17.04.2013 Views

boletim tr/es 2010.241 - Justiça Federal

boletim tr/es 2010.241 - Justiça Federal

boletim tr/es 2010.241 - Justiça Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

mais um intuito protelatório do que um exercício da prerrogativa da indeclinabilidade do Poder Judiciário. Precedent<strong>es</strong> STJ<br />

(R<strong>es</strong>p. 11465-0-SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).<br />

6. De todo modo, a simpl<strong>es</strong> oposição de embargos declaratórios é suficiente para o prequ<strong>es</strong>tionamento da matéria. N<strong>es</strong>se<br />

sentido:<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO. RENDA MENSAL INICIAL DE APOSENTADORIA POR<br />

INVALIDEZ PRECEDIDA DE AUXÍLIO-DOENÇA. INCIDÊNCIA DO § 5º DO ART. 29 DA LEI Nº 8.213/91. OMISSÃO.<br />

AUSÊNCIA. MATÉRIA CONSTITUCIONAL PREQUESTIONADA PELA MERA OPOSIÇÃO DE EMBARGOS DE<br />

DECLARAÇÃO (STJ:RESP. 383.492/MA). EMBARGOS REJEITADOS.<br />

1. O acórdão decidiu a qu<strong>es</strong>tão de forma clara e bem fundamentada, adotando uma linha de raciocínio razoável e coerente.<br />

Assim, não vislumbro a ocorrência de qualquer dos vícios que possam dar ensejo à oposição de embargos de declaração,<br />

uma vez que o julgador não <strong>es</strong>tá obrigado a analisar cada um dos argumentos expendidos pelas part<strong>es</strong>, com o <strong>es</strong>pecífico<br />

fim de satisfazer ao prequ<strong>es</strong>tionamento.<br />

2. O Supremo Tribunal <strong>Federal</strong>, pr<strong>es</strong>tigiando sua Súmula n. 356, firmou posição no sentido de considerar prequ<strong>es</strong>tionada a<br />

matéria constitucional objeto do recurso ex<strong>tr</strong>aordinário pela mera oposição de embargos declaratórios, ainda que o juízo a<br />

quo se recuse a suprir a omissão. (REsp 383.492-MA. Órgão Julgador: 2ª Turma. Relatora: Min. Eliana Calmon, julgado em<br />

11/02/2003). 3. Embargos de Declaração rejeitados.<br />

(TNU, PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL 200663050009638, Relator JUIZ<br />

FEDERAL OTÁVIO HENRIQUE MARTINS PORT, Fonte DJ 08/01/2010).<br />

7. Embargos de declaração rejeitados. Sem condenação em custas e honorários.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo REJEITAR OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, nos termos da<br />

ementa que integra o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

52 - 2008.50.51.001577-9/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RENATA PEDRO DE<br />

MORAES SENTO-SÉ REIS.) x BELLANISSE VICENTE DE SOUZA (ADVOGADO: MICHELA JACOMELI MARTINS,<br />

IZAIAS CORREA BARBOZA JUNIOR.).<br />

EMENTA<br />

AMPARO SOCIAL. RENDA MENSAL DE APOSENTADORIA NO VALOR DE UM SALÁRIO MÍNIMO CONCEDIDO AO<br />

MARIDO IDOSO. EXCLUSÃO PARA FINS DE APURAÇÃO DE RENDA PER CAPITA. RECURSO DO INSS IMPROVIDO.<br />

1. Recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença, que julgou parcialmente procedente o pedido de<br />

conc<strong>es</strong>são de benefício assistencial, excluindo da renda do grupo familiar a aposentadoria no valor de um salário mínimo<br />

recebido pelo marido idoso da autora, em aplicação analógica ao art. 34, § único do Estatuto do Idoso. Sustenta o<br />

recorrente, em suas razõ<strong>es</strong> recursais, que o grupo familiar da autora é constituída por dois membros (a autora e seu<br />

cônjuge) e, portanto, a renda familiar supera o limite legal de ¼ do salário mínimo, fato que, por si só, d<strong>es</strong>autoriza a<br />

conc<strong>es</strong>são de benefício assistencial. Con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong> às folhas 103/106.<br />

