17.04.2013 Views

boletim tr/es 2010.241 - Justiça Federal

boletim tr/es 2010.241 - Justiça Federal

boletim tr/es 2010.241 - Justiça Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL<br />

RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES) CONSTANTES NESTA PAUTA:<br />

ADENILSON VIANA NERY-168, 35, 45, 68, 88<br />

ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA-10, 13, 152, 158, 163, 3, 38, 55, 75, 78<br />

ADRIANA DA PENHA SOUZA DE ANGELI-80, 81<br />

ADRIANA ZANDONADE-137<br />

ALAN ROVETTA DA SILVA-10, 13, 152, 158, 3, 38, 55, 75, 78<br />

ALCINA MARIA COSTA NOGUEIRA LOPES-24, 40, 41, 68<br />

Alexandre Hideo Wenichi-25<br />

ALEXANDRE MELO BRASIL-138<br />

ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO-181, 186, 60<br />

ANA BEATRIZ LINS BARBOSA-135, 23, 92, 95<br />

ANA IZABEL VIANA GONSALVES-120, 122<br />

ANA MARIA DA ROCHA CARVALHO-108<br />

ANA MERCEDES MILANEZ-79<br />

ANDERSON PATUZZO-2<br />

ANDRÉ CAMPANHARO PÁDUA-177<br />

ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES-143, 146, 168, 20, 67<br />

ANDRÉ DIAS IRIGON-106, 86, 99<br />

ANDRE MIRANDA VICOSA-106, 12, 156<br />

ANDRÉ VINICIUS MARQUES GONÇALVES-170, 182, 22, 43, 58<br />

ANDREA M. SANTOS SANTANA-118, 124<br />

ANDRÉA MARIA DOS SANTOS SANTANA-122<br />

ANDREIA DADALTO LIMA-26, 29<br />

ANDRESSA MARIA TRAVEZANI LOVATTI-162<br />

ANDRESSA POZES TIRADENTES RIBEIRO-136<br />

ANESIO OTTO FIEDLER-132<br />

ANILSON BOLSANELO-37<br />

ANTONIO CARLOS SANTOLIN-163<br />

ANTONIO HERMELINDO RIBEIRO NETO-164, 36<br />

ANTÔNIO JUSTINO COSTA-1, 103, 145, 185, 32, 4, 7, 99<br />

ARILSON CARDOSO CAETANO-16<br />

ARMANDO VEIGA-151, 165, 59<br />

Arthur Stephan Silva de Melo-39<br />

Bernard Pereira Almeida-176<br />

BRENO BONELLA SCARAMUSSA-21<br />

Bruno Medeiros Bastos-12, 17, 38<br />

BRUNO MIRANDA COSTA-108, 111, 155, 44<br />

CARLOS ALBERTO FERREIRA COELHO-187<br />

CARLOS AUGUSTO MENDES PEREIRA-177<br />

CARLOS EDUARDO GUIMARÃES LABUTO-119<br />

Carlos Eduardo Santos Wanderley-53<br />

CARLOS GUILHERME MACEDO PAGIOLA CORDEIRO-39<br />

Carolina Augusta da Rocha Rosado-15, 159, 98<br />

CATARINE MULINARI NICO-174<br />

CHARLIS ADRIANI PAGANI-124<br />

CLEBER ALVES TUMOLI-26, 28, 32, 34, 71, 72<br />

Cleber da Silva Leal-180<br />

CLEBSON DA SILVEIRA-100, 130, 169, 170, 173, 178, 22, 42, 43, 77, 80, 81, 85, 91<br />

CLESIO ZIPINOTTI JUNIOR-90<br />

Denise Lorencini Valiatti-94<br />

DIMAS PINTO VIEIRA-70<br />

DOURIVAN DANTAS DIAS-58<br />

EDGARD VALLE DE SOUZA-141, 149, 24, 9<br />

EDUARDO JOSÉ TEIXEIRA DE OLIVEIRA-186


EDUARDO LIPUS GOMES-187<br />

ELIAS ASSAD NETO-83<br />

ELIETE BONI BITTENCOURT-107<br />

ELINARA FERNANDES SOARES-54<br />

EMILENE ROVETTA DA SILVA-10, 13, 152, 158, 3, 38, 55, 75, 78<br />

ERALDO AMORIM DA SILVA-15<br />

ERICK TAVARES RIBEIRO-154, 157<br />

ERIKA SEIBEL PINTO-27, 30, 31, 33<br />

ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA-134, 16, 177, 73, 9<br />

EUSTACHIO DOMICIO L. RAMACCIOTTI-115, 116, 117, 127, 129, 131, 133, 97<br />

EUSTÁQUIO DOMICIO LUCCHESI RAMACCIOTTI-101, 126, 98<br />

EVALDO CESAR FARIAS ARAUJO-166<br />

FABIO BARRETO-82<br />

FÁBIO LOUZADA CORDEIRO-107<br />

FERNANDA ANDRADE SANTANA-177<br />

FERNANDA RIBEIRO MAITAM-184<br />

FERNANDO DA FONSECA RESENDE RIBEIRO-136<br />

FLAVIO TELES FILOGONIO-113<br />

FREDERICO AUGUSTO MACHADO-125, 61<br />

GERALDO BENICIO-90<br />

GERALDOI BENICIO-19<br />

GILDO RIBEIRO DA SILVA-120, 122<br />

GILSON GUILHERME CORREIA-134<br />

GIOVANE RAMOS PINTO-162<br />

GISELA PAGUNG TOMAZINI-164<br />

GISELLE PEREIRA DIAS VILLARREAL-144<br />

GLEIS APARECIDA AMORIM DE CASTRO-15<br />

GUSTAVO CABRAL VIEIRA-19, 58<br />

GUSTAVO DE RESENDE RAPOSO-138<br />

GUSTAVO SABAINI DOS SANTOS-160, 171, 73<br />

HARLEY SANTANNA-33<br />

HELTON TEIXEIRA RAMOS-118, 25, 31, 34, 72<br />

HENRIQUE SOARES MACEDO-155, 44<br />

ISAAC PANDOLFI-21<br />

Isabela Boechat B. B. de Oliveira-51, 70<br />

IZAEL DE MELLO REZENDE-79<br />

IZAIAS CORREA BARBOZA JUNIOR-46, 52, 65, 76, 84, 89<br />

JANAINA RODRIGUES LIMA-74<br />

JANETE NUNES PIMENTA RAMOS-169<br />

JEFFERSON CORREA DE SOUZA-134<br />

JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS-109, 163, 182, 57, 90<br />

JOÃO EUGÊNIO MODENESI FILHO-71<br />

JOAO FELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY-142, 48, 49, 50, 51<br />

JOCIANI PEREIRA NEVES-136<br />

José Arteiro Vieira de Mello-156<br />

JOSÉ DE OLIVEIRA GOMES-153<br />

JOSE IRINEU DE OLIVEIRA-86<br />

JOSÉ NASCIMENTO-153<br />

JOSE OLIVEIRA DE SOUZA-20<br />

JUBIRA SILVIO PICOLI-172<br />

JULIO DE CASTILHOS-39<br />

Karina Rocha Mitleg Bayerl-111, 124, 60<br />

KARLA CECILIA LUCIANO PINTO-77<br />

KENIA PACIFICO DE ARRUDA-183<br />

KÉZIA NICOLINI-8<br />

KRYSTINE ELISA HUBBE ZUMBLICK-25


Larissa Dias Scantamburlo-147<br />

LARISSA FURTADO BAPTISTA-173<br />

LEONARDO DE AZEVEDO SALES-77<br />

LEONARDO PIZZOL VINHA-101, 102, 114, 115, 126, 128, 129, 97, 98<br />

LEONICE OLIVEIRA DA SILVA LIMA-140<br />

Letícia Severiano Zoboli-6<br />

LIETE VOLPONI FORTUNA-148<br />

LILIAN BELISARIO DOS SANTOS-157, 17<br />

LILIAN BERTOLANI DO ESPÍRITO SANTO-105, 110, 36, 8, 87<br />

LILIAN MAGESKI ALMEIDA-132<br />

LÍVIO OLIVEIRA RAMALHO-124<br />

LUCIANA CAMPOS MALAFAIA COSTA-55, 59, 6<br />

LUIS EDUARDO NOGUEIRA MOREIRA-130<br />

Luis Guilherme Nogueira Freire Carneiro-1, 10, 13, 166, 167, 179, 66<br />

LUIZ CLAUDIO SOBREIRA-29, 31<br />

LUIZ ROBERTO SOARES SARCINELLI-39<br />

LUIZA HELENA GOMES LORETO-91<br />

MARCELA REIS SILVA-153, 184, 46, 65, 78, 89<br />

MARCELE SILVEIRA VIDAL BALDANZA-102, 115, 116, 121, 127, 128, 129, 131, 96<br />

MARCELO ANTONIO DE SOUZA-67<br />

Marcelo Camata Pereira-151<br />

MARCELO MATEDI ALVES-101, 102, 114, 115, 116, 117, 126, 127, 128, 129, 131, 133, 97, 98<br />

MARCIA RIBEIRO PAIVA-136, 160, 175<br />

MARCIO MENDONSA BATISTA-148<br />

MARCIO SANTOLIN BORGES-92, 93<br />

MARCO HENRIQUE KAMHAJI-159<br />

MARCOS ADRIANE MACHADO-18<br />

Marcos Figueredo Marçal-35, 88<br />

MARCOS JOSÉ MILAGRE-93<br />

MARIA DA CONCEICAO SARLO BORTOLINI-130<br />

MARIA DA PENHA BARBOSA BRITO-165, 183, 54, 75, 84<br />

MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI-104, 47<br />

MARIA DE FATIMA MONTEIRO-175<br />

MARIA REGINA COUTO ULIANA-157, 69<br />

MARIANA MARCHEZI BRUSCHI-95<br />

MARIANA PIMENTEL MIRANDA DOS SANTOS-79<br />

MARTA SARAIVA PRUDÊNCIO-109<br />

MARTHA HELENA GALVANI CARVALHO-56, 87<br />

MAURÍCIO LUIS PEREIRA PINTO-23<br />

MERCINIO ROBERTO GOBBO-105, 14<br />

MICHELA JACOMELI MARTINS-52, 76, 84, 89<br />

MICHELI JESUS VIEIRA DE MELO-162<br />

MIRIAN TEREZA SILVEIRA-154<br />

NANCI APARECIDA DOMINGUES CARVALHO-37<br />

NEIDE DEZANE MARIANI-112, 139, 97<br />

NILSON ARAUJO DA SILVA-143, 161<br />

NORBERTO JUDSON DE SOUZA BASTOS-150<br />

OLÍVIA BRAZ VIEIRA DE MELO-176, 18, 180, 3, 4, 56, 7, 76, 94<br />

OSIAS ALVES PENHA-107<br />

PATRÍCIA DA CUNHA CASTANHEIRA JACINTO-85<br />

PAULA ALMEIDA RAMOS-57<br />

PAULO GUERRA FELIPE-11<br />

PHILIPI CARLOS TESCH BUZAN-19, 90<br />

RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS-103, 144, 145, 158, 52, 83<br />

RENATO GIUBERTI MIRANDA-119<br />

RICARDO LEAO DE CALAIS ROLDAO-63


ROBNEI BATISTA DE BARROS-164, 36<br />

RODOLFO PRANDI CAMPAGNARO-32<br />

RODRIGO COSTA BUARQUE-14, 37, 82<br />

RODRIGO SEBASTIÃO SOUZA-86<br />

RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA-148, 149, 45, 69<br />

ROGÉRIO KEIJÓK SPITZ-63<br />

ROGERIO LUIZ MACHADO-18<br />

ROGERIO SIMOES ALVES-25, 31, 34, 72<br />

RONAN LECIO DE MENDONCA-137<br />

RONILCE ALESSANDRA AGUIEIRAS-136<br />

ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA-174, 181, 79<br />

SAMUEL ANHOLETE-6<br />

SARITA DO NASCIMENTO FREITAS-79<br />

SEBASTIÃO FERNANDO ASSIS-8<br />

SEBASTIAO SILVA PACHECO-5<br />

SERGIO DE LIMA FREITAS JUNIOR-184<br />

SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS-104, 125, 141, 142, 21, 47, 48, 49, 50, 61, 62, 63, 64<br />

SHIZUE SOUZA KITAGAMA-133<br />

SHIZUE SOUZA KITAGAWA-101, 120<br />

SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI-140, 150, 152, 163, 186, 53<br />

SIRO DA COSTA-167, 179<br />

SIZENANDO CASTANHEIRA JACINTO-85<br />

TADEU JOSE DE SA NASCIMENTO-143, 161<br />

TAIS MARIA ZANONI-62, 64, 66<br />

TATIANA FERNANDES CAMPONEZ-119<br />

TATIANA MARQUES FRANÇA-136<br />

THIAGO COSTA BOLZANI-11, 37<br />

THIAGO ELIAS DE SOUZA-29<br />

THYAGO BRITO DE MELLO-136<br />

UBIRATAN CRUZ RODRIGUES-161, 171, 74<br />

URBANO LEAL PEREIRA-153<br />

valmir meurer izidorio-25<br />

VANDERLEI TOMAZ DE OLIVEIRA-60<br />

VERA LUCIA SAADE RIBEIRO-123<br />

Victor Yuri Ivanov dos Santos Farina-119<br />

VILMAR LOBO ABDALAH JR.-117<br />

Vinícius de Lacerda Aleodim Campos-147, 172, 185, 5<br />

VIVIANE MILED MONTEIRO CALIL SALIM-114, 126<br />

WELINGTON COSTA BRAGA-42<br />

Expediente do dia<br />

02/09/2010<br />

1ª Turma Recursal<br />

JUIZ(a) FEDERAL DR(a). ROGERIO MOREIRA ALVES<br />

DIRETOR(a) DE SECRETARIA AUGUSTO S. F. RANGEL<br />

Nro. Boletim 2010.000241<br />

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIA<br />

NOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS<br />

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL<br />

1 - 2005.50.51.000904-3/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Luis Guilherme Nogueira<br />

Freire Carneiro.) x JACIRA FERNANDES E OUTROS (ADVOGADO: ANTÔNIO JUSTINO COSTA.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INCAPACIDADE PARCIAL. QUESTÃO DE FATO NOVA.<br />

POSSIBILIDADE DE REABILITAÇÃO PROFISSIONAL. DIREITO AO AUXÍLIO-DOENÇA.<br />

Trata-se de recurso em face de sentença que condenou o INSS a pagar aos herdeiros do segurado falecido os proventos


de aposentadoria por invalidez, devidos d<strong>es</strong>de a data de c<strong>es</strong>sação do pagamento do benefício até a data do óbito do<br />

segurado.<br />

O INSS arguiu que o laudo pericial at<strong>es</strong>tou apenas limitação funcional, que não pode ser confundida com incapacidade para<br />

o <strong>tr</strong>abalho. Não assiste razão ao recorrente. O perito categoricamente afirmou que o segurado <strong>es</strong>tava impossibilitado de<br />

exercer a atividade habitual de pedreiro (qu<strong>es</strong>itos 6, fl. 64 e 3.b, fl. 65). Ao declarar <strong>tr</strong>atar-se de incapacidade parcial, o<br />

perito apenas at<strong>es</strong>tou a possibilidade de reabilitação para ou<strong>tr</strong>a atividade profissional (qu<strong>es</strong>ito 8, fl. 65).<br />

O INSS alegou que, após a c<strong>es</strong>sação da aposentadoria por invalidez, o segurado passou a exercer a atividade de lavrador,<br />

como comprovam a certidão de óbito e o fato de a <strong>es</strong>posa receber pensão por morte de segurado <strong>es</strong>pecial. A alegação<br />

configura qu<strong>es</strong>tão de fato nova, que não pode ser conhecida, porque o recurso inominado fica r<strong>es</strong><strong>tr</strong>ito às qu<strong>es</strong>tõ<strong>es</strong> alegadas<br />

e provadas ant<strong>es</strong> da sentença. As qu<strong>es</strong>tõ<strong>es</strong> de fato não propostas no juízo inferior só podem ser conhecidas se a parte<br />

provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior (art. 517 do CPC), mas não é <strong>es</strong>se o caso dos autos. Qu<strong>es</strong>tão<br />

prejudicada pela preclusão temporal. Ademais, ap<strong>es</strong>ar da qualificação profissional lançada na certidão de óbito, o laudo<br />

pericial at<strong>es</strong>ta limitação funcional incompatível com a atividade de lavrador, caracterizando incapacidade laboral.<br />

O recorrente arguiu que o segurado não se encon<strong>tr</strong>ava incapacitado para todo tipo de atividade profissional, razão pela qual<br />

não teria direito à aposentadoria por invalidez. N<strong>es</strong>se ponto, assiste razão ao recorrente. O perito do juízo at<strong>es</strong>tou que a<br />

incapacidade limitava-se a atividad<strong>es</strong> que exigissem sobrecarga nos membros inferior<strong>es</strong> e na coluna lombar, podendo o<br />

segurado ser reabilitado para profissõ<strong>es</strong> como as de vigia ou porteiro. Para ter direito à aposentadoria por invalidez, o<br />

<strong>es</strong>tado clínico do segurado deve impedi-lo de exercer ou de ser <strong>tr</strong>einado para exercer qualquer profissão. No caso concreto,<br />

ainda era prematuro d<strong>es</strong>cartar a possibilidade de o segurado ser reabilitado para d<strong>es</strong>empenhar ou<strong>tr</strong>a atividade profissional.<br />

Por isso, não tinha direito à aposentadoria por invalidez.<br />

Recurso parcialmente provido para reformar a sentença, condenando o INSS a pagar proventos de auxílio-doença, em vez<br />

de aposentadoria por invalidez. Ante a sucumbência recíproca, compensam-se os honorários advocatícios (art. 21 do CPC).<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo dar parcial provimento ao recurso.<br />

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIA<br />

NOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS<br />

2 - 2007.50.50.009140-9/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) DEJALCY LADISLAU DA SILVA (ADVOGADO: ANDERSON<br />

PATUZZO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS.<br />

EMENTA<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INSS. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. CÔMPUTO DE TEMPO<br />

DE EXERCÍCIO DE LABOR RURAL. INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO. ACÓRDÃO MANTIDO. EMBARGOS CONHECIDOS E<br />

IMPROVIDOS.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo INSS, alegando que há omissão no acórdão proferido pela Turma<br />

Recursal no que tange à conc<strong>es</strong>são da aposentadoria por tempo de con<strong>tr</strong>ibuição com o cômputo de tempo de exercício de<br />

atividade rural. Sustenta que a decisão não observou o prazo de carência nec<strong>es</strong>sário para a conc<strong>es</strong>são de aposentadoria<br />

por idade urbana ou por tempo de con<strong>tr</strong>ibuição. (fl. 319/322).<br />

A interposição do recurso de embargos declaratórios possui função corretiva, exigindo que o próprio prolator da decisão<br />

exerça sua função jurisdicional com acerto e precisão. In casu, inexiste omissão no acórdão proferido por <strong>es</strong>ta Turma<br />

Recursal.<br />

O embargante, inconformado com o r<strong>es</strong>ultado do julgamento, pretende, na realidade, a modificação do julgado, hipót<strong>es</strong>e<br />

distinta daquelas previstas no art. 535, do CPC, já que não há omissão, obscuridade ou con<strong>tr</strong>adição.<br />

O efeito infringente dos embargos declaratórios não pode ser autônomo, apenas decorrente de omissão, obscuridade ou<br />

con<strong>tr</strong>adição, o que não houve.<br />

Acórdão mantido. Embargos conhecidos e improvidos. Sem condenação em honorários.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos Juizados<br />

Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS na forma da ementa<br />

constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIA<br />

NOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS<br />

3 - 2008.50.51.002206-1/01 ZELANDIA DO AMARAL CAMARGO (ADVOGADO: ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA,


EMILENE ROVETTA DA SILVA, ALAN ROVETTA DA SILVA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

(PROCDOR: OLÍVIA BRAZ VIEIRA DE MELO.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. REABILITAÇÃO PROFISSIONAL IMPROVÁVEL. DATA DE<br />

INÍCIO DO BENEFÍCIO. SENTENÇA REFORMADA.<br />

A sentença condenou o INSS a conceder à recorrente auxílio-doença. A recorrente interpôs recurso com o objetivo de obter<br />

aposentadoria por invalidez e de modificar a data de início do benefício.<br />

O perito do juízo diagnosticou que a recorrente é portadora de <strong>es</strong>pondilodiscoar<strong>tr</strong>ose cervical, torácica e lombar (qu<strong>es</strong>ito 1,<br />

fl. 78). Concluiu que a doença induz incapacidade definitiva para o d<strong>es</strong>empenho de atividad<strong>es</strong> que exijam sobrecarga física<br />

acentuada ou moderada na coluna vertebral (qu<strong>es</strong>ito 4, fl. 79). At<strong>es</strong>tou, porém, a possibilidade de reabilitação para<br />

atividad<strong>es</strong> lev<strong>es</strong>, como atendente, recepcionista, fiscal de loja ou telefonista (qu<strong>es</strong>ito 4, fl. 78). A d<strong>es</strong>peito do laudo pericial, a<br />

recorrente alegou impossibilidade de reabilitação profissional tendo em conta suas condiçõ<strong>es</strong> p<strong>es</strong>soais: idade avançada (53<br />

anos), baixo grau de ins<strong>tr</strong>ução e experiência profissional limitada a <strong>tr</strong>abalhos braçais.<br />

A recorrente já <strong>tr</strong>abalhou como balconista (fl. 22). Possui, portanto, experiência profissional em atividade que, em t<strong>es</strong>e, não<br />

demanda <strong>es</strong>forço físico. O grau de ins<strong>tr</strong>ução de quem exerce a profissão de balconista não difere do de quem <strong>tr</strong>abalha<br />

como atendente ou recepcionista.<br />

O pagamento do auxílio-doença foi c<strong>es</strong>sado em 10/11/2008. A sentença condenou o INSS a pagar os proventos do<br />

auxílio-doença a partir de 12/02/2009. A recorrente pediu a reforma da sentença para re<strong>tr</strong>oagir os efeitos financeiros a<br />

10/11/2008. A sentença levou em conta que o laudo pericial somente at<strong>es</strong>tou incapacidade para o <strong>tr</strong>abalho a partir de<br />

12/02/2009. Ao assim proceder, o perito apenas considerou que o laudo de exame complementar realizado em 12/2/2009<br />

confirmava origem da incapacidade naquela data (qu<strong>es</strong>ito 8, fl. 78). Ex<strong>tr</strong>ai-se dos autos, porém, prova documental suficiente<br />

para suprir a lacuna do laudo pericial e caracterizar a incapacidade laborativa em momento anterior. O at<strong>es</strong>tado médico,<br />

subscrito por ortopedista em 11/11/2008, certifica que a recorrente padecia da m<strong>es</strong>ma l<strong>es</strong>ão diagnosticada pelo perito do<br />

juízo (fl. 26). O at<strong>es</strong>tado subscrito por médico particular é aceitável porque, embora não <strong>es</strong>teja compromissado com o juízo,<br />

revela conclusão compatível com aquela a que chegou o perito. O laudo pericial judicial não d<strong>es</strong>cartou a possibilidade de<br />

que a l<strong>es</strong>ão incapacitante já <strong>es</strong>tiv<strong>es</strong>se consolidada no dia do exame pericial: r<strong>es</strong><strong>tr</strong>ingiu-se a não emitir parecer conclusivo<br />

por falta de subs<strong>tr</strong>ato documental sobre o <strong>es</strong>tado pretérito da recorrente. A lacuna do laudo pericial é suprida pelo at<strong>es</strong>tado<br />

médico, na medida em que detectou, em instante anterior, a m<strong>es</strong>ma l<strong>es</strong>ão que o perito do juízo diagnosticou<br />

posteriormente.<br />

Recurso parcialmente provido para reformar a sentença, condenando o INSS a pagar os proventos de auxílio-doença d<strong>es</strong>de<br />

a data de c<strong>es</strong>sação do pagamento adminis<strong>tr</strong>ativo. Ante a sucumbência recíproca, compensam-se os honorários<br />

advocatícios (art. 21 do CPC). Condeno a ré a r<strong>es</strong>tituir metade das custas adiantadas pelos autor<strong>es</strong>.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo dar parcial provimento ao recurso.<br />

4 - 2007.50.51.002876-9/01 MARIA JOSE DA SILVA OLIVEIRA (ADVOGADO: ANTÔNIO JUSTINO COSTA.) x INSTITUTO<br />

NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: OLÍVIA BRAZ VIEIRA DE MELO.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INCAPACIDADE LABORATIVA ANTERIOR AO REINGRESSO<br />

AO RGPS. SENTENÇA MANTIDA.<br />

A recorrente recebeu auxílio-doença a partir de 1º/7/2003. Em 10/8/2005, o benefício foi convertido em aposentadoria por<br />

invalidez. Em 13/11/2005, porém, o INSS suspendeu o pagamento da aposentadoria, sob o fundamento de que a<br />

incapacidade laborativa era anterior ao reingr<strong>es</strong>so no RGPS, ocorrido em fevereiro/2003. A sentença, sob o m<strong>es</strong>mo<br />

fundamento utilizado pelo INSS, julgou improcedente o pedido de r<strong>es</strong>tabelecimento da aposentadoria por invalidez.<br />

A recorrente arguiu que, embora a doença que originou a inaptidão laboral fosse anterior ao reingr<strong>es</strong>so ao RGPS, a<br />

incapacidade laborativa decorreu de superveniente agravamento da patologia. Assim, quando voltou a recolher<br />

con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong> previdenciárias, ainda não <strong>es</strong>taria incapacitada para o exercício da atividade habitual. A afirmação, porém,<br />

não encon<strong>tr</strong>a r<strong>es</strong>paldo no laudo pericial. O perito do juízo expr<strong>es</strong>samente afirmou que a incapacidade laborativa já <strong>es</strong>tava<br />

consolidada d<strong>es</strong>de o ano de 2000, quando a recorrente sofreu acidente vascular cerebral. E não há nos autos prova de que<br />

a recorrente tenha exercido atividade laborativa após o derrame. Ademais, na def<strong>es</strong>a realizada no proc<strong>es</strong>so adminis<strong>tr</strong>ativo,<br />

a própria recorrente alegou que já <strong>es</strong>tava definitivamente incapacitada em 2002 (fl. 161).<br />

O art. 59, parágrafo único, da Lei nº 8.213/91 proíbe a conc<strong>es</strong>são de auxílio-doença ao segurado que já era portador da<br />

inaptidão laboral ao filiar-se ao RGPS.<br />

Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, <strong>es</strong>tá isenta de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiária<br />

da assistência judiciária gratuita.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao recurso.<br />

5 - 2007.50.51.002499-5/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Vinícius de Lacerda<br />

Aleodim Campos.) x JOSE ALVES LOPES (ADVOGADO: SEBASTIAO SILVA PACHECO.).<br />

E M E N T A


PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. TRABALHADOR RURAL. REABILITAÇÃO PROFISSIONAL<br />

DEVE SE LIMITAR ÀS ATIVIDADES DISPONIVEIS NO LOCAL EM QUE O SEGURADO VIVE.<br />

A sentença condenou o INSS a conceder aposentadoria por invalidez. O INSS interpôs recurso argüindo a impossibilidade<br />

de conc<strong>es</strong>são d<strong>es</strong>sa <strong>es</strong>pécie de benefício, uma vez não comprovada a incapacidade omniprofissional.<br />

O laudo pericial judicial at<strong>es</strong>tou que o recorrido é portador de doença severa da coluna lombar, que induz incapacidade<br />

definitiva para o d<strong>es</strong>empenho da atividade de lavrador e de qualquer ou<strong>tr</strong>a que exija <strong>es</strong>forço físico. Admitiu a possibilidade<br />

de reabilitação profissional para a atividade de vigia, hipót<strong>es</strong>e que afastaria a possibilidade de conc<strong>es</strong>são de aposentadoria<br />

por invalidez. Ocorre que, em se <strong>tr</strong>atando de p<strong>es</strong>soa radicada no meio rural, é difícil imaginar a disponibilidade de atividade<br />

plenamente compatível com a r<strong>es</strong><strong>tr</strong>ição física verificada e que possa garantir o sustento do segurado. O recorrido poderia<br />

ser reabilitado para atividade urbana (vigia), mas a reabilitação profissional deve se limitar às atividad<strong>es</strong> disponíveis no local<br />

em que o segurado vive.<br />

Recurso improvido.<br />

Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente a pagar honorários advocatícios<br />

arbi<strong>tr</strong>ados em dez por cento do valor da condenação.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao recurso.<br />

6 - 2006.50.51.002058-4/01 MARIA NEUZA BOTELHO (ADVOGADO: Letícia Severiano Zoboli, SAMUEL ANHOLETE.) x<br />

INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: LUCIANA CAMPOS MALAFAIA COSTA.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. INCAPACIDADE LABORATIVA NÃO COMPROVADA. SENTENÇA MANTIDA.<br />

Trata-se de recurso interposto em face de sentença que julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a conceder<br />

auxílio-doença.<br />

A recorrente arguiu que não possui aptidão física para d<strong>es</strong>empenhar a atividade habitual de <strong>es</strong>teticista. Não obstante, a<br />

alegação não encon<strong>tr</strong>a r<strong>es</strong>paldo no laudo pericial. O perito do juízo avaliou que a recorrente apr<strong>es</strong>entou quadro de bursite e<br />

tendinopatia em 2005, o que gerou incapacidade para o <strong>tr</strong>abalho naquela época. R<strong>es</strong>salvou, porém, que ocorreu melhora<br />

do quadro patológico e que não <strong>es</strong>tava incapacitada para o exercício da atividade habitual no momento do exame pericial.<br />

Sem a comprovação da incapacidade para o <strong>tr</strong>abalho, a recorrente não tem direito ao auxílio-doença.<br />

Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, <strong>es</strong>tá isenta de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiária<br />

da assistência judiciária gratuita.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao recurso.<br />

7 - 2008.50.51.001466-0/01 LUCINDO TOGNERI MENEGARDO (ADVOGADO: ANTÔNIO JUSTINO COSTA.) x<br />

INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: OLÍVIA BRAZ VIEIRA DE MELO.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. INCAPACIDADE LABORATIVA PARA ATIVIDADE HABITUAL NÃO<br />

COMPROVADA. SENTENÇA MANTIDA.<br />

Trata-se de recurso interposto em face de sentença que julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a conceder<br />

auxílio-doença.<br />

O perito do juízo diagnosticou seqüela de <strong>tr</strong>auma torácico. Concluiu que a patologia induz incapacidade para o d<strong>es</strong>empenho<br />

de atividad<strong>es</strong> que exijam <strong>es</strong>forço físico moderado e acentuado. R<strong>es</strong>salvou, porém, que o recorrente possui aptidão física<br />

para exercer a atividade habitual de vigia.<br />

O recorrente alegou que sofreu d<strong>es</strong>vio de função, exercendo atividad<strong>es</strong> referent<strong>es</strong> a auxiliar de serviços gerais. Não<br />

obstante, a afirmação não foi comprovada. Na petição inicial, o recorrente se auto-qualificou com a profissão de vigia e<br />

somente depois do laudo pericial alegou o d<strong>es</strong>vio de função, sem provar a afirmação.<br />

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, <strong>es</strong>tá isento de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiário<br />

da assistência judiciária gratuita.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao recurso.<br />

8 - 2007.50.54.000981-9/01 ARISTIDES DIAS DA SILVA (ADVOGADO: SEBASTIÃO FERNANDO ASSIS, KÉZIA<br />

NICOLINI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: LILIAN BERTOLANI DO ESPÍRITO<br />

SANTO.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. RISCO DE AGRAVAMENTO DA DOENÇA. SENTENÇA REFORMADA.<br />

Trata-se de recurso interposto em face de sentença que julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a conceder<br />

auxílio-doença.<br />

O perito do juízo diagnosticou que o recorrente é portador de discopatia lombar, mas, sem apr<strong>es</strong>entar explicação, avaliou


que não foi verificada incapacidade para o exercício da atividade habitual de pedreiro. En<strong>tr</strong>etanto, em r<strong>es</strong>posta aos qu<strong>es</strong>itos<br />

complementar<strong>es</strong> formulados na fase recursal, o perito at<strong>es</strong>tou que o exercício da atividade de pedreiro pode ocasionar o<br />

agravamento da doença, uma vez que “o <strong>es</strong>forço físico poderá acarretar dor” (item “c”, fl. 74).<br />

Está implicitamente incluído no conceito de incapacidade para o <strong>tr</strong>abalho o risco de agravamento da doença ou l<strong>es</strong>ão.<br />

Assim, o segurado que, para exercer as funçõ<strong>es</strong> inerent<strong>es</strong> à atividade habitual, corre risco de agravamento do <strong>es</strong>tado<br />

clínico, deve ser considerado incapacitado.<br />

O recorrente recebeu auxílio-doença até abril/2007. O perito do juízo, no exame realizado em fevereiro/2008, certificou que<br />

a l<strong>es</strong>ão incapacitante já <strong>es</strong>tava instaurada há <strong>tr</strong>ês anos (qu<strong>es</strong>ito 6, fl. 37). Logo, a c<strong>es</strong>sação do auxílio-doença foi indevida,<br />

porque a incapacidade laborativa não sofreu solução de continuidade.<br />

Recurso provido para reformar a sentença, condenando o INSS a r<strong>es</strong>tabelecer o auxílio-doença, com efeitos financeiros<br />

re<strong>tr</strong>oativos à data de c<strong>es</strong>sação do pagamento. Até 30/06/2009, a correção monetária segue a tabela de precatórios da<br />

justiça federal, e os juros moratórios seguem a taxa de 1% ao mês a partir da citação. A partir de 30/06/2009, para efeito de<br />

correção monetária e de juros de mora, aplicam-se os índic<strong>es</strong> oficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta<br />

de poupança.<br />

Deferida a antecipação de tutela, para determinar ao INSS que implante imediatamente o auxílio-doença.<br />

Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Só haveria condenação em honorários advocatícios se o vencido<br />

fosse o recorrente (art. 55, caput, segunda parte, da Lei nº 9.099/95).<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo dar provimento ao recurso.<br />

9 - 2008.50.52.000844-9/01 MARIA NEUSA FARIAS PRATES (ADVOGADO: EDGARD VALLE DE SOUZA.) x INSTITUTO<br />

NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. EXERCÍCIO ATIVIDADE RURAL DESCONTÍNUA. VÍNCULO<br />

URBANO. OITIVA DE TESTEMUNHA. ANOTAÇÕES.<br />

A certidão de casamento, embora lavrada em 2004, at<strong>es</strong>ta que, na época da convolação das núpcias, em 1982, o cônjuge<br />

da autora se qualificava como lavrador. A informação contemporânea consta de base de dados fidedigna, con<strong>tr</strong>olada por<br />

tabelião com fé pública. O fato de a segunda via da certidão ter sido lavrada posteriormente não prejudica, assim, a<br />

contemporaneidade do documento.<br />

As fichas de ma<strong>tr</strong>ícula assinadas por diretor de <strong>es</strong>tabelecimento público de ensino, lavradas em 1998 e 2002, também<br />

qualificam a recorrente como lavradora.<br />

O início de prova material não passa de prova indiciária. Não precisa provar diretamente o efetivo exercício da atividade<br />

rural, mas apenas fatos secundários dos quais se possa inferi-la. Por isso, a prova documental frágil é suficiente para<br />

formar início de prova material. É a prova t<strong>es</strong>temunhal que, em complementação ao início de prova material, deve<br />

aprofundar a cognição em torno dos fatos pertinent<strong>es</strong> ao efetivo <strong>tr</strong>abalho do proprietário rural na lavoura ou na pecuária.<br />

Admitida a força probante do depoimento da primeira t<strong>es</strong>temunha. O artigo 346 do CPC permite a consulta a notas brev<strong>es</strong><br />

d<strong>es</strong>de que objetivem completar <strong>es</strong>clarecimentos, o que ocorreu no caso.<br />

O exercício de atividade urbana para a prefeitura não é suficiente para afastar o direito à aposentadoria de <strong>tr</strong>abalhador rural,<br />

porque, segundo o art. 143 da Lei nº 8.213/91, a atividade rural pode ser d<strong>es</strong>contínua. O que importa é que, m<strong>es</strong>mo<br />

d<strong>es</strong>contados os curtos períodos de atividade urbana, a soma dos períodos de atividade rural em regime de economia<br />

familiar cobre tempo equivalente à carência demandada para a conc<strong>es</strong>são do benefício.<br />

Recurso provido. Só há condenação em custas e honorários advocatícios quando o vencido é o recorrente (art. 55, caput,<br />

segunda parte, da Lei nº 9.099/95). D<strong>es</strong>cartada condenação do recorrido sucumbente a pagar as verbas de sucumbências.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária<br />

do Espírito Santo dar provimento ao recurso.<br />

10 - 2008.50.51.000070-3/01 NAIR BERNADETE ROVETA GARBELOTTO (ADVOGADO: ADMILSON TEIXEIRA DA<br />

SILVA, EMILENE ROVETTA DA SILVA, ALAN ROVETTA DA SILVA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -<br />

INSS (PROCDOR: Luis Guilherme Nogueira Freire Carneiro.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. QUALIDADE DE SEGURADO ESPECIAL. REGIME DE<br />

ECONOMIA FAMILIAR. NULIDADE DE DEPOIMENTOS COLHIDOS EM PROCESSO ADMINISTRATIVO SEM<br />

CONTRADITÓRIO. CONTRATAÇÃO DE DIARISTAS. COMERCIALIZAÇÃO DIRETA DA PRODUÇÃO RURAL.<br />

INSCRIÇÃO DO CÔNJUGE COMO CONTRIBUINTE INDIVIDUAL. PRIMAZIA DA REALIDADE.<br />

A sentença considerou que a prova t<strong>es</strong>temunhal não foi convincente quanto à ausência de con<strong>tr</strong>atação de empregados.<br />

