ANTONIO ARALDO FERRAZ DAL POZZO* - Ministério Público - RS

Consultoria-Geral da União. Eles estavam montando um esquema de
interferência na Constituinte. Quando percebemos isso, e até porque éramos
adversários políticos, tentamos atuar não apenas na Consultoria-Geral como
também junto ao Plínio de Arruda Sampaio, buscando interferir na situação.
Aí aconteceu uma outra coincidência envolvendo novamente a política do
Estado de São Paulo e a do Rio Grande do Sul. O Fleury, que era o Presidente
da CONAMP, foi convidado, em janeiro de 1987 ou 1988, não recordo bem ao
certo, para ser Secretário da Segurança Pública do Governo Quércia e teve que
se afastar das atribuições de Presidente da CONAMP. No entanto, como eu era
o Secretário-Executivo desde a primeira eleição dele e praticamente elaborava
toda essa planificação ideológica - modéstia à parte – por uns poucos dias
acabei conduzindo a entidade, já que o Fleury não conseguia fazer mais nada,
dados seus afazeres como Secretário da Segurança. Eu, porém, estava direto
em Brasília.
Nessa época, o Vice do Fleury na CONAMP, como já disse, era o Paulo
Olímpio. Liguei para ele e falei: - “Paulo, como é que vamos fazer, estamos a seis
meses da eleição (que era em junho), como é que fazemos?”. Aí o Paulo falou:
“Olha, Araldo, eu estou muito por fora...” — E estava mesmo, porque não cabia
ao Vice ter uma atuação mais presente — “Olha, Araldo, eu não vou ter tempo,
pelo amor de Deus toca isso aí, você vai me consultando, vamos conversando pelo
telefone”. A minha convivência com ele era muito boa, sempre foi ótima, então,
nos entendíamos por telefone, e eu passei a comandar aquilo. Acontece, então,
um fato importante: o primeiro ato que houve para desencadear os trabalhos da
Assembléia Nacional Constituinte, foi a designação das audiências públicas e a
primeira audiência pública da Constituinte foi a do Ministério Público, realizada
no dia 13 de abril de 1987.
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