistossomose</strong> que dev<strong>em</strong> ser assumidas pelo nível local, envolvendo administrações<br />

municipais no seu controle. Este programa de controle define suas estratégias a partir<br />

da características específicas de cada área (Passos & Amaral, 1998).<br />

A esquistossomose não é uma doença de Notificação Compulsória <strong>em</strong> qualquer<br />

área, ou seja, não existe a comunicação da ocorrência da doença feita à autoridade<br />

sanitária por profissionais de saúde ou qualquer cidadão, para fins de adoção de medidas<br />

de intervenção pertinentes. Na listag<strong>em</strong> do Ministério da Saúde, a esquistossomose só é<br />

notificada <strong>em</strong> casos <strong>em</strong> áreas não endêmicas (Teixeira et al., 2003).<br />

Segundo Barbosa et al. (1996), os probl<strong>em</strong>as relacionados aos programas de<br />

controle da esquistossomose refer<strong>em</strong>-se ao fato deles fazer<strong>em</strong> parte de um cenário<br />

político perpetuador da situação endêmica, incentivado por pressões externas de<br />

multinacionais que condicionam as medidas de intervenção ao tratamento<br />

quimioterápico dos indivíduos doentes e à aplicação sist<strong>em</strong>ática de moluscicidas, ações<br />

essas paliativas e repetitivas, além de tóxicas e poluidoras. Essas ações programáticas se<br />

revelam exclusivamente assistencialistas, ou seja, ag<strong>em</strong> sobre as manifestações clínicas<br />

da doença, e não questionam suas causas históricas e estruturais.<br />

Apesar do Programa de Controle da <strong>Esquistossomose</strong> inserir ações de educação<br />

<strong>em</strong> saúde, pouco se sabe sobre sua utilização e eficiência no combate a doença. A<br />

atividade educacional para a prevenção da esquistossomose no programa de controle<br />

refere-se a explanação pessoa a pessoa sobre o ciclo da doença e medidas que pod<strong>em</strong><br />

ser feitas <strong>em</strong> indivíduos positivos para prever o repasse do Schistosoma mansoni.<br />

Uchoa et al. (2000) realizou um estudo epid<strong>em</strong>iológico no estado da Bahia tendo<br />

como objetivo avaliar o impacto da educação <strong>em</strong> saúde para o controle da<br />

esquistossomose, comprovou que ações educacionais, para o combate a partir de uma<br />

mudança de comportamento da população, tornam-se insuficientes se não for<strong>em</strong> levados<br />

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