Com base em uma p<strong>es</strong>quisa unilateralmente conduzida pelo INSS no proc<strong>es</strong>so adminis<strong>tr</strong>ativo, prevaleceu o entendimento<br />

de que a família da recorrente d<strong>es</strong>envolvia produção hortifrutigranjeira em caráter empr<strong>es</strong>arial, com con<strong>tr</strong>atação freqüente<br />

de mão-de-obra remunerada e produção significativa. O relatório da p<strong>es</strong>quisa adminis<strong>tr</strong>ativa pontuou que dois vizinhos<br />

declararam: que junto com a recorrente <strong>tr</strong>abalhavam dois empregados; que sempre havia várias p<strong>es</strong>soas <strong>tr</strong>abalhando no<br />

imóvel rural, porque a produção era grande. O servidor encarregado da p<strong>es</strong>quisa relatou ter encon<strong>tr</strong>ado, in loco, duas<br />

p<strong>es</strong>soas <strong>tr</strong>abalhando junto com a recorrente.<br />

O depoimento das t<strong>es</strong>temunhas supostamente en<strong>tr</strong>evistadas no proc<strong>es</strong>so adminis<strong>tr</strong>ativo não foi reduzido a termo. As


t<strong>es</strong>temunhas não foram adequadamente qualificadas nem assinaram qualquer termo de depoimento. Consta no proc<strong>es</strong>so<br />

adminis<strong>tr</strong>ativo apenas um relatório com as impr<strong>es</strong>sõ<strong>es</strong> subjetivas do servidor do INSS. Ademais, a en<strong>tr</strong>evista foi realizada<br />

unilateralmente, sem a participação da recorrente e sem a observância das garantias do con<strong>tr</strong>aditório e da ampla def<strong>es</strong>a.<br />

Todos <strong>es</strong>s<strong>es</strong> defeitos invalidam completamente o relatório de p<strong>es</strong>quisa adminis<strong>tr</strong>ativa, que não pode ser adotado como<br />

fonte de prova. Especificamente quanto às p<strong>es</strong>soas que o p<strong>es</strong>quisador constatou <strong>es</strong>tarem <strong>tr</strong>abalhando junto com a<br />

recorrente, não foram nem sequer identificadas, fato que impede aferir se <strong>tr</strong>atava de <strong>tr</strong>abalhador<strong>es</strong> con<strong>tr</strong>atados ou de<br />

membros do grupo familiar.<br />

A prova t<strong>es</strong>temunhal é idônea e não foi d<strong>es</strong>mentida por nenhum ou<strong>tr</strong>o subsídio. As t<strong>es</strong>temunhas ouvidas em juízo não<br />

certificaram a con<strong>tr</strong>atação de empregados, mas apenas de <strong>tr</strong>abalhador<strong>es</strong> diaristas. A recorrente admitiu con<strong>tr</strong>atar diaristas<br />

duas vez<strong>es</strong> por ano, em períodos de quinze dias, para cuidar do preparo da terra. Somente a utilização de “empregados<br />

permanent<strong>es</strong>” d<strong>es</strong>caracteriza o regime de economia familiar e obsta o enquadramento como segurado <strong>es</strong>pecial (art. 195, §<br />

8º, da Constituição <strong>Federal</strong>). No caso do <strong>tr</strong>abalhador diarista, falta um dos requisitos nec<strong>es</strong>sários para a configuração da<br />

relação de emprego: a habitualidade. Logo, a con<strong>tr</strong>atação de diaristas não interfere na definição do regime de economia<br />

familiar.<br />

A certidão de casamento, referente a ma<strong>tr</strong>imônio celebrado em 1974, qualificou o marido da recorrente como comerciário. A<br />

<strong>es</strong>critura pública de compra de imóvel rural, lavrada em 1980, qualificou o cônjuge e a recorrente como comerciant<strong>es</strong> (fl.<br />

41). Ess<strong>es</strong> documentos servem de indício de que o casal dedicava-se a atividade urbana ant<strong>es</strong> de 1980. En<strong>tr</strong>etanto, a partir<br />

do momento em que o casal se tornou proprietário rural, formou-se indício de que a recorrente pode ter modificado a<br />

natureza da atividade, passando a dedicar-se à atividade rural na exploração do próprio imóvel.<br />

Em depoimento p<strong>es</strong>soal, a recorrente declarou que o marido possuiu uma quitanda há <strong>tr</strong>inta anos, que funcionou durante<br />

cerca de um ano e na qual vendiam as mercadorias que plantavam. A comercialização da produção rural diretamente com<br />

o consumidor não d<strong>es</strong>caracteriza o regime de economia familiar. A existência de ou<strong>tr</strong>a fonte de renda só d<strong>es</strong>caracteriza o<br />

regime de economia familiar quando não <strong>es</strong>teja associada ao <strong>tr</strong>abalho agrícola, tornando o labor na roça dispensável para a<br />

garantia da subsistência do <strong>tr</strong>abalhador.<br />

O marido da recorrente inscreveu-se na previdência social como segurado empr<strong>es</strong>ário. Em depoimento p<strong>es</strong>soal, a<br />

recorrente declarou que, m<strong>es</strong>mo depois que a quitanda fechou, o <strong>es</strong>poso continuou con<strong>tr</strong>ibuindo como autônomo porque o<br />

sindicato informou que se ele parasse poderia não se aposentar. O fato de o marido ter recolhido con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong><br />

previdenciárias na qualidade de segurado empr<strong>es</strong>ário não é suficiente para refutar o regime de economia familiar. A lei<br />

admite que o segurado <strong>es</strong>pecial recolha facultativamente con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong> para a previdência social (art. 39, II, Lei nº 8.213/91)<br />

sob as m<strong>es</strong>mas condiçõ<strong>es</strong> previstas para o con<strong>tr</strong>ibuinte individual. Para d<strong>es</strong>qualificar o regime de economia familiar, cabia<br />

ao INSS provar que havia concurso de mão-de-obra de empregados permanent<strong>es</strong> na exploração do imóvel rural, fato que<br />

não pode ser pr<strong>es</strong>umido tão-somente com base na iniciativa do <strong>tr</strong>abalhador rural em recolher facultativamente as<br />

con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong> para a providencia social como forma de ampliar a cobertura previdenciária. A classificação formal da<br />

categoria de segurado por ocasião da inscrição na previdência social não pode prevalecer sobre os fatos concretos.<br />

Aplicação do princípio da primazia da realidade. Fica prejudicada a alegação de que a aposentadoria por invalidez recebida<br />

pelo marido tenha decorrido de atividade urbana.<br />

Recurso provido. Sentença reformada para condenar o INSS a conceder à recorrente aposentadoria por idade de<br />

<strong>tr</strong>abalhador rural com efeitos re<strong>tr</strong>oativos à data de en<strong>tr</strong>ada do requerimento adminis<strong>tr</strong>ativo, 21/11/2006. Sobre as pr<strong>es</strong>taçõ<strong>es</strong><br />

vencidas incidem, até 30/06/2009, correção monetária e juros de mora à taxa de 1% ao mês a partir da citação. A partir de<br />

30/06/2009, para efeito de correção monetária e de juros de mora, aplicam-se os índic<strong>es</strong> oficiais de remuneração básica e<br />

juros próprios da caderneta de poupança (art. 5º da Lei nº 11.960/2009).<br />

Só há condenação em custas e honorários advocatícios quando o vencido é o recorrente (art. 55, caput, segunda parte, da<br />

Lei nº 9.099/95). D<strong>es</strong>carto condenar o recorrido sucumbente a pagar as verbas de sucumbência.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária<br />

do Espírito Santo dar provimento ao recurso.<br />

11 - 2007.50.54.000791-4/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: THIAGO COSTA<br />

BOLZANI.) x DEJANIRA ROSA DA SILVA (ADVOGADO: PAULO GUERRA FELIPE.).<br />

E M E N T A<br />

APOSENTADORIA POR IDADE. TRABALHADOR RURAL. SEGURADO ESPECIAL. TEMPO DE ATIVIDADE RURAL<br />

DESCONTÍNUO. TEMPO EQUIVALÊNTE À CARÊNCIA COMPLETADA, MESMO COM A DESCONSIDERAÇÃO DO<br />

PERÍODO EM QUE A RECORRIDA RESIDIU NA CAPITAL DO ESTADO.<br />

A recorrida alegou ter exercido atividade rural en<strong>tr</strong>e 1979 e maio/1999 e en<strong>tr</strong>e agosto/2004 e janeiro/2006. Termos de<br />

declaração colhidos pela própria autora at<strong>es</strong>tam que ela acompanhou sua mãe em Vitória durante cinco anos, até a mãe<br />

falecer (fls. 14/15). A mãe da recorrida r<strong>es</strong>idia em Cariacica e faleceu em 17/04/1997 (fl. 39). No proc<strong>es</strong>so adminis<strong>tr</strong>ativo, a<br />

recorrida pr<strong>es</strong>tou depoimento conf<strong>es</strong>sando que, durante o tempo em que ficou em Vitória, ia até a zona rural visitar o<br />

marido apenas duas vez<strong>es</strong> por ano, onde permanecia uma semana (fl. 65). Assim, en<strong>tr</strong>e 1992 e 1997, fica prejudicada a<br />

alegação de que a recorrida exerceu efetivamente atividade rural.<br />

Não obstante, m<strong>es</strong>mo d<strong>es</strong>considerando o período de 1992 a 1997, a recorrida completou tempo de atividade rural<br />

equivalente à carência da aposentadoria. É passível de averbação o tempo de atividade rural referente aos períodos de<br />

1979 a 1992 e de agosto/2004 a janeiro/2006. O tempo de atividade rural pode ser d<strong>es</strong>contínuo, conforme art. 143 da Lei nº<br />

8.213/91.<br />

Existe início de prova material contemporâneo de que, em 2004, a recorrida retomou atividade rural na condição de meeira.<br />

O ins<strong>tr</strong>umento particular de con<strong>tr</strong>ato de parceria agrícola tem firma reconhecida em agosto/2004, servindo como documento<br />

contemporâneo para o período ulterior (fl. 49). A prova t<strong>es</strong>temunhal complementou o início de prova material de atividade


ural no período posterior à morte da mãe da recorrida. Todas as <strong>tr</strong>ês t<strong>es</strong>temunhas confirmaram que a recorrida <strong>es</strong>tava<br />

<strong>tr</strong>abalhando na roça na época do depoimento. A primeira t<strong>es</strong>temunha, mais <strong>es</strong>pecificamente, declarou que a recorrida<br />

continuou <strong>tr</strong>abalhando como meeira de José dos Santos, que é o subscritor do con<strong>tr</strong>ato de parceria agrícola.<br />

Recurso improvido. Condenação do recorrente em honorários advocatícios, arbi<strong>tr</strong>ados em dez por cento do valor da<br />

condenação.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária<br />

do Espírito Santo negar provimento ao recurso.<br />

12 - 2006.50.51.001401-8/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Bruno Medeiros Bastos.)<br />

x ALVARO FERREIRA DE AMORIM (ADVOGADO: ANDRE MIRANDA VICOSA.).<br />

E M E N T A<br />

APOSENTADORIA POR IDADE. TRABALHADOR RURAL. SEGURADO ESPECIAL. FALTA DE PROVA. REGIME DE<br />

ECONOMIA FAMILIAR. TEMPO EQUIVALENTE À CARÊNCIA DA APOSENTADORIA. PERÍODO IMEDIATAMENTE<br />

ANTERIOR AO REQUERIMENTO DO BENEFÍCIO.<br />

O recorrente alegou genericamente não ter ficado comprovado exercício de atividade rural em regime de economia familiar<br />

no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício.<br />

Segundo documentos, o recorrido adquiriu um pedaço de terras com 4,8 hectar<strong>es</strong> em 1977 situado em Córrego Socorro.<br />

Em 2001, adquiriu ou<strong>tr</strong>a gleba contígua com igual tamanho, tendo sido qualificado como agricultor na <strong>es</strong>critura pública.<br />

D<strong>es</strong>de 1977 o recorrido conserva a condição de proprietário rural.<br />

A prova t<strong>es</strong>temunhal, embora muito superficial, complementou o início de prova material. A única t<strong>es</strong>temunha ouvida em<br />

juízo declarou que o recorrido e os filhos dele tocam uma propriedade rural de dois alqueir<strong>es</strong> sem <strong>tr</strong>abalhador<strong>es</strong><br />

assalariados, apenas com “<strong>tr</strong>oca de dias”.<br />

A exploração da propriedade rural sem <strong>tr</strong>abalhador<strong>es</strong> assalariados e com colaboração dos filhos configura regime de<br />

economia familiar. O auxílio eventual de terceiros não d<strong>es</strong>natura o regime de economia familiar. Ademais, o tamanho do<br />

imóvel rural, inferior a um módulo fiscal, é incompatível com a pr<strong>es</strong>unção de con<strong>tr</strong>atação de <strong>tr</strong>abalhador<strong>es</strong> assalariados.<br />

A t<strong>es</strong>temunha não afirmou expr<strong>es</strong>samente que o recorrido tenha exercido atividade rural no período imediatamente anterior<br />

ao requerimento do benefício, uma vez que não foi indagada a r<strong>es</strong>peito d<strong>es</strong>se ponto. En<strong>tr</strong>etanto, considerando que o<br />

recorrido d<strong>es</strong>de 1977 conserva a propriedade de pequenos imóveis rurais contíguos e que não há nos autos nenhum indício<br />

mínimo de que ele algum dia tenha possuído fonte de renda alheia à atividade rural, o rigor na valoração da prova<br />

t<strong>es</strong>temunhal pode ser mitigado.<br />

Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honorários<br />

advocatícios, arbi<strong>tr</strong>ados em 10% do valor da condenação.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao recurso.<br />

13 - 2008.50.51.001445-3/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Luis Guilherme Nogueira<br />

Freire Carneiro.) x ARGENTINA FIORESE MINIGUITE (ADVOGADO: ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA, EMILENE<br />

ROVETTA DA SILVA, ALAN ROVETTA DA SILVA.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. INICIO DE PROVA MATERIAL SUFICIENTE. RENDA DE<br />

UM SALÁRIO MÍNIMO DECORRENTE DE PENSÃO POR MORTE. APLICAÇÃO ART. 11, § 9º DA LEI 8.213/91.<br />

A certidão de casamento, que identifica a profissão do marido, em 1951, como lavrador, constitui início razoável de prova<br />

material da atividade rurícola, conforme enuncia a Súmula nº 6 da Turma Nacional de Uniformização. O início de prova<br />

material é mera prova indiciária. Considerando o costume na época, o mero fato de o marido ser lavrador servia como fator<br />

indicativo de que a <strong>es</strong>posa recém-casada passava a exercer atividade rural.<br />

A certidão de casamento não foi o único documento apr<strong>es</strong>entado. A carteira de filiação ao sindicato de <strong>tr</strong>abalhador<strong>es</strong> rurais,<br />

emitida em 1971 em nome da recorrida (fl. 18); o cartão de inscrição da autora como dependente nos serviços de saúde<br />

pelo FUNRURAL, emitido em 1977 (fl. 19); a <strong>es</strong>critura de compra e venda de propriedade agrícola pelo cônjuge da autora,<br />

em 1968 (fls. 21/24); a certidão de óbito do cônjuge da autora, constando sua profissão de lavrador, em 1988 (fl. 26); os<br />

históricos <strong>es</strong>colar<strong>es</strong> dos filhos da autora onde consta a profissão de lavrador<strong>es</strong> dos pais (fl.31/34). Tais documentos<br />

concorrem para completar a prova indiciária.<br />

O início de prova material foi complementado satisfatoriamente pelo depoimento das duas t<strong>es</strong>temunhas, que confirmaram<br />

que a recorrida sempre <strong>tr</strong>abalhou na roça e, ap<strong>es</strong>ar da avançada idade, ainda <strong>tr</strong>abalha. O fato de a recorrida receber<br />

pensão por morte no valor de um salário mínimo não d<strong>es</strong>caracteriza a condição de segurada <strong>es</strong>pecial, conforme previsão<br />

do art. 11, § 9º, I da Lei 8.213/91. Ademais, a atividade rural não deixou de ser o principal meio de subsistência da recorrida,<br />

conforme depoimento das t<strong>es</strong>temunhas.<br />

Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honorários<br />

advocatícios, fixados em dez por cento do valor da condenação.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária<br />

do Espírito Santo negar provimento ao recurso.


14 - 2007.50.54.000102-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO COSTA<br />

BUARQUE.) x ROLDINA LIEBMAMM VITÓRIA (ADVOGADO: MERCINIO ROBERTO GOBBO.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. INICIO DE PROVA MATERIAL SUFICIENTE. REGIME DE<br />

ECONOMIA FAMILIAR EVIDENCIADO. QUESTÃO DE FATO NOVA. SENTENÇA MANTIDA.<br />

O recorrente alega falta de comprovação da atividade rural após 1988, quando a recorrida passou a receber o benefício de<br />

pensão por morte de seu cônjuge. Há, porém, um ins<strong>tr</strong>umento particular de con<strong>tr</strong>ato de parceria agrícola com firma<br />

reconhecida em 1998, fato que serve de indício de que a recorrida continuou exercendo atividade rural. Ademais, a Súmula<br />

14 da Turma Nacional de Uniformização enuncia que “para a conc<strong>es</strong>são de aposentadoria rural por idade, não se exige que<br />

o início de prova material corr<strong>es</strong>ponda a todo o período equivalente à carência do benefício”.<br />

É a prova t<strong>es</strong>temunhal que, em complementação ao início de prova material e sem perder a correlação lógica com os<br />

dados nele contidos, deve aprofundar a cognição em torno dos fatos pertinent<strong>es</strong> ao <strong>tr</strong>abalho da autora na roça,<br />

<strong>es</strong>clarecendo, inclusive, o termo inicial e final do exercício da atividade rural.<br />

O início de prova material foi complementado satisfatoriamente pelo depoimento das <strong>tr</strong>ês t<strong>es</strong>temunhas, que confirmaram<br />

que a recorrida sempre <strong>tr</strong>abalhou e continuava <strong>tr</strong>abalhando na roça.<br />

O recorrente alegou também inexistência de regime de economia familiar, porque a recorrida possuiria casas em Vitória,<br />

além de ou<strong>tr</strong>os fatos declarados em sentença da primeira vara da Comarca de Baixo Guandu. Tais alegaçõ<strong>es</strong> constituem<br />

qu<strong>es</strong>tão de fato nova, que não pode ser conhecida, porque o recurso inominado fica r<strong>es</strong><strong>tr</strong>ito às qu<strong>es</strong>tõ<strong>es</strong> alegadas e<br />

provadas ant<strong>es</strong> da sentença. As qu<strong>es</strong>tõ<strong>es</strong> de fato não propostas no juízo inferior só podem ser conhecidas se a parte provar<br />

que deixou de fazê-lo por motivo de força maior (art. 517 do CPC), mas não é <strong>es</strong>se o caso dos autos.<br />

Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honorários<br />

advocatícios, fixados em dez por cento do valor da condenação.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária<br />

do Espírito Santo negar provimento ao recurso.<br />

15 - 2006.50.51.001910-7/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Carolina Augusta da<br />

Rocha Rosado.) x ESVALDA LOBATO MACHADO (ADVOGADO: ERALDO AMORIM DA SILVA, GLEIS APARECIDA<br />

AMORIM DE CASTRO.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. INÍCIO DE PROVA MATERIAL NÃO PRECISA ABRANGER<br />

TODO O PERÍODO DE CARÊNCIA. CÔNJUGE. RECOLHIMENTO DE CONTRIBUIÇÕES. PRINCIPIO DA PRIMAZIA DA<br />

REALIDADE. COMPROVAÇÃO DO TRABALHO RURAL RECURSO IMPROVIDO.<br />

A declaração do sindicato de <strong>tr</strong>abalhador<strong>es</strong> rurais não vale como início de prova material, porque não <strong>es</strong>tá homologada pelo<br />

INSS, conforme exige o art. 106, III, da Lei nº 8.213/91. No entanto, a certidão de casamento, que identifica a profissão do<br />

marido, em 1968, como lavrador, constitui início razoável de prova material da atividade rurícola, conforme enuncia a<br />

Súmula nº 6 da Turma Nacional de Uniformização. É irrelevante a indicação de que a recorrida era doméstica na época da<br />

celebração do ma<strong>tr</strong>imônio. O início de prova material é mera prova indiciária. Considerando o costume na época, o mero<br />

fato de o marido ser lavrador servia como fator indicativo de que a <strong>es</strong>posa recém-casada passava a exercer atividade rural.<br />

A certidão de casamento não foi o único documento apr<strong>es</strong>entado. As fichas de ma<strong>tr</strong>ícula assinadas por diretor de<br />

<strong>es</strong>tabelecimento público de ensino, lavradas em 1992 e 1994, que qualificam a recorrente como lavradora (fls. 51,52); a<br />

carteira de filiação ao sindicato, com data de admissão em 1999; a ficha de ma<strong>tr</strong>ícula de imóvel rural declarando como<br />

proprietários a autora e seu cônjuge (fl. 23); os comprovant<strong>es</strong> de pagamento do imposto territorial rural nos exercícios 1992<br />

a 1996 (fls. 25/28); os certificados de cadas<strong>tr</strong>o de imóvel rural nos exercícios 1996 a 2002 (fls.30/32); as declaraçõ<strong>es</strong> anuais<br />

de informaçõ<strong>es</strong> referent<strong>es</strong> aos anos de 1992 a 2003 (fls. 33/40). Tais documentos concorrem para completar a prova<br />

indiciária. É irrelevante qu<strong>es</strong>tionar isoladamente as fichas de ma<strong>tr</strong>ícula (por se basearem em declaração unilateral de<br />

profissão) ou a data de filiação da recorrida ao sindicato, visto que há ou<strong>tr</strong>os documentos suficient<strong>es</strong> a formar o início de<br />

prova material.<br />

Ao con<strong>tr</strong>ário do que alegou o recorrente, a certidão de cartório de regis<strong>tr</strong>o geral de imóveis at<strong>es</strong>tou que a recorrida e o<br />

marido adquiriram imóvel rural em 1979. Embora a averbação no cartório tenha ocorrido em 1998, a <strong>es</strong>critura pública de<br />

compra e venda foi lavrada em 1979 (fl. 23).<br />

A prova t<strong>es</strong>temunhal complementou suficientemente o início de prova material. Sobre o exercício de atividade rural em<br />

regime de economia familiar, as <strong>tr</strong>ês t<strong>es</strong>temunhas declararam que a recorrida <strong>tr</strong>abalhou efetivamente na roça, com a ajuda<br />

do marido e um dos filhos. Além disso, declararam que jamais tiveram conhecimento de que o marido da recorrida tenha<br />

d<strong>es</strong>empenhado qualquer ou<strong>tr</strong>a atividade profissional. Ao con<strong>tr</strong>ário, afirmaram que sempre o viram <strong>tr</strong>abalhando na roça.<br />

O marido da recorrida recolheu con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong> para a previdência social en<strong>tr</strong>e 1985 e 1992 (fls. 62/64). O ex<strong>tr</strong>ato do CNIS<br />

não identifica a ocupação declarada pelo marido no ato de inscrição na previdência social (fl. 75). En<strong>tr</strong>etanto, quando o<br />

INSS lhe concedeu auxílio-doença, qualificou-o como con<strong>tr</strong>ibuinte individual no ramo de atividade de indus<strong>tr</strong>iário (fl. 129).<br />

Em depoimento p<strong>es</strong>soal, a recorrida declarou que por d<strong>es</strong>conhecimento seu <strong>es</strong>poso con<strong>tr</strong>ibuiu como <strong>tr</strong>abalhador autônomo,<br />

mas que logo que soube de seu direito parou de con<strong>tr</strong>ibuir. O fato de o marido ter recolhido con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong> previdenciárias<br />

não é suficiente para refutar o regime de economia familiar. A lei admite que o segurado <strong>es</strong>pecial recolha facultativamente<br />

con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong> para a previdência social (art. 39, II, Lei nº 8.213/91) sob as m<strong>es</strong>mas condiçõ<strong>es</strong> previstas para o con<strong>tr</strong>ibuinte<br />

individual. O exercício de atividade urbana não pode ser pr<strong>es</strong>umido tão-somente com base na iniciativa do <strong>tr</strong>abalhador rural<br />

em recolher facultativamente as con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong> para a providencia social como forma de ampliar a cobertura previdenciária.


A classificação formal da categoria de segurado por ocasião da inscrição na previdência social não pode prevalecer sobre<br />

os fatos concretos. Aplicação do princípio da primazia da realidade.<br />

No ato de inscrição do marido da recorrida na previdência social, foi regis<strong>tr</strong>ado na base de dados do INSS endereço urbano<br />

(fl. 75). Esse dado, no máximo, serviria como indício con<strong>tr</strong>ário à afirmação de exercício de atividade rural. O indício, porém,<br />

não foi confirmado pela prova t<strong>es</strong>temunhal, que demons<strong>tr</strong>ou exercício de atividade rural pela família durante tempo<br />

suficiente a cobrir o período de carência da aposentadoria por idade.<br />

O fato de a recorrida ter sido qualificada como dona de casa em certidão lavrada pelo cartório de RGI em 1999 não é, por si<br />

só, suficiente para d<strong>es</strong>acreditar todo o conjunto probatório formado. Trata-se de mero indício, que deve ser sop<strong>es</strong>ado em<br />

confronto com os demais elementos de prova coligidos. De qualquer forma, a certidão lavrada em 1999 baseou-se no<br />

conteúdo da <strong>es</strong>critura pública lavrada em 1973, época em que era comum a <strong>es</strong>posa de <strong>tr</strong>abalhador rural ser<br />

inadequadamente qualificada como “do lar”, m<strong>es</strong>mo quando colaborava com o cônjuge na exploração da terra.<br />

O fato de os filhos da recorrida terem exercido atividade urbana é irrelevante, porque não afasta a configuração do exercício<br />

de atividade rural pelos pais.<br />

Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honorários<br />

advocatícios, arbi<strong>tr</strong>ados em 10% do valor da condenação.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao recurso.<br />

16 - 2008.50.52.000293-9/01 MARIA HELENA BISPO DA SILVA (ADVOGADO: ARILSON CARDOSO CAETANO.) x<br />

INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. INÍCIO DE PROVA MATERIAL DESQUALIFICADO PELAS<br />

DEMAIS PROVAS DOS AUTOS. DOCUMENTOS NÃO CONTEMPORÂNEOS. RECURSO IMPROVIDO.<br />

A certidão de casamento indicando a profissão do marido como lavrador normalmente constitui início razoável de prova<br />

material da atividade rurícola, conforme enuncia a Súmula nº 6 da Turma Nacional de Uniformização. O documento<br />

refere-se a evento muito remoto, ocorrido há mais de quarenta anos, não revelando indício seguro de que o grupo familiar<br />

da autora tenha persistido a <strong>tr</strong>abalhar na roça nos anos seguint<strong>es</strong>. Em situaçõ<strong>es</strong> nas quais constitui o único documento<br />

apr<strong>es</strong>entado, a certidão de casamento remota é aceitável como início de prova material, d<strong>es</strong>de que não existam ou<strong>tr</strong>os<br />

elementos de prova que coloquem em dúvida a indicação de que o núcleo familiar tenha continuado a <strong>tr</strong>abalhar na roça. No<br />

pr<strong>es</strong>ente caso, porém, há documentos mais recent<strong>es</strong> que lançam severas dúvidas sobre o fato de a recorrente e o marido<br />

ex<strong>tr</strong>aírem o sustento exclusivamente da atividade rural.<br />

A declaração do sindicato de <strong>tr</strong>abalhador<strong>es</strong> rurais não vale como início de prova material, porque não <strong>es</strong>tá homologada pelo<br />

INSS, conforme exige o art. 106, III, da Lei nº 8.213/91. Ademais, o documento não é contemporâneo, porque at<strong>es</strong>ta que a<br />

recorrente <strong>tr</strong>abalhou d<strong>es</strong>de 1989, embora a filiação à entidade de classe tenha ocorrido apenas em 24/07/2006 (fl. 14 e 25).<br />

O ins<strong>tr</strong>umento particular de con<strong>tr</strong>ato de comodato agrícola firmado en<strong>tr</strong>e a recorrente e seu pai (fl. 29); as fichas de<br />

ma<strong>tr</strong>ícula <strong>es</strong>colar (fls. 26 a 28); a carteira e declaração do sindicato (fl. 14 e 25) datam do m<strong>es</strong>mo ano em que a recorrente<br />

deu en<strong>tr</strong>ada no requerimento adminis<strong>tr</strong>ativo. Logo, os documentos não são contemporâneos. De acordo com a Súmula nº<br />

34 da Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais, “para fins de comprovação do<br />

tempo de labor rural, o início de prova material deve ser contemporâneo à época dos fatos a provar”.<br />

As fichas clínicas (fls. 70/72) con<strong>tr</strong>ariam a alegação da autora de que r<strong>es</strong>ide no meio rural, uma vez que apr<strong>es</strong>entam<br />

endereço r<strong>es</strong>idencial em zona urbana na cidade de São Mateus, no bairro Posto Esso. Tal fato é confirmado pela primeira<br />

t<strong>es</strong>temunha que também r<strong>es</strong>ide na cidade e declarou que a recorrente e seu cônjuge “moram na cidade, mas ‘acha’ que<br />

el<strong>es</strong> vão e ficam <strong>tr</strong>abalhando a semana e vem pra cá no final de semana”.<br />

Os documentos de fls. 30/47 (<strong>es</strong>critura pública, ITR, CCIR) comprovam que o pai da recorrente é proprietário de imóvel<br />

rural. A jurisprudência permite aos filhos se beneficiarem dos documentos em nome dos pais. Assim o faz porque, enquanto<br />

os filhos vivem com os pais, é costumeiro que pr<strong>es</strong>tem colaboração na atividade rural. En<strong>tr</strong>etanto, sendo a recorrente<br />

casada, pr<strong>es</strong>ume-se ter formado novo grupo familiar independente, de forma que a situação do pai não lhe pode ser<br />

<strong>es</strong>tendida. Tendo ela e o marido exercido atividade urbana durante certo tempo, vinga a pr<strong>es</strong>unção de que não mais<br />

colaborasse com o pai na exploração do imóvel rural.<br />

A prova t<strong>es</strong>temunhal, eminentemente superficial, não reúne detalh<strong>es</strong> suficient<strong>es</strong> para complementar o frágil início de prova<br />

material. O juiz que pr<strong>es</strong>idiu a audiência de ins<strong>tr</strong>ução e julgamento relatou que a recorrente não tinha aparência nem<br />

linguajar característicos de <strong>tr</strong>abalhador rural, fato não impugnado no recurso.<br />

Não há prova segura de que a recorrente tenha exercido atividade rural em regime de economia familiar durante tempo<br />

equivalente à carência da aposentadoria.<br />

Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, <strong>es</strong>tá isenta de custas e honorários advocatícios por ser beneficiária<br />

da assistência judiciária gratuita.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao recurso.<br />

17 - 2006.50.51.001878-4/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Bruno Medeiros Bastos.)<br />

x ALVIM OLIMPIO FERREIRA (ADVOGADO: LILIAN BELISARIO DOS SANTOS.).<br />

E M E N T A


PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE DE TRABALHADOR RURAL. ESPOSA. ÓBITO OCORRIDO NA VIGÊNCIA<br />

DA CF/88. IGUALDADE DE DIREITOS. FALTA DE COMPROVAÇÃO DO EXERCÍCIO DE ATIVIDADE RURAL NO<br />

PERÍODO IMEDIATAMENTE ANTERIOR AO FALECIMENTO. SENTENÇA REFORMADA.<br />

A sentença condenou o INSS a conceder pensão por morte de <strong>tr</strong>abalhadora rural ao marido viúvo. O INSS interpôs recurso<br />

alegando que, na época em que a <strong>es</strong>posa do recorrido faleceu, a mulher só tinha cobertura da Previdência Social Rural<br />

quando era chefe de família.<br />

Ant<strong>es</strong> da Lei nº 8.213/91 vigorava a Lei Complementar nº 11/71, que regulava o Programa de Assistência ao Trabalhador<br />

Rural (PRO-RURAL). O art. 4º, parágrafo único, daquela lei somente reconhecia a qualidade de beneficiário do programa<br />

assistencial a um único componente da unidade familiar, <strong>es</strong>pecificamente o que fosse chefe ou arrimo. Se a <strong>es</strong>posa de<br />

<strong>tr</strong>abalhador rural não era reconhecida como beneficiária, sua morte não gerava direito à pensão para o marido. Ocorre que<br />

na época do óbito, em 1990, já <strong>es</strong>tava em vigor a Constituição <strong>Federal</strong> de 1988, cujo artigo 5º, I, assegurava igualdade de<br />

direitos para homens e mulher<strong>es</strong>. Trata-se de norma constitucional de eficácia plena e auto-aplicável. Logo, ainda que em<br />

1990 não houv<strong>es</strong>se norma infraconstitucional <strong>es</strong>tendendo direito à pensão por morte ao marido de <strong>tr</strong>abalhadora rural, tal<br />

direito tinha r<strong>es</strong>paldo em norma constitucional auto-aplicável.<br />

O INSS também alegou que as t<strong>es</strong>temunhas foram h<strong>es</strong>itant<strong>es</strong>, porque não souberam informar as condiçõ<strong>es</strong> em que<br />

ocorreu o óbito, além do que a segunda t<strong>es</strong>temunha declarou que a <strong>es</strong>posa apenas cuidava das crianças e dos afazer<strong>es</strong><br />

domésticos. Na verdade, não foram ouvidas duas, mas uma única t<strong>es</strong>temunha, que pr<strong>es</strong>tou declaraçõ<strong>es</strong> d<strong>es</strong>tituídas de<br />

detalh<strong>es</strong>. O depoente declarou: que a <strong>es</strong>posa do recorrido <strong>tr</strong>abalhava como dona de casa e também na roça; que d<strong>es</strong>de<br />

solteira ela já <strong>tr</strong>abalhava na roça com os pais; que o casal teve <strong>tr</strong>ês filhas, todas crianças pequenas à época do acidente<br />

com a mãe (a<strong>tr</strong>opelamento); que a fonte de renda do casal vinha exclusivamente da roça (café, milho, feijão); que viu várias<br />

vez<strong>es</strong> a <strong>es</strong>posa do recorrido <strong>tr</strong>abalhando na lavoura.<br />

É ônus do autor provar que o instituidor da pensão exercia atividade rural na data do óbito. As declaraçõ<strong>es</strong> da única<br />

t<strong>es</strong>temunha comprovam que a <strong>es</strong>posa do recorrido já havia exercido atividade rural, mas não at<strong>es</strong>tam que a <strong>es</strong>posa<br />

continuava se dedicando a tal atividade, paralelamente aos afazer<strong>es</strong> domésticos, no período imediatamente anterior ao<br />

óbito. A dúvida sobre a efetiva participação da <strong>es</strong>posa na produção rural cr<strong>es</strong>ce em razão da circunstância de que o casal<br />

possuía <strong>tr</strong>ês filhos pequenos na época em que a <strong>es</strong>posa faleceu, os quais provavelmente exigiam atenção constante por<br />

parte da mãe. Em depoimento p<strong>es</strong>soal, o recorrido alegou que as crianças pequenas ficavam sob guarda de uma ajudante<br />

da família, mas a única t<strong>es</strong>temunha ouvida não confirmou <strong>es</strong>se fato. A prova t<strong>es</strong>temunhal superficial não é suficiente para<br />

complementar o precário início de prova material formado. A exigência de maior rigor na valoração da prova t<strong>es</strong>temunhal<br />

ainda mais se justifica quando, na certidão de óbito (fl. 22) e em ficha de ma<strong>tr</strong>ícula <strong>es</strong>colar de um filho (fl. 34), a <strong>es</strong>posa não<br />

foi qualificada como lavradora, mas como doméstica. M<strong>es</strong>mo que a <strong>es</strong>posa pud<strong>es</strong>se ter colaborado na atividade rural<br />

durante algum tempo, não há certeza de que <strong>es</strong>sa participação tenha persistido até a época do falecimento.<br />

Quando se <strong>tr</strong>ata de provimento judicial que antecipa o pagamento de benefício previdenciário, o Superior Tribunal de<br />

<strong>Justiça</strong> tem decidido pela impossibilidade de repetição dos valor<strong>es</strong> pagos em caso de revogação da decisão que concedeu<br />

a medida de urgência. A exceção se justifica em razão do caráter social e da natureza alimentar dos benefícios<br />

previdenciários, bem como para pr<strong>es</strong>tigiar a boa-fé e a condição de hipossuficiente do segurado. O INSS poderá cancelar o<br />

benefício implantado por força de decisão judicial antecipatória, mas não poderá cobrar a r<strong>es</strong>tituição dos proventos que<br />

chegaram a ser pagos.<br />

Recurso provido para reformar a sentença, d<strong>es</strong>constituindo a condenação do INSS em conceder pensão por morte. Tutela<br />

antecipada revogada sem efeitos re<strong>tr</strong>oativos.<br />

Só haveria condenação em honorários advocatícios se o vencido fosse o recorrente (art. 55, caput, segunda parte, da Lei nº<br />

9.099/95).<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo dar provimento ao recurso.<br />

18 - 2008.50.51.000563-4/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: OLÍVIA BRAZ VIEIRA DE<br />

MELO.) x LUIZ CARLOS BAIENSE DA SILVA (ADVOGADO: ROGERIO LUIZ MACHADO, MARCOS ADRIANE<br />

MACHADO.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. AVERBAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO RURAL. INÍCIO DE PROVA MATERIAL. QUESTÃO DE<br />

FATO NOVA.<br />

A sentença reconheceu o direito à averbação do tempo de serviço rural no período de 01/12/1970 a 30/07/1976 e,<br />

conseqüentemente, condenou o INSS a conceder aposentadoria por tempo de con<strong>tr</strong>ibuição.<br />

