os painéis de azulejo da estação de s. bento - Repositório Aberto da ...
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foi sanciona<strong>da</strong>, sendo afinal tratad<strong>os</strong> em 10 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1906 <strong>os</strong> azulej<strong>os</strong> artístic<strong>os</strong> do<br />
vestíbulo por 20 cont<strong>os</strong> <strong>de</strong> reis. 74<br />
O ilustre artista, entusiasmado com o campo oferecido à sua activi<strong>da</strong><strong>de</strong>, pôs logo<br />
mã<strong>os</strong> à obra com ardor. Era <strong>de</strong> a prever, e assim suce<strong>de</strong>u, que a concluiria muito antes<br />
<strong>de</strong> estar o vestíbulo em condições <strong>de</strong> receber e isso explica <strong>de</strong>mora havi<strong>da</strong> no<br />
assentamento d<strong>os</strong> azulej<strong>os</strong>.<br />
Os quadr<strong>os</strong> eram examinad<strong>os</strong>, logo que ele <strong>os</strong> pintava e antes <strong>de</strong> serem fixad<strong>os</strong><br />
pela acção do fogo. Depois <strong>de</strong> pront<strong>os</strong>, mais garanti<strong>da</strong> estava a sua conservação até ao<br />
assentamento, fazendo <strong>de</strong>p<strong>os</strong>itário <strong>de</strong>les o pintor, ao qual se abonava uma parte do<br />
custo, em vez <strong>de</strong> <strong>os</strong> sujeitar a<strong>os</strong> azares <strong>da</strong> armazenagem na <strong>estação</strong> do Porto. 75<br />
O assentamento foi em 1915, tendo a execução sido feita pela fábrica Lusitana,<br />
em Lisboa, <strong>da</strong> qual Jorge Colaço era co-proprietário.<br />
Não há dúvi<strong>da</strong>s que Jorge Colaço pôs n<strong>os</strong> <strong>painéis</strong> <strong>de</strong> <strong>azulejo</strong> do vestíbulo <strong>da</strong><br />
Estação <strong>de</strong> S. Bento o melhor do seu talento, revelando extraordinário po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />
concepção e alto sentimento artístico. Com mérito relevante soube distribuir <strong>os</strong> <strong>painéis</strong> e<br />
casá-l<strong>os</strong> com a arquitectura monumental, numa perfeita harmonia. 76<br />
Quando, em 5 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1916, em pleno período republicano, o espaç<strong>os</strong>o<br />
local <strong>da</strong> Estação do Porto foi franqueado ao público, <strong>os</strong> azulej<strong>os</strong> <strong>de</strong> Jorge Colaço<br />
mereceram <strong>de</strong>s<strong>de</strong> logo, <strong>os</strong> maiores elogi<strong>os</strong>.<br />
74 Ibi<strong>de</strong>m, pág. 17.<br />
75 Ibi<strong>de</strong>m, pág. 18.<br />
«O Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Paço-Vieira, que fora Ministro <strong>da</strong>s Obras Públicas e<br />
qualificado <strong>de</strong> arte, em “Os Azulej<strong>os</strong> <strong>de</strong> Colaço”, publicado em 1916,<br />
<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> referir-se a<strong>os</strong> azulej<strong>os</strong> <strong>da</strong> Escola Médica <strong>de</strong> Lisboa e Palace<br />
Hotel do Buçaco, diz o seguinte»:<br />
«Nenhum, porém, <strong>de</strong>stas <strong>de</strong>corações é obra primacial <strong>de</strong> Jorge Colaço,<br />
apesar <strong>de</strong> serem ambas esplêndi<strong>da</strong>s.<br />
On<strong>de</strong> o seu gran<strong>de</strong> e múltiplo talento se manifesta plenamente e on<strong>de</strong> ele<br />
revelou todo o seu elevado sentimento artístico, foi n<strong>os</strong> azulej<strong>os</strong> <strong>da</strong> Estação<br />
Central do Porto.<br />
76 GUIMARÃES, Ag<strong>os</strong>tinho – Azulej<strong>os</strong> do Porto – Estação <strong>de</strong> S. Bento. O Tripeiro. Porto: Série<br />
Nova/Ano III/N. <strong>os</strong> 11-12, [S.d.] pág. 339.<br />
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