os painéis de azulejo da estação de s. bento - Repositório Aberto da ...
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Em entrevista ao jornal “A República”, Marques <strong>da</strong> Silva é <strong>de</strong> opinião que a<br />
praça <strong>de</strong> Almei<strong>da</strong> <strong>da</strong> Garrett, se ficasse apenas com trecho <strong>da</strong> <strong>estação</strong>, ficava ain<strong>da</strong><br />
muito <strong>de</strong>scomp<strong>os</strong>ta e pouco se lhe notava <strong>de</strong> “amplo” e “novo”. Daí a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
rasgar a Aveni<strong>da</strong> Saraiva <strong>de</strong> Carvalho e <strong>de</strong> se contemplar as suas outras prop<strong>os</strong>tas,<br />
nomea<strong>da</strong>mente montar do lado sul do prédio <strong>da</strong> Estação <strong>de</strong> S. Bento o edifício d<strong>os</strong><br />
Correi<strong>os</strong> e Telégraf<strong>os</strong> e outras repartições <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes do Ministério do Fomento,<br />
ficando o edifício à face <strong>da</strong> Rua do Loureiro, tornando aquele local o centro comercial e<br />
popular do Porto. 57<br />
Já n<strong>os</strong> finais <strong>de</strong> 1912, “sendo arquitecto consultor” preten<strong>de</strong> assumir sem<br />
vencimento a situação <strong>de</strong> arquitecto <strong>da</strong>s obras <strong>de</strong> execução, as quais <strong>de</strong>verão ser sempre<br />
feitas com a sua indicação e aprovação mas sem êxito.<br />
É com gran<strong>de</strong> respeito que <strong>os</strong> engenheir<strong>os</strong> Carl<strong>os</strong> Freire Themudo e Alfredo<br />
Ferreira, do Minho e Douro, se lhe dirigem pedindo a sua colaboração e ele mesmo<br />
reconhecerá, em entrevista ao jornal a Capital, que “[se] f<strong>os</strong>se, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o começo, ouvido<br />
auscultado, atendido como agora [era], com certeza a <strong>de</strong>spesa não teria ido tão longe e a<br />
<strong>estação</strong> ficaria talvez mais harmónica, mais perfeita no conjunto e n<strong>os</strong> seus <strong>de</strong>talhes”. 58<br />
As obras continuaram por longo tempo, mas sempre vagar<strong>os</strong>amente mercê <strong>de</strong><br />
várias circunstâncias, mas o cinco <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1916 chegou. Era o dia glori<strong>os</strong>o que<br />
marcava mais uma efeméri<strong>de</strong> para a monumental <strong>estação</strong>. Estava pronta, e ia ser<br />
inaugura<strong>da</strong>. Não direm<strong>os</strong> na<strong>da</strong> a propósito, porém. A reportagem <strong>de</strong> O Comércio do<br />
Porto, <strong>da</strong> época, dirá o que se preten<strong>de</strong>. Por isso a transcrevem<strong>os</strong>:<br />
57 Ibi<strong>de</strong>m, pág. 96.<br />
58 Ibi<strong>de</strong>m, pág. 97.<br />
«As festas comemorativas do 6.º aniversário <strong>da</strong> República assinalaram-<br />
se este ano por um facto culminante para o Porto – a inauguração oficial <strong>da</strong><br />
<strong>estação</strong> central d<strong>os</strong> Caminh<strong>os</strong> <strong>de</strong> Ferro do Minho e Douro.<br />
Cerimónia singela mas expressiva, não foi sem um sentimento <strong>de</strong> íntima<br />
satisfação que uma enorme massa <strong>de</strong> povo, p<strong>os</strong>ta<strong>da</strong> na praça Almei<strong>da</strong> Garrett,<br />
assistiu à abertura solene <strong>da</strong>s portas do grandi<strong>os</strong>o edifício <strong>da</strong> Estação <strong>de</strong> S.<br />
Bento e se associou com exclamação jubil<strong>os</strong>as, ao acto inaugural que as<br />
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