O recorrente alegou que o tempo de serviço rural foi reconhecido com base em prova exclusivamente t<strong>es</strong>temunhal.<br />

Impugnou a utilização da declaração do sindicato de <strong>tr</strong>abalhador<strong>es</strong> rurais e do certificado de r<strong>es</strong>ervista como início de prova<br />

material. Ocorre que a sentença também levou em conta a documentação da propriedade rural dos pais. Essa<br />

documentação não foi impugnada pelo recorrente e basta como início de prova material. Havendo subs<strong>tr</strong>ato material<br />

autônomo para dar suporte à sentença, é irrelevante analisar a procedência da impugnação aos demais documentos.<br />

O recorrente alegou: que o pai do recorrido era enquadrado como Empregador II-B, fato que indica a con<strong>tr</strong>atação de<br />

empregados e d<strong>es</strong>caracteriza o regime de economia familiar; que as propriedad<strong>es</strong> rurais do pai tinham, r<strong>es</strong>pectivamente,<br />

4,93 e 1,19 módulos fiscais, fato que d<strong>es</strong>caracteriza a qualidade de segurado <strong>es</strong>pecial; que o pai do recorrido aposentou-se<br />

como empr<strong>es</strong>ário – empregador rural. Trata-se de qu<strong>es</strong>tõ<strong>es</strong> de fato novas, que não podem ser conhecidas, porque o<br />

recurso inominado fica r<strong>es</strong><strong>tr</strong>ito às qu<strong>es</strong>tõ<strong>es</strong> alegadas e provadas ant<strong>es</strong> da sentença. Não é admissível inovar a causa de<br />

pedir na fase recursal. As qu<strong>es</strong>tõ<strong>es</strong> de fato não propostas no juízo inferior só podem ser conhecidas se a parte provar que


deixou de fazê-lo por motivo de força maior (art. 517 do CPC).<br />

Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honorários<br />

advocatícios, fixados em dez por cento do valor da condenação.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao recurso.<br />

19 - 2008.50.50.002583-1/01 NILSON FRAGA (ADVOGADO: GERALDOI BENICIO, PHILIPI CARLOS TESCH BUZAN.) x<br />

INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: GUSTAVO CABRAL VIEIRA.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. RUÍDO. LIMITE DE TOLERÂNCIA. INFORMAÇÃO DE USO DE EPI<br />

EFICAZ.<br />

A sentença afastou enquadramento de atividade <strong>es</strong>pecial no período de 25/09/2002 a 22/01/2007, porque o ruído no<br />

ambiente de <strong>tr</strong>abalho, 88,4 dB(A), era inferior ao limite de tolerância, 90 dB(A). Conseqüentemente, a sentença julgou<br />

improcedente o pedido de condenação do INSS a conceder aposentadoria <strong>es</strong>pecial. O autor interpôs recurso alegando que,<br />

a partir de 19/11/2003, o limite de tolerância foi reduzido para 85 dB(A). Com o reconhecimento de tempo de serviço<br />

<strong>es</strong>pecial n<strong>es</strong>se período, o recorrente teria completado 25 anos de atividade <strong>es</strong>pecial, fazendo jus à aposentadoria <strong>es</strong>pecial.<br />

O limite de tolerância ao ruído foi m<strong>es</strong>mo reduzido para 85 dB(A) a partir de 19/11/2003, conforme Decreto nº 4.882/2003,<br />

que alterou o Decreto nº 3.048/99. O nível equivalente de ruído no ambiente de <strong>tr</strong>abalho ul<strong>tr</strong>apassava, portanto, o limite de<br />

tolerância, caracterizando insalubridade. Não obstante, o Perfil Profissiográfico Previdenciário at<strong>es</strong>ta que havia uso de EPI<br />

eficaz (fl. 31).<br />

Se o equipamento de proteção individual eficaz neu<strong>tr</strong>aliza os efeitos nocivos do ruído, é irrazoável o enquadramento de<br />

atividade <strong>es</strong>pecial. “Ora, se, de acordo com as normas técnicas de segurança e medicina do <strong>tr</strong>abalho, o segurado, ao <strong>es</strong>tar<br />

utilizando o chamado “EPI”, <strong>es</strong>tava <strong>tr</strong>abalhando com o agente nocivo neu<strong>tr</strong>alizado, não lhe causando mal algum, não há<br />

como entender computável <strong>es</strong>te período para fins de aposentadoria diferenciada” (CASTRO, Carlos Alberto Pereira de<br />

Cas<strong>tr</strong>o; LAZZARI, João Batista. Manual de Direito Previdenciário. 5ª ed. São Paulo: LTr, 2004. p. 539). “A finalidade do<br />

benefício da aposentadoria <strong>es</strong>pecial é justamente impedir que o obreiro venha a ser acometido de uma patologia<br />

incapacitante, em decorrência de sua sujeição a agent<strong>es</strong> agr<strong>es</strong>sivos externos. Portanto, se a utilização efetiva dos<br />

equipamentos protetivos elimina a nocividade, não há porque privilegiar o <strong>tr</strong>abalhador, antecipando-lhe a aposentadoria”<br />

(LEITÃO, André Studart. Aposentadoria Especial: Dou<strong>tr</strong>ina e Jurisprudência. São Paulo: Quartier Latin, 2007. p. 162-169).<br />

A partir de 3/12/1998, quando en<strong>tr</strong>ou em vigor a MP 1.729, posteriormente convertida na Lei nº 9.732/98, tornou-se exigível<br />

constar do laudo técnico informação sobre a existência de tecnologia de proteção coletiva ou individual que diminua a<br />

intensidade do agente agr<strong>es</strong>sivo (nova redação dada ao art. 58, § 2º, da Lei nº 8.213/91). A indicação de EPI eficaz permite<br />

pr<strong>es</strong>umir que os efeitos da pr<strong>es</strong>são sonora no ambiente de <strong>tr</strong>abalho foram reduzidos para intensidade adequada ao limite<br />

de tolerância.<br />

A Súmula 9 da TNU enuncia que “ainda que o EPI elimine a insalubridade, no caso de exposição a ruído, não<br />

d<strong>es</strong>caracteriza o tempo de serviço <strong>es</strong>pecial pr<strong>es</strong>tado”. En<strong>tr</strong>etanto, o enunciado sumular deve ser compreendido com<br />

aplicabilidade limitada no tempo, uma vez que os julgados que formaram a consolidação jurisprudencial não <strong>tr</strong>ataram da<br />

qu<strong>es</strong>tão com enfoque na Lei nº 9.732/98. N<strong>es</strong>se sentido é o entendimento da 1ª Turma Recursal de Santa Catarina<br />

(Proc<strong>es</strong>sos 2008.72.65.000135-1, 2003.72.05.052889-7, 2006.72.95.010198-6).<br />

Afastado o enquadramento da atividade exercida no período de 25/09/2002 a 22/01/2007 no código 2.0.1 do Anexo IV do<br />

Decreto nº 2.172/97. o recorrente não tem direito à aposentadoria <strong>es</strong>pecial.<br />

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, <strong>es</strong>tá isento de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiário<br />

da assistência judiciária gratuita.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao recurso.<br />

20 - 2008.50.52.000152-2/01 VALMIRA NASCIMENTO BARBOSA COIMBRA (ADVOGADO: JOSE OLIVEIRA DE SOUZA.)<br />

x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES<br />

GOMES.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. FATOR PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO. DIREITO ADQUIRIDO.<br />

A recorrente pretende a revisão da aposentadoria mediante exclusão do fator previdenciário. Alegou que, na data da<br />

publicação da lei que criou o fator previdenciário, já possuía direito adquirido à aposentadoria, pois havia completado 28<br />

anos e 5 m<strong>es</strong><strong>es</strong> de tempo de con<strong>tr</strong>ibuição.<br />

A aposentadoria foi concedida com proventos integrais, com base em <strong>tr</strong>inta anos de con<strong>tr</strong>ibuição, computando-se tempo de<br />

con<strong>tr</strong>ibuição até 06/03/2006, já embutido aí o r<strong>es</strong>ultado da conversão de tempo <strong>es</strong>pecial em comum no período de<br />

01/11/1980 a 31/03/1995 (fl. 36). D<strong>es</strong>considerado o tempo de con<strong>tr</strong>ibuição posterior ao início da vigência da Lei nº 9.876/99,<br />

r<strong>es</strong>tam menos de 24 anos de tempo de con<strong>tr</strong>ibuição, índice insuficiente para conc<strong>es</strong>são de aposentadoria por tempo de<br />

con<strong>tr</strong>ibuição, ainda que com proventos proporcionais.<br />

Recurso improvido. Sem condenação em honorários advocatícios.<br />

A C Ó R D Ã O


Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao recurso.<br />

21 - 2008.50.01.014546-7/01 DIONEZIO CARLOS CORREA (ADVOGADO: BRENO BONELLA SCARAMUSSA, ISAAC<br />

PANDOLFI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO LEAL DOS<br />

SANTOS.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RMI. DECADÊNCIA. PRAZO DE CADUCIDADE PREVISTO POR LEI POSTERIOR À<br />

CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. APLICABILIDADE DA LEI NOVA. RETROATIVIDADE MÍNIMA. NÃO HÁ OFENSA A<br />

DIREITO ADQUIRIDO NEM A ATO JURÍDICO PERFEITO. SÚMULA Nº 8 DA TURMA REGIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO.<br />

Trata-se de recurso interposto em face de sentença que extinguiu o proc<strong>es</strong>so sem r<strong>es</strong>olução de mérito por ausência de<br />

inter<strong>es</strong>se de agir. O julgado considerou que não havia nec<strong>es</strong>sidade de tutela judicial para revisão da renda mensal inicial da<br />

aposentadoria mediante a inclusão do percentual referente à variação do IRSM no índice de correção monetária dos<br />

salários-de-con<strong>tr</strong>ibuição, porque o benefício já havia sido revisto, mediante acordo ex<strong>tr</strong>ajudicial firmado en<strong>tr</strong>e as part<strong>es</strong>. O<br />

recorrente interpôs recurso argüindo a nulidade da sentença, por d<strong>es</strong>r<strong>es</strong>peito ao con<strong>tr</strong>aditório, uma vez que não teve a<br />

oportunidade de se manif<strong>es</strong>tar sobre os documentos anexados à cont<strong>es</strong>tação do INSS. Alegou que o réu não apr<strong>es</strong>entou<br />

qualquer documento que comprovasse o acordo ex<strong>tr</strong>ajudicial.<br />

Realmente houve ofensa ao con<strong>tr</strong>aditório. O autor deveria ter tido a oportunidade de se manif<strong>es</strong>tar sobre a alegação de que<br />

a revisão pretendida já havia sido implementada em razão de acordo ex<strong>tr</strong>ajudicial. Não obstante, a sentença não precisa<br />

ser anulada. O art. 515, § 3º, do CPC dispõe que “nos casos de extinção do proc<strong>es</strong>so sem julgamento do mérito (art. 267),<br />

o <strong>tr</strong>ibunal pode julgar d<strong>es</strong>de logo a lide, se a causa versar qu<strong>es</strong>tão exclusivamente de direito e <strong>es</strong>tiver em condiçõ<strong>es</strong> de<br />

imediato julgamento”. A decadência do direito à revisão da RMI, embora argüida na cont<strong>es</strong>tação, pode ser declarada de<br />

ofício, razão pela qual não há ofensa ao con<strong>tr</strong>aditório em reconhecê-la sem prévia manif<strong>es</strong>tação do autor.<br />

Até 27/06/1997, não havia previsão legal de decadência para a revisão dos atos de conc<strong>es</strong>são de benefícios<br />

previdenciários. A revisão podia ser requerida a qualquer tempo. A decadência foi instituída a partir de 28/06/1997, quando<br />

en<strong>tr</strong>ou em vigor a MP 1.523-9, convertida na Lei nº 9.528/97.<br />

A decadência incide sobre os benefícios concedidos ant<strong>es</strong> da lei que <strong>es</strong>tabeleceu o prazo de caducidade. A lei nova é<br />

aplicável a todos os fatos e situaçõ<strong>es</strong> pr<strong>es</strong>ent<strong>es</strong> e futuras, r<strong>es</strong>salvadas apenas as hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> cobertas pelo direito adquirido,<br />

pelo ato jurídico perfeito ou pela coisa julgada e d<strong>es</strong>de que contado o prazo de caducidade apenas a partir do início da<br />

vigência da lei que o criou.<br />

A decadência não constitui elemento in<strong>tr</strong>ínseco ao ato de conc<strong>es</strong>são do benefício. Trata-se, na verdade, de um efeito<br />

inerente ao regime jurídico aplicável ao benefício. E, na jurisprudência, é ponto pacífico que não existe direito adquirido a<br />

regime jurídico.<br />

Não há ofensa a ato jurídico perfeito, porque a instituição do prazo de decadência não interfere na definição de nenhum dos<br />

requisitos nec<strong>es</strong>sários à implementação do benefício segundo a lei vigente na data da conc<strong>es</strong>são. O ato jurídico perfeito é<br />

instituto que visa impedir que lei nova, que <strong>es</strong>tabeleça novos requisitos, acarrete a d<strong>es</strong>constituição de ato jurídico<br />

completado com o aperfeiçoamento de todos os requisitos exigidos pela lei então vigente. Para a conc<strong>es</strong>são de<br />

aposentadoria por tempo de serviço, por exemplo, os requisitos são apenas a carência e o tempo mínimo de serviço. A<br />

revisibilidade do ato jurídico não é um dos requisitos para a conc<strong>es</strong>são de aposentadoria. Ademais, tanto o ato jurídico<br />

perfeito quanto a instituição do prazo de decadência têm por <strong>es</strong>copo a proteção da segurança jurídica, razão pela qual não<br />

colidem en<strong>tr</strong>e si.<br />

Aplicar o prazo de decadência aos benefícios concedidos ant<strong>es</strong> da MP 1.523-9 não implica a<strong>tr</strong>ibuir à lei aplicabilidade<br />

re<strong>tr</strong>oativa. O que ocorre, em verdade, é a aplicação imediata da norma para os fatos posterior<strong>es</strong>.<br />

Na ocasião em que o Código de Proc<strong>es</strong>so Civil de 1973 en<strong>tr</strong>ou em vigor, alterando o prazo decadencial da ação r<strong>es</strong>cisória<br />

de cinco para dois anos, o Supremo Tribunal <strong>Federal</strong> decidiu que “quando há incidência de lei nova em prazos de<br />

pr<strong>es</strong>crição ou decadência em curso, não há falar em direito adquirido”.<br />

A Súmula nº 8 da Turma Regional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais da 2ª Região<br />

dispõe que "em 01.08.2007 operou-se a decadência das açõ<strong>es</strong> que visem à revisão de ato conc<strong>es</strong>sório de benefício<br />

previdenciário instituído anteriormente a 28.06.1997, data de edição da MP nº 1.523-9, que deu nova redação ao art. 103 da<br />

Lei nº 8.213/91”. Precedente: proc<strong>es</strong>so nº 2008.50.50.000808-0.<br />

Recurso parcialmente provido para anular a sentença que extinguiu o proc<strong>es</strong>so sem r<strong>es</strong>olução do mérito. Em vez de baixar<br />

os autos ao juizado de origem para novo julgamento, reconheceu-se a decadência do direito à revisão da RMI,<br />

extinguindo-se o proc<strong>es</strong>so com r<strong>es</strong>olução do mérito na forma do art. 269, IV, do CPC.<br />

O recorrente, embora sucumbente, <strong>es</strong>tá isento de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiário da assistência<br />

judiciária gratuita.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo anular a sentença que extinguiu o proc<strong>es</strong>so sem r<strong>es</strong>olução do mérito e, em vez de baixar<br />

os autos ao juizado de origem para novo julgamento, extinguir o proc<strong>es</strong>so com r<strong>es</strong>olução do mérito na forma do art. 269, IV,<br />

do CPC.<br />

22 - 2008.50.50.007650-4/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA<br />

SILVEIRA.) x JOAO CELSO MATTOS (ADVOGADO: ANDRÉ VINICIUS MARQUES GONÇALVES.).<br />

E M E N T A


JUROS DE MORA. CORREÇÃO MONETÁRIA. CONDENAÇÃO CONTRA FAZENDA PÚBLICA. LEI NOVA. NORMA<br />

ESPECIAL. APLICAÇÃO IMEDIATA.<br />

A sentença condenou o INSS a conceder aposentadoria e aplicou juros de mora à taxa de 1% ao mês. O INSS interpôs<br />

recurso reclamando a aplicação do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei nº 11.960/2009, para efeito de<br />

correção monetária e de juros demora.<br />

A Lei nº 11.960/2009 modificou a redação do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, passando a dispor em todas as condenaçõ<strong>es</strong><br />

impostas à Fazenda Pública, independentemente de sua natureza e para fins de atualização monetária, remuneração do<br />

capital e compensação da mora, haverá a incidência uma única vez, até o efetivo pagamento, dos índic<strong>es</strong> oficiais de<br />

remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança. Essa lei nova tem aplicação imediata sobre os proc<strong>es</strong>sos<br />

pendent<strong>es</strong> (Precedente: STF - RE 559.445 – Rel. Ellen Gracie – DJe 10/06/2009). Assim, até 30/06/2009, dia de início da<br />

vigência da lei nova, a correção monetária segue a tabela de precatórios da justiça federal, e os juros moratórios seguem a<br />

taxa de 1% ao mês a partir da citação. A partir de 30/06/2009, para efeito de correção monetária e de juros de mora,<br />

aplicam-se os índic<strong>es</strong> oficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança.<br />

Recurso provido para reformar a sentença quanto à taxa de juros de mora e ao critério de correção monetária, que, a partir<br />

de 30/06/2009, deve seguir os índic<strong>es</strong> oficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança.<br />

Só há condenação em custas e honorários advocatícios quando o vencido é o recorrente (art. 55, caput, segunda parte, da<br />

Lei nº 9.099/95). D<strong>es</strong>cartada a condenação do recorrido sucumbente a pagar as verbas de sucumbência.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo dar provimento ao recurso.<br />

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIA<br />

NOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS<br />

23 - 2007.50.50.000956-0/01 UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ANA BEATRIZ LINS BARBOSA.) x RENATA CELUPPI<br />

(ADVOGADO: MAURÍCIO LUIS PEREIRA PINTO.) x MÁRIO DE SOUZA GOMES.<br />

EMENTA<br />

RESPONSABILIDADE CIVIL. MILITAR. VIAGEM EM VEÍCULO COM ODOR ENJOATIVO. MERO ABORRECIMENTO.<br />

DANO MORAL NÃO CONFIGURADO. RECURSO DA UNIÃO FEDERAL PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.<br />

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela União <strong>Federal</strong> con<strong>tr</strong>a sentença que julgou procedente pedido de<br />

indenização por danos morais em razão de o autor, que é sargento, e sua companheira terem sido <strong>tr</strong>ansportados em<br />

veículo em péssimas condiçõ<strong>es</strong> de acomodação e higiene. Sustenta a recorrente, em preliminar, a impossibilidade de<br />

conc<strong>es</strong>são de assistência judiciária gratuita; no mérito, alega que os depoimentos das t<strong>es</strong>temunhas são con<strong>tr</strong>aditórios, que<br />

não houve dano moral, mas mero d<strong>es</strong>conforto, ausência de nexo causal e ofensa ao princípio da proporcionalidade na<br />

fixação do dano moral. Con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong> às fls. 144/149.<br />

2. Para a conc<strong>es</strong>são dos benefícios da assistência judiciária gratuita, basta a mera afirmação da impossibilidade de arcar<br />

com as d<strong>es</strong>p<strong>es</strong>as decorrent<strong>es</strong> do proc<strong>es</strong>so, o que efetivamente ocorreu no pr<strong>es</strong>ente caso. Ademais, a União <strong>Federal</strong> não<br />

comprovou que os autor<strong>es</strong> efetivamente não dispunham de condiçõ<strong>es</strong> financeiras para arcar com as d<strong>es</strong>p<strong>es</strong>as proc<strong>es</strong>suais,<br />

razão pela qual rejeito a preliminar.<br />

3. Em relação ao mérito, assiste razão ao recorrente. O autor <strong>es</strong>tava com problemas de saúde e o serviço médico militar<br />

recomendou que <strong>es</strong>te fosse avaliado no hospital militar situado no Rio de Janeiro. Foi colocada à sua disposição uma<br />

viatura para o <strong>tr</strong>ansporte. Os autor<strong>es</strong> alegam que havia um galão de combustível na parte de <strong>tr</strong>ás do combustível, o que<br />

acarretou odor d<strong>es</strong>agradável durante a viagem de sete horas.<br />

4. Tal fato, por si só, é capaz de ocasionar, no máximo, certo aborrecimento ou con<strong>tr</strong>atempo. Isso porque o fato em si não<br />

implica qualquer afetação à imagem, à moral, à honra objetiva ou subjetiva do recorrido, muito menos um sofrimento de<br />

ordem a caracterizar o dano moral. A obrigação do exército era tão somente fornecer o <strong>tr</strong>ansporte do autor até o Rio de<br />

Janeiro, o que efetivamente ocorreu. Não cabe aos autor<strong>es</strong> exigirem as condiçõ<strong>es</strong> de <strong>tr</strong>ansporte de acordo com os seus<br />

próprios padrõ<strong>es</strong> de qualidade, até porque isso encon<strong>tr</strong>a obstáculos nas próprias condiçõ<strong>es</strong> materiais disponíveis den<strong>tr</strong>o da<br />

adminis<strong>tr</strong>ação. Não se verificando o dano, não há o que ser compensado.<br />

5. Recurso da União <strong>Federal</strong> conhecido e provido. Sentença reformada para julgar improcedente o pedido de dano moral,<br />

em face da inexistência do dano moral. Sem condenação em custas e honorários (art. 55 da Lei 9099 / 95).<br />

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIA<br />

NOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS<br />

91003 - MANDADO DE SEGURANÇA/ATO JUIZADO ESPECIAL<br />

24 - 2005.50.52.000343-8/02 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ALCINA MARIA COSTA<br />

NOGUEIRA LOPES.) x MARIO JOSE DA SILVA (ADVOGADO: EDGARD VALLE DE SOUZA.) x JUIZ FEDERAL DA VARA<br />

FEDERAL DE SÃO MATEUS.


E M E N T A<br />

MANDADO DE SEGURANÇA. VALOR DA CAUSA. LIMITE DE 60 SALÁRIOS MÍNIMOS. POSSIBILIDADE DE O VALOR<br />

DA CONDENAÇÃO EXTRAPOLAR ESSE LIMITE. SENTENÇA TRANSITADA EM JULGADO. PRECLUSÃO DA<br />

FACULDADE DE IMPUGNAÇÃO DO VALOR DA CAUSA. INEXISTÊNCIA DE RENÚNCIA TÁCITA NO JUIZADO<br />

ESPECIAL FEDERAL.<br />

O valor de alçada do juizado <strong>es</strong>pecial federal <strong>es</strong>tá associado ao valor da causa, e não ao valor da condenação (art. 3º da<br />

Lei nº 10.259/2001). O valor da causa consiste em mera <strong>es</strong>timativa do benefício econômico ínsito à demanda judicial. Essa<br />

<strong>es</strong>timativa pode, no momento da liquidação do crédito reconhecido em sentença, revelar-se aquém do real benefício<br />

econômico. Nem por isso o valor da causa – ou seja, a <strong>es</strong>timativa – pode ser alterado após o julgamento da lide. Valor da<br />

causa não nec<strong>es</strong>sariamente precisa coincidir com o valor da condenação. O valor da condenação pode ex<strong>tr</strong>apolar o limite<br />

de 60 salários mínimos, sem, com isso, caracterizar incompetência do juizado federal. O limite de 60 salários mínimos só se<br />

aplica ao valor da causa.<br />

Quando o valor da causa é sub<strong>es</strong>timado na petição inicial, cabe ao réu impugná-lo no momento oportuno, inclusive para<br />

efeito de qu<strong>es</strong>tionar a competência do Juizado Especial <strong>Federal</strong>. Uma vez <strong>tr</strong>ansitada em julgado a sentença, a preclusão da<br />

faculdade de impugnar o valor da causa já se encon<strong>tr</strong>a há muito tempo consolidada.<br />

Não se aplica na justiça federal o art. 39 da Lei nº 9.099/95, segundo o qual a sentença condenatória é ineficaz na parte que<br />

exceder a alçada. O ajuizamento da ação perante o Juizado Especial <strong>Federal</strong> não acarreta, por si só, a renúncia do autor<br />

aos créditos excedent<strong>es</strong> ao limite de 60 salários mínimos na data do ajuizamento. Ao con<strong>tr</strong>ário do que sustenta o<br />

impe<strong>tr</strong>ante, é, sim, aplicável ao caso concreto a Súmula 17 da TNU: “Não há renúncia tácita no Juizado Especial <strong>Federal</strong>,<br />

para fins de competência”. A parcela do crédito excedente à alçada do juizado <strong>es</strong>pecial federal só não poderia ser cobrada<br />

na execução judicial se o autor houv<strong>es</strong>se manif<strong>es</strong>tado renúncia expr<strong>es</strong>sa.<br />

Considerando, enfim, que a decisão judicial atacada <strong>es</strong>tá correta e não é teratológica, entendo, por pragmatismo, que o<br />

mandado de segurança deve ser liminarmente <strong>tr</strong>ancado.<br />

Petição inicial do mandado de segurança indeferida.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo indeferir a petição inicial do mandado de segurança.<br />

25 - 2003.50.50.027559-0/02 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Alexandre Hideo<br />

Wenichi.) x NIRMA GRAZZIOTTI PIGNATON (ADVOGADO: HELTON TEIXEIRA RAMOS, ROGERIO SIMOES ALVES,<br />

KRYSTINE ELISA HUBBE ZUMBLICK, valmir meurer izidorio.) x Juiz <strong>Federal</strong> do 2º Juizado Especial <strong>Federal</strong>.<br />

E M E N T A<br />

MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA ATO JUDICIAL. REQUERIMENTO DE VISTA DOS AUTOS PARA EXERCÍCIO DE<br />

DIREITO DE INTERPOR RECURSO. AUTORIDADE COATORA. FALTA DE INTERESSE RECURSAL.<br />

Ao ser notificada do acórdão que concedeu a segurança, a autoridade impe<strong>tr</strong>ada requereu vista dos autos para <strong>es</strong>tudar a<br />

possibilidade de interpor recurso com base no art. 14, § 2º, da Lei nº 12.016/09.<br />

Quem formalmente figura como parte no mandado de segurança é a autoridade impe<strong>tr</strong>ada, mas quem tem sua <strong>es</strong>fera<br />

jurídica potencialmente sujeita aos efeitos da decisão do mandado de segurança é a entidade de direito público à qual se<br />

vincula a autoridade impe<strong>tr</strong>ada. A autoridade impe<strong>tr</strong>ada apenas pr<strong>es</strong>enta (torna pr<strong>es</strong>ente) em juízo a entidade de direito<br />

público. Quando as consequências de ordem pa<strong>tr</strong>imonial do ato con<strong>tr</strong>a o qual se requer o mandado hão de ser<br />

potencialmente suportadas pela entidade à qual a autoridade impe<strong>tr</strong>ada se vincula, <strong>es</strong>ta tem não só legitimidade, como<br />

também inter<strong>es</strong>se jurídico em recorrer. O inter<strong>es</strong>se decorre da nec<strong>es</strong>sidade de evitar que a decisão judicial atinja a <strong>es</strong>fera<br />

jurídica da entidade de direito público pr<strong>es</strong>entada em juízo pela autoridade impe<strong>tr</strong>ada.<br />

En<strong>tr</strong>etanto, em se <strong>tr</strong>atando de mandado de segurança con<strong>tr</strong>a ato judicial, a autoridade impe<strong>tr</strong>ada é o juiz que proferiu a<br />

decisão judicial impugnada. O mandado de segurança con<strong>tr</strong>a ato judicial de juiz federal não possui a potencialidade de<br />

agravar a <strong>es</strong>fera jurídica da entidade à qual o magis<strong>tr</strong>ado se vincula, a saber, a União. O mandado de segurança con<strong>tr</strong>a ato<br />

judicial só pode atingir a <strong>es</strong>fera jurídica de quem toma parte na relação proc<strong>es</strong>sual onde houver sido proferido o ato judicial<br />

coator. Assim, no mandado de segurança con<strong>tr</strong>a ato judicial, embora tenha legitimidade para recorrer reconhecida por lei<br />

(art. 14, § 2º, da Lei nº 12.016/2009), a autoridade coatora – a saber, o juiz prolator da decisão impugnada – não possui<br />

inter<strong>es</strong>se recursal.<br />

É d<strong>es</strong>nec<strong>es</strong>sária a abertura de vista dos autos. À autoridade impe<strong>tr</strong>ada cabe apenas cumprir a ordem determinada em<br />

mandado de segurança, e todos os parâme<strong>tr</strong>os nec<strong>es</strong>sários para cumprimento da ordem já foram, em t<strong>es</strong>e, informados no<br />

ofício de notificação do acórdão.<br />

Indeferido o requerimento de abertura de vista dos autos.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo indeferir o requerimento de abertura de vista dos autos.<br />

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL<br />

26 - 2006.50.50.007092-0/01 OSMAR NUNES (ADVOGADO: ANDREIA DADALTO LIMA.) x CAIXA ECONOMICA<br />

FEDERAL (ADVOGADO: CLEBER ALVES TUMOLI.).<br />

E M E N T A


FGTS. JUROS PROGRESSIVOS. NÃO APRESENTAÇÃO DE EXTRATO DE CONTA VINCULADA. DOCUMENTO<br />

DISPENSÁVEL. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO COMPROVADO POR CTPS. DIREITO À OPÇÃO RETROATIVA.<br />

SENTENÇA REFORMADA<br />

Os ex<strong>tr</strong>atos das contas vinculadas não são documentos indispensáveis à propositura da ação, podendo sua ausência ser<br />

suprida por ou<strong>tr</strong>as provas. No pr<strong>es</strong>ente caso, o recorrente comprovou, com cópia da CTPS, ter feito a opção pelo FGTS em<br />

6/7/1974 com efeitos re<strong>tr</strong>oativos a 1º/1/1967. É isso o que basta para comprovar o fato constitutivo do direito.<br />

A Súmula 154 do Superior Tribunal de <strong>Justiça</strong> assim dispõe: “Os optant<strong>es</strong> pelo FGTS, nos termos da Lei nº 5.958, de 1973,<br />

têm direito à taxa progr<strong>es</strong>siva de juros na forma do art. 4º da Lei nº 5.107/66”.<br />

Recurso provido.<br />

Só há condenação em custas e honorários advocatícios quando o vencido é o recorrente (art. 55, caput, segunda parte, da<br />

Lei nº 9.099/95).<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo dar provimento ao recurso.<br />

27 - 2007.50.50.005931-9/01 CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: ERIKA SEIBEL PINTO.) x BENEDITO<br />

RODRIGUES TRANCOSO.<br />

E M E N T A<br />

FGTS. JUROS PROGRESSIVOS. OPÇÃO FEITA NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 5.107/71. SENTENÇA REFORMADA<br />

A Lei nº 5.705, de 21.09.1971, extinguiu a capitalização dos juros de forma progr<strong>es</strong>siva, in<strong>tr</strong>oduzindo a taxa fixa de 3% ao<br />

ano. R<strong>es</strong>salvou, porém, o direito daquel<strong>es</strong> que houv<strong>es</strong>sem optado anteriormente pelo regime do FGTS e que, por<br />

conseguinte, tinham direito adquirido aos juros progr<strong>es</strong>sivos. Então, a princípio, somente tem direito adquirido aos juros<br />

progr<strong>es</strong>sivos quem formalizou a opção pelo FGTS na vigência da Lei nº 5.107/66, ou seja, até 22 de setembro de 1971,<br />

direito <strong>es</strong>te que c<strong>es</strong>saria se o empregado mudasse de empr<strong>es</strong>a. O art. 13, § 3º, da Lei nº 8.036/90 reconhece <strong>es</strong>se direito.<br />

A Lei nº 5.958/73 dispôs no artigo 1º que aos empregados não optant<strong>es</strong> do regime instituído pela Lei nº 5.107/66 seria<br />

assegurado o direito de fazer a opção com efeitos re<strong>tr</strong>oativos a 1º de janeiro de 1967 ou à data da admissão no emprego,<br />

se posterior àquela, d<strong>es</strong>de que houv<strong>es</strong>se concordância por parte do empregador. A referida lei en<strong>tr</strong>ou em vigor em<br />

10/12/1973. O direito à opção re<strong>tr</strong>oativa <strong>es</strong>tá pacificado na jurisprudência, conforme Súmula 154 do STJ.<br />

Portanto, tem direito aos juros progr<strong>es</strong>sivos tanto o <strong>tr</strong>abalhador que optou pelo regime do FGTS ant<strong>es</strong> de 22/09/1971<br />

quanto o que fez a opção após 10/12/1973 com efeitos expr<strong>es</strong>samente re<strong>tr</strong>oativos a data anterior a 22/09/1971.<br />

O recorrido não se ajusta a nenhuma das duas hipót<strong>es</strong><strong>es</strong>. Embora <strong>es</strong>tiv<strong>es</strong>se empregado na m<strong>es</strong>ma empr<strong>es</strong>a d<strong>es</strong>de<br />

08/07/1966, manif<strong>es</strong>tou a opção pelo regime do FGTS somente em 10/5/1972 (fl. 9). N<strong>es</strong>sa data, já <strong>es</strong>tava em vigor a Lei nº<br />

5.107/71, que abolira a taxa progr<strong>es</strong>siva de juros, mas ainda não <strong>es</strong>tava em vigor a Lei nº 5.958/73, que previra a<br />

possibilidade de re<strong>tr</strong>oação dos efeitos da opção pelo FGTS. Era possível que, na vigência da Lei nº 5.958/73, o recorrido<br />

manif<strong>es</strong>tasse opção com efeitos re<strong>tr</strong>oativos a 1º/01/67 ou à data da admissão, mas não o fez.<br />

Recurso provido para reformar a sentença, julgando improcedente o pedido.<br />

Só haveria condenação em honorários advocatícios se o vencido fosse o recorrente (art. 55, caput, segunda parte, da Lei nº<br />

9.099/95).<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo dar provimento ao recurso.<br />

28 - 2007.50.50.002220-5/01 CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: CLEBER ALVES TUMOLI.) x OLGA<br />

LOURENCO DA SILVA.<br />

E M E N T A<br />

FGTS. JUROS PROGRESSIVOS. OPÇÃO FEITA NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 5.107/71. SENTENÇA REFORMADA<br />

A Lei nº 5.705, de 21.09.1971, extinguiu a capitalização dos juros de forma progr<strong>es</strong>siva, in<strong>tr</strong>oduzindo a taxa fixa de 3% ao<br />

ano. R<strong>es</strong>salvou, porém, o direito daquel<strong>es</strong> que houv<strong>es</strong>sem optado anteriormente pelo regime do FGTS e que, por<br />

conseguinte, tinham direito adquirido aos juros progr<strong>es</strong>sivos. Então, a princípio, somente tem direito adquirido aos juros<br />

progr<strong>es</strong>sivos quem formalizou a opção pelo FGTS na vigência da Lei nº 5.107/66, ou seja, até 22 de setembro de 1971,<br />

direito <strong>es</strong>te que c<strong>es</strong>saria se o empregado mudasse de empr<strong>es</strong>a. O art. 13, § 3º, da Lei nº 8.036/90 reconhece <strong>es</strong>se direito.<br />

A Lei nº 5.958/73 dispôs no artigo 1º que aos empregados não optant<strong>es</strong> do regime instituído pela Lei nº 5.107/66 seria<br />

assegurado o direito de fazer a opção com efeitos re<strong>tr</strong>oativos a 1º de janeiro de 1967 ou à data da admissão no emprego,<br />

se posterior àquela, d<strong>es</strong>de que houv<strong>es</strong>se concordância por parte do empregador. A referida lei en<strong>tr</strong>ou em vigor em<br />

10/12/1973. O direito à opção re<strong>tr</strong>oativa <strong>es</strong>tá pacificado na jurisprudência, conforme Súmula 154 do STJ.<br />

Portanto, tem direito aos juros progr<strong>es</strong>sivos tanto o <strong>tr</strong>abalhador que optou pelo regime do FGTS ant<strong>es</strong> de 22/09/1971<br />

quanto o que fez a opção após 10/12/1973 com efeitos expr<strong>es</strong>samente re<strong>tr</strong>oativos a data anterior a 22/09/1971.<br />

A situação da recorrida não se ajusta a nenhuma das duas hipót<strong>es</strong><strong>es</strong>. Embora <strong>es</strong>tiv<strong>es</strong>se empregada na m<strong>es</strong>ma empr<strong>es</strong>a<br />

en<strong>tr</strong>e 1º/5/1962 e 1º/8/1990, manif<strong>es</strong>tou a opção pelo regime do FGTS somente em 1º/8/1973 (fl. 8). N<strong>es</strong>sa data, já <strong>es</strong>tava<br />

em vigor a Lei nº 5.107/71, que abolira a taxa progr<strong>es</strong>siva de juros, mas ainda não <strong>es</strong>tava em vigor a Lei nº 5.958/73, que<br />

previra a possibilidade de re<strong>tr</strong>oação dos efeitos da opção pelo FGTS. Era possível que, na vigência da Lei nº 5.958/73, o<br />

recorrido manif<strong>es</strong>tasse opção com efeitos re<strong>tr</strong>oativos a 1º/01/67 ou à data da admissão, mas não o fez.<br />

Recurso provido para reformar a sentença, julgando improcedente o pedido. Só haveria condenação em honorários


advocatícios se o vencido fosse o recorrente (art. 55, caput, segunda parte, da Lei nº 9.099/95).<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo dar provimento ao recurso.<br />

29 - 2007.50.01.002209-2/01 PAULO ROBERTO MARTINS AMARAL (ADVOGADO: THIAGO ELIAS DE SOUZA,<br />

ANDREIA DADALTO LIMA.) x AUREO NASCIMENTO x JOSE GUILHERME DOS SANTOS AMORIM x CAIXA<br />

ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: LUIZ CLAUDIO SOBREIRA.).<br />

