Esquistossomose mansônica: aspectos sócio-culturais em ...
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<strong>Esquistossomose</strong> <strong>mansônica</strong>: <strong>aspectos</strong> <strong>sócio</strong>-<strong>culturais</strong>... Daniella Coelho G. da Silva<br />
O procedimento de todos os agentes era, ao adentrar nas casas, apresentar os<br />
objetivos do trabalho e perguntar se gostariam de participar. Se a resposta era positiva<br />
se iniciava o procedimento metodológico, esclarecendo a garantia de privacidade e<br />
anonimato e a necessidade de gravação, através de fita-cassete para, <strong>em</strong> seguida, iniciar<br />
a entrevista.<br />
A partir desse momento, não existia interrupção ou interação do agente que<br />
estava acompanhando, todos respeitaram o que estava acontecendo e não se achavam no<br />
direito de interromper. Apenas participavam se algo fosse questionado de forma direta a<br />
eles. A forma de apresentação do trabalho variava de acordo com o agente de saúde,<br />
mas de uma maneira geral todos enfatizavam que era uma pesquisa <strong>em</strong> relação a saúde<br />
da comunidade, principalmente <strong>em</strong> relação a doenças comuns na região.<br />
No final da entrevista, eles começavam a cumprir as atividades relacionadas ao<br />
trabalho deles, como: verificação dos cartões de vacinação; verificação de gestante;<br />
diabético; hipertenso; informações sobre marcação das consultas médicas e<br />
odontológicas e o controle de exame preventivo para as mulheres.<br />
Entre uma visita e outra, os agentes antecipavam características relativas as<br />
famílias, como: condição econômica, quantidade de filhos, cuidados com a higiene<br />
pessoal e da casa e condições de saúde das famílias. Em alguns locais era aconselhado<br />
que não seria interessante entrar devido à existência de pessoas consideradas<br />
“violentas” 3 para comunidade.<br />
Uma preocupação presente foi estabelecer um contato satisfatório com os<br />
moradores da comunidade, através de cumprimentos, atenção redobrada no momento da<br />
entrevista, quando falavam histórias de suas vidas, mesmo que estas não fizess<strong>em</strong> parte<br />
do objetivo do trabalho.<br />
A permanência de um mês na comunidade – entre nov<strong>em</strong>bro e dez<strong>em</strong>bro de<br />
2003 – possibilitou uma interação adequada fazendo com que os moradores se<br />
acostumass<strong>em</strong> com a nossa presença. Foram feitas 20 entrevistas, muitas casas<br />
visitadas, muitas conversas nas calçadas, muitos encontros nas ruas que propiciaram<br />
dados relevantes que juntamente com as observações de campo compuseram a<br />
informação suficiente para essa pesquisa.<br />
3 Não faz parte desse trabalho definir o que seria para essa comunidade de uma “pessoa violenta”, no<br />
entanto dentro desse contexto seria uma pessoa que consome drogas, possui bens materiais de orig<strong>em</strong><br />
duvidosa, associando a assaltos e roubos, como também pessoas caráter duvidoso.<br />
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