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ANTONIO ARALDO FERRAZ DAL POZZO* - Ministério Público - RS

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minutos para as duas horas, vimos o Dr. Pertence entrando pelo meio da sala,<br />

fumando um cachimbo, dirigindo-se diretamente ao Deputado Egídio. Jamais<br />

saberei o que disseram, porque não ouvi, porque estava na platéia, mas vi que<br />

a conversa não foi amistosa. Todavia, nesse instante suspiramos aliviados, pois<br />

“Inês era morta”. Com essa manobra a proibição da advocacia ficou e nunca<br />

mais saiu do texto. Não sei se na votação ganharíamos, talvez até<br />

ganhássemos, mas era um risco muito grande para se correr.<br />

Houve inúmeros lances desse tipo.<br />

Por exemplo, vocês sabem por que está escrito que cabe ao <strong>Ministério</strong><br />

<strong>Público</strong> o controle externo da atividade policial? Uma noite estávamos jantando<br />

no Restaurante Gambrino’s. Eu, o Ibsen, o Sabella, não lembro mais quem,<br />

acho que o Burle. Estávamos conversando e eu lamentava, me referindo aos<br />

Delegados de Polícia: — “Pô, esses delegados, caramba, os caras só querem<br />

equiparação, nós estamos cansados de ir atrás de tirar equiparação dos textos”. O<br />

tema era uma briga. Aí o Ibsen disse: —“É, precisamos botar um ‘bode’ na sala<br />

deles”. Era uma boa idéia! Então ficamos pensando no que podia ser. Pegamos<br />

um guardanapo de papel (até pouco tempo atrás eu tinha esse guardanapo com<br />

a letra do Ibsen) e começamos a escrever: “Como é que podemos fazer? Controle<br />

externo da atividade policial, não fica legal assim? Fica, vamos colocar esse<br />

negócio”. E, pasmem, não conseguimos mais tirar, esse controle do texto que,<br />

para mim é um “pepino” enorme. Na verdade, penso o assunto não deveria<br />

estar na Constituição. Assim pusemos o “bode” na sala dos delegados, e,<br />

realmente, eles começaram a ter que brigar contra isso, esquecendo um pouco<br />

o negócio da equiparação. E, assim, o controle ficou lá e virou texto<br />

constitucional...<br />

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