E M E N T A<br />

FGTS. JUROS PROGRESSIVOS. TAXA MÁXIMA NOMINALMENTE IDENTIFICADA. PRESUNÇÃO DE OBSERVÂNCIA<br />

DA PROGRESSIVIDADE. OPÇÃO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 5.107/66. PRESUNÇÃO DE CORRETA REMUNERAÇÃO.<br />

ÔNUS DA PROVA DO TITULAR DA CONTA.<br />

Trata-se de ação que visa à aplicação da taxa progr<strong>es</strong>siva de juros (3% a 6%) sobre os depósitos em conta vinculada de<br />

FGTS.<br />

Em relação ao recorrente Áureo Nascimento, a sentença julgou improcedente o pedido porque os ex<strong>tr</strong>atos da conta<br />

vinculada indicaram a aplicação da taxa máxima de juros progr<strong>es</strong>sivos (6%), razão pela qual não existe nenhum r<strong>es</strong>íduo a<br />

ser pago. O recorrente alegou que a sentença tomou por base apenas o curto período re<strong>tr</strong>atado pelos ex<strong>tr</strong>atos<br />

apr<strong>es</strong>entados (dezembro/1988 a setembro/1990), e que isso não comprova a observância da progr<strong>es</strong>sividade dos juros<br />

durante todo o período do vínculo de emprego.<br />

Se o recorrente foi admitido na empr<strong>es</strong>a em 1970 (fl. 14), optou pelo FGTS no m<strong>es</strong>mo ano (fl. 15), e em 1988 <strong>es</strong>tava sendo<br />

aplicada a taxa máxima de juros (6%), é possível, sim, pr<strong>es</strong>umir que a progr<strong>es</strong>são de juros prevista no art. 4º da Lei nº<br />

5.107/66 foi devidamente r<strong>es</strong>peitada nos demais períodos, observados os interstícios regulados na norma jurídica (a taxa<br />

máxima de 6% é aplicada a partir do décimo primeiro ano de permanência na m<strong>es</strong>ma empr<strong>es</strong>a, conforme inciso VI do art.<br />

4º). É dispensável a exibição de ex<strong>tr</strong>atos referent<strong>es</strong> aos demais períodos.<br />

Não era impr<strong>es</strong>cindível que os documentos apr<strong>es</strong>entados fossem submetidos à contadoria do juízo para aferir com precisão<br />

técnica a efetiva aplicação da taxa de juros de acordo com a progr<strong>es</strong>são prevista em lei. A diligência é dispensável, porque<br />

os ex<strong>tr</strong>atos indicam nominalmente a aplicação da taxa de 6% (fls. 102/103). O reajuste do saldo pr<strong>es</strong>ume-se aplicado em<br />

conformidade com a taxa nominalmente identificada.<br />

Em relação aos demais recorrent<strong>es</strong>, a sentença pr<strong>es</strong>umiu que as contas vinculadas foram corretamente remuneradas,<br />

cabendo aos autor<strong>es</strong> o ônus de provar o con<strong>tr</strong>ário.<br />

A Caixa Econômica <strong>Federal</strong> tem historicamente recusado a aplicação dos juros progr<strong>es</strong>sivos apenas aos titular<strong>es</strong> de conta<br />

vinculada que fizeram a opção com efeitos re<strong>tr</strong>oativos sob a vigência da Lei nº 5.958/73. Não é <strong>es</strong>se o caso dos<br />

recorrent<strong>es</strong>, que r<strong>es</strong>pectivamente fizeram a opção em janeiro/1970 (fl. 25) e maio/1967 (fl. 34), ou seja, ant<strong>es</strong> de 1973. Em<br />

relação aos <strong>tr</strong>abalhador<strong>es</strong> que, como os recorrent<strong>es</strong>, optaram pelo regime do FGTS até 22 de setembro de 1971, e que têm<br />

direito adquirido aos juros progr<strong>es</strong>sivos reconhecido por norma jurídica expr<strong>es</strong>sa, a aplicação dos juros progr<strong>es</strong>sivos não<br />

costuma ser omitida pelo banco.<br />

N<strong>es</strong>se contexto, a sentença <strong>es</strong>tá correta em pr<strong>es</strong>umir que a correta remuneração das contas vinculadas, cabendo aos<br />

recorrent<strong>es</strong> o ônus de provar o con<strong>tr</strong>ário. Tendo em vista a peculiaridade do caso concreto, afasta-se excepcionalmente a<br />

aplicação do entendimento jurisprudencial dominante segundo o qual cabe à Caixa Econômica <strong>Federal</strong> exibir os ex<strong>tr</strong>atos da<br />

conta vinculada de FGTS.<br />

Recurso improvido. Os recorrent<strong>es</strong>, embora sucumbent<strong>es</strong>, <strong>es</strong>tão isentos de custas e honorários advocatícios, por serem<br />

beneficiários da assistência judiciária gratuita.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao recurso.<br />

30 - 2008.50.50.000242-9/01 CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: ERIKA SEIBEL PINTO.) x ANTONIO<br />

TOFFOLI.<br />

E M E N T A<br />

FGTS. JUROS PROGRESSIVOS. TAXA NOMINAL INDICADA NO EXTRATO NÃO CONFIRMADA PELOS CÁLCULOS<br />

DA CONTADORIA.<br />

Trata-se de recurso con<strong>tr</strong>a sentença que condenou a Caixa Econômica <strong>Federal</strong> a pagar diferenças decorrent<strong>es</strong> da omissão<br />

na progr<strong>es</strong>são de juros sobre o saldo de conta vinculada de FGTS. A recorrente arguiu que a regra da progr<strong>es</strong>sividade dos<br />

juros já foi aplicada nas contas vinculadas, não existindo diferenças a serem pagas.<br />

O ex<strong>tr</strong>ato da conta vinculada indicou nominalmente a aplicação da taxa máxima de juros progr<strong>es</strong>sivos (6% - fl. 56). Ocorre<br />

que a Contadoria do juízo, revisando os dados constant<strong>es</strong> dos ex<strong>tr</strong>atos de evolução da conta, apurou que, na prática, o<br />

valor creditado na conta vinculada a título de juros seguiu a taxa de 3%. Por exemplo, em 01/10/1981, foram creditados na<br />

conta Cr$ 38.901,98 (fl. 56), valor que, segundo a Contadoria, corr<strong>es</strong>ponde a 3%. Se tiv<strong>es</strong>se sido aplicada a taxa de 6%, o<br />

crédito corr<strong>es</strong>ponderia a Cr$ 40.689,45 (fl. 63). D<strong>es</strong>sa forma, <strong>es</strong>tá comprovado que a taxa nominal indicada no ex<strong>tr</strong>ato não<br />

foi aquela efetivamente aplicada.<br />

A Lei nº 5.107/66 previu a aplicação de juros progr<strong>es</strong>sivos para os optant<strong>es</strong> que permanec<strong>es</strong>sem na m<strong>es</strong>ma empr<strong>es</strong>a pelo<br />

período de tempo fixado no art. 4º da referida norma. Assim, a partir do momento em que o <strong>tr</strong>abalhador r<strong>es</strong>cinde um<br />

con<strong>tr</strong>ato de emprego e passa a <strong>tr</strong>abalhar em uma nova empr<strong>es</strong>a, os depósitos em conta vinculada de FGTS decorrent<strong>es</strong> do<br />

novo vínculo de emprego não são contemplados com a progr<strong>es</strong>sividade dos juros. A recorrente alegou que, tendo o


ecorrido sido afastado da empr<strong>es</strong>a em 16/06/1983, a taxa de juros aplicável seria a taxa mínima de 3%. A Contadoria<br />

apurou, m<strong>es</strong>mo após junho/1983 e até junho/1986, diferenças de juros com base na taxa de 6% (fls. 64/65). O<br />

procedimento, porém, <strong>es</strong>tá correto, porque os cálculos da Contadoria limitaram-se à conta vinculada aberta pela primeira<br />

empregadora do recorrido, não tendo sido computados depósitos em conta vinculada aberta posteriormente a 1983. O<br />

procedimento da Contadoria se justifica em razão do fato de o saque da conta vinculada antiga ter ocorrido somente em<br />

1986, devendo ser mantida a taxa máxima de juros durante todo o tempo em que a conta vinculada antiga foi mantida.<br />

Recurso improvido. Sem condenação em honorários advocatícios, porque o recorrido vencedor não <strong>es</strong>tá repr<strong>es</strong>entado por<br />

advogado.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao recurso.<br />

31 - 2007.50.50.008038-2/01 CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: ERIKA SEIBEL PINTO, LUIZ CLAUDIO<br />

SOBREIRA.) x ARTHUR VIEIRA DA COSTA (ADVOGADO: ROGERIO SIMOES ALVES, HELTON TEIXEIRA RAMOS.).<br />

E M E N T A<br />

FGTS. JUROS PROGRESSIVOS. NÃO COMPROVAÇÃO DA APLICAÇÃO DA PROGRESSIVIDADE. SENTENÇA<br />

MANTIDA.<br />

Trata-se de ação que visa à aplicação da taxa progr<strong>es</strong>siva de juros (3% a 6%) sobre os depósitos em conta vinculada de<br />

FGTS. A recorrente arguiu que a regra da progr<strong>es</strong>sividade já foi aplicada nas contas vinculadas do recorrido, não existindo<br />

diferenças a serem pagas.<br />

Os ex<strong>tr</strong>atos da conta vinculada (fls. 54/56), porém, não comprovam que a recorrente tenha aplicado a regra da<br />

progr<strong>es</strong>sividade na remuneração do saldo. Não há identificação nominal da taxa de juros aplicada. Ademais, o cálculo<br />

elaborado pela contadoria do juízo demons<strong>tr</strong>a a inobservância da efetiva aplicação da taxa de juros com a progr<strong>es</strong>são<br />

prevista em lei, já que indica existência de r<strong>es</strong>íduo a ser pago ao recorrido (fl. 62).<br />

Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 24-A, parágrafo único, da Lei nº 9.028/95. Sem condenação em<br />

honorários advocatícios, nos termos do art. 29-C da Lei nº 8.036/90.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao recurso.<br />

32 - 2007.50.51.001775-9/01 CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: RODOLFO PRANDI CAMPAGNARO,<br />

CLEBER ALVES TUMOLI.) x ELIAS ALOCHIO (ADVOGADO: ANTÔNIO JUSTINO COSTA.).<br />

E M E N T A<br />

FGTS. JUROS PROGRESSIVOS. PRESCRIÇÃO. SENTENÇA REFORMADA.<br />

A sentença reconheceu a aplicação do prazo de <strong>tr</strong>inta anos para a pr<strong>es</strong>crição da ação. Não obstante, condenou a<br />

recorrente ao pagamento de diferenças decorrent<strong>es</strong> da aplicação da taxa progr<strong>es</strong>siva de juros sobre o saldo das contas<br />

vinculadas de FGTS relativas ao con<strong>tr</strong>ato de <strong>tr</strong>abalho com a empr<strong>es</strong>a São Mateus Di<strong>es</strong>el S.A., vigente en<strong>tr</strong>e janeiro/1967 e<br />

março/1970.<br />

A ação foi ajuizada em junho/2007. Como o con<strong>tr</strong>ato de <strong>tr</strong>abalho encerrou-se em março/1970, eventual reflexo no saldo da<br />

conta vinculada de FGTS decorrente da aplicação de defasada taxa de juros não pode ser exigido da Caixa Econômica<br />

<strong>Federal</strong>, porque a pretensão foi prejudicada pela pr<strong>es</strong>crição.<br />

Recurso provido para reformar a sentença, julgando improcedente o pedido.<br />

Só haveria condenação em honorários advocatícios se o vencido fosse o recorrente (art. 55, caput, segunda parte, da Lei nº<br />

9.099/95). Sem custas.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo dar provimento ao recurso.<br />

33 - 2008.50.50.005027-8/01 MARIA DO CARMO RIBEIRO LIMA (ADVOGADO: HARLEY SANTANNA.) x CAIXA<br />

ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: ERIKA SEIBEL PINTO.).<br />

E M E N T A<br />

FGTS. JUROS PROGRESSIVOS. TRABALHADOR AVULSO. INEXISTÊNCIA DE DIREITO.<br />

A Lei nº 5.107/66, que criou o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, previu a aplicação de juros progr<strong>es</strong>sivos para os<br />

optant<strong>es</strong> que permanec<strong>es</strong>sem na m<strong>es</strong>ma empr<strong>es</strong>a pelo período de tempo fixado no art. 4º da referida norma. A norma<br />

dispunha que a capitalização de juros dos depósitos deveria ser feita conforme a seguinte progr<strong>es</strong>são: 3% durante os dois<br />

primeiros anos de permanência na empr<strong>es</strong>a; 4% do terceiro ao quinto ano; 5% do sexto ao 10º ano; 6% do 11º em diante.<br />

No m<strong>es</strong>mo sentido, o art. 2º da Lei nº 5.705/71.<br />

Ap<strong>es</strong>ar de a Lei nº 5.480/68 ter assegurado aos <strong>tr</strong>abalhador<strong>es</strong> avulsos os direitos previstos na lei que instituiu o FGTS, não<br />

há como <strong>es</strong>tender a <strong>es</strong>ta classe de <strong>tr</strong>abalhador<strong>es</strong> a incidência da taxa progr<strong>es</strong>siva de juros ali prevista, pelo simpl<strong>es</strong> fato de<br />

que a progr<strong>es</strong>são dos juros pr<strong>es</strong>supõe a permanência do <strong>tr</strong>abalhador na m<strong>es</strong>ma empr<strong>es</strong>a ao longo do tempo previsto. Os<br />

<strong>tr</strong>abalhador<strong>es</strong> avulsos pr<strong>es</strong>tam serviço a várias empr<strong>es</strong>as sem manter com elas vínculo de emprego ou relação de <strong>tr</strong>abalho<br />

<strong>es</strong>tável.


A jurisprudência do TRF da 2ª Região é pacífica a r<strong>es</strong>peito da qu<strong>es</strong>tão. “Não obstante a CRFB/88 assegure igualdade de<br />

direitos ao avulso e ao <strong>tr</strong>abalhador com vínculo empregatício, considerando-se que a aplicação da taxa de juros<br />

progr<strong>es</strong>sivos pr<strong>es</strong>supõe que haja permanência do empregado na m<strong>es</strong>ma empr<strong>es</strong>a ao longo do tempo previsto, na forma<br />

d<strong>es</strong>crita nos incisos do art.2º, da Lei 5.705/71, revela-se incabível a referida aplicação para os <strong>tr</strong>abalhador<strong>es</strong> avulsos. 3.<br />

Recurso de apelação conhecido e d<strong>es</strong>provido” (AC 456.909, Relator Juiz Marcelo Pereira, DJU 08/12/2009). “O <strong>tr</strong>abalhador<br />

avulso não faz jus à aplicação da taxa progr<strong>es</strong>siva de juros sobre o saldo de sua conta do FGTS, por não preencher os<br />

requisitos <strong>es</strong>tabelecidos na Lei nº 5.107/66” (AC 427.489, Rel. Paulo Espírito Santo, DJU 14/05/2009). “O <strong>tr</strong>abalhador avulso<br />

não tem direito aos juros progr<strong>es</strong>sivos relativos ao FGTS, por não satisfazer o requisito da permanência exigido pela<br />

legislação aplicável (Lei nº 5.107/66)” (AC 423.142, Rel. Juiz Luiz Paulo Araújo Filho, DJU 01/09/2008). “O <strong>tr</strong>abalhador<br />

avulso não tem direito à taxa progr<strong>es</strong>siva de juros, por não preencher um requisito indispensável à fruição do benefício, qual<br />

seja: <strong>tr</strong>abalho contínuo numa m<strong>es</strong>ma empr<strong>es</strong>a” (AC 103.770/ES, Relatora Liliane Roriz, DJU 11/05/2005).<br />

A jurisprudência do Superior Tribunal de <strong>Justiça</strong> também se orienta n<strong>es</strong>se sentido. No R<strong>es</strong>p 1.176.691/ES, o julgamento foi<br />

assim ementado: “FGTS. JUROS. TAXA PROGRESSIVA. TRABALHADOR AVULSO. NÃO APLICAÇÃO. RECURSO<br />

ESPECIAL IMPROVIDO”. O relator, Minis<strong>tr</strong>o Teori Albino Zavascki, proferiu o seguinte voto, acolhido por unanimidade pela<br />

1ª Turma da Corte: “Assim, en<strong>tr</strong>e ou<strong>tr</strong>as, é condição básica para a obtenção d<strong>es</strong>se direito a ‘permanência na m<strong>es</strong>ma<br />

empr<strong>es</strong>a’ por certo lapso temporal. Ora, não se pode confundir permanência na m<strong>es</strong>ma empr<strong>es</strong>a com permanência na<br />

m<strong>es</strong>ma atividade profissional, como busca fazer crer o recurso. Por isso, o <strong>tr</strong>abalhador avulso não pode atender à referida<br />

condição legal já que, por definição, é ‘quem pr<strong>es</strong>ta, a diversas empr<strong>es</strong>as, serviços de natureza urbana ou rural definidos no<br />

regulamento’ (Lei 8.212/91, art. 12, VI), pr<strong>es</strong>tação que se dá ‘sem vínculo empregatício’ e ‘com intermediação obrigatória do<br />

sindicato da categoria ou do órgão g<strong>es</strong>tor de mão-de-obra’ (Decreto 3.048/99, art. 9º, VI). Não atendendo, o <strong>tr</strong>abalhador<br />

avulso, à condição exigida, não tem direito ao crédito de juros, na sua conta de FGTS, calculado na forma progr<strong>es</strong>siva<br />

reclamada.”<br />

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, <strong>es</strong>tá isento de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiário<br />

da assistência judiciária gratuita.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao recurso.<br />

34 - 2007.50.50.011177-9/01 MANOEL MACHADO (ADVOGADO: ROGERIO SIMOES ALVES, HELTON TEIXEIRA<br />

RAMOS.) x CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: CLEBER ALVES TUMOLI.).<br />

E M E N T A<br />

FGTS. JUROS PROGRESSIVOS. TRABALHADOR AVULSO. INEXISTÊNCIA DE DIREITO.<br />

A Lei nº 5.107/66, que criou o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, previu a aplicação de juros progr<strong>es</strong>sivos para os<br />

optant<strong>es</strong> que permanec<strong>es</strong>sem na m<strong>es</strong>ma empr<strong>es</strong>a pelo período de tempo fixado no art. 4º da referida norma. A norma<br />

dispunha que a capitalização de juros dos depósitos deveria ser feita conforme a seguinte progr<strong>es</strong>são: 3% durante os dois<br />

primeiros anos de permanência na empr<strong>es</strong>a; 4% do terceiro ao quinto ano; 5% do sexto ao 10º ano; 6% do 11º em diante.<br />

No m<strong>es</strong>mo sentido, o art. 2º da Lei nº 5.705/71.<br />

Ap<strong>es</strong>ar de a Lei nº 5.480/68 ter assegurado aos <strong>tr</strong>abalhador<strong>es</strong> avulsos os direitos previstos na lei que instituiu o FGTS, não<br />

há como <strong>es</strong>tender a <strong>es</strong>ta classe de <strong>tr</strong>abalhador<strong>es</strong> a incidência da taxa progr<strong>es</strong>siva de juros ali prevista, pelo simpl<strong>es</strong> fato de<br />

que a progr<strong>es</strong>são dos juros pr<strong>es</strong>supõe a permanência do <strong>tr</strong>abalhador na m<strong>es</strong>ma empr<strong>es</strong>a ao longo do tempo previsto. Os<br />

<strong>tr</strong>abalhador<strong>es</strong> avulsos pr<strong>es</strong>tam serviço a várias empr<strong>es</strong>as sem manter com elas vínculo de emprego ou relação de <strong>tr</strong>abalho<br />

<strong>es</strong>tável.<br />

A jurisprudência do TRF da 2ª Região é pacífica a r<strong>es</strong>peito da qu<strong>es</strong>tão. “Não obstante a CRFB/88 assegure igualdade de<br />

direitos ao avulso e ao <strong>tr</strong>abalhador com vínculo empregatício, considerando-se que a aplicação da taxa de juros<br />

progr<strong>es</strong>sivos pr<strong>es</strong>supõe que haja permanência do empregado na m<strong>es</strong>ma empr<strong>es</strong>a ao longo do tempo previsto, na forma<br />

d<strong>es</strong>crita nos incisos do art.2º, da Lei 5.705/71, revela-se incabível a referida aplicação para os <strong>tr</strong>abalhador<strong>es</strong> avulsos. 3.<br />

Recurso de apelação conhecido e d<strong>es</strong>provido” (AC 456.909, Relator Juiz Marcelo Pereira, DJU 08/12/2009). “O <strong>tr</strong>abalhador<br />

avulso não faz jus à aplicação da taxa progr<strong>es</strong>siva de juros sobre o saldo de sua conta do FGTS, por não preencher os<br />

requisitos <strong>es</strong>tabelecidos na Lei nº 5.107/66” (AC 427.489, Rel. Paulo Espírito Santo, DJU 14/05/2009). “O <strong>tr</strong>abalhador avulso<br />

não tem direito aos juros progr<strong>es</strong>sivos relativos ao FGTS, por não satisfazer o requisito da permanência exigido pela<br />

legislação aplicável (Lei nº 5.107/66)” (AC 423.142, Rel. Juiz Luiz Paulo Araújo Filho, DJU 01/09/2008). “O <strong>tr</strong>abalhador<br />

avulso não tem direito à taxa progr<strong>es</strong>siva de juros, por não preencher um requisito indispensável à fruição do benefício, qual<br />

seja: <strong>tr</strong>abalho contínuo numa m<strong>es</strong>ma empr<strong>es</strong>a” (AC 103.770/ES, Relatora Liliane Roriz, DJU 11/05/2005).<br />

A jurisprudência do Superior Tribunal de <strong>Justiça</strong> também se orienta n<strong>es</strong>se sentido. No R<strong>es</strong>p 1.176.691/ES, o julgamento foi<br />

assim ementado: “FGTS. JUROS. TAXA PROGRESSIVA. TRABALHADOR AVULSO. NÃO APLICAÇÃO. RECURSO<br />

ESPECIAL IMPROVIDO”. O relator, Minis<strong>tr</strong>o Teori Albino Zavascki, proferiu o seguinte voto, acolhido por unanimidade pela<br />

1ª Turma da Corte: “Assim, en<strong>tr</strong>e ou<strong>tr</strong>as, é condição básica para a obtenção d<strong>es</strong>se direito a ‘permanência na m<strong>es</strong>ma<br />

empr<strong>es</strong>a’ por certo lapso temporal. Ora, não se pode confundir permanência na m<strong>es</strong>ma empr<strong>es</strong>a com permanência na<br />

m<strong>es</strong>ma atividade profissional, como busca fazer crer o recurso. Por isso, o <strong>tr</strong>abalhador avulso não pode atender à referida<br />

condição legal já que, por definição, é ‘quem pr<strong>es</strong>ta, a diversas empr<strong>es</strong>as, serviços de natureza urbana ou rural definidos no<br />

regulamento’ (Lei 8.212/91, art. 12, VI), pr<strong>es</strong>tação que se dá ‘sem vínculo empregatício’ e ‘com intermediação obrigatória do<br />

sindicato da categoria ou do órgão g<strong>es</strong>tor de mão-de-obra’ (Decreto 3.048/99, art. 9º, VI). Não atendendo, o <strong>tr</strong>abalhador<br />

avulso, à condição exigida, não tem direito ao crédito de juros, na sua conta de FGTS, calculado na forma progr<strong>es</strong>siva<br />

reclamada.”<br />

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, <strong>es</strong>tá isento de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiário<br />

da assistência judiciária gratuita.


A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao recurso.<br />

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIA<br />

NOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS<br />

35 - 2007.50.52.000701-5/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Marcos Figueredo<br />

Marçal.) x JOAQUIM FRANCISCO SANTANA (ADVOGADO: ADENILSON VIANA NERY.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – LAUDO PERICIAL – INCAPACIDADE PARA O EXERCÍCIO<br />

DE ATIVIDADE LABORAL – INCAPACIDADE TOTAL E DEFINITIVA – QUALIDADE DE SEGURADO COMPROVADA –<br />

DESNECESSIDADE DE ALTERAÇÃO DA DIB – RECURSO IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls. 52/57, que julgou procedente o pedido de<br />

conc<strong>es</strong>são de aposentadoria por invalidez à parte autora. Alega o recorrente que o autor, no dia da perícia médica, já havia<br />

perdido a qualidade de segurado. Aduz, ainda, que o perito não precisou a data de início da incapacidade e que, diante<br />

disso, a DIB deve ser fixada na data em que foi realizado o exame médico pericial.<br />

Quanto à qualidade de segurado do autor, considero que o período de graça se <strong>es</strong>tendeu até 01/06/2008, uma vez que <strong>es</strong>te<br />

<strong>es</strong>tá d<strong>es</strong>empregado, conforme documento do CNIS. Na data do requerimento adminis<strong>tr</strong>ativo (15/10/2007 – fl.10) e da<br />

perícia médica (12/03/2008 – fl.28), por conseguinte, ainda possuía tal qualidade.<br />

No mais, o pleito de alteração da DIB formulado pelo INSS não merece prosperar. De fato, o perito médico do juízo não<br />

soube precisar a data do início da incapacidade da parte autora. Todavia, conforme é possível verificar por intermédio dos<br />

laudos particular<strong>es</strong> de fls. 08 e 09, o recorrido já se encon<strong>tr</strong>ava incapaz quando do requerimento adminis<strong>tr</strong>ativo.<br />

O laudo de fl. 08 já indicava que o recorrido <strong>es</strong>tava acometido de hepatopatia grave, enfermidade constatada pela perícia<br />

médico-judicial (fl. 29) e que tornou o mencionado recorrido incapaz, o que faz com que o referido laudo, assinado por<br />

médico do Sistema Único de Saúde – SUS, seja suficiente para <strong>es</strong>clarecer que, à época do requerimento adminis<strong>tr</strong>ativo, na<br />

data de 15/10/2007 (fl. 10), o recorrido já se encon<strong>tr</strong>ava incapacitado.<br />

Por todo o exposto, a sentença de piso deve ser mantida, devendo a DIB ser fixada na data do requerimento adminis<strong>tr</strong>ativo,<br />

qual seja, 15/10/2007.<br />

Recurso conhecido e improvido.<br />

Custas ex lege. Condenação do INSS ao pagamento de honorários advocatícios no montante de 10 % sobre o valor da<br />

condenação, conforme o artigo 20, § 3º, do CPC.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa<br />

constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

36 - 2006.50.54.000027-7/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: LILIAN BERTOLANI DO<br />

ESPÍRITO SANTO.) x GERALDA PEREIRA DE SOUZA (ADVOGADO: ROBNEI BATISTA DE BARROS, ANTONIO<br />

HERMELINDO RIBEIRO NETO.).<br />

EMENTA<br />

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – CONCESSÃO – LAUDO MÉDICO PERICIAL INDICANDO<br />

INCAPACIDADE PARCIAL E DEFINITIVA – INCAPACIDADE TOTAL INFERIDA DAS CONDIÇÕES PESSOAIS E DA<br />

ATIVIDADE HABITUAL DA AUTORA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls. 91/94, que julgou procedente o pedido da<br />

autora de conc<strong>es</strong>são do benefício de aposentadoria por invalidez. Alega o recorrente, em suas razõ<strong>es</strong> recursais, que a<br />

incapacidade da recorrida é parcial, tendo a m<strong>es</strong>ma condiçõ<strong>es</strong> de exercer atividade que não demandem <strong>es</strong>forço físico.<br />

Ademais, alega que a data de início do benefício deve ser a da juntada do laudo pericial aos autos, já que não foi possível<br />

precisar a data do início da incapacidade da recorrida. Por fim, aduz que o indeferimento dos qu<strong>es</strong>itos suplementar<strong>es</strong><br />

ensejou cerceamento de def<strong>es</strong>a.<br />

A aposentadoria por invalidez, conforme o art. 42 da Lei 8.213/90, será devida ao segurado que, <strong>es</strong>tando ou não em gozo<br />

de auxílio-doença, for considerado incapaz e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a<br />

subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer n<strong>es</strong>ta condição.<br />

Pelas condiçõ<strong>es</strong> p<strong>es</strong>soais da recorrida e pelo que foi constatado na perícia judicial, fica claro o direito da m<strong>es</strong>ma à<br />

percepção do benefício de aposentadoria por invalidez. A recorrida é p<strong>es</strong>soa que sempre laborou no meio rural, conforme<br />

documentos de fls. 11,13,26-35. Este labor exige em demasia das condiçõ<strong>es</strong> físicas do <strong>tr</strong>abalhador, de forma a agravar a<br />

enfermidade da recorrida que, conforme perícia do juízo, possui <strong>es</strong>pondilodiscar<strong>tr</strong>ose, doença degenerativa que impede que<br />

a m<strong>es</strong>ma exerça atividad<strong>es</strong> que requeiram <strong>es</strong>forço físico.


Tendo-se em vista o fato de a recorrida sempre ter <strong>tr</strong>abalhado em meio rural e de ter pouca ins<strong>tr</strong>ução, entende-se ser<br />

praticamente impossível a reabilitação da m<strong>es</strong>ma para o exercício de ou<strong>tr</strong>a atividade, a qual nec<strong>es</strong>sariamente teria que ser<br />

de cunho braçal, notadamente no sentido de impor grande <strong>es</strong>forço físico. Sua idade (56 anos), também reforça a<br />

conc<strong>es</strong>são da aposentadoria por invalidez, já que o labor de uma p<strong>es</strong>soa no meio rurícula majoritariamente <strong>es</strong>gota mais<br />

cedo a sua capacidade de <strong>tr</strong>abalho em comparação com uma p<strong>es</strong>soa que labora em meio urbano. Tudo isso deixa explícito<br />

o direito da recorrida ao recebimento do benefício em qu<strong>es</strong>tão, até porque seria inviável uma reabilitação profissional para<br />

p<strong>es</strong>soa que detém as características da m<strong>es</strong>ma, den<strong>tr</strong>o da conjuntura atual do mercado de <strong>tr</strong>abalho.<br />

Não obstante o perito médico judicial ter concluído pela capacidade da recorrida para atividad<strong>es</strong> que não demandem<br />

<strong>es</strong>forço físico, considera-se aqui que a m<strong>es</strong>ma encon<strong>tr</strong>a-se incapaz definitivamente, por todos os argumentos acima<br />

expostos. O Código de Proc<strong>es</strong>so Civil, em seus artigos 131 e 436, permite ao juiz formar seu convencimento com ou<strong>tr</strong>os<br />

elementos ou fatos provados, não <strong>es</strong>tando ads<strong>tr</strong>ito apenas à conclusão obtida pelo perito, d<strong>es</strong>de que motive suas decisõ<strong>es</strong>,<br />

o que foi feito acima,<br />

Quanto à alegação da Autarquia previdenciária sobre o equívoco na data de início do benefício, tem-se em vista que tal<br />

alegação não procede, devendo a data de início do benefício ser fixada em 17/05/2006 (fl. 40), data da citação do INSS<br />

para r<strong>es</strong>ponder à ação, pois a recorrida já <strong>es</strong>tava incapacitada quando do ajuizamento da ação, conforme firmemente<br />

constatado pelo perito judicial à fl. 65.<br />

Por fim, a alegação do INSS no que tange ao cerceamento de def<strong>es</strong>a não tem fundamento, posto que o laudo<br />

confeccionado pelo perito judicial foi completo e preciso para diagnosticar a incapacidade da recorrida, tanto no que diz<br />

r<strong>es</strong>peito ao aumento dos sintomas da doença, já que é degenerativa, como no que tange aos dados utilizados para aferir a<br />

incapacidade d<strong>es</strong>de o ajuizamento da ação (exam<strong>es</strong> físicos e de imagem).<br />

Recurso conhecido e improvido. Condenação do INSS ao pagamento de honorários advocatícios no montante de 10%<br />

sobre o valor da condenação, conforme o artigo 20, § 3º do Código de Proc<strong>es</strong>so Civil.<br />

ACÓRDÃO<br />

Visto, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, de forma a<br />

manter a sentença, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

37 - 2007.50.54.000891-8/02 ANTONIA JOSÉ DO NASCIMENTO ROSSMANN (ADVOGADO: ANILSON BOLSANELO.) x<br />

INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: NANCI APARECIDA DOMINGUES CARVALHO,<br />

RODRIGO COSTA BUARQUE, THIAGO COSTA BOLZANI.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – LAUDO MÉDICO PERICIAL – INCAPACIDADE<br />

COMRPOVADA – REABILITAÇÃO – IMPOSSIBILIDADE DIANTE DO CASO CONCRETO – DIB FIXADA NA DATA DA<br />

CESSAÇÃO DO AUXÍLIO-DOENÇA – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.<br />

Inicialmente, verifico que não há discussão acerca do cumprimento do período de carência pela parte autora, bem como de<br />

sua qualidade de segurado. A con<strong>tr</strong>ovérsia cinge-se, portanto, no preenchimento do requisito da incapacidade da parte<br />

autora, bem como na possibilidade de a m<strong>es</strong>ma exercer atividade profissional que lhe garanta a subsistência.<br />

A parte foi submetido a perícia médica judicial (fls. 208/212), que constatou ser a m<strong>es</strong>ma portadora de “discopatia<br />

degenerativa”. O perito judicial at<strong>es</strong>ta, ainda, que a autora não pode exercer atividad<strong>es</strong> que exijam <strong>es</strong>força físico, como<br />

capinar, roçar, carregar p<strong>es</strong>o, en<strong>tr</strong>e ou<strong>tr</strong>as atividad<strong>es</strong> (fl.252, <strong>es</strong>clarecimentos complementar<strong>es</strong>, tendo em vista diligência<br />

determinada pela Turma Recursal). No mais, afirma que não existe incapacidade para o <strong>tr</strong>abalho, d<strong>es</strong>de que a atividade<br />

não exija <strong>es</strong>forço físico.<br />

Não obstante o perito médico judicial ter at<strong>es</strong>tado capacidade para aquel<strong>es</strong> <strong>tr</strong>abalhos que não exigem maior<strong>es</strong> <strong>es</strong>forços, a<br />

legislação proc<strong>es</strong>sual permite ao juiz formular seu convencimento com ou<strong>tr</strong>os elementos ou fatos provados, não <strong>es</strong>tando<br />

ads<strong>tr</strong>ito tão somente à conclusão obtida pelo perito. Diante de tal perspectiva, em que p<strong>es</strong>e ter a perícia médica concluída<br />

pela incapacidade somente para a atividad<strong>es</strong> com mais emprego de força, ao se cotejar o histórico clínico da parte autora,<br />

bem como os fator<strong>es</strong> de cunho p<strong>es</strong>soal, como sua idade (levando em consideração o meio rural) e o exercício de atividad<strong>es</strong><br />

que exigem grande <strong>es</strong>forço físico por toda a sua vida, r<strong>es</strong>ta comprovada a inviabilidade de reabilitação ou readaptação<br />

profissional da parte autora, o que torna possível a conc<strong>es</strong>são de aposentadoria por invalidez.<br />

Como ao tempo em que foi c<strong>es</strong>sado o benefício de auxílio-doença, ficou comprovado que a autora já era portadora da<br />

doença, deverá ser considerada <strong>es</strong>sa data como início de recebimento do benefício. É devida, portanto, a aposentadoria<br />

por invalidez à parte autora, devendo ser fixada a DIB em 25/06/2007, data em que foi c<strong>es</strong>sado o benefício do<br />

auxílio-doença, e por haver provas de que a recorrente <strong>es</strong>tava impossibilitada de exercer sua atividade rural para o<br />

sustento.<br />

Recurso conhecido e provido. Sentença reformada.<br />

Custas ex lege. Sem condenação em honorários, já que somente devidos nos casos em que o recorrente sair vencido.<br />

A CO R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, DAR PROVIMENTO AO RECURSO, na do<br />

voto e ementa constant<strong>es</strong> dos autos, que ficam fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.


