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Esquistossomose mansônica: aspectos sócio-culturais em ...

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<strong>Esquistossomose</strong> <strong>mansônica</strong>: <strong>aspectos</strong> <strong>sócio</strong>-<strong>culturais</strong>... Daniella Coelho G. da Silva<br />

Fonte: Arquivo Pessoal<br />

Na localidade não era comum encontrar estabelecimentos comerciais que<br />

possam abastecer uma casa de alimentos e os moradores precisam sair da comunidade<br />

para comprar alimentos e materiais de primeira necessidade, como medicamentos. O<br />

local mais utilizado para suprir essas necessidades é centro do bairro de Prazeres, onde<br />

existe uma feira livre a cerca de 15 km de distância.<br />

O transporte mais utilizado é o chamado “transporte alternativo”, formado por<br />

Kombis ou Vans que trafegavam irregularmente. O preço da passag<strong>em</strong> nesse tipo de<br />

transporte ficava abaixo do valor pago no ônibus oficial do município.<br />

Durante todo o trabalho de campo observamos o hábito, principalmente das<br />

mulheres da comunidade, <strong>em</strong> formar rodas de conversa nas portas de casa no final da<br />

tarde tendo como objetivo passar o t<strong>em</strong>po ou “jogar conversa fora”, uma vez que o<br />

serviço doméstico já estava encaminhado.<br />

Durante o dia era muito raro encontrar pessoas nas ruas ou nas portas das casas,<br />

devido aos dias quentes e da ausência de uma vegetação que pudesse proporcionar<br />

sombra na rua e nas casas. Além disso, uma poeira constante cobria as ruas devido ao<br />

não calçamento das mesmas.<br />

O índice de des<strong>em</strong>prego na comunidade é alto. Muitas pessoas passavam o dia<br />

ociosas, s<strong>em</strong> expectativa de <strong>em</strong>prego e de mudança de vida. Os agentes relataram a<br />

dificuldade <strong>em</strong> trabalhar com alguns moradores, devido ao desestímulo dos mesmos <strong>em</strong><br />

ter uma condição de vida diferente da existente.<br />

Não se falava <strong>em</strong> espaço de lazer na comunidade. Não existe nenhuma praça ou<br />

local s<strong>em</strong>elhante que pudesse proporcionar algum tipo de lazer, tanto para as crianças<br />

quanto para os adultos. O lazer para as crianças ficava restrito a brincadeiras na rua, não<br />

havendo nenhum outro espaço dedicado a elas.<br />

Um dos grandes probl<strong>em</strong>as da comunidade é a violência. Não foi difícil ouvir<br />

depoimentos dos moradores sobre a violência local. Eram comuns relatos sobre a<br />

existência de grupos consumidores de drogas, pessoas que sobreviv<strong>em</strong> através de<br />

assaltos e aquelas que matavam por qualquer desentendimento.<br />

Apesar do constrangimento e do receio <strong>em</strong> falar sobre a violência da<br />

comunidade, entend<strong>em</strong>os que a maioria dos moradores se priva de algo devido ao medo<br />

de uma conseqüência desastrosa. Vários comentários surgiram a respeito da<br />

impossibilidade de permanecer na rua a partir do anoitecer, a partir das 18:00 horas não<br />

era mais recomendável aos moradores caminhar<strong>em</strong> na região.<br />

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