boletim tr/es 2010.241 - Justiça Federal
boletim tr/es 2010.241 - Justiça Federal
boletim tr/es 2010.241 - Justiça Federal
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
8. Pelo exposto, julgo extinto o proc<strong>es</strong>so ante o reconhecimento da decadência, com fundamento no art. 269 – IV CPC.<br />
Revogo a liminar anteriormente concedida.<br />
A C Ó R D Ã O<br />
Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />
Seção Judiciária do Espírito Santo JULGAR EXTINTO O PROCESSO POR DECADÊNCIA DO DIREITO DE IMPETRAR<br />
MANDADO DE SEGURANÇA E REVOGAR A LIMINAR ANTERIORMENTE DEFERIDA, nos termos da ementa que integra<br />
o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />
91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL<br />
42 - 2009.50.50.001212-9/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA<br />
SILVEIRA.) x LINDA ELLEN RODRIGUES FIGUEREDO (ADVOGADO: WELINGTON COSTA BRAGA.).<br />
EMENTA<br />
PREVIDENCIÁRIO. JUROS DE MORA. A LEI 11960 / 2009 SE APLICA ÀS ATUALIZAÇÕES DE DÉBITOS<br />
PREVIDENCIÁRIOS A PARTIR DE SUA ENTRADA EM VIGOR. CONSTITUCIONALIDADE DA LEI 11960 / 2009. O<br />
COMANDO DO ART. 7 – II DA LC 95 / 98 NO SENTIDO DE QUE AS LEIS NÃO TRATEM DE TEMAS DIVERSOS E SEM<br />
AFINIDADE ENTRE SI NO MESMO DIPLOMA CONSTITUI RECOMENDAÇÃO DE TÉCNICA LEGISLATIVA SEM FORÇA<br />
DE DETERMINAR A INCONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS QUE NÃO O FAÇAM. RECORSO CONHECIDO E PROVIDO.<br />
1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença que afastou a aplicação da sistemática de juros<br />
de mora prevista na Lei 11960 / 2009. A sentença afastou a aplicação da sistemática de juros de mora prevista na Lei<br />
11960 / 2009 por dois fundamentos: (a) <strong>tr</strong>ata-se de norma de direito material e por isso somente poderia ser aplicada às<br />
correçõ<strong>es</strong> relativas a fatos gerador<strong>es</strong> anterior<strong>es</strong> e (b) a Lei 11960 / 2009 é inconstitucional por ferir o disposto no art. 7º - II<br />
da LC 95 / 98.<br />
2. Razão assiste ao INSS.<br />
3. O argumento da inconstitucionalidade não pode ser acolhido. O art. 7º - II da LC 95 / 98, ao determinar que a lei não<br />
contenha matéria <strong>es</strong><strong>tr</strong>anha ao seu objeto ou a <strong>es</strong>te não vinculada por afinidade, pertinência ou conexão, não possui força<br />
cogente ao ponto de determinar a inconstitucionalidade das leis posterior<strong>es</strong> que não observem <strong>es</strong>se princípio. Trata a LC 95<br />
/ 98 de diploma que teve por finalidade minimizar os <strong>tr</strong>anstornos e a assime<strong>tr</strong>ia do ordenamento legislativo brasileiro,<br />
marcado profundamente pela inflação legislativa, decorrente de leis que <strong>tr</strong>atam de diversos temas ao m<strong>es</strong>mo tempo. Tema<br />
que se liga ao aprimoramento da técnica legislativa, mas não implica a inconstitucionalidade das leis que não observem a<br />
melhor técnica. Tanto assim que não há, na LC 95 / 98, critérios para definir o grau de abs<strong>tr</strong>ação determinante do objeto da<br />
lei. No caso dos autos, a Lei 11960 / 09 <strong>tr</strong>atou de temas correlatos, sim, pois o tema da correção monetária é intimamente<br />
ligado ao tema <strong>tr</strong>ibutário – fartamente disciplinado na Lei 11960 / 09. Por fim, a adoção d<strong>es</strong>se critério de constitucionalidade<br />
exposto na sentença dificilmente poderia ser aplicado de forma homogênea em todas as leis brasileiras posterior<strong>es</strong> à LC 95<br />
/ 98.<br />
4. Quanto ao caráter de direito material da Lei 11960 / 2009, sem dúvida que implica em aplicação meramente prospectiva,<br />
afastando-se sua irre<strong>tr</strong>oatividade. Contudo o critério para definir a impossibilidade de re<strong>tr</strong>oação não é o do fato gerador da<br />
dívida, como afirmado na sentença, mas sim, e tão somente, a data da en<strong>tr</strong>ada em vigor da Lei 11960 / 09 em face da<br />
planilha de evolução do débito decorrente da condenação, indiferentemente da data do fato que originou a condenação.<br />
5. Recurso do INSS conhecido e provido para determinar que, na atualização monetária do débito decorrente da<br />
condenação seja aplicada a Lei 11960 / 2009 para as competências posterior<strong>es</strong> à sua en<strong>tr</strong>ada em vigor. Sem condenação<br />
em custas e honorários advocatícios.<br />
A C Ó R D Ã O<br />
Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />
Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E DAR PROVIMENTO ao recurso interposto pelo<br />
INSS, nos termos da ementa – parte integrante d<strong>es</strong>te julgado.<br />
43 - 2008.50.50.005054-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA<br />
SILVEIRA.) x ANREIA SASSEMBURG (ADVOGADO: ANDRÉ VINICIUS MARQUES GONÇALVES.).<br />
EMENTA<br />
PREVIDENCIÁRIO. INCAPACIDADE PARA ATIVIDADE HABITUAL. POSSIBILIDADE DE REABILITAÇÃO. INCABÍVEL A<br />
CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. SENTENÇA REFORMADA. RECURSO PROVIDO.<br />
1. Sentença que julgou procedente em parte o pedido, convertendo auxílio-doença em aposentadoria por invalidez, com DIB<br />
em 27/03/2008. Sustenta o INSS, em suas razõ<strong>es</strong> recursais, que o perito do juízo reconheceu que a autora não <strong>es</strong>tá<br />
totalmente incapacitada para o <strong>tr</strong>abalho, podendo d<strong>es</strong>empenhar atividad<strong>es</strong> compatíveis com sua limitação laboral (qu<strong>es</strong>itos<br />
16 e 19 – fls. 49/50). Alega, ainda, que a qu<strong>es</strong>tão da possibilidade da autora se inserir ou não no mercado de <strong>tr</strong>abalho diz<br />
r<strong>es</strong>peito às políticas públicas de emprego e não ao direito previdenciário. Sem con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong>.<br />
2. O perito at<strong>es</strong>tou, às fls. 44/50, que a autora é portadora de ar<strong>tr</strong>ose discreta de joelho e deformidade de cotovelo direito<br />
com limitação dos últimos graus de extensão, e concluiu pela incapacidade total e definitiva para a sua atividade habitual de