ANTONIO ARALDO FERRAZ DAL POZZO* - Ministério Público - RS
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atuação criminal, querendo transformar o nosso CAEX num instituto de<br />
criminalística. Fui ao Japão para ver como funcionava a polícia metropolitana<br />
de Tóquio, enfim, tinha uma porção de idéias na cabeça para fazer o quê? Para<br />
deixar de vender ao grande público que o <strong>Ministério</strong> somente faz a defesa do<br />
consumidor, do meio ambiente, do não sei o que... Nós sabemos que essa<br />
atuação é circunstancial e episódica na vida do <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> e eu buscava<br />
fazer com que ele se voltasse ao que é essencial. Essa atividade criminal nunca<br />
será de ninguém, será sempre nossa. Então, tentei com muito esforço, mesmo,<br />
corrigir isso aí. Mas o <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> está adormecido para esse problema,<br />
completa e totalmente adormecido. E, hoje, por exemplo, São Paulo vive um<br />
problema de criminalidade como nunca houve na história, com número incrível<br />
de seqüestros relâmpagos, de assaltos e outros tipos de violência. É<br />
impressionante. Dificilmente você conversa com alguém que não tenha sido<br />
vítima de assalto. Minha família foi assaltada, os ladrões entraram no nosso<br />
prédio e em nosso apartamento! Seu filho sai de casa, você reza um terço para<br />
ele voltar, é um inferno viver nessa cidade. Há um ano atrás, estive na<br />
Associação - não costumo ir muito lá - e falei: “Mas gente, qual é o plano do<br />
<strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> de São Paulo para combater a violência e a criminalidade?”. Não<br />
existe, isso não é problema nosso, isso é problema da economia que não dá<br />
emprego, é problema da Polícia que não funciona. Percebe? Então, estamos<br />
com uma falha gritante, tremenda, e houve um tempo até, em que esse assunto<br />
não dava manchete, hoje, até dá manchete nos jornais, e nem assim, o<br />
<strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> acordou para isso. Vejo reuniões em Brasília sobre a criação<br />
da Secretaria de Segurança Nacional, e não vejo representante do <strong>Ministério</strong><br />
<strong>Público</strong>, imagine! Modestamente, se eu fosse Presidente da CONAMP isso não<br />
aconteceria nunca, porque esse é um problema inteiramente nosso. Para<br />
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