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ANTONIO ARALDO FERRAZ DAL POZZO* - Ministério Público - RS

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dos promotores em relação aos seus direitos e prerrogativas. O Procurador-<br />

Geral usava e abusava, e ninguém se opunha, porque não havia uma<br />

consciência dos limites da função, que a ampla discussão da Constituição<br />

trouxe à tona, então, na verdade, ele fazia muita coisa que não podia estar<br />

fazendo, e com a Constituição as coisas foram colocadas mais ou menos nos<br />

seus devidos lugares. O movimento constituinte deu consciência aos<br />

promotores de suas garantias. Mas, por outro lado, o Procurador-Geral<br />

adquiriu competências que jamais teve, como a de propor orçamento, a de<br />

iniciativa de lei, de praticar atos internos de autogoverno do <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>.<br />

O que era o <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> antes de 1988? Era uma unidade<br />

orçamentária de uma das Secretarias do Estado. Aqui em São Paulo, unidade<br />

orçamentária da Secretaria da Justiça. Então, o que o Secretário resolvia era o<br />

que devíamos ter de orçamento, era o que nós tínhamos. As nomeações,<br />

promoções, remoções, eram todas ato do Governador, que deveriam passar pelo<br />

Secretário, e tudo isso acabou. Na verdade, o Procurador-Geral ganhou um<br />

status muito maior, mas um status legal e não aquele de praticar abusos, que<br />

como antes. O Procurador-Geral passou a ter muito mais poderes na órbita<br />

administrativa de gerenciamento da Instituição com a Constituição.<br />

Mas aí houve, aqui em São Paulo, um problema sério que acabou<br />

desembocando na minha aposentadoria.; Eu me aposentei por causa disso. Vou<br />

explicar: eu achava que o Procurador-Geral, por ser Chefe de um Poder, nos<br />

termos que nós estamos conversando, precisa ter poderes institucionais que se<br />

projetassem para fora da Instituição, a fim de ganhar respeitabilidade nas altas<br />

esferas dos Poderes de Estado. É óbvio que isso eu dizia internamente. Aos<br />

colegas eu nunca tive escrúpulos em dizer que ele é Chefe de Poder do Estado,<br />

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