2. O laudo sócio-econômico de fls. 30/42 revela que o grupo familiar em qu<strong>es</strong>tão, com observância ao disposto no art. 20, §<br />

1º, da Lei 8742/93, é formado pela autora (76 anos) e seu <strong>es</strong>poso (83) que aufere mensalmente a quantia de um salário<br />

mínimo, provenient<strong>es</strong> de sua aposentadoria. O ponto con<strong>tr</strong>overtido r<strong>es</strong><strong>tr</strong>inge-se ao fato de a renda per capita ser superior ao<br />

critério legal.<br />

3. O Estatuto do Idoso, em seu art. 34, parágrafo único, <strong>es</strong>tabelece que o benefício assistencial já concedido a ou<strong>tr</strong>o<br />

membro da família não será computado no cálculo da renda per capita do grupo familiar do idoso. A jurisprudência vem<br />

conferindo interpretação extensiva ao dispositivo, concebendo que eventual benefício previdenciário, no valor mínimo,<br />

também seja d<strong>es</strong>considerado no referido cálculo (TNU - Pedido de Uniformização - proc<strong>es</strong>so 200543009040184 - DJU<br />

02/10/2007).<br />

4. Esta Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Espírito Santo firmou entendimento n<strong>es</strong>se sentido, consoante<br />

os termos do enunciado 46 de sua súmula: A renda mensal de aposentadoria em valor equivalente a um salário mínimo<br />

concedida a p<strong>es</strong>soa com mais de 65 anos de idade não deve ser computada para efeito de apuração da renda familiar per<br />

capita a que se refere o art. 20, §3º, da Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS. Aplica-se, por analogia, o art. 34,<br />

parágrafo único, da Lei nº 10.741/2003 (DIO – Boletim da <strong>Justiça</strong> <strong>Federal</strong>, 06/04/2009, p. 03).<br />

5. “O exame dos votos proferidos no julgamento revela que o Supremo Tribunal apenas declarou que a norma do art. 20 e<br />

seu § 3º da Lei n. 8.742/93 não apr<strong>es</strong>entava inconstitucionalidade ao definir limit<strong>es</strong> gerais para o pagamento do benefício a<br />

ser assumido pelo INSS, ora Reclamante. Mas não afirmou que, no exame do caso concreto, o juiz não poderia fixar o que<br />

se fiz<strong>es</strong>se mister para que a norma constitucional do art. 203, inc. V, e demais direitos fundamentais e princípios<br />

constitucionais se cumprissem rigorosa, prioritária e in<strong>es</strong>cusavelmente. (...) De se concluir, portanto, que o Supremo<br />

Tribunal teve por constitucional, em t<strong>es</strong>e (cuidava-se de con<strong>tr</strong>ole abs<strong>tr</strong>ato), a norma do art. 20 da Lei n. 8.742/93, mas não<br />

afirmou inexistirem ou<strong>tr</strong>as situaçõ<strong>es</strong> concretas que impus<strong>es</strong>sem atendimento constitucional e não subsunção àquela<br />

norma” (STF, Rcl 3805/SP, Min. Carmen Lúcia, DJ 18/10/2006, p.00041).<br />

6. N<strong>es</strong>s<strong>es</strong> termos, a hipót<strong>es</strong>e dos autos re<strong>tr</strong>ata aplicação da interpretação extensiva ao caso concreto para interpretação do<br />

ordenamento jurídico, não havendo que se falar em qualquer ofensa aos princípios da separação dos poder<strong>es</strong> ou da<br />

precedência de fonte de custeio. Além disso, ainda que houv<strong>es</strong>se violação aos princípios constitucionais invocados (art. 1º;<br />

art. 2º; art. 195, § 5º; art. 203, V), <strong>es</strong>sa violação não seria direta e frontal – fundamento para o recurso ex<strong>tr</strong>aordinário – mas<br />

por via reflexa. N<strong>es</strong>se sentido: JEF - TRF1 -200535007224856 UF: GO - 1ª Turma Recursal - DJGO 28/06/2006.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!