ANTONIO ARALDO FERRAZ DAL POZZO* - Ministério Público - RS
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muito menos importante. É a violência criminosa e aquela de que é vítima o<br />
coitado do sujeito que mora a 20 km do centro, lá na periferia, e que não tem<br />
água, que não tem luz, que não tem esgoto, que não tem condução, que tem<br />
que andar a pé não sei quantos quilômetros, que é assaltado no meio do<br />
caminho para tirarem dele um sapato velho... Quer dizer, hoje há um clima de<br />
insegurança completa, e nós, o que estamos fazendo? Não me conformo com<br />
isso. Entendo que o <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> nesse ponto está cometendo um erro<br />
histórico, alguém tem que levantar essa bandeira. A Constituinte nos deu as<br />
armas para isso, temos independência, autonomia administrativa,<br />
independência financeira, somos uma Instituição, temos condições de gerar<br />
uma vontade própria, meios para isso.<br />
MEMORIAL: A esse propósito da autonomia administrativa e financeira, ela<br />
não consta da carta de Curitiba e ela avança Constituinte a dentro, é num<br />
desses aspectos que podemos dizer que a Constituinte avançou em relação a<br />
Carta de Curitiba?<br />
ENTREVISTADO: Exatamente. A Carta ficou velha nos primeiros dias, o que<br />
era para nós uma coisa quase impossível tornou-se realidade... Nós nem<br />
ousamos colocar naquele primeiro documento oficial. Claro que queríamos,<br />
mas achamos que se colocássemos nossas outras idéias não seriam aceitas.<br />
MEMORIAL: Até que ponto essa autonomia administrativa e financeira,<br />
não está propriamente configurando o <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> como um poder<br />
autônomo, independente, com capacidade de conceber, implantar e executar<br />
políticas públicas específicas?<br />
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