os painéis de azulejo da estação de s. bento - Repositório Aberto da ...
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Em Setembro 1894 quando se procedia à <strong>de</strong>molição d<strong>os</strong> claustr<strong>os</strong>, foram<br />
encontra<strong>da</strong>s muitas <strong>os</strong>sa<strong>da</strong>s, «po<strong>de</strong>ndo calcular-se em 2000», assim noticiava o facto o<br />
jornal «O Comércio do Porto». 35<br />
Em 17 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 1892, falecia a última freira. O Governo Civil participa ao<br />
Ministério do Reino o seu falecimento e a Direcção Geral <strong>da</strong> Instrução Pública dirige-se<br />
ao Con<strong>de</strong> Samodões, Inspector <strong>da</strong> Académica Portuense <strong>de</strong> Belas Artes, para indicar<br />
pessoa idónea para fazer parte <strong>da</strong> Comissão que há-<strong>de</strong> examinar <strong>os</strong> object<strong>os</strong> <strong>de</strong> valor<br />
artístic<strong>os</strong> que passou ser recolhido no Museu Nacional <strong>de</strong> Belas Artes, havendo sido<br />
nomeado o professor <strong>de</strong> Desenho Histórico, Marques <strong>de</strong> Oliveira, para integrar a<br />
Comissão.<br />
O Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Samodões, do mesmo passo que indica o referido professor,<br />
acrescenta que pouco haverá que aproveitar no M<strong>os</strong>teiro <strong>da</strong> Ave-Maria, embora seja<br />
sup<strong>os</strong>to existirem no coro alta <strong>da</strong> Igreja “uma <strong>da</strong>s melhores e mais vastas do Porto”,<br />
“alguns fresc<strong>os</strong> <strong>de</strong> merecimento” que se per<strong>de</strong>rão se concretizar o plano <strong>de</strong> <strong>de</strong>molir a<br />
igreja para se estabelecer a Estação <strong>de</strong> Caminho <strong>de</strong> Ferro. 36<br />
Uma portaria <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1896 <strong>de</strong>terminava a <strong>de</strong>molição <strong>da</strong> parte restante do<br />
M<strong>os</strong>teiro e <strong>da</strong> igreja, <strong>de</strong>molição que ficara a cargo <strong>da</strong> Confraria do Santíssimo<br />
Sacramento (pertencente a igreja <strong>de</strong> Cedofeita) à qual foi cedi<strong>da</strong> a Igreja, a parte<br />
restante do M<strong>os</strong>teiro e uma boa parte <strong>da</strong>s alfaias, mobiliário e object<strong>os</strong> <strong>de</strong> talha,<br />
sobretudo o remanescente após algumas cedências <strong>de</strong> circunstância. 37<br />
Um d<strong>os</strong> factores que estive na origem do atraso <strong>da</strong> construção do Edifício<br />
<strong>de</strong>stinado à Estação Central no Largo <strong>de</strong> S. Bento, para além <strong>da</strong> mor<strong>os</strong>a <strong>de</strong>molição do<br />
M<strong>os</strong>teiro e <strong>da</strong>s suas <strong>de</strong>pendências, foram as exigências feitas por parte <strong>da</strong> Associação do<br />
Comercial do Porto que vai <strong>de</strong>terminar com sucesso e insucesso várias realizações.<br />
Uma <strong>de</strong>ssa exigência era a construção <strong>de</strong> uma Estação Central no ramal <strong>da</strong><br />
Alfân<strong>de</strong>ga, pois alegavam interesses comerciais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Criaram uma comissão <strong>de</strong><br />
negociantes que apresentou ao Presi<strong>de</strong>nte do Município uma memória impressa e uma<br />
planta, propondo uma construção em frente <strong>da</strong> Rua <strong>de</strong> Ferreira Borges. 38<br />
35 FONSECA, António Gue<strong>de</strong>s <strong>da</strong> – Apontament<strong>os</strong> para a história <strong>da</strong> <strong>estação</strong> <strong>de</strong> S. Bento, pág. 6.<br />
36 CARDOSO, António Card<strong>os</strong>o Pinheiro <strong>de</strong> – Estação <strong>de</strong> S. Bento Marques <strong>da</strong> Silva. Porto: Instituto<br />
Arquitecto J<strong>os</strong>é Marques <strong>da</strong> Silva, 2007, pp. 77-78.<br />
37 Ibi<strong>de</strong>m, pág. 81.<br />
38 Ibi<strong>de</strong>m, pp. 73-74.<br />
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