boletim tr/es 2010.241 - Justiça Federal
boletim tr/es 2010.241 - Justiça Federal
boletim tr/es 2010.241 - Justiça Federal
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
38 - 2007.50.51.003126-4/01 MARIA DA PENHA VERLI PEDRO MARONI (ADVOGADO: ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA,<br />
EMILENE ROVETTA DA SILVA, ALAN ROVETTA DA SILVA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />
(PROCDOR: Bruno Medeiros Bastos.).<br />
E M E N T A<br />
PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – CONCESSÃO – LAUDO JUDICIAL DESFAVORÁVEL –<br />
INCAPACIDADE INFERIDA DO CONJUNTO PROBATÓRIO, LEVANDO-SE EM CONSIDERAÇÃO A ATIVIDADE DE<br />
REABILITAÇÃO PARA OUTRA ATIVIDADE – DIREITO ADQUIRIDO A ESTE BENEFÍCIO NA CONDIÇÃO DE SEGURADA<br />
ESPECIAL DESDE A CESSAÇÃO DO AUXÍLIO-DOENÇA – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA<br />
REFORMADA.<br />
Pelo conjunto probatório acostado aos autos, é possível vislumbrar que a atividade que garantia a subsistência da<br />
recorrente era a de <strong>tr</strong>abalhadora rural, o que pode ser at<strong>es</strong>tado pelo fato de a m<strong>es</strong>ma ter percebido auxílio-doença por<br />
cerca de <strong>tr</strong>ês anos na condição de segurada <strong>es</strong>pecial, conforme documentos de fls. 42/43.<br />
Ademais, a en<strong>tr</strong>evista da recorrente, datada de 1996, é bem <strong>es</strong>clarecedora quanto à profissão que sempre prevaleceu em<br />
sua vida laboral, a qual é a de lavradora, o que é reforçado pelo con<strong>tr</strong>ato de parceria às fls. 54/54-v. A recorrente nec<strong>es</strong>sitou<br />
deixar sua atividade cotidiana por não ter mais condiçõ<strong>es</strong> físicas de exercê-la, pois é de conhecimento do todos que o labor<br />
rural <strong>es</strong>gota de forma considerável as energias do <strong>tr</strong>abalhador, e a enfermidade que a afetou, com o conseqüente<br />
<strong>tr</strong>ansplante renal, a impossibilitou de vez a exercer atividade rural e qualquer ou<strong>tr</strong>a de índole braçal.<br />
A m<strong>es</strong>ma só deixou de exercer a atividade rural devido a sua enfermidade e devido aos cuidados pós-<strong>tr</strong>ansplante, que a<br />
impediam de exercer tal atividade. Sendo assim, a atividade da recorrente ficou r<strong>es</strong><strong>tr</strong>ita às tarefas domésticas, das quais a<br />
maioria das mulher<strong>es</strong> não pode se <strong>es</strong>quivar, m<strong>es</strong>mo com a saúde fragilizada, valendo lembrar que, conforme a redação do<br />
artigo 42 da Lei 8.213/91, <strong>es</strong>sa atividade que vem sendo realizada pela m<strong>es</strong>ma não é capaz de garantir a sua subsistência,<br />
não podendo ser comparada à atividade de empregada doméstica, pautada na remuneração e na subordinação, a qual<br />
exigiria muito mais do físico da recorrente, o que seria impraticável devido à enfermidade da m<strong>es</strong>ma.<br />
D<strong>es</strong>sa forma, pelos documentos acostados aos autos, fica explícita a incapacidade laboral da recorrente para a atividade<br />
que exercia, que era a de lavradora, e para qualquer ou<strong>tr</strong>a atividade que lhe garanta a subsistência, tendo em vista sua<br />
condição p<strong>es</strong>soal de sempre ter laborado no meio rural, não tendo condiçõ<strong>es</strong> de exercer atividade de cunho intelectual.<br />
O Código de Proc<strong>es</strong>so Civil, em seus artigos 131 e 436, permite ao juiz formar seu convencimento com ou<strong>tr</strong>os elementos<br />
ou fatos provados, não <strong>es</strong>tando ads<strong>tr</strong>ito apenas à conclusão obtida pelo perito, d<strong>es</strong>de que motive suas decisõ<strong>es</strong>, o que foi<br />
feito acima.<br />
Recurso conhecido e provido para reformar a sentença recorrida e condenar o INSS a conceder aposentadoria por invalidez<br />
ao recorrente, nos termos do voto constante dos autos.<br />
Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios.<br />
A C Ó R D Ã O<br />
Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />
Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santos CONHECER E DAR PROVIMENTO AO RECURSO,<br />
reformando-se a sentença, na forma do voto e ementa constant<strong>es</strong> dos autos, que ficam fazendo parte integrante do<br />
pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />
FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIA<br />
NOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS<br />
92001 - RECURSO/SENTENÇA PENAL<br />
39 - 2006.50.50.001218-9/01 LUIZ ROBERTO SOARES SARCINELLI (ADVOGADO: LUIZ ROBERTO SOARES<br />
SARCINELLI, CARLOS GUILHERME MACEDO PAGIOLA CORDEIRO, Arthur Stephan Silva de Melo.) x MINISTERIO<br />
PUBLICO FEDERAL (PROCDOR: JULIO DE CASTILHOS.).<br />
E M E N T A<br />
PROCESSUAL PENAL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ALEGAÇÃO DE NULIDADE. INTIMAÇÃO REGULAR DO MPF.<br />
EMBARGOS REJEITADOS.<br />
1. Luiz Roberto Soar<strong>es</strong> Sarcinelli foi condenado a 1 ano e 5 m<strong>es</strong><strong>es</strong> de detenção em regime aberto. Em sede de recurso<br />
inominado (fls. 634 / 642) a Turma Recursal, por unanimidade, anulou o proc<strong>es</strong>so d<strong>es</strong>de o recebimento da denúncia e<br />
reconheceu a pr<strong>es</strong>crição re<strong>tr</strong>oativa uma vez decorridos mais de 4 anos en<strong>tr</strong>e a data dos fatos e a data da s<strong>es</strong>são de<br />
julgamento (crime a que se comina pena máxima de 2 anos e que a<strong>tr</strong>ai lapso pr<strong>es</strong>cricional de 4 anos). D<strong>es</strong>sa decisão o<br />
MPF interpôs embargos de declaração alegando nulidade do julgamento por ausência de intimação do órgão ministerial.<br />
2. Sustenta o embargante que o proc<strong>es</strong>so foi remetido ao MPF em 07.04.2010, ocasião em que se requereu nova<br />
manif<strong>es</strong>tação na s<strong>es</strong>são de julgamento, retornando os autos ao cartório no dia 08.04.2010. Alega que a inclusão na pauta<br />
do dia 13.04.2010 ocorreu em 09.04.2010, ao invés do dia 06.04.2010. Por fim, alega que a def<strong>es</strong>a produziu manif<strong>es</strong>tação<br />
oral na s<strong>es</strong>são de julgamento, o que configurou igualmente ofensa ao con<strong>tr</strong>aditório.