38 - 2007.50.51.003126-4/01 MARIA DA PENHA VERLI PEDRO MARONI (ADVOGADO: ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA,<br />

EMILENE ROVETTA DA SILVA, ALAN ROVETTA DA SILVA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

(PROCDOR: Bruno Medeiros Bastos.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – CONCESSÃO – LAUDO JUDICIAL DESFAVORÁVEL –<br />

INCAPACIDADE INFERIDA DO CONJUNTO PROBATÓRIO, LEVANDO-SE EM CONSIDERAÇÃO A ATIVIDADE DE<br />

REABILITAÇÃO PARA OUTRA ATIVIDADE – DIREITO ADQUIRIDO A ESTE BENEFÍCIO NA CONDIÇÃO DE SEGURADA<br />

ESPECIAL DESDE A CESSAÇÃO DO AUXÍLIO-DOENÇA – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA<br />

REFORMADA.<br />

Pelo conjunto probatório acostado aos autos, é possível vislumbrar que a atividade que garantia a subsistência da<br />

recorrente era a de <strong>tr</strong>abalhadora rural, o que pode ser at<strong>es</strong>tado pelo fato de a m<strong>es</strong>ma ter percebido auxílio-doença por<br />

cerca de <strong>tr</strong>ês anos na condição de segurada <strong>es</strong>pecial, conforme documentos de fls. 42/43.<br />

Ademais, a en<strong>tr</strong>evista da recorrente, datada de 1996, é bem <strong>es</strong>clarecedora quanto à profissão que sempre prevaleceu em<br />

sua vida laboral, a qual é a de lavradora, o que é reforçado pelo con<strong>tr</strong>ato de parceria às fls. 54/54-v. A recorrente nec<strong>es</strong>sitou<br />

deixar sua atividade cotidiana por não ter mais condiçõ<strong>es</strong> físicas de exercê-la, pois é de conhecimento do todos que o labor<br />

rural <strong>es</strong>gota de forma considerável as energias do <strong>tr</strong>abalhador, e a enfermidade que a afetou, com o conseqüente<br />

<strong>tr</strong>ansplante renal, a impossibilitou de vez a exercer atividade rural e qualquer ou<strong>tr</strong>a de índole braçal.<br />

A m<strong>es</strong>ma só deixou de exercer a atividade rural devido a sua enfermidade e devido aos cuidados pós-<strong>tr</strong>ansplante, que a<br />

impediam de exercer tal atividade. Sendo assim, a atividade da recorrente ficou r<strong>es</strong><strong>tr</strong>ita às tarefas domésticas, das quais a<br />

maioria das mulher<strong>es</strong> não pode se <strong>es</strong>quivar, m<strong>es</strong>mo com a saúde fragilizada, valendo lembrar que, conforme a redação do<br />

artigo 42 da Lei 8.213/91, <strong>es</strong>sa atividade que vem sendo realizada pela m<strong>es</strong>ma não é capaz de garantir a sua subsistência,<br />

não podendo ser comparada à atividade de empregada doméstica, pautada na remuneração e na subordinação, a qual<br />

exigiria muito mais do físico da recorrente, o que seria impraticável devido à enfermidade da m<strong>es</strong>ma.<br />

D<strong>es</strong>sa forma, pelos documentos acostados aos autos, fica explícita a incapacidade laboral da recorrente para a atividade<br />

que exercia, que era a de lavradora, e para qualquer ou<strong>tr</strong>a atividade que lhe garanta a subsistência, tendo em vista sua<br />

condição p<strong>es</strong>soal de sempre ter laborado no meio rural, não tendo condiçõ<strong>es</strong> de exercer atividade de cunho intelectual.<br />

O Código de Proc<strong>es</strong>so Civil, em seus artigos 131 e 436, permite ao juiz formar seu convencimento com ou<strong>tr</strong>os elementos<br />

ou fatos provados, não <strong>es</strong>tando ads<strong>tr</strong>ito apenas à conclusão obtida pelo perito, d<strong>es</strong>de que motive suas decisõ<strong>es</strong>, o que foi<br />

feito acima.<br />

Recurso conhecido e provido para reformar a sentença recorrida e condenar o INSS a conceder aposentadoria por invalidez<br />

ao recorrente, nos termos do voto constante dos autos.<br />

Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santos CONHECER E DAR PROVIMENTO AO RECURSO,<br />

reformando-se a sentença, na forma do voto e ementa constant<strong>es</strong> dos autos, que ficam fazendo parte integrante do<br />

pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIA<br />

NOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS<br />

92001 - RECURSO/SENTENÇA PENAL<br />

39 - 2006.50.50.001218-9/01 LUIZ ROBERTO SOARES SARCINELLI (ADVOGADO: LUIZ ROBERTO SOARES<br />

SARCINELLI, CARLOS GUILHERME MACEDO PAGIOLA CORDEIRO, Arthur Stephan Silva de Melo.) x MINISTERIO<br />

PUBLICO FEDERAL (PROCDOR: JULIO DE CASTILHOS.).<br />

E M E N T A<br />

PROCESSUAL PENAL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ALEGAÇÃO DE NULIDADE. INTIMAÇÃO REGULAR DO MPF.<br />

EMBARGOS REJEITADOS.<br />

1. Luiz Roberto Soar<strong>es</strong> Sarcinelli foi condenado a 1 ano e 5 m<strong>es</strong><strong>es</strong> de detenção em regime aberto. Em sede de recurso<br />

inominado (fls. 634 / 642) a Turma Recursal, por unanimidade, anulou o proc<strong>es</strong>so d<strong>es</strong>de o recebimento da denúncia e<br />

reconheceu a pr<strong>es</strong>crição re<strong>tr</strong>oativa uma vez decorridos mais de 4 anos en<strong>tr</strong>e a data dos fatos e a data da s<strong>es</strong>são de<br />

julgamento (crime a que se comina pena máxima de 2 anos e que a<strong>tr</strong>ai lapso pr<strong>es</strong>cricional de 4 anos). D<strong>es</strong>sa decisão o<br />

MPF interpôs embargos de declaração alegando nulidade do julgamento por ausência de intimação do órgão ministerial.<br />

2. Sustenta o embargante que o proc<strong>es</strong>so foi remetido ao MPF em 07.04.2010, ocasião em que se requereu nova<br />

manif<strong>es</strong>tação na s<strong>es</strong>são de julgamento, retornando os autos ao cartório no dia 08.04.2010. Alega que a inclusão na pauta<br />

do dia 13.04.2010 ocorreu em 09.04.2010, ao invés do dia 06.04.2010. Por fim, alega que a def<strong>es</strong>a produziu manif<strong>es</strong>tação<br />

oral na s<strong>es</strong>são de julgamento, o que configurou igualmente ofensa ao con<strong>tr</strong>aditório.


3. Não há razão para acolher a alegação de nulidade do julgamento formulada pelo MPF. É que a intimação para a s<strong>es</strong>são<br />

de julgamento não se deu com a vista de fl. 632 –verso, ocorrida em 07.04.2010, mas sim, pela rem<strong>es</strong>sa da guia com as<br />

informaçõ<strong>es</strong> do proc<strong>es</strong>so e data de julgamento documentada às fls. 651 / 652, recebida pela servidora do MPF, Christine<br />

Pimentel de Mora<strong>es</strong> em 07.04.2010. No mais, <strong>tr</strong>ata-se de problema afeto à organização interna do órgão ministerial. Por<br />

ou<strong>tr</strong>o lado, o fato de a def<strong>es</strong>a ter feito sustentação oral na s<strong>es</strong>são de julgamento à qual não compareceu o MPF não<br />

repr<strong>es</strong>enta causa para a anulação do m<strong>es</strong>mo. Primeiro porque a intimação do MPF para o ato foi regular, segundo porque a<br />

def<strong>es</strong>a se manif<strong>es</strong>tou sobre os fatos objetos da imputação, e o fundamento do acórdão embargado foi ou<strong>tr</strong>o - nulidade<br />

absoluta da ação penal d<strong>es</strong>de o recebimento da denúncia, matéria cognoscível de ofício.<br />

4. Recurso do MPF conhecido e não provido. Sem custas.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária<br />

do Espírito Santo conhecer e NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pelo MPF, nos termos da ementa – parte<br />

integrante d<strong>es</strong>te julgado.<br />

91003 - MANDADO DE SEGURANÇA/ATO JUIZADO ESPECIAL<br />

40 - 2007.50.53.000079-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ALCINA MARIA COSTA<br />

NOGUEIRA LOPES.) x JOÃO FRANCISCO FILHO x JUIZO FEDERAL DA 1ª VARA DE LINHARES/ES.<br />

EMENTA<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AUSÊNCIA DE CONTRADIÇÃO. INCONFORMISMO DO EMBARGANTE CONTRA OS<br />

FUNDAMENTOS DO ACÓRDÃO EMBARGADO. EMBARGOS REJEITADOS.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária<br />

do Espírito Santo conhecer e NEGAR PROVIMENTO aos embargos de declaração, nos termos da ementa – parte<br />

integrante d<strong>es</strong>te julgado.<br />

41 - 2004.50.51.000982-8/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ALCINA MARIA COSTA<br />

NOGUEIRA LOPES.) x MARIA APARECIDA VALIM GASPAR x JUIZO FEDERAL DA 1A. VARA DE CACHOEIRO DE<br />

ITAPEMIRIM/ES.<br />

EMENTA<br />

PREVIDENCIÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA SENTENÇA. COISA JULGADA. ALEGAÇÃO DE<br />

INEXEQUIBILIDADE DA SENTENÇA QUE TEM POR FINALIDADE SUPRIR DEFESA DEFICIENTE E NÃO EXERCIDA<br />

EM TEMPO OPORTUNO. DECADÊNCIA RECONHECIDA.<br />

1. Cuida-se de mandado de segurança impe<strong>tr</strong>ado pelo INSS con<strong>tr</strong>a decisão que, em fase de cumprimento de sentença (a<br />

qual julgou procedente pretensão de revisão de RMI em decorrência da aplicação da OTN / ORTN na atualização de<br />

salários – de – con<strong>tr</strong>ibuição), rejeitou alegação de inexequibilidade do título.<br />

2. Sustenta o INSS a impossibilidade de execução da sentença uma vez que o benefício foi concedido em 15.06.1977,<br />

ant<strong>es</strong> da Lei que instituiu a ORTN.<br />

3. As informaçõ<strong>es</strong> foram pr<strong>es</strong>tadas, a parte inter<strong>es</strong>sada ofereceu cont<strong>es</strong>tação e o MPF manif<strong>es</strong>tou-se pela denegação da<br />

ordem por dois fundamentos: (a) decadência e (b) impossibilidade de manejo do mandado de segurança por se <strong>tr</strong>atar de<br />

decisão con<strong>tr</strong>a a qual cabe recurso.<br />

4. Sem razão o INSS. Acolho integralmente os argumentos bem lançados pelo MPF em seu parecer.<br />

4. A sentença não é inexequível. Seu comando é claro e delimitado: reajustar os salários – de – con<strong>tr</strong>ibuição do benefício<br />

do autor pela ORTN. Se o autor faz jus ou não a <strong>es</strong>se direito – e não o faz, porque sua DIB é anterior à Lei 6423 / 77 que<br />

vinculou a correção monetária dos benefícios à ORTN - é ou<strong>tr</strong>a qu<strong>es</strong>tão que já foi protegida pela coisa julgada. A ORTN<br />

existe d<strong>es</strong>de a Lei 4595/64 e os salários-de-benefício podem ser por ela corrigidos, seja pela tabela de Santa Catarina, seja<br />

pela aplicação de cada índice ao salário-de-benefício r<strong>es</strong>pectivo.<br />

5. Tem sido relativamente comum n<strong>es</strong>ta Turma Recursal a impe<strong>tr</strong>ação de mandado de segurança pelo INSS alegando<br />

inexequibilidade de sentença já com <strong>tr</strong>ânsito em julgado como tentativa de suprir def<strong>es</strong>a defeituosa na fase do<br />

conhecimento. Caberia ao INSS em cont<strong>es</strong>tação alegar a ausência de direito do segurado à vinculação da correção à<br />

ORTN, mas não o fez.<br />

6. Como bem r<strong>es</strong>saltado pelo MPF, em verdade, a impe<strong>tr</strong>ação se volta con<strong>tr</strong>a a própria sentença, e não con<strong>tr</strong>a a decisão<br />

que indeferiu requerimento de extinção da fase de cumprimento da sentença. A errônea indicação de ato coator pelo INSS<br />

teve justamente a finalidade de afastar os obstáculos a seguir mencionados. Assim alterado o ato coator, inevitável o<br />

reconhecimento tanto da decadência (sentença <strong>tr</strong>ansitou em julgado em 09.10.2006 e a impe<strong>tr</strong>ação ocorreu em 19.09.2008)<br />

como da inviabilidade de impe<strong>tr</strong>ação do writ con<strong>tr</strong>a sentença da qual cabe recurso (art. 5º - II da Lei 1533 / 51 – vigente ao<br />

tempo da impe<strong>tr</strong>ação).<br />

7. Ainda que decadência não houv<strong>es</strong>se, melhor sorte não caberia ao writ, que teria que ser julgado no sentido da<br />

denegação da segurança para evitar ofensa à coisa julgada.


8. Pelo exposto, julgo extinto o proc<strong>es</strong>so ante o reconhecimento da decadência, com fundamento no art. 269 – IV CPC.<br />

Revogo a liminar anteriormente concedida.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo JULGAR EXTINTO O PROCESSO POR DECADÊNCIA DO DIREITO DE IMPETRAR<br />

MANDADO DE SEGURANÇA E REVOGAR A LIMINAR ANTERIORMENTE DEFERIDA, nos termos da ementa que integra<br />

o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL<br />

42 - 2009.50.50.001212-9/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA<br />

SILVEIRA.) x LINDA ELLEN RODRIGUES FIGUEREDO (ADVOGADO: WELINGTON COSTA BRAGA.).<br />

EMENTA<br />

PREVIDENCIÁRIO. JUROS DE MORA. A LEI 11960 / 2009 SE APLICA ÀS ATUALIZAÇÕES DE DÉBITOS<br />

PREVIDENCIÁRIOS A PARTIR DE SUA ENTRADA EM VIGOR. CONSTITUCIONALIDADE DA LEI 11960 / 2009. O<br />

COMANDO DO ART. 7 – II DA LC 95 / 98 NO SENTIDO DE QUE AS LEIS NÃO TRATEM DE TEMAS DIVERSOS E SEM<br />

AFINIDADE ENTRE SI NO MESMO DIPLOMA CONSTITUI RECOMENDAÇÃO DE TÉCNICA LEGISLATIVA SEM FORÇA<br />

DE DETERMINAR A INCONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS QUE NÃO O FAÇAM. RECORSO CONHECIDO E PROVIDO.<br />

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença que afastou a aplicação da sistemática de juros<br />

de mora prevista na Lei 11960 / 2009. A sentença afastou a aplicação da sistemática de juros de mora prevista na Lei<br />

11960 / 2009 por dois fundamentos: (a) <strong>tr</strong>ata-se de norma de direito material e por isso somente poderia ser aplicada às<br />

correçõ<strong>es</strong> relativas a fatos gerador<strong>es</strong> anterior<strong>es</strong> e (b) a Lei 11960 / 2009 é inconstitucional por ferir o disposto no art. 7º - II<br />

da LC 95 / 98.<br />

2. Razão assiste ao INSS.<br />

3. O argumento da inconstitucionalidade não pode ser acolhido. O art. 7º - II da LC 95 / 98, ao determinar que a lei não<br />

contenha matéria <strong>es</strong><strong>tr</strong>anha ao seu objeto ou a <strong>es</strong>te não vinculada por afinidade, pertinência ou conexão, não possui força<br />

cogente ao ponto de determinar a inconstitucionalidade das leis posterior<strong>es</strong> que não observem <strong>es</strong>se princípio. Trata a LC 95<br />

/ 98 de diploma que teve por finalidade minimizar os <strong>tr</strong>anstornos e a assime<strong>tr</strong>ia do ordenamento legislativo brasileiro,<br />

marcado profundamente pela inflação legislativa, decorrente de leis que <strong>tr</strong>atam de diversos temas ao m<strong>es</strong>mo tempo. Tema<br />

que se liga ao aprimoramento da técnica legislativa, mas não implica a inconstitucionalidade das leis que não observem a<br />

melhor técnica. Tanto assim que não há, na LC 95 / 98, critérios para definir o grau de abs<strong>tr</strong>ação determinante do objeto da<br />

lei. No caso dos autos, a Lei 11960 / 09 <strong>tr</strong>atou de temas correlatos, sim, pois o tema da correção monetária é intimamente<br />

ligado ao tema <strong>tr</strong>ibutário – fartamente disciplinado na Lei 11960 / 09. Por fim, a adoção d<strong>es</strong>se critério de constitucionalidade<br />

exposto na sentença dificilmente poderia ser aplicado de forma homogênea em todas as leis brasileiras posterior<strong>es</strong> à LC 95<br />

/ 98.<br />

4. Quanto ao caráter de direito material da Lei 11960 / 2009, sem dúvida que implica em aplicação meramente prospectiva,<br />

afastando-se sua irre<strong>tr</strong>oatividade. Contudo o critério para definir a impossibilidade de re<strong>tr</strong>oação não é o do fato gerador da<br />

dívida, como afirmado na sentença, mas sim, e tão somente, a data da en<strong>tr</strong>ada em vigor da Lei 11960 / 09 em face da<br />

planilha de evolução do débito decorrente da condenação, indiferentemente da data do fato que originou a condenação.<br />

5. Recurso do INSS conhecido e provido para determinar que, na atualização monetária do débito decorrente da<br />

condenação seja aplicada a Lei 11960 / 2009 para as competências posterior<strong>es</strong> à sua en<strong>tr</strong>ada em vigor. Sem condenação<br />

em custas e honorários advocatícios.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E DAR PROVIMENTO ao recurso interposto pelo<br />

INSS, nos termos da ementa – parte integrante d<strong>es</strong>te julgado.<br />

43 - 2008.50.50.005054-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA<br />

SILVEIRA.) x ANREIA SASSEMBURG (ADVOGADO: ANDRÉ VINICIUS MARQUES GONÇALVES.).<br />

EMENTA<br />

PREVIDENCIÁRIO. INCAPACIDADE PARA ATIVIDADE HABITUAL. POSSIBILIDADE DE REABILITAÇÃO. INCABÍVEL A<br />

CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. SENTENÇA REFORMADA. RECURSO PROVIDO.<br />

1. Sentença que julgou procedente em parte o pedido, convertendo auxílio-doença em aposentadoria por invalidez, com DIB<br />

em 27/03/2008. Sustenta o INSS, em suas razõ<strong>es</strong> recursais, que o perito do juízo reconheceu que a autora não <strong>es</strong>tá<br />

totalmente incapacitada para o <strong>tr</strong>abalho, podendo d<strong>es</strong>empenhar atividad<strong>es</strong> compatíveis com sua limitação laboral (qu<strong>es</strong>itos<br />

16 e 19 – fls. 49/50). Alega, ainda, que a qu<strong>es</strong>tão da possibilidade da autora se inserir ou não no mercado de <strong>tr</strong>abalho diz<br />

r<strong>es</strong>peito às políticas públicas de emprego e não ao direito previdenciário. Sem con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong>.<br />

2. O perito at<strong>es</strong>tou, às fls. 44/50, que a autora é portadora de ar<strong>tr</strong>ose discreta de joelho e deformidade de cotovelo direito<br />

com limitação dos últimos graus de extensão, e concluiu pela incapacidade total e definitiva para a sua atividade habitual de


merendeira (qu<strong>es</strong>itos 14 e 17 – fl. 49).<br />

3. Não obstante a reconhecida incapacidade para a atividade de merendeira, o perito informou, em r<strong>es</strong>posta aos qu<strong>es</strong>itos<br />

16 e 19, que a autora pode ser reabilitada para atividad<strong>es</strong> que não dependam de <strong>es</strong>forço ou atividad<strong>es</strong> que não exigissem<br />

forçar o braço direito. Ademais, pontuou que a autora não possui alteraçõ<strong>es</strong> neurológicas e que a mobilidade de sua mão<br />

direita é normal (exame físico – fl. 45). Esclareceu, por fim, que a autora não nec<strong>es</strong>sita de assistência permanente de<br />

terceiros e que a sua deficiência não interfere em sua vida civil independente.<br />

4. Ainda que se considere que a autora <strong>es</strong>tá definitivamente impossibilitada de exercer a atividade de merendeira, a<br />

incapacidade definitiva para a atividade habitual não enseja a conc<strong>es</strong>são de aposentadoria por invalidez, se o segurado<br />

puder ser reabilitado para o exercício de ou<strong>tr</strong>a profissão. Assim, a incapacidade da autora é parcial, o que autoriza a<br />

conc<strong>es</strong>são de auxílio-doença, mas inviabiliza a aposentadoria por invalidez. A pouca idade da autora (38 anos – fl. 09)<br />

também não recomenda a conc<strong>es</strong>são da aposentadoria.<br />

5. Recurso interposto pelo INSS conhecido e provido. Sem condenação em custas e honorários (Art. 55 da Lei 9.099/95)<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo DAR PROVIMENTO ao recurso interposto pelo INSS, nos termos da ementa que integra<br />

o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

44 - 2007.50.50.008253-6/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA<br />

COSTA.) x MARIA DE FATIMA ROSMAN (ADVOGADO: HENRIQUE SOARES MACEDO.).<br />

EMENTA<br />

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ RURAL. DEMONSTRADA A INCAPACIDADE. INÍCIO DE<br />

PROVA MATERIAL. PROVA TESTEMUNHAL. QUALIDADE DE SEGURADO ESPECIAL COMPROVADA. RECURSO<br />

INTERPOSTO PELO INSS NÃO PROVIDO.<br />

1. Recurso interposto pelo INSS con<strong>tr</strong>a sentença que julgou procedente pedido para conceder aposentadoria por invalidez<br />

rural d<strong>es</strong>de a data do requerimento adminis<strong>tr</strong>ativo. Sustenta o INSS que: (1) a sentença que reconheceu a qualidade de<br />

segurada <strong>es</strong>pecial da autora se baseou em ex<strong>tr</strong>ato equivocado do sistema de benefícios, que não se refere ao do <strong>es</strong>poso<br />

da recorrida, mas sim a uma t<strong>es</strong>temunha ouvida no Sindicato dos Trabalhador<strong>es</strong> Rurais de Itaguaçu/ES; (2) não há nos<br />

autos, nenhuma prova material que demons<strong>tr</strong>e o exercício de atividade rural, como segurada <strong>es</strong>pecial, no período de<br />

carência para conc<strong>es</strong>são do benefício pleiteado; (3) o con<strong>tr</strong>ato de parceria de fls. 24/25, único documento que poderia<br />

comprovar a qualidade de segurada <strong>es</strong>pecial da autora, foi elaborado às vésperas do requerimento adminis<strong>tr</strong>ativo do<br />

benefício; (4) a certidão de casamento da autora, em que consta a profissão de seu marido como lavrador, também não<br />

pode ser aceita, pois seu marido <strong>tr</strong>abalha no meio urbano d<strong>es</strong>de 1990; (5) a autora r<strong>es</strong>ide em meio urbano (Itaguaçu/ES).<br />

Por tais razõ<strong>es</strong>, pugna pela reforma da decisão.<br />

2. Razão assiste parcialmente ao INSS em suas alegaçõ<strong>es</strong>. Após compulsar os autos, vislumbra-se que, o documento<br />

acostado à folha 116 contém informaçõ<strong>es</strong> que dizem r<strong>es</strong>peito ao benefício concedido ao Sr. Geraldo Camilo, t<strong>es</strong>temunha<br />

ouvida no Sindicato dos Trabalhador<strong>es</strong> Rurais de Itaguaçu (fl. 40) e não ao marido da autora, que se chama Ademar<br />

Rosman , conforme certidão de casamento de fl. 19. Do exposto, conclui-se que houve equívoco da sentença ao considerar<br />

<strong>es</strong>se ex<strong>tr</strong>ato como elemento probatório. Porém, ainda, que se d<strong>es</strong>considere <strong>es</strong>te documento, há nos autos ou<strong>tr</strong>os<br />

documentos (que também foram levados em consideração para o julgamento do proc<strong>es</strong>so) que somados à prova<br />

t<strong>es</strong>temunhal revelam-se hábeis ao julgamento da lide em favor da autora.<br />

3. Em sede adminis<strong>tr</strong>ativa, o recorrente reconheceu a incapacidade da autora e a própria perícia médica do INSS fixou a DII<br />

em 14.09.2006 (fl. 56). O laudo pericial também at<strong>es</strong>tou a incapacidade multiprofissional e total da autora (fl. 104), portanto,<br />

a qu<strong>es</strong>tão da incapacidade é ponto incon<strong>tr</strong>overso nos pr<strong>es</strong>ent<strong>es</strong> autos.<br />

3. A autora <strong>tr</strong>ouxe início de prova material do labor rural: certidão de casamento, datada de 1974 (fl. 19), certidão de<br />

nascimento de sua filha, datada de 1997 (fl. 21), em ambos os documentos o marido da autora é qualificado como lavrador,<br />

con<strong>tr</strong>ato de parceria agrícola, datado de 2006, em que a autora é qualificada como lavradora (fls. 24/25). A primeira<br />

t<strong>es</strong>temunha afirmou que a autora <strong>tr</strong>abalha na roça há muitos anos, a segunda t<strong>es</strong>temunha afirmou que a autora <strong>tr</strong>abalha na<br />

propriedade do Sr. João Bortolino, na qualidade de meeira, há 05 ou 06 anos, portanto o depoimento t<strong>es</strong>temunhal foi<br />

unânime em afirmar que a autora detinha a qualidade de segurada <strong>es</strong>pecial no período de carência para conc<strong>es</strong>são da<br />

aposentadoria por invalidez. Ademais, conforme Súmula 14 da TNU: “Para a conc<strong>es</strong>são de aposentadoria rural por idade,<br />

não se exige que o início de prova material, corr<strong>es</strong>ponda a todo o período equivalente à carência do benefício”. Início de<br />

prova documental também não se confunde com prova plena, podendo a atividade rural ser confirmada com base na prova<br />

t<strong>es</strong>temunhal.<br />

4. R<strong>es</strong>ta <strong>es</strong>clarecer, ainda, que o marido da autora manteve vínculo urbano no período de 08.05.1990 a 03.02.1991, ou<br />

seja, durante menos de um ano. Logo após <strong>es</strong>te pequeno lapso temporal, o <strong>es</strong>poso da recorrida voltou a d<strong>es</strong>empenhar<br />

atividade rural, conforme as próprias t<strong>es</strong>temunhas at<strong>es</strong>taram em audiência. Considero que <strong>es</strong>se curto vínculo não<br />

d<strong>es</strong>qualifica o marido da autora como <strong>tr</strong>abalhador rural, pois o <strong>tr</strong>abalho rural pode ser d<strong>es</strong>contínuo. Assim, os documentos<br />

de fls. 19 e 21 podem servir como início de prova material. Ademais, o período em que o marido da autora manteve <strong>es</strong>t<strong>es</strong><br />

vínculos urbanos não integra a carência para conc<strong>es</strong>são do benefício pleiteado. A TNU na Súmula 41 firmou entendimento<br />

no sentido de: “A circunstância de um dos integrant<strong>es</strong> do núcleo familiar d<strong>es</strong>empenhar atividade urbana não implica, por si<br />

só, a d<strong>es</strong>caracterização do <strong>tr</strong>abalhador rural como segurado <strong>es</strong>pecial, condição que deve ser analisada no caso concreto”.<br />

5. O con<strong>tr</strong>ato de parceria agrícola, ainda que tenha data próxima à do requerimento adminis<strong>tr</strong>ativo, não implica<br />

nec<strong>es</strong>sariamente a conclusão de que foi firmado com único objetivo de favorecer a autora. É comum que as relaçõ<strong>es</strong> do<br />

campo sejam rev<strong>es</strong>tidas de informalidade em muitos casos. A prova t<strong>es</strong>temunhal pode ampliar a eficácia temporal da prova<br />

material produzida, a qual não precisa, nec<strong>es</strong>sariamente, abranger o início e o final do período a ser comprovado.<br />

6. Finalmente, o fato de a autora possuir r<strong>es</strong>idência na cidade também não d<strong>es</strong>caracteriza a qualidade de segurada<br />

<strong>es</strong>pecial. A r<strong>es</strong>idência na propriedade rural não é indispensável, <strong>es</strong>pecialmente <strong>tr</strong>atando-se de município pequeno onde,


geralmente, a zona urbana fica próxima à zona rural.<br />

7. Recurso não provido. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios fixados em 10 % sobre o<br />

valor da condenação. Sem custas.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária<br />

do Espírito Santo conhecer e NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pelo INSS, nos termos da ementa que integra<br />

<strong>es</strong>te julgado.<br />

45 - 2008.50.52.000618-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE<br />

ALMEIDA.) x MARTA DIAS BRITO (ADVOGADO: ADENILSON VIANA NERY.) x ANTONIETA DIAS BRITO.<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. RECURSO INOMINADO INTERPOSTO PELO INSS EM FACE DE<br />

SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA. A SENTENÇA RECONHECEU A QUALIDADE DE SEGURADO DO FALECIDO PELA<br />

PRORROGAÇÃO DECORRENTE DA SITUAÇÃO DE DESEMPREGO. DESEMPREGO RECONHECIDO<br />

EXCLUSIVAMENTE EM FACE DA AUSÊNCIA DE ANOTAÇÃO DE NOVO VÍNCULO EMPREGATÍCIO EM CTPS. A<br />

REALIZAÇÃO DE AIJ FOI DISPENSADA NO JUÍZO DE PRIMEIRO GRAU. ENTENDIMENTO POSTERIOR<br />

CONSOLIDADO PELO STJ NO JULGAMENTO DA PET7115 / PR EM SENTIDO CONTRÁRIO. SEGURANÇA JURÍDICA.<br />

DEVIDO PROCESSO LEGAL. SENTENÇA ANULADA DE OFÍCIO. RECURSO INTERPOSTO PELO INSS<br />

PREJUDICADO.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária<br />

do Espírito Santo ANULAR, de ofício, a sentença proferida, r<strong>es</strong>tando prejudicado o recurso interposto pelo INSS, nos<br />

termos do voto e da ementa que integram <strong>es</strong>te julgado.<br />

46 - 2008.50.51.002175-5/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCELA REIS SILVA.)<br />

x NEUZA MARIA SAO PAULO (ADVOGADO: IZAIAS CORREA BARBOZA JUNIOR.).<br />

EMENTA<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. MATÉRIA CONSTITUCIONAL. PREQUESTIONAMENTO. REJEITADOS.<br />

1. Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS con<strong>tr</strong>a acórdão que negou provimento ao recurso interposto pela<br />

autarquia previdenciária (fl. 70), mantendo, por seus próprios fundamentos, a sentença que julgou procedente o pedido de<br />

revisão de aposentadoria por invalidez concedida após a Lei 9.876/99, pela aplicação do art. 29, §5º, da Lei 8.213/91.<br />

2. Embargos com fins exclusivos de prequ<strong>es</strong>tionamento, em que o INSS requer a manif<strong>es</strong>tação da Turma acerca da<br />

matéria constitucional, <strong>es</strong>pecialmente no que diz r<strong>es</strong>peito aos arts. 5º, 84, 195 e 201 da CF.<br />

3. No que tange à matéria alegada, o acórdão confirmou a sentença recorrida, cujos fundamentos passaram a integrar a<br />

decisão embargada.<br />

4. A sentença, por sua vez, julgou procedente o pedido com base em argumentação coerente e suficiente à solução da<br />

con<strong>tr</strong>ovérsia, concluindo que “ausente qualquer exceção <strong>tr</strong>açada pela própria Lei, improcede o argumento de que a regra do<br />

artigo 29, §5º, da Lei nº 8.213/91, tem aplicação somente para o cálculo das demais <strong>es</strong>péci<strong>es</strong> de benefícios (exceto<br />

aposentadoria por invalidez). Todavia, a partir do momento em que os índic<strong>es</strong> passaram a ser diferenciados, mos<strong>tr</strong>a-se<br />

nec<strong>es</strong>sário o cálculo do salário-de-benefício, tal como <strong>es</strong>tabelece o artigo 29, §5º, da Lei nº 8.213/91, sob pena de<br />

perpetuar-se no novo benefício (aposentadoria por invalidez) defasagem pr<strong>es</strong>ente naquele extinto (auxílio-doença)”.<br />

5. Logo, não se verifica qualquer omissão na decisão recorrida, uma vez que o juiz não <strong>es</strong>tá obrigado a analisar todos os<br />

argumentos apr<strong>es</strong>entados pelas part<strong>es</strong>. Sendo assim, suscitar matéria constitucional que não inter<strong>es</strong>sou à solução da<br />

con<strong>tr</strong>ovérsia, apenas para viabilizar a interposição de recurso para o órgão jurisdicional superior é atitude que demons<strong>tr</strong>a<br />

mais um intuito protelatório do que um exercício da prerrogativa da indeclinabilidade do Poder Judiciário. Precedent<strong>es</strong> STJ<br />

(R<strong>es</strong>p. 11465-0-SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).<br />

6. De todo modo, a simpl<strong>es</strong> oposição de embargos declaratórios é suficiente para o prequ<strong>es</strong>tionamento da matéria. N<strong>es</strong>se<br />

sentido:<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO. RENDA MENSAL INICIAL DE APOSENTADORIA POR<br />

INVALIDEZ PRECEDIDA DE AUXÍLIO-DOENÇA. INCIDÊNCIA DO § 5º DO ART. 29 DA LEI Nº 8.213/91. OMISSÃO.<br />

AUSÊNCIA. MATÉRIA CONSTITUCIONAL PREQUESTIONADA PELA MERA OPOSIÇÃO DE EMBARGOS DE<br />

DECLARAÇÃO (STJ:RESP. 383.492/MA). EMBARGOS REJEITADOS.<br />

1. O acórdão decidiu a qu<strong>es</strong>tão de forma clara e bem fundamentada, adotando uma linha de raciocínio razoável e coerente.<br />

Assim, não vislumbro a ocorrência de qualquer dos vícios que possam dar ensejo à oposição de embargos de declaração,<br />

uma vez que o julgador não <strong>es</strong>tá obrigado a analisar cada um dos argumentos expendidos pelas part<strong>es</strong>, com o <strong>es</strong>pecífico<br />

fim de satisfazer ao prequ<strong>es</strong>tionamento.<br />

2. O Supremo Tribunal <strong>Federal</strong>, pr<strong>es</strong>tigiando sua Súmula n. 356, firmou posição no sentido de considerar prequ<strong>es</strong>tionada a<br />

matéria constitucional objeto do recurso ex<strong>tr</strong>aordinário pela mera oposição de embargos declaratórios, ainda que o juízo a<br />

quo se recuse a suprir a omissão. (REsp 383.492-MA. Órgão Julgador: 2ª Turma. Relatora: Min. Eliana Calmon, julgado em<br />

11/02/2003). 3. Embargos de Declaração rejeitados.<br />

(TNU, PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL 200663050009638, Relator JUIZ<br />

FEDERAL OTÁVIO HENRIQUE MARTINS PORT, Fonte DJ 08/01/2010).<br />

7. Embargos de declaração rejeitados. Sem condenação em custas e honorários.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo REJEITAR OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, nos termos da<br />

ementa que integra o pr<strong>es</strong>ente julgado.


