ANTONIO ARALDO FERRAZ DAL POZZO* - Ministério Público - RS
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nossas reivindicações fortíssimas, que faríamos uma frente invencível. Os<br />
nossos adversários é que apostavam em nosso desentendimento. A partir de<br />
então – conquanto jamais revelado publicamente – valeu um grande acordo<br />
entre nós, que foi um dos motivos de nossa vitória.<br />
MEMORIAL: Esse é o famoso “acordão”?<br />
ENTREVISTADO: É um deles.<br />
Outro ponto, alvo de brigas e discussões, era o Juizado de Instrução.<br />
Tratava-se, em verdade, de uma ameaça que nós tínhamos contra a<br />
Magistratura, pois nossa proposta era de transformar os Delegados de Direito<br />
em Juízes de Instrução, o que era uma idéia inaceitável por pare do Poder<br />
Judiciário. Depois do acordo referido, abandonamos essa idéia. O que sempre<br />
havia, no entanto, eram resistências isoladas de algumas associações de<br />
Magistrados, que achavam que o <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> estava crescendo muito,<br />
mas a direção nacional estava afinada conosco e nós com ela.<br />
MEMORIAL: E quais os outros setores da sociedade civil, que era possível<br />
sentir, tinham uma visão diferente do que deveria ser o <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>? Por<br />
exemplo, existia uma visão dos empresários sobre o <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>, existia<br />
uma visão do Poder Executivo sobre o <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>, uma visão da Igreja<br />
sobre o <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>?<br />
ENTREVISTADO: Havia, mas ninguém com uma oposição, pelo menos,<br />
declarada, às idéias que estavam sendo postas para discussão. Mesmo o Poder<br />
Executivo Central e dos Estados não ofereciam muita resistência, a não ser<br />
quanto à escolha do Procurador-Geral. Queríamos que sua nomeação fosse pelo<br />
Colégio de Procuradores, recaindo no mais votado – mas isto não conseguimos<br />
e até hoje é uma falha imensa no sistema. Esse foi o ponto de atrito com o<br />
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