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"Sim", cochichávamos de volta. "Ele mora aqui. É o gato de biblioteca mais<br />

famoso do mundo."<br />

"Oh!", diria a pessoa sorrindo. "Então acho que vocês já sabem."<br />

Os visitantes que realmente me tocaram, no entanto, dos quais me lembro<br />

claramente, foram os jovens pais do Texas, com a filha de seis anos. Assim que<br />

entraram na biblioteca, ficou claro que essa era uma viagem especial para a menina.<br />

Será que estava doente? Será que estava lidando com algum trauma? Não sei por quê,<br />

mas tive a sensação de que os pais satisfizeram um desejo e que o desejo era esse. A<br />

menina queria conhecer Dewey. E notei que ela trouxera um presente.<br />

"É um camundongo de brinquedo", me disse o pai. Ele sorria, porém dava para<br />

perceber que estava intensamente preocupado. Não era uma visita irrefletida, comum.<br />

Quando sorri de volta para ele, só havia um pensamento em minha cabeça:<br />

"Espero que este camundongo esteja recheado com erva-gato". Dewey passava períodos<br />

durante os quais não queria saber de qualquer brinquedo que não contivesse erva-gato.<br />

Infelizmente, essa foi uma dessas ocasiões.<br />

Tudo o que eu disse foi: "Vou buscar Dewey".<br />

Ele estava dormindo em sua nova cama forrada de peles, que ficava do lado de<br />

fora da minha sala, em frente a uma unidade da calefação. Quando o acordei, tentei um<br />

pouco de telepatia: "Por favor, Dewey, por favor. É importante". Ele estava tão cansado<br />

que mal abria os olhos.<br />

A menininha ficou hesitante a princípio, como muitas crianças ficam, de modo<br />

que a mãe afagou Dewey primeiro. Ele ficou lá feito um saco de batatas. A pequena<br />

acabou estendendo a mão para afagá-lo, e Dewey acordou o suficiente para apoiar-se na<br />

mão dela. O pai sentou e puxou tanto Dewey como a menina para o colo. Dew<br />

imediatamente aninhou-se contra ela.<br />

Eles ficaram sentados assim por um ou dois minutos, até que finalmente a<br />

garotinha mostrou a ele o presente que trouxera, embrulhado cuidadosamente com uma<br />

fita e um laço. Dewey se animou, mas dava para perceber que ainda estava cansado.<br />

Preferiria ficar cochilando no colo da menina a manhã inteira. "Vamos, Dewey,<br />

recupere-se!", pensei. A pequena desembrulhou o presente, e não deu outra: era um<br />

camundongo de brinquedo simples, sem erva-gato à vista. Senti um aperto no coração.<br />

Ia ser um desastre.<br />

A garotinha balançou o camundongo na frente dos olhos sonolentos de Dewey<br />

para chamar-lhe a atenção. Depois, delicadamente jogou o brinquedo alguns metros<br />

adiante. Assim que ele caiu no chão, Dew pulou sobre ele. Correu atrás do ratinho, jogou-o<br />

para cima, rebateu-o com as patas. A menina ria, deliciada. Dewey jamais<br />

brincou com aquele brinquedo outra vez, porém, enquanto a menininha estava lá, ele<br />

adorou aquele camundongo. Deu ao brinquedo toda a energia de que dispunha. E a<br />

pequena estava simplesmente radiante. Ela viajara centenas de quilômetros para ver um<br />

gato e não estava decepcionada. Por que eu ainda me preocupava com Dewey? Afinal,<br />

ele sempre cumpria seu papel.<br />

LISTA DE ATRIBUIÇÕES<br />

DO CARGO DE DEWEY<br />

ESCRITO COMO RESPOSTA À PERGUNTA "Então, qual é o trabalho de Dewey?", que foi<br />

feita muitas vezes depois que as pessoas descobriram que ele tinha quinze por cento de<br />

desconto com o doutor Esterly por ser funcionário da biblioteca.<br />

1. Redução do estresse de todos os seres humanos que lhe dêem atenção.

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