47 - 2008.50.50.005297-4/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO<br />

LEAL DOS SANTOS.) x EUGENIO BOLSANELO NETO (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).<br />

EMENTA<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. MATÉRIA CONSTITUCIONAL. PREQUESTIONAMENTO. REJEITADOS.<br />

1. Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS con<strong>tr</strong>a acórdão que negou provimento ao recurso interposto pela<br />

autarquia previdenciária (fl. 76), mantendo, por seus próprios fundamentos, a sentença que julgou procedente o pedido de<br />

revisão de aposentadoria por invalidez concedida após a Lei 9.876/99, pela aplicação do art. 29, §5º, da Lei 8.213/91.<br />

2. Embargos com fins exclusivos de prequ<strong>es</strong>tionamento, em que o INSS requer a manif<strong>es</strong>tação da Turma acerca da<br />

matéria constitucional, <strong>es</strong>pecialmente no que diz r<strong>es</strong>peito aos arts. 5º, 84, 195 e 201 da CF.<br />

3. No que tange à matéria alegada, o acórdão confirmou a sentença recorrida, cujos fundamentos passaram a integrar a<br />

decisão embargada.<br />

4. A sentença, por sua vez, julgou procedente o pedido com base em argumentação coerente e suficiente à solução da<br />

con<strong>tr</strong>ovérsia, concluindo que “a nova redação do art. 29 caput não fala mais em ‘últimos salários-de-con<strong>tr</strong>ibuição dos m<strong>es</strong><strong>es</strong><br />

imediatamente anterior<strong>es</strong> ao do afastamento da atividade’ para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por<br />

invalidez, razão pela qual não há fundamento legal para a limitação imposta à abrangência do §5º”.<br />

5. Logo, não se verifica qualquer omissão na decisão recorrida, uma vez que o juiz não <strong>es</strong>tá obrigado a analisar todos os<br />

argumentos apr<strong>es</strong>entados pelas part<strong>es</strong>. Sendo assim, suscitar matéria constitucional que não inter<strong>es</strong>sou à solução da<br />

con<strong>tr</strong>ovérsia, apenas para viabilizar a interposição de recurso para o órgão jurisdicional superior é atitude que demons<strong>tr</strong>a<br />

mais um intuito protelatório do que um exercício da prerrogativa da indeclinabilidade do Poder Judiciário. Precedent<strong>es</strong> STJ<br />

(R<strong>es</strong>p. 11465-0-SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).<br />

6. De todo modo, a simpl<strong>es</strong> oposição de embargos declaratórios é suficiente para o prequ<strong>es</strong>tionamento da matéria. N<strong>es</strong>se<br />

sentido:<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO. RENDA MENSAL INICIAL DE APOSENTADORIA POR<br />

INVALIDEZ PRECEDIDA DE AUXÍLIO-DOENÇA. INCIDÊNCIA DO § 5º DO ART. 29 DA LEI Nº 8.213/91. OMISSÃO.<br />

AUSÊNCIA. MATÉRIA CONSTITUCIONAL PREQUESTIONADA PELA MERA OPOSIÇÃO DE EMBARGOS DE<br />

DECLARAÇÃO (STJ:RESP. 383.492/MA). EMBARGOS REJEITADOS.<br />

1. O acórdão decidiu a qu<strong>es</strong>tão de forma clara e bem fundamentada, adotando uma linha de raciocínio razoável e coerente.<br />

Assim, não vislumbro a ocorrência de qualquer dos vícios que possam dar ensejo à oposição de embargos de declaração,<br />

uma vez que o julgador não <strong>es</strong>tá obrigado a analisar cada um dos argumentos expendidos pelas part<strong>es</strong>, com o <strong>es</strong>pecífico<br />

fim de satisfazer ao prequ<strong>es</strong>tionamento.<br />

2. O Supremo Tribunal <strong>Federal</strong>, pr<strong>es</strong>tigiando sua Súmula n. 356, firmou posição no sentido de considerar prequ<strong>es</strong>tionada a<br />

matéria constitucional objeto do recurso ex<strong>tr</strong>aordinário pela mera oposição de embargos declaratórios, ainda que o juízo a<br />

quo se recuse a suprir a omissão. (REsp 383.492-MA. Órgão Julgador: 2ª Turma. Relatora: Min. Eliana Calmon, julgado em<br />

11/02/2003). 3. Embargos de Declaração rejeitados.<br />

(TNU, PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL 200663050009638, Relator JUIZ<br />

FEDERAL OTÁVIO HENRIQUE MARTINS PORT, Fonte DJ 08/01/2010).<br />

7. Embargos de declaração rejeitados. Sem condenação em custas e honorários.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo REJEITAR OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, nos termos da<br />

ementa que integra o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

48 - 2007.50.50.006721-3/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO<br />

LEAL DOS SANTOS.) x CENIRO RODRIGUES DA COSTA (ADVOGADO: JOAO FELIPE DE MELO CALMON<br />

HOLLIDAY.).<br />

EMENTA<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. MATÉRIA CONSTITUCIONAL. PREQUESTIONAMENTO. REJEITADOS.<br />

1. Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS con<strong>tr</strong>a acórdão que negou provimento ao recurso interposto pela<br />

autarquia previdenciária (fl. 71), mantendo, por seus próprios fundamentos, a sentença que julgou procedente o pedido de<br />

revisão de aposentadoria por invalidez concedida após a Lei 9.876/99, pela aplicação do art. 29, §5º, da Lei 8.213/91.<br />

2. Embargos com fins exclusivos de prequ<strong>es</strong>tionamento, em que o INSS requer a manif<strong>es</strong>tação da Turma acerca da<br />

matéria constitucional, <strong>es</strong>pecialmente no que diz r<strong>es</strong>peito aos arts. 5º, 84, 195 e 201 da CF.<br />

3. No que tange à matéria alegada, o acórdão confirmou a sentença recorrida, cujos fundamentos passaram a integrar a<br />

decisão embargada.<br />

4. A sentença, por sua vez, julgou procedente o pedido com base em argumentação coerente e suficiente à solução da<br />

con<strong>tr</strong>ovérsia, concluindo que “a nova redação do art. 29 caput não fala mais em ‘últimos salários-de-con<strong>tr</strong>ibuição dos m<strong>es</strong><strong>es</strong><br />

imediatamente anterior<strong>es</strong> ao do afastamento da atividade’ para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por<br />

invalidez, razão pela qual não há fundamento legal para a limitação imposta à abrangência do §5º”.<br />

5. Logo, não se verifica qualquer omissão na decisão recorrida, uma vez que o juiz não <strong>es</strong>tá obrigado a analisar todos os<br />

argumentos apr<strong>es</strong>entados pelas part<strong>es</strong>. Sendo assim, suscitar matéria constitucional que não inter<strong>es</strong>sou à solução da<br />

con<strong>tr</strong>ovérsia, apenas para viabilizar a interposição de recurso para o órgão jurisdicional superior é atitude que demons<strong>tr</strong>a<br />

mais um intuito protelatório do que um exercício da prerrogativa da indeclinabilidade do Poder Judiciário. Precedent<strong>es</strong> STJ<br />

(R<strong>es</strong>p. 11465-0-SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).<br />

6. De todo modo, a simpl<strong>es</strong> oposição de embargos declaratórios é suficiente para o prequ<strong>es</strong>tionamento da matéria. N<strong>es</strong>se


sentido:<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO. RENDA MENSAL INICIAL DE APOSENTADORIA POR<br />

INVALIDEZ PRECEDIDA DE AUXÍLIO-DOENÇA. INCIDÊNCIA DO § 5º DO ART. 29 DA LEI Nº 8.213/91. OMISSÃO.<br />

AUSÊNCIA. MATÉRIA CONSTITUCIONAL PREQUESTIONADA PELA MERA OPOSIÇÃO DE EMBARGOS DE<br />

DECLARAÇÃO (STJ:RESP. 383.492/MA). EMBARGOS REJEITADOS.<br />

1. O acórdão decidiu a qu<strong>es</strong>tão de forma clara e bem fundamentada, adotando uma linha de raciocínio razoável e coerente.<br />

Assim, não vislumbro a ocorrência de qualquer dos vícios que possam dar ensejo à oposição de embargos de declaração,<br />

uma vez que o julgador não <strong>es</strong>tá obrigado a analisar cada um dos argumentos expendidos pelas part<strong>es</strong>, com o <strong>es</strong>pecífico<br />

fim de satisfazer ao prequ<strong>es</strong>tionamento.<br />

2. O Supremo Tribunal <strong>Federal</strong>, pr<strong>es</strong>tigiando sua Súmula n. 356, firmou posição no sentido de considerar prequ<strong>es</strong>tionada a<br />

matéria constitucional objeto do recurso ex<strong>tr</strong>aordinário pela mera oposição de embargos declaratórios, ainda que o juízo a<br />

quo se recuse a suprir a omissão. (REsp 383.492-MA. Órgão Julgador: 2ª Turma. Relatora: Min. Eliana Calmon, julgado em<br />

11/02/2003). 3. Embargos de Declaração rejeitados.<br />

(TNU, PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL 200663050009638, Relator JUIZ<br />

FEDERAL OTÁVIO HENRIQUE MARTINS PORT, Fonte DJ 08/01/2010).<br />

7. Embargos de declaração rejeitados. Sem condenação em custas e honorários.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo REJEITAR OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, nos termos da<br />

ementa que integra o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

49 - 2008.50.50.006037-5/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO<br />

LEAL DOS SANTOS.) x MARIA SUELI TANCREDO MARQUES (ADVOGADO: JOAO FELIPE DE MELO CALMON<br />

HOLLIDAY.).<br />

EMENTA<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. MATÉRIA CONSTITUCIONAL. PREQUESTIONAMENTO. REJEITADOS.<br />

1. Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS con<strong>tr</strong>a acórdão que negou provimento ao recurso interposto pela<br />

autarquia previdenciária (fl. 61), mantendo, por seus próprios fundamentos, a sentença que julgou procedente o pedido de<br />

revisão de aposentadoria por invalidez concedida após a Lei 9.876/99, pela aplicação do art. 29, §5º, da Lei 8.213/91.<br />

2. Embargos com fins exclusivos de prequ<strong>es</strong>tionamento, em que o INSS requer a manif<strong>es</strong>tação da Turma acerca da<br />

matéria constitucional, <strong>es</strong>pecialmente no que diz r<strong>es</strong>peito aos arts. 5º, 84, 195 e 201 da CF.<br />

3. No que tange à matéria alegada, o acórdão confirmou a sentença recorrida, cujos fundamentos passaram a integrar a<br />

decisão embargada.<br />

4. A sentença, por sua vez, julgou procedente o pedido com base em argumentação coerente e suficiente à solução da<br />

con<strong>tr</strong>ovérsia, concluindo que “a nova redação do art. 29 caput não fala mais em ‘últimos salários-de-con<strong>tr</strong>ibuição dos m<strong>es</strong><strong>es</strong><br />

imediatamente anterior<strong>es</strong> ao do afastamento da atividade’ para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por<br />

invalidez, razão pela qual não há fundamento legal para a limitação imposta à abrangência do §5º”.<br />

5. Logo, não se verifica qualquer omissão na decisão recorrida, uma vez que o juiz não <strong>es</strong>tá obrigado a analisar todos os<br />

argumentos apr<strong>es</strong>entados pelas part<strong>es</strong>. Sendo assim, suscitar matéria constitucional que não inter<strong>es</strong>sou à solução da<br />

con<strong>tr</strong>ovérsia, apenas para viabilizar a interposição de recurso para o órgão jurisdicional superior é atitude que demons<strong>tr</strong>a<br />

mais um intuito protelatório do que um exercício da prerrogativa da indeclinabilidade do Poder Judiciário. Precedent<strong>es</strong> STJ<br />

(R<strong>es</strong>p. 11465-0-SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).<br />

6. De todo modo, a simpl<strong>es</strong> oposição de embargos declaratórios é suficiente para o prequ<strong>es</strong>tionamento da matéria. N<strong>es</strong>se<br />

sentido:<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO. RENDA MENSAL INICIAL DE APOSENTADORIA POR<br />

INVALIDEZ PRECEDIDA DE AUXÍLIO-DOENÇA. INCIDÊNCIA DO § 5º DO ART. 29 DA LEI Nº 8.213/91. OMISSÃO.<br />

AUSÊNCIA. MATÉRIA CONSTITUCIONAL PREQUESTIONADA PELA MERA OPOSIÇÃO DE EMBARGOS DE<br />

DECLARAÇÃO (STJ:RESP. 383.492/MA). EMBARGOS REJEITADOS.<br />

1. O acórdão decidiu a qu<strong>es</strong>tão de forma clara e bem fundamentada, adotando uma linha de raciocínio razoável e coerente.<br />

Assim, não vislumbro a ocorrência de qualquer dos vícios que possam dar ensejo à oposição de embargos de declaração,<br />

uma vez que o julgador não <strong>es</strong>tá obrigado a analisar cada um dos argumentos expendidos pelas part<strong>es</strong>, com o <strong>es</strong>pecífico<br />

fim de satisfazer ao prequ<strong>es</strong>tionamento.<br />

2. O Supremo Tribunal <strong>Federal</strong>, pr<strong>es</strong>tigiando sua Súmula n. 356, firmou posição no sentido de considerar prequ<strong>es</strong>tionada a<br />

matéria constitucional objeto do recurso ex<strong>tr</strong>aordinário pela mera oposição de embargos declaratórios, ainda que o juízo a<br />

quo se recuse a suprir a omissão. (REsp 383.492-MA. Órgão Julgador: 2ª Turma. Relatora: Min. Eliana Calmon, julgado em<br />

11/02/2003). 3. Embargos de Declaração rejeitados.<br />

(TNU, PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL 200663050009638, Relator JUIZ<br />

FEDERAL OTÁVIO HENRIQUE MARTINS PORT, Fonte DJ 08/01/2010).<br />

7. Embargos de declaração rejeitados. Sem condenação em custas e honorários.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo REJEITAR OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, nos termos da


ementa que integra o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

50 - 2008.50.50.006045-4/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO<br />

LEAL DOS SANTOS.) x JULIO BACELAR CORNELIO (ADVOGADO: JOAO FELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY.).<br />

EMENTA<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. MATÉRIA CONSTITUCIONAL. PREQUESTIONAMENTO. REJEITADOS.<br />

1. Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS con<strong>tr</strong>a acórdão que negou provimento ao recurso interposto pela<br />

autarquia previdenciária (fl. 63), mantendo, por seus próprios fundamentos, a sentença que julgou procedente o pedido de<br />

revisão de aposentadoria por invalidez concedida após a Lei 9.876/99, pela aplicação do art. 29, §5º, da Lei 8.213/91.<br />

2. Embargos com fins exclusivos de prequ<strong>es</strong>tionamento, em que o INSS requer a manif<strong>es</strong>tação da Turma acerca da<br />

matéria constitucional, <strong>es</strong>pecialmente no que diz r<strong>es</strong>peito aos arts. 5º, 84, 195 e 201 da CF.<br />

3. No que tange à matéria alegada, o acórdão confirmou a sentença recorrida, cujos fundamentos passaram a integrar a<br />

decisão embargada.<br />

4. A sentença, por sua vez, julgou procedente o pedido com base em argumentação coerente e suficiente à solução da<br />

con<strong>tr</strong>ovérsia, concluindo que “a nova redação do art. 29 caput não fala mais em ‘últimos salários-de-con<strong>tr</strong>ibuição dos m<strong>es</strong><strong>es</strong><br />

imediatamente anterior<strong>es</strong> ao do afastamento da atividade’ para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por<br />

invalidez, razão pela qual não há fundamento legal para a limitação imposta à abrangência do §5º”.<br />

5. Logo, não se verifica qualquer omissão na decisão recorrida, uma vez que o juiz não <strong>es</strong>tá obrigado a analisar todos os<br />

argumentos apr<strong>es</strong>entados pelas part<strong>es</strong>. Sendo assim, suscitar matéria constitucional que não inter<strong>es</strong>sou à solução da<br />

con<strong>tr</strong>ovérsia, apenas para viabilizar a interposição de recurso para o órgão jurisdicional superior é atitude que demons<strong>tr</strong>a<br />

mais um intuito protelatório do que um exercício da prerrogativa da indeclinabilidade do Poder Judiciário. Precedent<strong>es</strong> STJ<br />

(R<strong>es</strong>p. 11465-0-SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).<br />

6. De todo modo, a simpl<strong>es</strong> oposição de embargos declaratórios é suficiente para o prequ<strong>es</strong>tionamento da matéria. N<strong>es</strong>se<br />

sentido:<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO. RENDA MENSAL INICIAL DE APOSENTADORIA POR<br />

INVALIDEZ PRECEDIDA DE AUXÍLIO-DOENÇA. INCIDÊNCIA DO § 5º DO ART. 29 DA LEI Nº 8.213/91. OMISSÃO.<br />

AUSÊNCIA. MATÉRIA CONSTITUCIONAL PREQUESTIONADA PELA MERA OPOSIÇÃO DE EMBARGOS DE<br />

DECLARAÇÃO (STJ:RESP. 383.492/MA). EMBARGOS REJEITADOS.<br />

1. O acórdão decidiu a qu<strong>es</strong>tão de forma clara e bem fundamentada, adotando uma linha de raciocínio razoável e coerente.<br />

Assim, não vislumbro a ocorrência de qualquer dos vícios que possam dar ensejo à oposição de embargos de declaração,<br />

uma vez que o julgador não <strong>es</strong>tá obrigado a analisar cada um dos argumentos expendidos pelas part<strong>es</strong>, com o <strong>es</strong>pecífico<br />

fim de satisfazer ao prequ<strong>es</strong>tionamento.<br />

2. O Supremo Tribunal <strong>Federal</strong>, pr<strong>es</strong>tigiando sua Súmula n. 356, firmou posição no sentido de considerar prequ<strong>es</strong>tionada a<br />

matéria constitucional objeto do recurso ex<strong>tr</strong>aordinário pela mera oposição de embargos declaratórios, ainda que o juízo a<br />

quo se recuse a suprir a omissão. (REsp 383.492-MA. Órgão Julgador: 2ª Turma. Relatora: Min. Eliana Calmon, julgado em<br />

11/02/2003). 3. Embargos de Declaração rejeitados.<br />

(TNU, PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL 200663050009638, Relator JUIZ<br />

FEDERAL OTÁVIO HENRIQUE MARTINS PORT, Fonte DJ 08/01/2010).<br />

7. Embargos de declaração rejeitados. Sem condenação em custas e honorários.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo REJEITAR OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, nos termos da<br />

ementa que integra o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

51 - 2008.50.50.002521-1/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Isabela Boechat B. B. de<br />

Oliveira.) x MARIA CARMINDA SOARES (ADVOGADO: JOAO FELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY.).<br />

EMENTA<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. MATÉRIA CONSTITUCIONAL. PREQUESTIONAMENTO. REJEITADOS.<br />

1. Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS con<strong>tr</strong>a acórdão que negou provimento ao recurso interposto pela<br />

autarquia previdenciária (fl. 90), mantendo, por seus próprios fundamentos, a sentença que julgou procedente, em parte, o<br />

pedido de revisão de aposentadoria por invalidez concedida após a Lei 9.876/99 pela aplicação do art. 29, §5º. da Lei<br />

8.213/91.<br />

2. Embargos com fins exclusivos de prequ<strong>es</strong>tionamento, em que o INSS requer a manif<strong>es</strong>tação da Turma acerca da<br />

matéria constitucional, <strong>es</strong>pecialmente acerca dos arts. 5º, 84, 195 e 201 da CF.<br />

3. No que tange à matéria alegada, o acórdão confirmou a sentença recorrida, cujos fundamentos passaram a integrar a<br />

decisão embargada.<br />

4. A sentença, por sua vez, julgou procedente o pedido com base em argumentação coerente e suficiente à solução da<br />

con<strong>tr</strong>ovérsia, concluindo que “o art. 29, § 5º não se limita a regular a hipót<strong>es</strong>e em que a aposentadoria por invalidez e o<br />

auxílio-doença forem intercalados por período de retorno do segurado ao <strong>tr</strong>abalho. A lei não faz nenhuma distinção n<strong>es</strong>se<br />

sentido. E onde a lei não distingue, não cabe ao intérprete distinguir. O art. 29, § 5º aplica-se incondicionalmente toda vez<br />

que for concedida aposentadoria por invalidez, de forma que, no ato de conc<strong>es</strong>são, deva ser sempre calculado novo<br />

salário-de-benefício, com base na média aritmética dos últimos salários-de-con<strong>tr</strong>ibuição, incluindo aquel<strong>es</strong> referent<strong>es</strong> ao<br />

período de gozo de auxílio-doença precedente”.<br />

5. Logo, não se verifica qualquer omissão na decisão recorrida, uma vez que o juiz não <strong>es</strong>tá obrigado a analisar todos os<br />

argumentos apr<strong>es</strong>entados pelas part<strong>es</strong>. Sendo assim, suscitar matéria constitucional que não inter<strong>es</strong>sou a solução da<br />

con<strong>tr</strong>ovérsia, apenas para viabilizar a interposição de recurso para o órgão jurisdicional superior é atitude que demons<strong>tr</strong>a


mais um intuito protelatório do que um exercício da prerrogativa da indeclinabilidade do Poder Judiciário. Precedent<strong>es</strong> STJ<br />

(R<strong>es</strong>p. 11465-0-SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).<br />

6. De todo modo, a simpl<strong>es</strong> oposição de embargos declaratórios é suficiente para o prequ<strong>es</strong>tionamento da matéria. N<strong>es</strong>se<br />

sentido:<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO. RENDA MENSAL INICIAL DE APOSENTADORIA POR<br />

INVALIDEZ PRECEDIDA DE AUXÍLIO-DOENÇA. INCIDÊNCIA DO § 5º DO ART. 29 DA LEI Nº 8.213/91. OMISSÃO.<br />

AUSÊNCIA. MATÉRIA CONSTITUCIONAL PREQUESTIONADA PELA MERA OPOSIÇÃO DE EMBARGOS DE<br />

DECLARAÇÃO (STJ:RESP. 383.492/MA). EMBARGOS REJEITADOS.<br />

1. O acórdão decidiu a qu<strong>es</strong>tão de forma clara e bem fundamentada, adotando uma linha de raciocínio razoável e coerente.<br />

Assim, não vislumbro a ocorrência de qualquer dos vícios que possam dar ensejo à oposição de embargos de declaração,<br />

uma vez que o julgador não <strong>es</strong>tá obrigado a analisar cada um dos argumentos expendidos pelas part<strong>es</strong>, com o <strong>es</strong>pecífico<br />

fim de satisfazer ao prequ<strong>es</strong>tionamento.<br />

2. O Supremo Tribunal <strong>Federal</strong>, pr<strong>es</strong>tigiando sua Súmula n. 356, firmou posição no sentido de considerar prequ<strong>es</strong>tionada a<br />

matéria constitucional objeto do recurso ex<strong>tr</strong>aordinário pela mera oposição de embargos declaratórios, ainda que o juízo a<br />

quo se recuse a suprir a omissão. (REsp 383.492-MA. Órgão Julgador: 2ª Turma. Relatora: Min. Eliana Calmon, julgado em<br />

11/02/2003). 3. Embargos de Declaração rejeitados.<br />

(TNU, PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL 200663050009638, Relator JUIZ<br />

FEDERAL OTÁVIO HENRIQUE MARTINS PORT, Fonte DJ 08/01/2010).<br />

7. Embargos de declaração rejeitados. Sem condenação em custas e honorários.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo REJEITAR OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, nos termos da<br />

ementa que integra o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

52 - 2008.50.51.001577-9/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RENATA PEDRO DE<br />

MORAES SENTO-SÉ REIS.) x BELLANISSE VICENTE DE SOUZA (ADVOGADO: MICHELA JACOMELI MARTINS,<br />

IZAIAS CORREA BARBOZA JUNIOR.).<br />

EMENTA<br />

AMPARO SOCIAL. RENDA MENSAL DE APOSENTADORIA NO VALOR DE UM SALÁRIO MÍNIMO CONCEDIDO AO<br />

MARIDO IDOSO. EXCLUSÃO PARA FINS DE APURAÇÃO DE RENDA PER CAPITA. RECURSO DO INSS IMPROVIDO.<br />

1. Recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença, que julgou parcialmente procedente o pedido de<br />

conc<strong>es</strong>são de benefício assistencial, excluindo da renda do grupo familiar a aposentadoria no valor de um salário mínimo<br />

recebido pelo marido idoso da autora, em aplicação analógica ao art. 34, § único do Estatuto do Idoso. Sustenta o<br />

recorrente, em suas razõ<strong>es</strong> recursais, que o grupo familiar da autora é constituída por dois membros (a autora e seu<br />

cônjuge) e, portanto, a renda familiar supera o limite legal de ¼ do salário mínimo, fato que, por si só, d<strong>es</strong>autoriza a<br />

conc<strong>es</strong>são de benefício assistencial. Con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong> às folhas 103/106.<br />

2. O laudo sócio-econômico de fls. 30/42 revela que o grupo familiar em qu<strong>es</strong>tão, com observância ao disposto no art. 20, §<br />

1º, da Lei 8742/93, é formado pela autora (76 anos) e seu <strong>es</strong>poso (83) que aufere mensalmente a quantia de um salário<br />

mínimo, provenient<strong>es</strong> de sua aposentadoria. O ponto con<strong>tr</strong>overtido r<strong>es</strong><strong>tr</strong>inge-se ao fato de a renda per capita ser superior ao<br />

critério legal.<br />

3. O Estatuto do Idoso, em seu art. 34, parágrafo único, <strong>es</strong>tabelece que o benefício assistencial já concedido a ou<strong>tr</strong>o<br />

membro da família não será computado no cálculo da renda per capita do grupo familiar do idoso. A jurisprudência vem<br />

conferindo interpretação extensiva ao dispositivo, concebendo que eventual benefício previdenciário, no valor mínimo,<br />

também seja d<strong>es</strong>considerado no referido cálculo (TNU - Pedido de Uniformização - proc<strong>es</strong>so 200543009040184 - DJU<br />

02/10/2007).<br />

4. Esta Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Espírito Santo firmou entendimento n<strong>es</strong>se sentido, consoante<br />

os termos do enunciado 46 de sua súmula: A renda mensal de aposentadoria em valor equivalente a um salário mínimo<br />

concedida a p<strong>es</strong>soa com mais de 65 anos de idade não deve ser computada para efeito de apuração da renda familiar per<br />

capita a que se refere o art. 20, §3º, da Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS. Aplica-se, por analogia, o art. 34,<br />

parágrafo único, da Lei nº 10.741/2003 (DIO – Boletim da <strong>Justiça</strong> <strong>Federal</strong>, 06/04/2009, p. 03).<br />

5. “O exame dos votos proferidos no julgamento revela que o Supremo Tribunal apenas declarou que a norma do art. 20 e<br />

seu § 3º da Lei n. 8.742/93 não apr<strong>es</strong>entava inconstitucionalidade ao definir limit<strong>es</strong> gerais para o pagamento do benefício a<br />

ser assumido pelo INSS, ora Reclamante. Mas não afirmou que, no exame do caso concreto, o juiz não poderia fixar o que<br />

se fiz<strong>es</strong>se mister para que a norma constitucional do art. 203, inc. V, e demais direitos fundamentais e princípios<br />

constitucionais se cumprissem rigorosa, prioritária e in<strong>es</strong>cusavelmente. (...) De se concluir, portanto, que o Supremo<br />

Tribunal teve por constitucional, em t<strong>es</strong>e (cuidava-se de con<strong>tr</strong>ole abs<strong>tr</strong>ato), a norma do art. 20 da Lei n. 8.742/93, mas não<br />

afirmou inexistirem ou<strong>tr</strong>as situaçõ<strong>es</strong> concretas que impus<strong>es</strong>sem atendimento constitucional e não subsunção àquela<br />

norma” (STF, Rcl 3805/SP, Min. Carmen Lúcia, DJ 18/10/2006, p.00041).<br />

6. N<strong>es</strong>s<strong>es</strong> termos, a hipót<strong>es</strong>e dos autos re<strong>tr</strong>ata aplicação da interpretação extensiva ao caso concreto para interpretação do<br />

ordenamento jurídico, não havendo que se falar em qualquer ofensa aos princípios da separação dos poder<strong>es</strong> ou da<br />

precedência de fonte de custeio. Além disso, ainda que houv<strong>es</strong>se violação aos princípios constitucionais invocados (art. 1º;<br />

art. 2º; art. 195, § 5º; art. 203, V), <strong>es</strong>sa violação não seria direta e frontal – fundamento para o recurso ex<strong>tr</strong>aordinário – mas<br />

por via reflexa. N<strong>es</strong>se sentido: JEF - TRF1 -200535007224856 UF: GO - 1ª Turma Recursal - DJGO 28/06/2006.


7. Por tais razõ<strong>es</strong>, bem como em face dos gastos re<strong>tr</strong>atados, que perfaziam aproximadamente o valor de um salário<br />

mínimo, verifico comprovada a miserabilidade que autoriza a conc<strong>es</strong>são do benefício, conforme assentado na decisão<br />

recorrida.<br />

8. Recurso não provido. Condenação do INSS ao pagamento de honorários advocatícios fixados em 10 % sobre o valor da<br />

condenação, nos termos do art. 20, § 4.º do CPC. Sem custas.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO ao recurso do INSS, na forma da ementa, que integra o pr<strong>es</strong>ente<br />

julgado.<br />

53 - 2007.50.50.010306-0/01 KARINA SERRA RANGEL (DEF.PUB: Carlos Eduardo Santos Wanderley.) x INSTITUTO<br />

NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.).<br />

EMENTA<br />

AMPARO SOCIAL. RENDA MENSAL SUPERIOR A ¼ DO SALÁRIO MÍNIMO. MISERABILIDADE NÃO COMPROVADA.<br />

RECURSO NÃO PROVIDO. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA MANTIDA.<br />

1. Recurso inominado interposto pela parte autora em face de sentença que julgou improcedente pedido de benefício<br />

assistencial, em razão da renda per capita superar o limite legal de ¼ do salário mínimo. Sustenta o recorrente que, devido<br />

aos altos gastos ordinários e ex<strong>tr</strong>aordinários, a renda total da família perfaz valor per capita inferior ao limite fixado por lei.<br />

Con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong> as fls. 148/150.<br />

2. A incapacidade da recorrente <strong>es</strong>tá comprovada nos autos e é ponto incon<strong>tr</strong>overso. A qu<strong>es</strong>tão con<strong>tr</strong>overtida r<strong>es</strong><strong>tr</strong>inge-se à<br />

aferição do conceito de nec<strong>es</strong>sidade econômica da autora (miserabilidade). De acordo com a avaliação social de fls. 38/44,<br />

o grupo familiar r<strong>es</strong><strong>tr</strong>inge-se a autora, sua irmã e seus pais (art. 16 da Lei 8213 / 91). Seu pai aufere cerca de R$ 1.328,80<br />

mensais decorrent<strong>es</strong> do recebimento do beneficio de auxílio-doença, ou seja, a renda per capita ul<strong>tr</strong>apassa o limite legal de<br />

¼ do salário mínimo, o que impede a conc<strong>es</strong>são do benefício pleiteado.<br />

3. O pai da autora aufere remuneração expr<strong>es</strong>siva sendo a renda per capita muito além do limite de ¼. Os gastos<br />

supracitados podem ser pagos pela família da autora, sem que se configure uma situação de miserabilidade. Ademais, a<br />

família r<strong>es</strong>ide em casa mod<strong>es</strong>ta, mas com qua<strong>tr</strong>o cômodos (dois quartos, sala e cozinha) e banheiro. A r<strong>es</strong>idência dispõe,<br />

ainda, de energia elé<strong>tr</strong>ica, água encanada e rede de <strong>es</strong>goto, com móveis simpl<strong>es</strong> e de uso comum. Não r<strong>es</strong>tou<br />

demons<strong>tr</strong>ada a situação de miserabilidade, que não se confunde com possível e alegada situação de pobreza.<br />

4. Recurso não provido. Sem custas, tendo em vista que a recorrente é beneficiária da assistência judiciária gratuita.<br />

Condenação em honorários advocatícios fixados em R$ 50,00 atendendo ao disposto no art. 20, § 4º - CPC c/c art. 55 da<br />

Lei nº 9.099/95, observando-se o disposto no art. 12 da Lei nº 1.060/50.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária<br />

do Espírito Santo conhecer e NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pela autora, nos termos da ementa – parte<br />

integrante d<strong>es</strong>te julgado.<br />

54 - 2009.50.51.000366-6/01 MARIA DA PENHA RAGAZZI (ADVOGADO: ELINARA FERNANDES SOARES.) x<br />

INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARIA DA PENHA BARBOSA BRITO.).<br />

EMENTA<br />

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE<br />

LABORATIVA. RECURSO NÃO PROVIDO. SENTENÇA MANTIDA<br />

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face de sentença que julgou improcedente o pedido de<br />

conc<strong>es</strong>são de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez. A autora insurge-se con<strong>tr</strong>a as conclusõ<strong>es</strong> do laudo pericial,<br />

uma vez que o perito d<strong>es</strong>considerou que sua atividade habitual (<strong>tr</strong>abalhadora rural) demanda <strong>es</strong>forço físico e é incompatível<br />

com os seus problemas de saúde. Pugna, enfim, pela reforma da decisão. Con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong> às fls. 78/81.<br />

2. Não assiste razão à parte autora. O perito do juízo d<strong>es</strong>creve que a autora sofre de ar<strong>tr</strong>ose na coluna lombar, concluindo,<br />

todavia, pela ausência de incapacidade para o exercício da atividade habitual, uma vez que a autora não apr<strong>es</strong>enta<br />

con<strong>tr</strong>aturas ou a<strong>tr</strong>ofias muscular<strong>es</strong>, nem r<strong>es</strong><strong>tr</strong>içõ<strong>es</strong> de movimento de cabeça, <strong>tr</strong>onco ou membros. Regis<strong>tr</strong>a, ainda, ter<br />

efetuado o t<strong>es</strong>te clínico de Laségue, com r<strong>es</strong>ultado negativo (fl. 66).<br />

3. As alegaçõ<strong>es</strong> do autor, os laudos particular<strong>es</strong> e demais documentos juntados não são suficient<strong>es</strong> para afastar a<br />

conclusão do laudo pericial. O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo<br />

juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a r<strong>es</strong>peito da plena capacidade laborativa, há de<br />

prevalecer sobre o particular. (Enunciado 08 da TR/ES). Não há nos autos, por ou<strong>tr</strong>o lado, elementos que determinem a<br />

nec<strong>es</strong>sidade de realização de nova perícia médica.<br />

4. Recurso não provido. Sentença mantida. Sem custas (art. 4° II – Lei 9.289/96). Condena-se a recorre nte ao pagamento<br />

de honorários advocatícios no valor de R$ 50,00 (cinqüenta reais), atendendo-se ao disposto no art. 20 § 4° do CPC c/c art.<br />

55 da Lei 9.099/95, observando-se o disposto no art. 12 da Lei 1.060/50.<br />

A C Ó R D Ã O


Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária<br />

do Espírito Santo conhecer e NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pela autora, nos termos da ementa – parte<br />

integrante d<strong>es</strong>te julgado.<br />

55 - 2008.50.51.000952-4/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: LUCIANA CAMPOS<br />

MALAFAIA COSTA.) x MANOEL DE JESUS FILHO (ADVOGADO: ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA, EMILENE ROVETTA<br />

DA SILVA, ALAN ROVETTA DA SILVA.).<br />

EMENTA<br />

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INCAPACIDADE DEFINITIVA PARA ATIVIDADE HABITUAL.<br />

INEXISTÊNCIA DE CONDIÇÕES RAZOÁVEIS DE REABILITAÇÃO. RECURSO DO INSS NÃO PROVIDO. SENTENÇA<br />

MANTIDA.<br />

1. Sentença que julgou procedente o pedido de auxílio-doença d<strong>es</strong>de a c<strong>es</strong>sação adminis<strong>tr</strong>ativa do benefício (18/04/2008) e<br />

converteu o auxílio-doença em aposentadoria por invalidez. Sustenta o INSS em suas razõ<strong>es</strong> recursais, que o pedido de<br />

aposentadoria por invalidez é improcedente, uma vez que o laudo pericial concluiu pela incapacidade parcial e definitiva da<br />

parte autora. Con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong> às fls. 103/111.<br />

2. Embora não <strong>es</strong>teja incapacitado para o exercício de qualquer atividade laboral, o autor se encon<strong>tr</strong>a definitivamente<br />

incapacitado para sua atividade habitual (pedreiro), bem como para qualquer atividade que demande <strong>es</strong>forço físico,<br />

conforme laudo pericial de fls. 72/73.<br />

3. Ademais, inexistem condiçõ<strong>es</strong> razoáveis de reabilitação para o exercício de atividade que não demande <strong>es</strong>forço físico,<br />

conforme reconheceu o juízo a quo. Sentença que, acertadamente, levou em consideração, a idade do recorrido (49 anos –<br />

fl. 19), a experiência profissional limitada (braçal - fls. 17/18) , o baixo grau de ins<strong>tr</strong>ução (quarta série completa – fl. 72), e a<br />

natureza da enfermidade (alteraçõ<strong>es</strong> degenerativas da coluna lombar – qu<strong>es</strong>ito 01, ‘’b’’, fl. 72), não merecendo reparos.<br />

4. De qualquer forma, eventual reabilitação do recorrido para o efetivo d<strong>es</strong>empenho de ou<strong>tr</strong>a atividade laboral poderá<br />

ensejar a c<strong>es</strong>sação do benefício, nos termos do art. 47 da Lei 8213 / 91.<br />

5. Recurso do INSS conhecido e não provido. Sentença mantida. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários<br />

advocatícios fixados em 10 % sobre o valor da condenação, atendendo ao disposto no art. 20, § 4º do CPC c/c art. 55 da<br />

Lei nº. 9.099/95. Sem custas (art. 4. º, I da Lei 9.289/96).<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pelo INSS, nos termos da ementa que<br />

integra o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

56 - 2009.50.51.000661-8/01 ROSIMAR DA SILVA ALMEIDA (ADVOGADO: MARTHA HELENA GALVANI CARVALHO.) x<br />

INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: OLÍVIA BRAZ VIEIRA DE MELO.).<br />

EMENTA<br />

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. PATOLOGIA NÃO EVIDENCIADA. RECURSO CONHECIDO E<br />

NÃO PROVIDO. SENTENÇA MANTIDA<br />

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face de sentença que julgou improcedente o pedido de<br />

conc<strong>es</strong>são de aposentadoria por invalidez. O autor insurge-se con<strong>tr</strong>a as conclusõ<strong>es</strong> do laudo pericial, afirmando <strong>es</strong>tar<br />

incapacitado para o <strong>tr</strong>abalho, pugnando pela reforma da decisão. Con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong> às fls. 114/116.<br />

2. O perito do Juízo, às fls. 87/88, d<strong>es</strong>creve que “não foi evidenciado (sic) nenhuma patologia psiquiá<strong>tr</strong>ica durante a<br />

avaliação pericial” (qu<strong>es</strong>ito 1 do INSS). Ao final conclui que não foi encon<strong>tr</strong>ada “nenhuma patologia psiquiá<strong>tr</strong>ica, não<br />

havendo incapacidade” (qu<strong>es</strong>ito 13).<br />

3. As alegaçõ<strong>es</strong> do autor, os laudos particular<strong>es</strong> e demais documentos juntados aos autos não são suficient<strong>es</strong> para afastar<br />

a conclusão do laudo pericial. O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo<br />

juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a r<strong>es</strong>peito da plena capacidade laborativa, há de<br />

prevalecer sobre o particular (Enunciado 08 da TR/ES). Não há nos autos, por ou<strong>tr</strong>o lado, elementos que determinem a<br />

nec<strong>es</strong>sidade de realização de nova perícia médica.<br />

4. Condeno a parte recorrente ao pagamento de honorários advocatícios que fixo em R$ 50,00, com fundamento no art. 20<br />

§ 4º - CPC c/c art. 55 da Lei 9099/95, observando-se o disposto no art. 12 da Lei 1060/50. Sem custas (art. 4º II – Lei<br />

9289/96).<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária<br />

do Espírito Santo conhecer e NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pelo autor, nos termos da ementa – parte<br />

integrante d<strong>es</strong>te julgado.<br />

57 - 2008.50.50.001258-7/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE<br />

GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.) x LAURITA RODRIGUES SANTOS (ADVOGADO: PAULA ALMEIDA RAMOS.).<br />

EMENTA


PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. QUALIDADE DE SEGURADA MANTIDA. INCAPACIDADE A PARTIR DO<br />

ACIDENTE. INEXIGIBILIDADE DE CARENCIA. DIB MANTIDA. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA DA LEI<br />

9.494/97, COM A REDAÇÃO DADA PELA LEI 11.960/09. RECURSO DO INSS CONHECIDO E PARCIALMENTE<br />

PROVIDO. SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.<br />

1. Sentença que julgou procedente o pedido autoral, condenando o INSS ao r<strong>es</strong>tabelecimento de auxílio-doença d<strong>es</strong>de a<br />

data da c<strong>es</strong>sação adminis<strong>tr</strong>ativa (31/03/2004), e até que a autora seja reabilitada. Recurso interposto pelo INSS, pugnando<br />

pela reforma da sentença, sob a alegação de que o requisito carência não foi preenchido, pois a autora, após a perda da<br />

qualidade de segurada, recolheu parcelas em a<strong>tr</strong>aso, sendo que apenas duas foram contabilizadas no prazo adequado.<br />

Requer, subsidiariamente, a modificação do termo inicial do benefício para a data do exame pericial. Por fim, pleiteia a<br />

aplicação do art. 1º-F da Lei 9494/97, devendo incidir, sobre as parcelas vencidas após a edição da Lei 11960/09, os<br />

índic<strong>es</strong> da caderneta de poupança. Sem con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong>.<br />

