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Esquistossomose mansônica: aspectos sócio-culturais em ...

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<strong>Esquistossomose</strong> <strong>mansônica</strong>: <strong>aspectos</strong> <strong>sócio</strong>-<strong>culturais</strong>... Daniella Coelho G. da Silva<br />

É só a partir da segunda metade do século XX que o pensamento social<br />

reaparece no campo da saúde, uma vez que a concepção vigente – concepção<br />

biologicista – não conseguiu fornecer as bases técnicas para erradicar ou controlar uma<br />

série de doenças prevalentes <strong>em</strong> países subdesenvolvidos.<br />

Uma concepção de saúde mais recente define, de acordo com a Organização<br />

Mundial de Saúde (OMS), saúde não pela ausência de doenças, mas sim como um<br />

estado de completo b<strong>em</strong>-estar físico, mental e social.<br />

Muitos autores continuam investigando concepções sobre doença e encontrando<br />

dificuldades a partir de estudos isolados. Segundo Hegenberg (1998), uma das questões<br />

fundamentais da Filosofia da medicina é, justamente, a de romper um círculo vicioso,<br />

oferecendo caracterização adequada de um dos termos básicos “saúde” ou “doença”.<br />

Uma vez que as concepções vigentes são analisadas ou possu<strong>em</strong> como alicerce a prática<br />

médica, tendo como foco a doença.<br />

Vários estudiosos de medicina defend<strong>em</strong> a idéia de que a saúde se contrapõe à<br />

dor e ao sofrimento, tendo como base a prática médica, uma vez que pacientes procuram<br />

o médico quando estão sentindo determinados sintomas. No entanto, muitas doenças<br />

não provocam queixas ou algum tipo de desconforto nas pessoas afetadas. Como<br />

também, algumas dores são processos considerados como naturais no ser humano,<br />

como: a menstruação, o parto, entre outros (Hegenberg, 1998).<br />

Outros autores relacionam a saúde e a doença como algo desejável,<br />

respectivamente. Essa desejabilidade poderia ser vista como parte do conceito de saúde<br />

e, eventualmente, como a “ausência” do conceito. A saúde física poderia equiparar-se<br />

ao b<strong>em</strong>-estar físico. No entanto, várias condições físicas indesejáveis restring<strong>em</strong> o b<strong>em</strong>-<br />

estar das pessoas e, apesar disso, não são encaradas como doenças. Sendo assim, não se<br />

pode ver a doença <strong>em</strong> termos de desejabilidade, não sendo razoável atribuir à<br />

desigualdade um papel de relevo na caracterização da doença (ibid).<br />

Uma outra concepção leva a crer que o conceito de doença está relacionado ao<br />

que compete à esfera da prática médica. Sendo assim, existiria uma ampla lista de males<br />

que os médicos tratam para, desse modo, chegar a uma definição extensional de<br />

doença 1 . Os males que não entrariam na lista não seriam doenças.<br />

1 Esclarecer o termo definições extensional e, conseqüent<strong>em</strong>ente, definições intensional torna-se<br />

necessário. Segundo Hegenberg (1998), uma definição extensional desse termo corresponde à mera<br />

indicação dos objetos a que o termo se aplica. E a definição intensional de um termo quando se oferece<br />

coleção de propriedades “típicas que um objeto deve possuir a fim de ser colocado na extensão desse<br />

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