boletim tr/es 2010.241 - Justiça Federal
boletim tr/es 2010.241 - Justiça Federal
boletim tr/es 2010.241 - Justiça Federal
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Entendo que houve, portanto, cerceamento de def<strong>es</strong>a, e diante do prejuízo causado à parte autora, impõe-se a anulação da<br />
sentença proferida e a rem<strong>es</strong>sa dos autos ao Juízo de origem para que, após realizada a oitiva das t<strong>es</strong>temunhas, ou<strong>tr</strong>a seja<br />
proferida em seu lugar, com base nas provas produzidas.<br />
Sentença anulada.<br />
Sem custas e honorários advocatícios.<br />
ACÓRDÃO<br />
Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />
Seção Judiciária do Espírito Santo em ANULAR A SENTENÇA e remeter os autos ao juízo de origem para prolação de<br />
novo provimento jurisdicional, na forma do voto e ementa constant<strong>es</strong> dos autos, que passam a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />
70 - 2007.50.50.006751-1/01 MARIA DA CONCEIÇÃO MALVESTIO MARIANI (ADVOGADO: DIMAS PINTO VIEIRA.) x<br />
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Isabela Boechat B. B. de Oliveira.).<br />
E M E N T A<br />
PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO – CÔMPUTO DO TEMPO DE LABOR<br />
RURAL, COMO SEGURADA ESPECIAL, PARA EFEITOS DE CARÊNCIA – IMPOSSIBILIDADE – VEDAÇÃO PRESENTE<br />
NO ARTIGO 55, §2º, DA LEI 8.213/91 – REQUISITOS NÃO PREENCHIDOS – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO<br />
CONHECIDO E IMPROVIDO.<br />
1. Trata-se de recurso inominado interposto pela autora em face de sentença de fl.124, que julgou improcedente o pedido<br />
de conc<strong>es</strong>são do benefício de aposentadoria por tempo de con<strong>tr</strong>ibuição. Alega a recorrente, que laborou no meio rural, em<br />
regime de economia familiar, até 1968 e que, posteriormente, passou a d<strong>es</strong>empenhar atividade urbana, tendo vertido<br />
con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong> para a Previdência por aproximadamente 08 anos. Por entender pr<strong>es</strong>ent<strong>es</strong> todos os requisitos, requer seja<br />
reformada a sentença.<br />
2. Não assiste razão a recorrente. Inicialmente, sabe-se que, por disposição expr<strong>es</strong>sa do artigo 55, § 2º da Lei 8.213/1991,<br />
o exercício do labor rural ant<strong>es</strong> da Lei 8.213/1991, ou seja, anteriormente a 24/07/1991, não será considerado para efeito de<br />
carência. Certamente, o simpl<strong>es</strong> exercício de atividade rural, em regime de economia familiar, garante o vínculo com a<br />
Previdência Social, mas tão-somente com relação a alguns benefícios (aposentadoria por idade ou por invalidez,<br />
auxílio-doença, auxílio-reclusão e pensão por morte), conforme regulamenta o art. no art. 39, inciso I, da Lei 8.213/91. Este<br />
artigo, contudo, não inclui em seu bojo a aposentadoria por tempo de con<strong>tr</strong>ibuição, motivo pelo qual o <strong>tr</strong>abalho rural, sem o<br />
efetivo recolhimento de con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong> previdenciárias, não pode ser contabilizado para efeitos de carência. Até m<strong>es</strong>mo<br />
porque o inciso II d<strong>es</strong>se m<strong>es</strong>mo dispositivo, complementado as informaçõ<strong>es</strong> do inciso anterior, regulamenta expr<strong>es</strong>samente<br />
que para os demais benefícios o recolhimento facultativo é indispensável.<br />
3. Den<strong>tr</strong>o de tal perspectiva, em que p<strong>es</strong>e a parte autora ter alegado labor rural até 1968, não r<strong>es</strong>tou demons<strong>tr</strong>ado nos<br />
autos o efetivo recolhimento de suas con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong> previdenciárias, o que impossibilita a contagem do tempo de labor rural<br />
para efeito de carência (art. 55, § 2° da Lei 8.213 /91).<br />
4. Ainda n<strong>es</strong>se contexto, verifica-se que a autora somente se filiou ao regime urbano como con<strong>tr</strong>ibuinte individual em<br />
01/07/1994 e, de acordo com os recolhimentos efetuados pela parte autora (fls.46/108), a m<strong>es</strong>ma possui apenas 90<br />
con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong>, inferior ao número mínimo de con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong> mensais (180) nec<strong>es</strong>sárias para o cumprimento da carência do<br />
benefício pleiteado, consoante Legislação Previdenciária.<br />
5. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.<br />
6. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a recorrente é beneficiária de assistência<br />
judiciária.<br />
ACÓRDÃO<br />
Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />
Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante dos autos, que<br />
passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />
71 - 2007.50.50.003074-3/01 JOSE AMAURI SIMOES (ADVOGADO: JOÃO EUGÊNIO MODENESI FILHO.) x CAIXA<br />
ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: CLEBER ALVES TUMOLI.).<br />
E M E N T A<br />
FGTS - JUROS PROGRESSIVOS - NÃO APRESENTAÇÃO DE EXTRATO DE CONTA VINCULADA - DOCUMENTO<br />
DISPENSÁVEL - FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO COMPROVADO POR CTPS - RECURSO CONHECIDO E<br />
PROVIDO.<br />
Os ex<strong>tr</strong>atos das contas vinculadas não são documentos indispensáveis à propositura da ação, podendo sua ausência ser<br />
suprida por ou<strong>tr</strong>as provas. No pr<strong>es</strong>ente caso, a recorrente comprovou, com cópia da CTPS, ter feito a opção original pelo<br />
FGTS na vigência da Lei nº 5.107/66 ou a opção re<strong>tr</strong>oativa por <strong>es</strong>se fundo (nos termos das Leis nos 5.958/73, 7.839/89 e<br />
8.036/90). É isso o que basta para comprovar o fato constitutivo do direito.<br />
A Súmula 154 do Superior Tribunal de <strong>Justiça</strong> assim dispõe: “Os optant<strong>es</strong> pelo FGTS, nos termos da Lei nº 5.958, de 1973,<br />
têm direito à taxa progr<strong>es</strong>siva de juros na forma do art. 4º da Lei nº 5.107/66”.<br />
Assim sendo, verifico que o recorrente teve vínculo empregatício iniciado en<strong>tr</strong>e 01/01/1967 e 22/09/1971 com opção pelo<br />
FGTS, nos termos da Lei 5.107/66, fazendo jus à aplicação dos juros progr<strong>es</strong>sivos. R<strong>es</strong>salva-se, porém, a pr<strong>es</strong>crição da