2. De acordo com o laudo pericial (fls. 29/31), a autora apr<strong>es</strong>enta “quadro de osteoar<strong>tr</strong>ose do tornozelo <strong>es</strong>querdo secundária<br />

a deformidade da perna <strong>es</strong>querda, devido consolidação viciosa de fratura da tíbia <strong>es</strong>querda” (qu<strong>es</strong>ito nº 1). O perito at<strong>es</strong>tou<br />

que a doença que acomete a autora é “degenerativa, secundária a evento <strong>tr</strong>aumático (a<strong>tr</strong>opelamento), que provocou a<br />

fratura da perna <strong>es</strong>querda”, e gera incapacidade total, definitiva e multiprofissional (r<strong>es</strong>posta aos qu<strong>es</strong>itos nºs 4, 13, 14 e<br />

17). Contudo, não soube informar com precisão o início da incapacidade, afirmando que “a doença teve início no momento<br />

do acidente, já que as alteraçõ<strong>es</strong> são secundárias à fratura ocorrida n<strong>es</strong>te dia. En<strong>tr</strong>etanto a paciente não sabe informar a<br />

data do acidente e não apr<strong>es</strong>entou documentos que a identifique” (qu<strong>es</strong>ito nº 7).<br />

3. Insta mencionar, que a autora já recebeu auxílio-doença decorrente da m<strong>es</strong>ma patologia, precisamente em 2002<br />

(fls.12/13), ou seja, conclui-se que, n<strong>es</strong>sa data, a recorrida já tinha sido vítima do acidente que r<strong>es</strong>ultou em seqüelas<br />

existent<strong>es</strong> até hoje. D<strong>es</strong>se modo, a c<strong>es</strong>sação adminis<strong>tr</strong>ativa em 2004 foi indevida, uma vez que, como asseverado pelo<br />

expert, a incapacidade da autora já existia, pelo menos, à época do benefício anteriormente concedido. Corrobora <strong>es</strong>sa<br />

linha de raciocínio o fato da patologia em qu<strong>es</strong>tão possuir caráter degenerativo; assim, dificilmente a autora teria readquirido<br />

a capacidade laborativa e, num momento próximo, retornado ao seu <strong>es</strong>tado de incapacidade. Portanto, a autora não perdeu<br />

a qualidade de segurada, não tendo sido sequer reabilitada.<br />

4. Ap<strong>es</strong>ar do perito não ter precisado a data do início da incapacidade, há nos autos ou<strong>tr</strong>as provas que at<strong>es</strong>tam que a<br />

autora sofre da m<strong>es</strong>ma patologia considerada como incapacitante pelo perito, d<strong>es</strong>de a data do acidente. Ademais, a autora<br />

já havia recebido auxílio-doença até 2004, pelos m<strong>es</strong>mos motivos, não havendo, nos autos, elementos que determinem que<br />

a autora tenha readquirido a capacidade para o <strong>tr</strong>abalho. Aliás, a própria perícia realizada pelo INSS, que r<strong>es</strong>ultou na<br />

c<strong>es</strong>sação do benefício, reconheceu a existência da patologia apontada no laudo da perícia judicial (fl. 12 – M19.2 - Ou<strong>tr</strong>as<br />

ar<strong>tr</strong>os<strong>es</strong> secundárias).<br />

5. Por fim, as alegaçõ<strong>es</strong> do INSS quanto à ausência de carência não merecem prosperar. É que a autora discute n<strong>es</strong>t<strong>es</strong><br />

autos a legalidade da c<strong>es</strong>sação do benefício em 2004, e os recolhimentos posterior<strong>es</strong> feitos pela autora, ainda que em<br />

a<strong>tr</strong>aso, não interferem na eventual reativação do benefício d<strong>es</strong>de a c<strong>es</strong>sação indevida. Deveria ter o INSS alegado ausência<br />

de carência em relação ao período pretérito a 2004, e não em relação ao período posterior.<br />

6. Conforme novo posicionamento adotado pela Turma Recursal do Espírito Santo, incide condenação em honorários<br />

advocatícios m<strong>es</strong>mo na hipót<strong>es</strong>e de não haver o recorrido apr<strong>es</strong>entado con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong>. A uma porque o <strong>tr</strong>abalho do<br />

advogado da parte recorrida não se mede simpl<strong>es</strong>mente pelo oferecimento d<strong>es</strong>sa peça proc<strong>es</strong>sual, mas sim, pelo conjunto<br />

de sua atuação no proc<strong>es</strong>so. A duas porque a finalidade <strong>es</strong>sencial da condenação em honorários somente na hipót<strong>es</strong>e de o<br />

recorrente ser vencido consiste no d<strong>es</strong><strong>es</strong>tímulo ao recurso, conforme os princípios de celeridade que informam os juizados<br />

<strong>es</strong>peciais.<br />

7. Recurso interposto pelo INSS parcialmente provido, apenas para reformar a sentença no que diz r<strong>es</strong>peito à atualização<br />

monetária, que, após 29.06.2009 (data do advento da Lei 11960/2009), deverá ser feita na forma do art. 1º F da Lei<br />

9494/97, com a redação que lhe foi dada pela Lei 11960/2009. Sem condenação em custas e honorários (Art. 55 da Lei<br />

9.099/95).<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo DAR PARCIAL PROVIMENTO ao recurso interposto pelo INSS, nos termos da ementa<br />

que integra o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

58 - 2007.50.50.002492-5/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: GUSTAVO CABRAL<br />

VIEIRA.) x GESSY MINEIRO DA SILVA (ADVOGADO: DOURIVAN DANTAS DIAS, ANDRÉ VINICIUS MARQUES<br />

GONÇALVES.).<br />

EMENTA<br />

APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. RURAL. INICIO DE PROVA MATERIAL. EXTENSÃO DA<br />

EFICACIA. PROVA TESTEMUNHAL. PRECEDENTES JURISPRUDENCIAIS. RECURSO DO INSS CONHECIDO E NÃO<br />

PROVIDO.<br />

1. Recurso inominado interposto pelo INSS con<strong>tr</strong>a sentença que julgou procedente pedido de aposentadoria por tempo de<br />

con<strong>tr</strong>ibuição integral, com DIB em 21/03/2006, e pagamento das diferenças devidas após o <strong>tr</strong>ânsito em julgado. Sustenta o<br />

INSS, em suas razõ<strong>es</strong> recursais, que o período de 18/09/1965 a 30/01/1974, deve ser excluído em razão da ausência de<br />

prova material contemporânea. O autor, à fl. 243, pede a conc<strong>es</strong>são de antecipação de tutela, tendo em vista o caráter<br />

alimentar do benefício concedido. Sem con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong>.<br />

2. Ao con<strong>tr</strong>ário da t<strong>es</strong>e defendida pelo INSS, a parte autora <strong>tr</strong>ouxe aos autos início de prova material suficiente para o<br />

reconhecimento da atividade rural no período alegado, consistente na certidão de casamento con<strong>tr</strong>aído no ano de 1974, na<br />

qual consta a profissão do autor como sendo agricultor (fl. 12).


3. As certidõ<strong>es</strong> emitidas pelos órgãos públicos, nas quais haja indicação da profissão do <strong>tr</strong>abalhador na área rural, são<br />

suficient<strong>es</strong> para o preenchimento do requisito início de prova material, consoante a jurisprudência do Superior Tribunal de<br />

<strong>Justiça</strong>. No m<strong>es</strong>mo sentido é o entendimento sumulado pela Turma Nacional de Uniformização: Enunciado 6. A certidão de<br />

casamento ou ou<strong>tr</strong>o documento idôneo que evidencie a condição de <strong>tr</strong>abalhador rural do cônjuge constitui início razoável de<br />

prova material da atividade rurícola.<br />

4. Ademais, o início de prova material foi confirmado pelas t<strong>es</strong>temunhas ouvidas em juízo (fls. 209/211), que afirmaram<br />

conhecer o autor d<strong>es</strong>de 1966, e at<strong>es</strong>taram o exercício da atividade rural em regime de economia familiar durante aquela<br />

década – consoante re<strong>tr</strong>atado na própria sentença recorrida.<br />

5. A TNU, por meio do Enunciado 14, pacificou entendimento no sentido de que não se exige que o início de prova material<br />

corr<strong>es</strong>ponda a todo o período a ser reconhecido: Enunciado 14. Para a conc<strong>es</strong>são de aposentadoria rural por idade, não se<br />

exige que o início de prova material corr<strong>es</strong>ponda a todo o período equivalente à carência do benefício. N<strong>es</strong>se m<strong>es</strong>mo<br />

sentido:<br />

EMENTA. PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO NACIONAL. TEMPO DE SERVIÇO RURAL. INÍCIO DE PROVA MATERIAL.<br />

CONTEMPORANEIDADE. EXTENSÃO DA EFICÁCIA PROBATÓRIA PELA PROVA TESTEMUNHAL. 1. Para fins de<br />

contemporaneidade, o início de prova material não precisa, nec<strong>es</strong>sariamente, abranger todo o período de tempo de serviço<br />

que se pretende reconhecer. 2. Considera-se contemporâneo o documento que <strong>es</strong>tiver datado den<strong>tr</strong>o do período de tempo<br />

de serviço que se pretende reconhecer, dada à possibilidade de extensão no tempo da eficácia probatória do início de prova<br />

material apr<strong>es</strong>entado pela prova t<strong>es</strong>temunhal para fins de abrangência de todo o período, d<strong>es</strong>de que não haja con<strong>tr</strong>adição,<br />

imprecisão ou inconsistência en<strong>tr</strong>e as declaraçõ<strong>es</strong> pr<strong>es</strong>tadas pela parte autora e as t<strong>es</strong>temunhas e/ou en<strong>tr</strong>e <strong>es</strong>tas e a prova<br />

material apr<strong>es</strong>entada. 3. Pedido de uniformização provido. (TNU - PU 2006.72.59.00.0860-0 - Relator Juiz <strong>Federal</strong> Derivaldo<br />

de Figueiredo Bezerra Filho – DJ 29/09/2009).<br />

6. Em sede de cognição exauriente, tendo em vista o reconhecimento de que o autor faz jus ao benefício de aposentadoria<br />

por tempo de con<strong>tr</strong>ibuição integral, defiro o pedido de antecipação dos efeitos da tutela, para determinar a implementação<br />

imediata do benefício concedido pela sentença recorrida.<br />

7. Conforme novo posicionamento adotado pela Turma Recursal do Espírito Santo, incide condenação em honorários<br />

advocatícios m<strong>es</strong>mo na hipót<strong>es</strong>e de não haver o recorrido apr<strong>es</strong>entado con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong>. A uma porque o <strong>tr</strong>abalho do<br />

advogado da parte recorrida não se mede simpl<strong>es</strong>mente pelo oferecimento d<strong>es</strong>sa peça proc<strong>es</strong>sual, mas sim, pelo conjunto<br />

de sua atuação no proc<strong>es</strong>so. A duas porque a finalidade <strong>es</strong>sencial da condenação em honorários somente na hipót<strong>es</strong>e de o<br />

recorrente ser vencido consiste no d<strong>es</strong><strong>es</strong>tímulo ao recurso, conforme os princípios de celeridade que informam os juizados<br />

<strong>es</strong>peciais.<br />

8. Recurso não provido. Sem condenação em custas (art. 4º. – I, Lei 9.289/96). Condenação do recorrente ao pagamento<br />

de honorários advocatícios, fixados em dez por cento sobre o valor da condenação. Deferida a antecipação de tutela,<br />

implemente o INSS, imediatamente, o benefício deferido.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária<br />

do Espírito Santo conhecer e NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pelo INSS, nos termos da ementa que integra<br />

<strong>es</strong>te julgado.<br />

59 - 2009.50.51.000345-9/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: LUCIANA CAMPOS<br />

MALAFAIA COSTA.) x ANTONIO GOULARTE DE ALMEIDA (ADVOGADO: ARMANDO VEIGA.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. FALECIDA LAVRADORA. INCAPACIDADE PARA O TRABALHO NA ÉPOCA<br />

DO ÓBITO. DIREITO A BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE. QUALIDADE DE SEGURADO ESPECIAL MANTIDA.<br />

RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO.<br />

1. Recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença que julgou procedente pedido de pensão em razão do<br />

óbito de segurada <strong>es</strong>pecial, <strong>tr</strong>abalhadora rural. Alega o recorrente inexistência de início de prova material sobre a qualidade<br />

de segurada <strong>es</strong>pecial da falecida, razão pela qual pleiteia a reforma da decisão. Con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong> às fls. 89/92.<br />

2. A falecida havia requerido auxílio-doença junto ao INSS, conforme documento de fls. 29/31, que lhe foi negado por falta<br />

de comprovação da qualidade de segurada. No entanto, o requerimento adminis<strong>tr</strong>ativo foi indeferido indevidamente, uma<br />

vez que a segurada somente se afastou de suas atividad<strong>es</strong> rurais em razão da doença que a acometia.<br />

3. Não perde a qualidade de segurado aquele que deixa de con<strong>tr</strong>ibuir em razão de <strong>es</strong>tar incapacitado para o <strong>tr</strong>abalho,<br />

porque a incapacidade é contingência com cobertura previdenciária. Se tinha direito a cobertura no período, não pode<br />

perder a qualidade de segurado enquanto <strong>es</strong>tiver incapacitado para o <strong>tr</strong>abalho. Jurisprudência pacificada pela 3ª Seção do<br />

E. STJ. N<strong>es</strong>se sentido: REsp 543629 / SP, Sexta Turma, DJ 24/05/2004 p. 353; REsp 210862 / SP, Quinta Turma, DJ 18 /<br />

10 / 1999, p. 266; TRF 1ª Região, AC 200138030011342, Primeira Turma, DJF1: 01 / 07 / 2008, p. 38, TRF 1ª Região, AC<br />

815136, Sétima Turma, DJU: 01 / 10 / 2003, p. 314; TRF 3ª Região, AC 872591, Nona Turma, DJU: 18 / 09 / 2003, p. 403.<br />

4. Há, nos autos, início de prova material acerca da qualidade de segurada <strong>es</strong>pecial da falecida (certidão de óbito, inscrição<br />

como segurada <strong>es</strong>pecial, <strong>es</strong>critura de compra e venda de imóvel rural), que foi corroborada pela prova oral colhida em<br />

audiência (fl. 76). Depoimentos consistent<strong>es</strong> e convincent<strong>es</strong> pr<strong>es</strong>tados tanto pelo autor como pelas t<strong>es</strong>temunhas. Estas,<br />

aliás, foram unânim<strong>es</strong> no sentido de que a falecida <strong>tr</strong>abalhava na roça e teve muitos problemas de saúde, como pr<strong>es</strong>são


alta, tendo sofrido um derrame, e posteriormente vindo á óbito. Pelo conjunto probatório dos autos, a segurada fazia jus ao<br />

benefício por incapacidade, na época do óbito, razão pela qual faleceu na qualidade de segurada <strong>es</strong>pecial. Sentença não<br />

merece reparos.<br />

5. Merece acolhida a petição de fls. 94/95. Os autos demons<strong>tr</strong>am que o INSS não efetivou o imediato cumprimento da<br />

sentença, não tendo implantado, ainda, o benefício de pensão por morte (fls. 78/80).<br />

6. Recurso do INSS conhecido e não provido. Sentença mantida. Ratifico a determinação contida na sentença de fls. 78/80,<br />

para que seja implantado o benefício pensão por morte, imediatamente. Condenação do recorrente ao pagamento de<br />

honorários advocatício fixados em 10% sobre o valor da condenação. Sem custas.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária<br />

do Espírito Santo conhecer e NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pelo INSS, nos termos da ementa – parte<br />

integrante d<strong>es</strong>te julgado.<br />

60 - 2007.50.50.011718-6/01 ROSA MARIA DE MOURA (DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO, Karina Rocha<br />

Mitleg Bayerl.) x JOANA GONÇALVES DE CARVALHO (ADVOGADO: VANDERLEI TOMAZ DE OLIVEIRA.).<br />

Ementa<br />

PENSÃO POR MORTE. UNIÃO ESTÁVEL COMPROVADA. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO NÃO PROVIDO.<br />

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face de sentença que julgou procedente o pedido<br />

con<strong>tr</strong>aposto e condenou o INSS a pagar a Sra. Joana Gonçalv<strong>es</strong> de Carvalho o benefício de pensão por morte de forma<br />

integral. A recorrente sustenta, em sínt<strong>es</strong>e, que a recorrida não comprovou a existência de união <strong>es</strong>tável com o de cujus.<br />

Con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong> às folhas 209/212. O INSS não apr<strong>es</strong>entou con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong>.<br />

2. A qualidade de dependente da ré <strong>es</strong>tá bem demons<strong>tr</strong>ada nos autos. A recorrida apr<strong>es</strong>entou documentos idôneos a<br />

demons<strong>tr</strong>ar que vivia em união <strong>es</strong>tável com o falecido, Sr. Antonio Ribeiro de Assis: cópia de conta bancária conjunta en<strong>tr</strong>e<br />

o falecido e a segunda ré (fl.50), certidão de óbito do de cujus onde consta como declarante um dos filhos do falecido e o<br />

seu endereço coincide com o da segunda ré (fl. 51), nota fiscal da venda da urna fúnebre, cujo comprador é a segunda ré<br />

(fl. 52); corr<strong>es</strong>pondência enviada ao falecido para o endereço onde vive a ré (fl.53), <s<strong>tr</strong>ong>boletim</s<strong>tr</strong>ong> de atendimento de urgência,<br />

em que a recorrida consta como acompanhante (fl. 85). A prova t<strong>es</strong>temunhal corroborou a existência de união <strong>es</strong>tável en<strong>tr</strong>e<br />

a recorrida e o falecido na data de sua morte, conforme exposto na sentença.<br />

3. A recorrente qu<strong>es</strong>tiona o <strong>es</strong>tado civil da recorrida, uma vez que <strong>es</strong>ta afirmou <strong>es</strong>tar separada judicialmente, ap<strong>es</strong>ar de<br />

continuar usando o sobrenome de seu ex-marido. Esta qu<strong>es</strong>tão não tem nenhuma relevância nos pr<strong>es</strong>ent<strong>es</strong> autos, uma vez<br />

que a separação de fato não impede a existência de união <strong>es</strong>tável. Ademais, m<strong>es</strong>mo se d<strong>es</strong>considerarmos as fotos<br />

juntadas aos pr<strong>es</strong>ent<strong>es</strong> autos, existem ou<strong>tr</strong>as provas capaz<strong>es</strong> de confirmar a existência da união <strong>es</strong>tável.<br />

4. A recorrente não <strong>tr</strong>ouxe nenhum fato novo capaz de impugnar a existência de união <strong>es</strong>tável en<strong>tr</strong>e a recorrida e o falecido,<br />

razão pela qual a sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46 da Lei 9.099/95).<br />

5. Recurso conhecido e não provido. Condenação da recorrente ao pagamento de honorários advocatícios fixados em R$<br />

50, 00, com fundamento no art. 20 § 4º – CPC c/c art. 55 da Lei 9099/95, observando-se o disposto no art. 12 da Lei<br />

1060/50. Sem custas (art. 4º II – Lei 9289/96).<br />

Acórdão<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária<br />

do Espírito Santo conhecer e NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pela autora, nos termos da ementa, parte<br />

integrante d<strong>es</strong>te julgado.<br />

61 - 2007.50.50.007798-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO<br />

LEAL DOS SANTOS.) x ORLANDO PITTOL (ADVOGADO: FREDERICO AUGUSTO MACHADO.).<br />

EMENTA<br />

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO. RMI. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA. DECADÊNCIA NÃO CONFIGURADA. LITIGÂNCIA<br />

DE MÁ-FÉ CARACTERIZADA. RECURSO NÃO PROVIDO.<br />

1. Recurso inominado interposto con<strong>tr</strong>a sentença que julgou procedente pedido de revisão de renda mensal inicial de<br />

benefício previdenciário. O INSS sustenta a decadência do direito da parte autora à revisão da RMI do benefício, nos<br />

termos do art. 103 da Lei 8213 / 91 e do enunciado 63 das Turmas Recursais dos Juizados Especiais Federais do Rio de<br />

Janeiro.<br />

2. A Turma Regional de Uniformização, em s<strong>es</strong>são realizada em 29.06.2009, apreciou a matéria em exame e editou o<br />

enunciado nº 8 de sua súmula, nos seguint<strong>es</strong> termos: Em 01.08.2007 operou-se a decadência das açõ<strong>es</strong> que visem à<br />

revisão de ato conc<strong>es</strong>sório de benefício previdenciário instituído anteriormente a 28.06.1997, data de edição da MP nº<br />

1.523-9, que deu nova redação ao art. 103 da Lei nº 8.213/91. Precedente: proc<strong>es</strong>so nº 2008.50.50.000808-0.<br />

3. No caso dos autos, a parte autora busca a revisão de RMI de benefício concedido em 01.02.1983 (fl. 07) e, para tanto,<br />

ajuizou a pr<strong>es</strong>ente ação em 29.06.2007, não se configurando, portanto, a decadência.<br />

4. As razõ<strong>es</strong> recursais fazem expr<strong>es</strong>sa menção ao enunciado 63 das Turmas Recursais do Rio de Janeiro – no sentido de<br />

que apenas em 01.08.2007 operou-se decadência para as revisõ<strong>es</strong> de benefícios concedidos anteriormente a 28.06.1997 –<br />

sendo que, no caso dos autos, a ação foi proposta em 29.06.2007, o que revela propósito recursal manif<strong>es</strong>tamente<br />

protelatório, configurando litigância de má-fé, na forma do art. 17 VII – CPC, e a<strong>tr</strong>aindo a incidência de multa.<br />

5. Conforme novo posicionamento adotado pela Turma Recursal do Espírito Santo, incide condenação em honorários<br />

advocatícios m<strong>es</strong>mo na hipót<strong>es</strong>e de não haver o recorrido apr<strong>es</strong>entado con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong>. A uma porque o <strong>tr</strong>abalho do<br />

advogado da parte recorrida não se mede simpl<strong>es</strong>mente pelo oferecimento d<strong>es</strong>sa peça proc<strong>es</strong>sual, mas sim, pelo conjunto<br />

de sua atuação no proc<strong>es</strong>so. A duas porque a finalidade <strong>es</strong>sencial da condenação em honorários somente na hipót<strong>es</strong>e de o<br />

recorrente ser vencido consiste no d<strong>es</strong><strong>es</strong>tímulo ao recurso, conforme os princípios de celeridade que informam os juizados<br />

<strong>es</strong>peciais.


6. Recurso não provido. Condenação do INSS ao pagamento de honorários advocatícios fixados em dez por cento sobre o<br />

valor da condenação, bem como ao pagamento de multa, por litigância de má-fé, fixada em 1% sobre o valor da causa<br />

(CPC – art. 17 VII). Sem custas (art. 4º. I, Lei 9.289/96).<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO ao recurso, nos termos da ementa que<br />

integra o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

62 - 2008.50.53.000609-7/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO<br />

LEAL DOS SANTOS.) x VITALINO DOS SANTOS (ADVOGADO: TAIS MARIA ZANONI.).<br />

EMENTA<br />

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO. RMI. PEDIDO JULGADO PROCEDENTE. DECADÊNCIA CONFIGURADA. ENUNCIADO<br />

Nº 8 DA TRU. SENTENÇA REFORMADA. RECURSO DO INSS PROVIDO.<br />

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS con<strong>tr</strong>a sentença que julgou procedente pedido de revisão de renda<br />

mensal inicial de benefício previdenciário. Sustenta o recorrente a decadência do direito à revisão da RMI, com fundamento<br />

no art. 103 da Lei 8213 / 91.<br />

2. A Turma Regional de Uniformização, em s<strong>es</strong>são realizada em 29.06.2009, apreciou a matéria em exame e editou o<br />

enunciado nº 8 de sua súmula, nos seguint<strong>es</strong> termos: Em 01.08.2007 operou-se a decadência das açõ<strong>es</strong> que visem à<br />

revisão de ato conc<strong>es</strong>sório de benefício previdenciário instituído anteriormente a 28.06.1997, data de edição da MP nº<br />

1.523-9, que deu nova redação ao art. 103 da Lei nº 8.213/91. Precedente: proc<strong>es</strong>so nº 2008.50.50.000808-0.<br />

3. No caso dos autos, a parte autora busca a revisão de RMI de benefício concedido em 27.12.1994 (fl. 10), mas só veio a<br />

ajuizar a pr<strong>es</strong>ente ação em 10.11.2008, configurando-se a decadência.<br />

4. Recurso do INSS provido. Improcedência do pedido, reconhecida a decadência do direito da parte autora à revisão do ato<br />

conc<strong>es</strong>sório de seu benefício previdenciário, extinguindo o proc<strong>es</strong>so na forma do art. 269 IV – CPC. Sem condenação em<br />

custas e honorários advocatícios (art. 55 da Lei 9099 / 95).<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo DAR PROVIMENTO ao recurso, nos termos da ementa que integra<br />

o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

63 - 2008.50.50.006468-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO<br />

LEAL DOS SANTOS.) x LOURIVAL ATAIDE COSTA (ADVOGADO: RICARDO LEAO DE CALAIS ROLDAO, ROGÉRIO<br />

KEIJÓK SPITZ.).<br />

EMENTA<br />

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO. RMI. PEDIDO JULGADO PROCEDENTE. DECADÊNCIA CONFIGURADA. ENUNCIADO<br />

Nº 8 DA TRU. SENTENÇA REFORMADA. RECURSO DO INSS PROVIDO.<br />

1. Recurso inominado interposto pelo INSS con<strong>tr</strong>a sentença que julgou procedente pedido de revisão de renda mensal<br />

inicial de benefício previdenciário. Sustenta o recorrente a decadência do direito à revisão da RMI, com fundamento no art.<br />

103 da Lei 8213 / 91.<br />

2. A Turma Regional de Uniformização, em s<strong>es</strong>são realizada em 29.06.2009, apreciou a matéria em exame e editou o<br />

enunciado nº 8 de sua súmula, nos seguint<strong>es</strong> termos: Em 01.08.2007 operou-se a decadência das açõ<strong>es</strong> que visem à<br />

revisão de ato conc<strong>es</strong>sório de benefício previdenciário instituído anteriormente a 28.06.1997, data de edição da MP nº<br />

1.523-9, que deu nova redação ao art. 103 da Lei nº 8.213/91. Precedente: proc<strong>es</strong>so nº 2008.50.50.000808-0.<br />

3. No caso dos autos, assiste razão ao recorrente. A parte autora busca a revisão de RMI de benefício concedido em<br />

15.11.1985, mas só veio a ajuizar a pr<strong>es</strong>ente ação em 04.11.2008, configurando-se a decadência.<br />

4. Recurso provido. Improcedência do pedido. Sem condenação em custas e honorários advocatícios (art. 55 da Lei 9099 /<br />

95).<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo DAR PROVIMENTO ao recurso, nos termos da ementa que integra<br />

o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

64 - 2008.50.50.004334-1/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO<br />

LEAL DOS SANTOS.) x ADENILDA SOUZA RAMOS ALVES (ADVOGADO: TAIS MARIA ZANONI.).<br />

EMENTA<br />

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO. RMI. PEDIDO JULGADO PROCEDENTE. DECADÊNCIA CONFIGURADA. ENUNCIADO<br />

Nº 8 DA TRU. SENTENÇA REFORMADA. RECURSO DO INSS PROVIDO.<br />

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS con<strong>tr</strong>a sentença que julgou procedente pedido de revisão de renda<br />

mensal inicial de benefício previdenciário. Sustenta o recorrente a decadência do direito à revisão da RMI, com fundamento<br />

no art. 103 da Lei 8213 / 91.<br />

2. A Turma Regional de Uniformização, em s<strong>es</strong>são realizada em 29.06.2009, apreciou a matéria em exame e editou o<br />

enunciado nº 8 de sua súmula, nos seguint<strong>es</strong> termos: Em 01.08.2007 operou-se a decadência das açõ<strong>es</strong> que visem à<br />

revisão de ato conc<strong>es</strong>sório de benefício previdenciário instituído anteriormente a 28.06.1997, data de edição da MP nº<br />

1.523-9, que deu nova redação ao art. 103 da Lei nº 8.213/91. Precedente: proc<strong>es</strong>so nº 2008.50.50.000808-0.<br />

3. No caso dos autos, a parte autora busca a revisão de RMI de benefício concedido em 05.04.1994 (fl. 15), mas só veio a


ajuizar a pr<strong>es</strong>ente ação em 17.10.2008, configurando-se a decadência.<br />

4. Recurso do INSS provido. Improcedência do pedido, reconhecida a decadência do direito da parte autora à revisão do ato<br />

conc<strong>es</strong>sório de seu benefício previdenciário, extinguindo o proc<strong>es</strong>so na forma do art. 269 IV – CPC. Sem condenação em<br />

custas e honorários advocatícios (art. 55 da Lei 9099 / 95).<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo DAR PROVIMENTO ao recurso, nos termos da ementa que integra<br />

o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

65 - 2009.50.51.001105-5/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCELA REIS SILVA.)<br />

x NEDIR CARDOSO DO AMARAL COELHO (ADVOGADO: IZAIAS CORREA BARBOZA JUNIOR.).<br />

EMENTA<br />

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO. RMI. PEDIDO JULGADO PROCEDENTE. DECADÊNCIA CONFIGURADA. ENUNCIADO<br />

Nº 8 DA TRU. SENTENÇA REFORMADA. RECURSO DO INSS PROVIDO.<br />

1. Recurso inominado interposto pelo INSS con<strong>tr</strong>a sentença que julgou procedente pedido de revisão de renda mensal<br />

inicial de benefício previdenciário. Sustenta o recorrente a decadência do direito à revisão da RMI, com fundamento no art.<br />

103 da Lei 8213 / 91 e no enunciado 63 das Turmas Recursais dos Juizados Especiais Federais do Rio de Janeiro.<br />

2. A Turma Regional de Uniformização, em s<strong>es</strong>são realizada em 29.06.2009, apreciou a matéria em exame e editou o<br />

enunciado nº 8 de sua súmula, nos seguint<strong>es</strong> termos: Em 01.08.2007 operou-se a decadência das açõ<strong>es</strong> que visem à<br />

revisão de ato conc<strong>es</strong>sório de benefício previdenciário instituído anteriormente a 28.06.1997, data de edição da MP nº<br />

1.523-9, que deu nova redação ao art. 103 da Lei nº 8.213/91. Precedente: proc<strong>es</strong>so nº 2008.50.50.000808-0.<br />

3. No caso dos autos, assiste razão ao recorrente. A parte autora busca a revisão de RMI de benefício concedido em<br />

22.06.1994 (fl. 07), mas só veio a ajuizar a pr<strong>es</strong>ente ação em 27.05.2009, configurando-se a decadência.<br />

4. Recurso provido. Improcedência do pedido. Sem condenação em custas e honorários advocatícios (art. 55 da Lei 9099 /<br />

95).<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo DAR PROVIMENTO ao recurso, nos termos da ementa que integra<br />

o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

66 - 2008.50.51.001174-9/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Luis Guilherme Nogueira<br />

Freire Carneiro.) x MARGARETH ELIAS COSTA (ADVOGADO: TAIS MARIA ZANONI.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE PENSÃO POR MORTE DERIVADA. DECADÊNCIA DO DIREITO À REVISÃO DO<br />

BENEFÍCIO ORIGINÁRIO RECONHECIDA (ATO CONCESSÓRIO ANTERIOR A 28/06/1997 E AJUIZAMENTO<br />

POSTERIOR A 01/08/2007). CONDENAÇÃO LIMITADA ÀS PARCELAS REFERENTES AO BENEFÍCIO DERIVADO.<br />

RECURSO DO INSS PARCIALMENTE PROVIDO.<br />

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença que, rejeitando a ocorrência de decadência,<br />

julgou procedente o pedido de revisão da renda mensal inicial do benefício previdenciário da parte autora, em decorrência<br />

da revisão do benefício originário do instituidor da pensão pela variação da ORTN/OTN. O INSS sustenta a ocorrência de<br />

decadência do direito do autor, nos termos do art. 103 da Lei 8213 / 91.<br />

2. A Turma Regional de Uniformização, em s<strong>es</strong>são realizada em 29.06.2009, apreciou a matéria em exame e editou o<br />

enunciado nº 8 de sua súmula, nos seguint<strong>es</strong> termos: Em 01.08.2007 operou-se a decadência das açõ<strong>es</strong> que visem à<br />

revisão de ato conc<strong>es</strong>sório de benefício previdenciário instituído anteriormente a 28.06.1997, data de edição da MP nº<br />

1.523-9, que deu nova redação ao art. 103 da Lei nº 8.213/91. Precedente: proc<strong>es</strong>so nº 2008.50.50.000808-0.<br />

3. N<strong>es</strong>te sentido, verifica-se a decadência do direito do titular do benefício originário (VICENTE DE PAULA E. COUTINHO)<br />

de rever o ato de conc<strong>es</strong>são de sua aposentadoria por tempo de con<strong>tr</strong>ibuição datado de 01.11.1985, uma vez que não<br />

houve o exercício do direito de ação no prazo de dez anos, a contar da edição da Medida Provisória 1523, de 27 de junho<br />

de 1997.<br />

4. Assentadas <strong>es</strong>tas premissas, ou<strong>tr</strong>a qu<strong>es</strong>tão que se abre é a verificação da decadência para revisão de atos de<br />

conc<strong>es</strong>são de benefícios derivados como, por exemplo, da pensão por morte concedida em decorrência de falecimento de<br />

segurado em gozo de aposentadoria. Entendo que o reconhecimento da decadência do direito do titular do benefício<br />

originário revisar o seu ato de conc<strong>es</strong>são não pode prejudicar terceiros, por isso que não implica a decadência do direito do<br />

titular do benefício derivado de rever seu próprio ato de conc<strong>es</strong>são, ainda que pelo recálculo do ato de conc<strong>es</strong>são do<br />

benefício originário. A inércia do titular do primeiro benefício não pode prejudicar o exercício do direito de revisão do titular<br />

de benefício derivado. Seria, até m<strong>es</strong>mo, absurdo, o entendimento con<strong>tr</strong>ário, uma vez que implicaria reconhecer que o<br />

titular do benefício derivado sofreu efeitos da decadência ant<strong>es</strong> m<strong>es</strong>mo de seu direito nascer. Não pode o titular do direito<br />

sofrer os efeitos do tempo ant<strong>es</strong> m<strong>es</strong>mo do nascimento do seu direito. Os efeitos financeiros, contudo, serão somente os<br />

decorrent<strong>es</strong> das diferenças devidas em razão da revisão do ato de conc<strong>es</strong>são do benefício derivado.<br />

5. No pr<strong>es</strong>ente caso, a pensão por morte da autora foi concedida em 22.07.2007, sujeitando-se, portanto, ao prazo<br />

decadencial de dez anos fixado pela Lei 10.839/2004, vigente à data da conc<strong>es</strong>são. N<strong>es</strong>se sentido, considerando que a<br />

pr<strong>es</strong>ente ação foi ajuizada em 24.07.2008, não ocorreu a decadência do direito da autora de revisar seu benefício de


pensão por morte.<br />

6. O cálculo da revisão do benefício originário, en<strong>tr</strong>etanto, deve servir apenas como ins<strong>tr</strong>umento para calcular-se<br />

corretamente a RMI do benefício derivado, deixando de gerar qualquer efeito pa<strong>tr</strong>imonial em relação ao primeiro benefício<br />

(diferenças devidas em relação ao benefício originário).<br />

7. A revisão do benefício de pensão por morte deve ser calculada com base no valor da aposentadoria que o segurado<br />

instituidor receberia na data de seu falecimento (art. 75 da Lei 8213 / 91), considerando-se a revisão do benefício originário.<br />

8. Se a sentença condenatória se baseou em cálculos que incluem as diferenças devidas relativas ao benefício originário<br />

(fls. 42/47), pelo óbvio, o pagamento d<strong>es</strong>tas parcelas é indevido, porque já se operou a decadência do direito de rever o ato<br />

de conc<strong>es</strong>são do benefício originário. O titular do benefício derivado somente tem direito às diferenças relativas ao seu<br />

próprio benefício, ainda que tenham por fundamento a alteração da RMI do benefício originário; <strong>es</strong>ta alteração, contudo,<br />

far-se-á somente para apurar diferenças no benefício derivado.<br />

9. Recurso conhecido e parcialmente provido, para reconhecer a decadência do direito de rever o ato de conc<strong>es</strong>são do<br />

benefício originário datado de 01.11.1985 em ação proposta em 24.07.2008, para assim excluir da condenação todas as<br />

diferenças relativas ao benefício originário. É devida, en<strong>tr</strong>etanto, a revisão do benefício derivado da parte autora, cuja renda<br />

mensal inicial deverá ser fixada com base no valor revisado da aposentadoria que o segurado instituidor receberia na data<br />

de seu falecimento. Sem condenação em custas e honorários (art. 55 da Lei 9.099/95).<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO<br />

DO INSS na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

67 - 2009.50.52.000813-2/01 VALDOMIRO FELICIANO DE ANDRADE (ADVOGADO: MARCELO ANTONIO DE SOUZA.) x<br />

INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES<br />

GOMES.).<br />

EMENTA<br />

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO. RMI. DECADÊNCIA CONFIGURADA. RECURSO INTERPOSTO PELA PARTE AUTORA<br />

NÃO PROVIDO.<br />

1. Recurso inominado interposto pela parte autora con<strong>tr</strong>a sentença que reconheceu a decadência de direito à revisão de<br />

renda mensal inicial de benefício previdenciário, nos termos do art. 103 da Lei 8213 / 91.<br />

2. A Turma Regional de Uniformização, em s<strong>es</strong>são realizada em 29.06.2009, apreciou a matéria em exame e editou o<br />

enunciado nº 8 de sua súmula, nos seguint<strong>es</strong> termos: Em 01.08.2007 operou-se a decadência das açõ<strong>es</strong> que visem à<br />

revisão de ato conc<strong>es</strong>sório de benefício previdenciário instituído anteriormente a 28.06.1997, data de edição da MP nº<br />

1.523-9, que deu nova redação ao art. 103 da Lei nº 8.213/91. Precedente: proc<strong>es</strong>so nº 2008.50.50.000808-0.<br />

