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Esquistossomose mansônica: aspectos sócio-culturais em ...

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<strong>Esquistossomose</strong> <strong>mansônica</strong>: <strong>aspectos</strong> <strong>sócio</strong>-<strong>culturais</strong>... Daniella Coelho G. da Silva<br />

“É o alagamento, o esgoto sanitário... Fica difícil pra gente sair,<br />

pra se deslocar daqui pra fora... T<strong>em</strong> que pisar. Eu faço esse<br />

percurso aqui, já pra não passar nessa travessia aí. Porque aí a água<br />

v<strong>em</strong> até aí na porta do posto. Aí eu vou por aí, faço uma caminho<br />

maior pra não pisar”. (E. D., 48 anos)<br />

A prevenção de doenças também é atribuída a proteção divina, diante da<br />

impossibilidade de modificar <strong>em</strong> suas condições de vida. É comum as pessoas<br />

depositar<strong>em</strong> a responsabilidade sobre sua saúde ou doença nas mãos de Deus,<br />

associando assim a doença como castigo divino:<br />

“Reza pra Deus, pra Deus s<strong>em</strong>pre proteger a saúde da gente, né?<br />

Nói com saúde é tudo na vida”. (M., 61 anos)<br />

“Isso aqui é muita sujeira. Não é só aqui é Sotave toda. É Sotave<br />

praticamente <strong>em</strong> peso. Bebê já morreu afogado. Na época da cheia<br />

morreu afogada dentro de casa. Aqui é assim mesmo, até porque o<br />

pobre não t<strong>em</strong> opção de vida, né? E a gente dá Graças a Deus, eu<br />

sou feliz, de ter essas quatro telha, ruim ou bom, pior se não<br />

tivesse elas. E quanto aos eu vou tomando um r<strong>em</strong>edinho aqui<br />

outro ali”. (N., 42 anos)<br />

O controle sobre comportamento das crianças também foi mencionado sendo<br />

um grande fator de desproteção <strong>em</strong> relação a doença. Os pais ou responsáveis relataram<br />

a dificuldade de “vigiar” as crianças a todo instante:<br />

“Ah! A gente briga, eu brigo, a mãe dele briga. Às vezes dá até<br />

lapada nele pra ele saí, pra não ficar dentro. Ele não entra não fica<br />

só na beiradas, mas fica com as mão dentro, né?”(O. 65 anos)<br />

“É. A gente s<strong>em</strong>pre fala: não entr<strong>em</strong> na água, não pis<strong>em</strong> na água.<br />

Mas s<strong>em</strong>pre os menino não. Esses menino da gente mermo<br />

obedece, outra hora não obedece. Tão de brincadeira, tão pra lá e<br />

pra cá”. (S. S., 32 anos)<br />

“Assim, ultimamente não fica muito alagado não. Quando chove<br />

fica umas laminha agora por aí. T<strong>em</strong> uma rua ali, né, que quando<br />

chove anda de bota, né? Aqui não alaga muito não, quando chove<br />

fica lama... Não, meus meninos são tudo preso... É tudo preso”. (A.<br />

31 anos)<br />

“Aí, pronto. Mas quando tava tudo aberto ali que descia rápido<br />

tudo b<strong>em</strong>, mas quando chove acumula as águas e para descer é<br />

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