3. No caso dos autos, a parte autora busca a revisão de RMI de benefício concedido em 08.05.1995, mas só veio a ajuizar<br />

a pr<strong>es</strong>ente ação em 20.08.2009, configurando-se a decadência.<br />

4. Recurso não provido. Condenação da parte recorrente ao pagamento de honorários advocatícios fixados em R$ 50,00,<br />

com fundamento no art. 20 §4º – CPC c / c art. 55 da Lei 9099 / 95, observando-se o disposto no art. 12 da Lei 1060 / 50.<br />

Sem custas (art. 4º II – Lei 9289 / 96).<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO ao recurso, nos termos da ementa que<br />

integra o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIA<br />

NOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS<br />

91003 - MANDADO DE SEGURANÇA/ATO JUIZADO ESPECIAL<br />

68 - 2005.50.52.000439-0/02 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ALCINA MARIA COSTA<br />

NOGUEIRA LOPES.) x LUIZ MARIO DE MELLO (ADVOGADO: ADENILSON VIANA NERY.) x JUIZ FEDERAL DA VARA<br />

FEDERAL DE SÃO MATEUS.<br />

EMENTA<br />

MANDADO DE SEGURANÇA – DECISÃO JUDICIAL PROFERIDA POR JUIZ FEDERAL DA VARA FEDERAL DE SÃO<br />

MATEUS/ES – INEXISTÊNCIA DE RENÚNCIA EXPRESSA AO VALOR EXCEDENTE AO TETO DO JUIZADO NA DATA<br />

DO AJUIZAMENTO DA AÇÃO – IMPOSSIBILIDADE DE RECONHECIMENTO DE RENÚNCIA TÁCITA – SÚMULA 17 DA<br />

TNU – INADMITIDA AÇÃO RESCISÓRIA NO ÂMBITO DE JUIZADO ESPECIAL – NÃO CABIMENTO DE MANDADO DE<br />

SEGURANÇA – INDEFERIMENTO DA INICIAL – ART. 10 DA LEI 12.016/2009.<br />

Trata-se de mandado de segurança impe<strong>tr</strong>ado pelo INSS con<strong>tr</strong>a ato jurisdicional praticado pelo Juiz <strong>Federal</strong> da Vara<br />

<strong>Federal</strong> de São Mateus/ES, que determinou a expedição de precatório sem limitar as parcelas vencidas até a propositura da<br />

ação ao patamar de 60 salários mínimos, diante da ausência de renúncia expr<strong>es</strong>sa da parte, e con<strong>tr</strong>a Luiz Mario de Melo,<br />

parte requerida no proc<strong>es</strong>so originário de aposentadoria por tempo de con<strong>tr</strong>ibuição.<br />

Nos termos do art.10 da Lei 12.016, poderá a inicial do mandado de segurança ser indeferida quando não for caso de<br />

impe<strong>tr</strong>ação de mandado de segurança ou lhe faltar algum dos requisitos legais ou quando decorrido o prazo legal para a


impe<strong>tr</strong>ação.<br />

O mandado de segurança con<strong>tr</strong>a ato judicial somente é cabível con<strong>tr</strong>a decisão da qual não caiba recurso e que não <strong>es</strong>teja<br />

<strong>tr</strong>ansitado em julgado e que, ainda, seja considerada teratológica.<br />

A ação já foi julgada (cópia da sentença às fls.284/291), tendo sido a sentença integralmente mantida pela Turma Recursal<br />

dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, tendo a ementa/acórdão (cópia às fls.336/337)<br />

<strong>tr</strong>ansitado em julgado (fl.341). Em seguida, foram os autos remetidos à Contadoria, para que efetuasse os cálculos dos<br />

valor<strong>es</strong> devidos. Em atendimento, a Contadoria apr<strong>es</strong>entou dois cálculos: um considerando as parcelas vencidas a partir do<br />

prazo pr<strong>es</strong>cricional, sem considerar o teto do juizado, vez que houve renúncia expr<strong>es</strong>sa do autor; e ou<strong>tr</strong>o considerando a<br />

pr<strong>es</strong>crição quinquenal e o teto do juizado na data do ajuizamento. Intimado a manif<strong>es</strong>tar sobre a renúncia ao valor<br />

excedente a 60 salários mínimos na data do ajuizamento da ação (fl.349), a parte autora peticionou, informando que não<br />

renuncia (fl.350). O magis<strong>tr</strong>ado a quo, então, determinou a expedição de precatório no valor que não considerou o teto do<br />

juizado (fl.352), reiterando-a às fls.362/367.<br />

Pois bem, analisando os termos do pr<strong>es</strong>ente mandado de segurança, constata-se que o impe<strong>tr</strong>ante insurge-se con<strong>tr</strong>a<br />

decisão proferida já em fase de execução de sentença, que determinou a expedição de precatório, sem limitar as parcelas<br />

vencidas até a propositura da ação ao patamar de 60 salários mínimos. Sustenta que a renúncia ao valor excedente ao teto<br />

fixado para o juizado é exigido para fins de fixação de competência e que, não havendo a renúncia expr<strong>es</strong>sa, quando da<br />

condenação, as parcelas vencidas devem obedecer ao teto máximo do juizado, sob pena de ser declarada a incompetência<br />

absoluta do juízo.<br />

De fato, deve ser observado, a título de fixação de competência dos Juizados Especiais, o valor da pretensão na data do<br />

ajuizamento da ação, <strong>es</strong>te não podendo ul<strong>tr</strong>apassar o teto de 60 salários mínimos. Caso o valor das parcelas vencidas<br />

ant<strong>es</strong> do ajuizamento da ação supere tal limite, deverá a parte autora renunciar ao excedente quando da propositura da<br />

ação. Aquelas que se vencerem ao longo da demanda, não se sujeitam ao teto.<br />

Ocorre que, pela via do mandado de segurança con<strong>tr</strong>a ato de Juiz praticado no curso da fase executiva, não pode o INSS<br />

pretender rever o valor da condenação já <strong>tr</strong>ansitado em julgado, a pretexto de limitá-lo ao limite de competência da época<br />

do ajuizamento da ação, não havendo ineficácia da sentença naquilo que exceder ao limite de competência dos Juizados<br />

Federais, sob pena de se reconhecer a possibilidade de renúncia tácita no Juizado Especial <strong>Federal</strong>, em afronta à Súmula<br />

17, da TNU. Ou seja, eventual renúncia deve ser expr<strong>es</strong>sa, e não tácita, por se <strong>tr</strong>atar de tema envolvendo disponibilidade<br />

pa<strong>tr</strong>imonial, o que não se pr<strong>es</strong>ume.<br />

N<strong>es</strong>te contexto, o artigo 17, parágrafo 4º, <strong>es</strong>tabelece que: “se o valor da execução ul<strong>tr</strong>apassar o <strong>es</strong>tabelecido no §1º, o<br />

pagamento far-se-á, sempre, por meio do precatório, sendo facultado à parte exequente a renúncia ao crédito do valor<br />

excedente, para que possa optar pelo pagamento do saldo sem o precatório, da forma lá prevista”. Da interpretação d<strong>es</strong>te<br />

dispositivo legal, infere-se que se o título <strong>tr</strong>ansitado em julgado exceder ao limite de 60 salários mínimos, caberá a<br />

expedição de precatório, o que corretamente foi determinado pelo magis<strong>tr</strong>ado a quo.<br />

Além disso, limitar o valor da condenação já <strong>tr</strong>ansitado em julgado ao teto de 60 salários mínimos na data do ajuizamento<br />

da ação ou declarar a ineficácia do excedente ao aludido teto é admitir, pela via <strong>tr</strong>ansversa do mandado de segurança, a<br />

possibilidade de r<strong>es</strong>cisão parcial da sentença prolatada no Juizado Especial, gerando ofensa direta à vedação prevista no<br />

artigo 59 da Lei 9.099/95.<br />

D<strong>es</strong>sa maneira, sendo nítida a pretensão do impe<strong>tr</strong>ante de modificar, em parte, o comando condenatório constante da<br />

sentença, utilizando-se do pr<strong>es</strong>ente mandamus como via <strong>tr</strong>ansversa da ação r<strong>es</strong>cisória, vedada em sede de juizados<br />

<strong>es</strong>peciais, incabível o manejo do mandado de segurança.<br />

Petição inicial indeferida, com fulcro no art. 10 da Lei 12.016/2009.<br />

Sem custas e honorários advocatícios.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo indeferir a inicial nos termos do art. 10 da Lei nº 12.016/2009, e, via<br />

de consequência, julgar extinto o proc<strong>es</strong>so, sem r<strong>es</strong>olução do mérito, na forma da ementa constante dos autos, que fica<br />

fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL<br />

69 - 2009.50.52.000238-5/01 MARIA CELESTE MARCIEL (ADVOGADO: MARIA REGINA COUTO ULIANA.) x INSTITUTO<br />

NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – EXISTÊNCIA DE PROVA MATERIAL – CERCEAMENTO<br />

DE DEFESA – NECESSIDADE DE REALIZAÇÃO DE AUDIÊNCIA E PRODUÇÃO DE PROVA TESTEMUNHAL –<br />

SENTENÇA ANULADA.<br />

A magis<strong>tr</strong>ada a quo cancelou a audiência de conciliação, ins<strong>tr</strong>ução e julgamento, por entender que inexistia nos autos prova<br />

material do efetivo labor rural em regime de economia familiar, prolatando sentença de mérito, julgando improcedente o<br />

pleito autoral.<br />

Ocorre que, ao compulsar os autos, verifica-se que há início razoável de prova material, consubstanciado nas fichas de<br />

ma<strong>tr</strong>ícula <strong>es</strong>colar dos filhos da autora, constando a profissão da m<strong>es</strong>ma como sendo lavradora (fls. 26/29).<br />

E, em sendo reconhecida a existência de documentação nos autos hábil a ser considerada como início de prova material,<br />

deve ser d<strong>es</strong>ignada audiência para a oitiva das t<strong>es</strong>temunhas, na tentativa de confirmar os indícios documentais.


Entendo que houve, portanto, cerceamento de def<strong>es</strong>a, e diante do prejuízo causado à parte autora, impõe-se a anulação da<br />

sentença proferida e a rem<strong>es</strong>sa dos autos ao Juízo de origem para que, após realizada a oitiva das t<strong>es</strong>temunhas, ou<strong>tr</strong>a seja<br />

proferida em seu lugar, com base nas provas produzidas.<br />

Sentença anulada.<br />

Sem custas e honorários advocatícios.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo em ANULAR A SENTENÇA e remeter os autos ao juízo de origem para prolação de<br />

novo provimento jurisdicional, na forma do voto e ementa constant<strong>es</strong> dos autos, que passam a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

70 - 2007.50.50.006751-1/01 MARIA DA CONCEIÇÃO MALVESTIO MARIANI (ADVOGADO: DIMAS PINTO VIEIRA.) x<br />

INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Isabela Boechat B. B. de Oliveira.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO – CÔMPUTO DO TEMPO DE LABOR<br />

RURAL, COMO SEGURADA ESPECIAL, PARA EFEITOS DE CARÊNCIA – IMPOSSIBILIDADE – VEDAÇÃO PRESENTE<br />

NO ARTIGO 55, §2º, DA LEI 8.213/91 – REQUISITOS NÃO PREENCHIDOS – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO<br />

CONHECIDO E IMPROVIDO.<br />

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela autora em face de sentença de fl.124, que julgou improcedente o pedido<br />

de conc<strong>es</strong>são do benefício de aposentadoria por tempo de con<strong>tr</strong>ibuição. Alega a recorrente, que laborou no meio rural, em<br />

regime de economia familiar, até 1968 e que, posteriormente, passou a d<strong>es</strong>empenhar atividade urbana, tendo vertido<br />

con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong> para a Previdência por aproximadamente 08 anos. Por entender pr<strong>es</strong>ent<strong>es</strong> todos os requisitos, requer seja<br />

reformada a sentença.<br />

2. Não assiste razão a recorrente. Inicialmente, sabe-se que, por disposição expr<strong>es</strong>sa do artigo 55, § 2º da Lei 8.213/1991,<br />

o exercício do labor rural ant<strong>es</strong> da Lei 8.213/1991, ou seja, anteriormente a 24/07/1991, não será considerado para efeito de<br />

carência. Certamente, o simpl<strong>es</strong> exercício de atividade rural, em regime de economia familiar, garante o vínculo com a<br />

Previdência Social, mas tão-somente com relação a alguns benefícios (aposentadoria por idade ou por invalidez,<br />

auxílio-doença, auxílio-reclusão e pensão por morte), conforme regulamenta o art. no art. 39, inciso I, da Lei 8.213/91. Este<br />

artigo, contudo, não inclui em seu bojo a aposentadoria por tempo de con<strong>tr</strong>ibuição, motivo pelo qual o <strong>tr</strong>abalho rural, sem o<br />

efetivo recolhimento de con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong> previdenciárias, não pode ser contabilizado para efeitos de carência. Até m<strong>es</strong>mo<br />

porque o inciso II d<strong>es</strong>se m<strong>es</strong>mo dispositivo, complementado as informaçõ<strong>es</strong> do inciso anterior, regulamenta expr<strong>es</strong>samente<br />

que para os demais benefícios o recolhimento facultativo é indispensável.<br />

3. Den<strong>tr</strong>o de tal perspectiva, em que p<strong>es</strong>e a parte autora ter alegado labor rural até 1968, não r<strong>es</strong>tou demons<strong>tr</strong>ado nos<br />

autos o efetivo recolhimento de suas con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong> previdenciárias, o que impossibilita a contagem do tempo de labor rural<br />

para efeito de carência (art. 55, § 2° da Lei 8.213 /91).<br />

4. Ainda n<strong>es</strong>se contexto, verifica-se que a autora somente se filiou ao regime urbano como con<strong>tr</strong>ibuinte individual em<br />

01/07/1994 e, de acordo com os recolhimentos efetuados pela parte autora (fls.46/108), a m<strong>es</strong>ma possui apenas 90<br />

con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong>, inferior ao número mínimo de con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong> mensais (180) nec<strong>es</strong>sárias para o cumprimento da carência do<br />

benefício pleiteado, consoante Legislação Previdenciária.<br />

5. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.<br />

6. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a recorrente é beneficiária de assistência<br />

judiciária.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante dos autos, que<br />

passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

71 - 2007.50.50.003074-3/01 JOSE AMAURI SIMOES (ADVOGADO: JOÃO EUGÊNIO MODENESI FILHO.) x CAIXA<br />

ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: CLEBER ALVES TUMOLI.).<br />

E M E N T A<br />

FGTS - JUROS PROGRESSIVOS - NÃO APRESENTAÇÃO DE EXTRATO DE CONTA VINCULADA - DOCUMENTO<br />

DISPENSÁVEL - FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO COMPROVADO POR CTPS - RECURSO CONHECIDO E<br />

PROVIDO.<br />

Os ex<strong>tr</strong>atos das contas vinculadas não são documentos indispensáveis à propositura da ação, podendo sua ausência ser<br />

suprida por ou<strong>tr</strong>as provas. No pr<strong>es</strong>ente caso, a recorrente comprovou, com cópia da CTPS, ter feito a opção original pelo<br />

FGTS na vigência da Lei nº 5.107/66 ou a opção re<strong>tr</strong>oativa por <strong>es</strong>se fundo (nos termos das Leis nos 5.958/73, 7.839/89 e<br />

8.036/90). É isso o que basta para comprovar o fato constitutivo do direito.<br />

A Súmula 154 do Superior Tribunal de <strong>Justiça</strong> assim dispõe: “Os optant<strong>es</strong> pelo FGTS, nos termos da Lei nº 5.958, de 1973,<br />

têm direito à taxa progr<strong>es</strong>siva de juros na forma do art. 4º da Lei nº 5.107/66”.<br />

Assim sendo, verifico que o recorrente teve vínculo empregatício iniciado en<strong>tr</strong>e 01/01/1967 e 22/09/1971 com opção pelo<br />

FGTS, nos termos da Lei 5.107/66, fazendo jus à aplicação dos juros progr<strong>es</strong>sivos. R<strong>es</strong>salva-se, porém, a pr<strong>es</strong>crição da


pretensão aos reflexos no saldo da conta vinculada anterior<strong>es</strong> a <strong>tr</strong>inta anos, contados da data do ajuizamento da ação.<br />

Recurso conhecido e provido.<br />

Custas ex lege. Sem condenação em honorários, já que devidos somente nos casos em que o recorrente sair vencido.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo DAR PROVIMENTO ao pr<strong>es</strong>ente recurso, na forma da ementa<br />

constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

72 - 2007.50.50.003897-3/01 EDISON DA SILVA (ADVOGADO: ROGERIO SIMOES ALVES, HELTON TEIXEIRA RAMOS.)<br />

x CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: CLEBER ALVES TUMOLI.).<br />

E M E N T A<br />

FGTS – JUROS PROGRESSIVOS – VÍNCULO EMPREGATÍCIO ENTRE 01/01/1967 E 22/09/1971 COM OPÇÃO NOS<br />

TERMOS DA LEI 5.107/66 - DURAÇÃO SUPERIOR A TRÊS ANOS – SENTENÇA REFORMADA – RECURSO PROVIDO.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face de sentença que julgou improcedente seu o pedido de<br />

aplicação dos juros progr<strong>es</strong>sivos sobre os depósitos do seu FGTS. Sustenta o recorrente que preencheu os requisitos para<br />

a conc<strong>es</strong>são da progr<strong>es</strong>sividade dos juros, previsto na Lei 5.107/66.<br />

Verifico que o recorrente teve vínculo empregatício iniciado en<strong>tr</strong>e 01/01/1967 e 22/09/1971 com opção pelo FGTS, nos<br />

termos da Lei 5.107/66, fazendo jus à aplicação dos juros progr<strong>es</strong>sivos. R<strong>es</strong>salva-se, porém, a pr<strong>es</strong>crição da pretensão aos<br />

reflexos no saldo da conta vinculada anterior<strong>es</strong> a <strong>tr</strong>inta anos, contados da data do ajuizamento da ação.<br />

A Súmula 154 do Superior Tribunal de <strong>Justiça</strong> assim dispõe: “Os optant<strong>es</strong> pelo FGTS, nos termos da Lei nº 5.958, de 1973,<br />

têm direito à taxa progr<strong>es</strong>siva de juros na forma do art. 4º da Lei nº 5.107/66”.<br />

Recurso conhecido e provido. Sentença reformada.<br />

Custas ex lege. Sem condenação em honorários, já que devidos somente nos casos em que o recorrente é vencido.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo DAR PROVIMENTO ao pr<strong>es</strong>ente recurso, na forma do voto e<br />

ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIA<br />

NOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS<br />

73 - 2008.50.53.000551-2/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITE<br />

VIEIRA.) x JOSÉ NILTON LEITE (ADVOGADO: GUSTAVO SABAINI DOS SANTOS.) x OS MESMOS.<br />

E M E N T A<br />

1. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. RECURSO INOMINADO INTERPOSTO PELO AUTOR. POSSIBILIDADE DE<br />

REABILITAÇÃO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ INDEVIDA. ALTERAÇÃO DA DIB. AUSÊNCIA DE DOCUMENTOS<br />

QUE DEMONSTREM A INCAPACIDADE AO TEMPO DO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. RECURSO DO AUTOR<br />

IMPROVIDO.<br />

2. RECURSO INOMINADO INTERPOSTO PELO INSS EM FACE DE SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA. A SENTENÇA<br />

RECONHECEU A QUALIDADE DE SEGURADO DO AUTOR PELA PRORROGAÇÃO DECORRENTE DA SITUAÇÃO DE<br />

DESEMPREGO. DESEMPREGO RECONHECIDO EXCLUSIVAMENTE EM FACE DA AUSÊNCIA DE REGISTRO DE<br />

NOVAS CONTRIBUIÇÕES NO CNIS. A REALIZAÇÃO DE AIJ FOI DISPENSADA NO JUÍZO DE PRIMEIRO GRAU.<br />

ENTENDIMENTO POSTERIOR CONSOLIDADO PELO STJ NO JULGAMENTO DA PET7115 / PR EM SENTIDO<br />

CONTRÁRIO. SEGURANÇA JURÍDICA. DEVIDO PROCESSO LEGAL. RECURSO DO INSS PARCIALMENTE PROVIDO.<br />

SENTENÇA ANULADA.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária<br />

do Espírito Santo CONHECER OS RECURSOS APRESENTADOS E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO DA PARTE<br />

AUTORA E DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO DO INSS, nos termos do voto e da ementa que integram <strong>es</strong>te<br />

julgado.<br />

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIA<br />

NOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS<br />

74 - 2008.50.53.000596-2/01 TEREZINHA CAMPI TARDIM (ADVOGADO: JANAINA RODRIGUES LIMA.) x INSTITUTO


NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – DIB – SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA – RECURSO CONHECIDO<br />

E PROVIDO.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls.75/77 que julgou procedente o<br />

pedido de conc<strong>es</strong>são de auxílio-doença. Alega a recorrente, em suas razõ<strong>es</strong> recursais, que existem nos autos, prova<br />

documental suficiente que comprova que sua incapacidade teve início em janeiro de 2000, não havendo razão para que a<br />

DIB fosse fixada na data da realização da pericia, em 16/02/2009. Diante disso, requer que a fixação da DIB na data da<br />

c<strong>es</strong>sação do benefício.<br />

Inicialmente, verifico que não há, no pr<strong>es</strong>ente recurso, con<strong>tr</strong>ovérsia acerca do atual <strong>es</strong>tado de incapacidade da parte autora,<br />

bem como da sua qualidade de segurada e do cumprimento da carência. A con<strong>tr</strong>ovérsia cinge-se, pois, à data de início do<br />

benefício pleiteado.<br />

A partir da análise dos autos, verifico que o perito do juízo, ao r<strong>es</strong>ponder o qu<strong>es</strong>ito nº 5, “a”, precisou a data de início da<br />

incapacidade como sendo em janeiro de 2001 (fl.55). Portanto, o benefício deverá ser r<strong>es</strong>tabelecido d<strong>es</strong>de 31/08/2007<br />

(fl.89), data da c<strong>es</strong>sação do benefício de auxílio-doença, devendo ser d<strong>es</strong>contados os valor<strong>es</strong> já pagos.<br />

Por todo o exposto, merece reforma a sentença a quo, apenas para que o benefício seja r<strong>es</strong>tabelecido d<strong>es</strong>de a data da<br />

c<strong>es</strong>sação indevida.<br />

Recurso conhecido e provido.<br />

Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, DAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa<br />

constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

75 - 2007.50.51.002223-8/01 ANTONIO ELIAS SERAFIM (ADVOGADO: ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA, EMILENE<br />

ROVETTA DA SILVA, ALAN ROVETTA DA SILVA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:<br />

MARIA DA PENHA BARBOSA BRITO.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – INCAPACIDADE NÃO COMPROVADA –<br />

SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls.92/94, que julgou improcedente seu<br />

pedido de condenação do INSS à conc<strong>es</strong>são do benefício de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez. Alega o<br />

recorrente, em suas razõ<strong>es</strong> recursais, que se encon<strong>tr</strong>a incapacitado para o <strong>tr</strong>abalho, por apr<strong>es</strong>entar doença ortopédica que<br />

considera incapacitante para o d<strong>es</strong>empenho de sua atividade habitual. O INSS apr<strong>es</strong>entou con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong>, pugnando pela<br />

manutenção da sentença.<br />

Ao se analisar o conjunto probatório pr<strong>es</strong>ente nos autos, verifica-se que, consoante laudo pericial (fls.57/60 e 79), o autor<br />

sofre de <strong>es</strong>pondilodiscoar<strong>tr</strong>ose de natureza degenerativa. Contudo, o expert é claro ao afirmar que o autor não se encon<strong>tr</strong>a<br />

incapacitado para o <strong>tr</strong>abalho, <strong>es</strong>tando apto a exercer sua atividade habitual, qual seja, a de ajudante de serrador.<br />

Vale r<strong>es</strong>salvar quanto aos laudos particular<strong>es</strong> apr<strong>es</strong>entados, o teor do Enunciado 08 da Turma Recursal do Espírito Santo:<br />

“O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,<br />

imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a r<strong>es</strong>peito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.<br />

Não havendo incapacidade, não merecem guarida os argumentos expostos nas razõ<strong>es</strong> recursais. Diante de tudo o que foi<br />

exposto, tomo como razão de decidir os m<strong>es</strong>mos fundamentos da sentença.<br />

Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.<br />

Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, eis que o autor é beneficiário da assistência judiciária<br />

gratuita.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa<br />

constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

76 - 2008.50.51.001576-7/01 MARIA APARECIDA CARDOSO (ADVOGADO: MICHELA JACOMELI MARTINS, IZAIAS<br />

CORREA BARBOZA JUNIOR.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: OLÍVIA BRAZ<br />

VIEIRA DE MELO.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE<br />

LABORAL – LAUDO MÉDICO PERICIAL – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls.53/55, que julgou improcedente o


pedido de condenação do INSS ao r<strong>es</strong>tabelecimento do beneficio auxílio-doença ou a conc<strong>es</strong>são de aposentadoria por<br />

invalidez. Alega a recorrente, em suas razõ<strong>es</strong> recursais, que <strong>es</strong>tá incapacitada para o suas atividad<strong>es</strong> habituais, fazendo jus<br />

ao beneficio.<br />

Ao se analisar o conjunto probatório pr<strong>es</strong>ente nos autos, verifica-se, consoante perícia médica de fls.40/43, que a parte<br />

autora não se encon<strong>tr</strong>a incapacitada para o <strong>tr</strong>abalho, <strong>es</strong>tando apta ao exercício de sua atividade habitual, qual seja, a de<br />

consultora de vendas.<br />

Vale r<strong>es</strong>salvar quanto aos laudos particular<strong>es</strong> apr<strong>es</strong>entados, o teor do Enunciado 08 da Turma Recursal do Espírito Santo:<br />

“O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,<br />

imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a r<strong>es</strong>peito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.<br />

Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.<br />

Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário da assistência<br />

judiciária gratuita.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa<br />

constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

77 - 2007.50.50.006402-9/01 PALMERINO GUINZA (ADVOGADO: LEONARDO DE AZEVEDO SALES, KARLA CECILIA<br />

LUCIANO PINTO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.).<br />

EMENTA<br />

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – CONCESSÃO – LAUDO PERICIAL DESFAVORÁVEL –<br />

INCAPACIDADE INFERIDA DO CONJUNTO PROBATÓRIO – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENE PROVIDO –<br />

SENTENÇA REFORMADA – ANTECIPAÇÃO DE TUTELA CONCEDIDA.<br />

1. Pelas condiçõ<strong>es</strong> p<strong>es</strong>soais do recorrente, fica explícito o direito do m<strong>es</strong>mo à percepção do benefício de aposentadoria por<br />

invalidez. O recorrente é portador de <strong>es</strong>pondilodiscoar<strong>tr</strong>ose da coluna e possui atualmente 58 anos de idade, idade<br />

avançada para o exercício da atividade braçal que exercia, a de armador de cons<strong>tr</strong>ução civil.<br />

2. Tendo-se em vista o fato de o recorrente ter idade avançada e pouca ins<strong>tr</strong>ução, fica praticamente impossível reabilitá-lo<br />

para exercer ou<strong>tr</strong>a profissão que não alguma ligada à cons<strong>tr</strong>ução civil ou braçal, e que, diante de tudo o que já foi<br />

discorrido, não pode ser exercida pelo m<strong>es</strong>mo, sob pena de agravar a sua saúde. D<strong>es</strong>sa forma, pelos documentos<br />

acostados aos autos, fica explícita a incapacidade laboral do recorrente para a atividade que exercia e para qualquer ou<strong>tr</strong>a<br />

atividade, o que faz com que o m<strong>es</strong>mo preencha as condiçõ<strong>es</strong> para a percepção de aposentadoria por invalidez, nos termos<br />

do artigo 42 da Lei 8.213/90.<br />

3. Não obstante o perito médico judicial ter concluído pela capacidade do recorrente de exercer ou<strong>tr</strong>as atividad<strong>es</strong> que não a<br />

sua atual, considero que o m<strong>es</strong>mo encon<strong>tr</strong>a-se total e definitivamente incapaz, por todos os documentos acostados aos<br />

autos e pelos argumentos acima expostos. O Código de Proc<strong>es</strong>so Civil, em seus artigos 131 e 436, permite ao juiz formar<br />

seu convencimento com ou<strong>tr</strong>os elementos ou fatos provados, não <strong>es</strong>tando ads<strong>tr</strong>ito apenas à conclusão obtida pelo perito,<br />

d<strong>es</strong>de que motive suas decisõ<strong>es</strong>, o que foi feito acima.<br />

4. Recurso conhecido e parcialmente provido para reformar a sentença recorrida e condenar o INSS a conceder<br />

aposentadoria por invalidez ao recorrente d<strong>es</strong>de a data da s<strong>es</strong>são de julgamento do pr<strong>es</strong>ente recurso, ante o caráter<br />

constitutivo da decisão colegiada, que obteve conclusão diversa da do perito. Antecipação de tutela concedida.<br />

5. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER E DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO,<br />

reformando-se a sentença, na forma do voto e ementa constant<strong>es</strong> dos autos, que ficam fazendo parte integrante do<br />

pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

78 - 2007.50.51.001772-3/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCELA REIS SILVA.)<br />

x MARINO ROSA CABANÊS (ADVOGADO: ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA, EMILENE ROVETTA DA SILVA, ALAN<br />

ROVETTA DA SILVA.) x OS MESMOS.<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – LAUDO MÉDICO PERICIAL –<br />

INCAPACIDADE COMPROVADA – REABILITAÇÃO – IMPOSSIBILIDADE DIANTE DO CASO CONCRETO –<br />

AUXÍLIO-DOENÇA DEVIDO DESDE A JUNTADA DO SEGUNDO LAUDO MÉDICO PERICIAL – APOSENTADORIA POR<br />

INVALIDEZ DEVIDA DESDE A SENTENÇA – CARÁTER CONSTITUTIVO – SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA<br />

– RECURSO DA PARTE AUTORA CONHECIDO E IMPROVIDO – RECURSO DO INSS CONHECIDO E PARCIALMENTE<br />

PROVIDO.<br />

Trata-se de recursos inominados interpostos pela parte autora e pelo INSS em face da sentença de fls.175/179, que julgou<br />

parcialmente procedente o pedido apenas para conceder o benefício de aposentadoria por invalidez, a partir da data da<br />

juntada do segundo laudo médico aos autos. Alega o INSS, em suas razõ<strong>es</strong> recursais, que o perito do juízo asseverou que


o autor, m<strong>es</strong>mo com visão monocular, pode exercer ou<strong>tr</strong>as atividad<strong>es</strong> e que a <strong>es</strong>pondilodiscoar<strong>tr</strong>ose não provoca a<br />

incapacidade do autor. Sustenta, diante disso, que a parte autora não faz jus ao benefício de aposentadoria por invalidez.<br />

Por seu turno, a parte autora, em suas razõ<strong>es</strong> recursais, alega que existem diversas provas pr<strong>es</strong>ent<strong>es</strong> nos autos que<br />

demons<strong>tr</strong>am a manutenção da sua incapacidade d<strong>es</strong>de a data da c<strong>es</strong>sação do auxílio-doença. Sustenta que a DIB deveria<br />

ter sido fixada na data da c<strong>es</strong>sação do auxílio-doença, por se <strong>tr</strong>atar das m<strong>es</strong>mas doenças que motivaram a conc<strong>es</strong>são do<br />

benefício. Em segundo plano, pugna pela alteração da DIB para a data da juntada do primeiro laudo médico.<br />

Para o recebimento da aposentadoria por invalidez, mister se faz que o demandante atenda aos requisitos legais ditados<br />

pelo art. 42 da Lei nº 8.213/90, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado, atender a carência de 12 con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong><br />

mensais e ter constatado a incapacidade total e permanente para o exercício de atividade profissional que lhe garanta a<br />

subsistência com insuscetibilidade de reabilitação.<br />

Não obstante o perito médico judicial ter at<strong>es</strong>tado suscetibilidade de readaptação/reabilitação da parte autora, a legislação<br />

proc<strong>es</strong>sual permite ao juiz formular seu convencimento com ou<strong>tr</strong>os elementos ou fatos provados, não <strong>es</strong>tando ads<strong>tr</strong>ito tão<br />

somente à conclusão obtida pelo perito. Diante de tal perspectiva, em que p<strong>es</strong>e ter a perícia médica concluído pela<br />

incapacidade parcial e definitiva, ao se cotejar o histórico clínico da parte autora, bem como os fator<strong>es</strong> de cunho p<strong>es</strong>soal,<br />

como sua idade avançada (54 anos) e o exercício de atividad<strong>es</strong> que exigem grande <strong>es</strong>forço físico por toda a sua vida, já<br />

que sua atividade habitual é de pedreiro, r<strong>es</strong>ta comprovada a inviabilidade de reabilitação ou readaptação profissional da<br />

parte autora. A deficiência que o acomete, somado ao fato de já contar com mais de 50 anos de idade e nec<strong>es</strong>sitar de<br />

<strong>tr</strong>atamento médico certamente impedirão a recolocação do autor no mercado de <strong>tr</strong>abalho.<br />

Superada a qu<strong>es</strong>tão da incapacidade, cabe agora analisar a fixação da DIB. Como o perito judicial não soube precisar a<br />

data do início da incapacidade e, em casos assim, vêm decidindo reiteradamente nossos <strong>tr</strong>ibunais pela fixação da DIB na<br />

data da juntada do laudo médico pericial, concluo, portanto, que a data de início do auxílio-doença deve ser fixada em 17 de<br />

outubro de 2008, data da juntada do segundo laudo médico, até o dia imediatamente anterior à prolação da sentença.<br />

Como o juiz a quo decidiu pela conc<strong>es</strong>são de aposentadoria por invalidez, entendimento também perfilado por <strong>es</strong>ta Turma,<br />

diferentemente do que o perito havia concluído, o auxílio-doença deve ser convertido em aposentadoria por invalidez na<br />

data da prolação da sentença (31/03/2009 – fl.179), ante o caráter constitutivo da decisão.<br />

Diante de tais argumentos, fica comprovado que a parte autora faz jus ao benefício de auxílio-doença d<strong>es</strong>de a data da<br />

juntada do segundo laudo médico aos autos e a conversão em aposentadoria por invalidez, na data da prolação da<br />

sentença, ante o seu caráter constitutivo.<br />

Sentença parcialmente reformada.<br />

Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, vez que a autora é beneficiária da assistência judiciária<br />

gratuita.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO INTERPOSTO PELA<br />

PARTE AUTORA E DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO INTERPOSTO PELO INSS, na forma da ementa<br />

constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

79 - 2008.50.50.003497-2/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO<br />

DA SILVA.) x GLORINHA DE OLIVEIRA CARDOSO (ADVOGADO: IZAEL DE MELLO REZENDE, SARITA DO<br />

NASCIMENTO FREITAS, MARIANA PIMENTEL MIRANDA DOS SANTOS, ANA MERCEDES MILANEZ.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – LAUDO MÉDICO PERICIAL DESFAVORÁVEL – AUSÊNCIA DE<br />

INCAPACIDADE LABORAL – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.<br />

A parte autora foi submetida à perícia médica (fls.64/69), na qual foi constatado que a m<strong>es</strong>ma possui proc<strong>es</strong>so degenerativo<br />

de joelho, mas que tal doença não a incapacita para exercer sua atividade habitual, qual seja, a de costureira (qu<strong>es</strong>ito 06 –<br />

fl.66). O expert afirmou, ainda, que a autora <strong>tr</strong>abalha sentada e não faz <strong>es</strong>forços sobre os joelhos, podendo, a qualquer<br />

momento, interromper sua atividade caso nec<strong>es</strong>site d<strong>es</strong>cansar (qu<strong>es</strong>ito 03 – fl.68).<br />

Quando é feita uma ponderação en<strong>tr</strong>e as provas, revela-se um p<strong>es</strong>o maior para os laudos produzidos em juízo. No caso em<br />

qu<strong>es</strong>tão, só há demons<strong>tr</strong>ação de existência da incapacidade em laudos particular<strong>es</strong>, e, de acordo, o Enunciado 08 da<br />

Turma Recursal do Espírito Santo: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido<br />

pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a r<strong>es</strong>peito da plena capacidade laborativa, há de<br />

prevalecer sobre o particular”.<br />

Assim sendo, não lhe é devido o benefício de auxílio-doença, por não <strong>es</strong>tarem preenchidos os requisitos nec<strong>es</strong>sários à sua<br />

conc<strong>es</strong>são.<br />

Recurso conhecido e provido. Antecipação dos efeitos da tutela revogada.<br />

Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, DAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma do voto e ementa<br />

constante dos autos, que passam a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

80 - 2008.50.50.005914-2/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA


SILVEIRA.) x MAURICIO CAITITE DA SILVA (ADVOGADO: ADRIANA DA PENHA SOUZA DE ANGELI.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – INÍCIO DE INCIDÊNCIA DOS JUROS DE MORA – SÚMULA<br />

Nº 204 DO STJ – JUROS DE MORA SEGUNDO ARTIGO 1º-F DA LEI 9494/97 – ALTERAÇÃO TRAZIDA PELA LEI<br />

11.960/2009 – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.<br />

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls.56/59, que condenou o INSS ao<br />

r<strong>es</strong>tabelecimento o beneficio auxílio-doença e ao pagamento das parcelas a<strong>tr</strong>asadas, acr<strong>es</strong>cidas de juros de mora de 1%<br />

(um por cento), d<strong>es</strong>de a DIB. Insurge o INSS, quanto à fixação dos juros legais, pugnando pela incidência dos juros de mora<br />

a partir da citação e não d<strong>es</strong>de a DER/DIB, como fixado em sentença. Alega, também, que a forma de correção monetária<br />

dos valor<strong>es</strong> a<strong>tr</strong>asados deveria ser o juro da caderneta de poupança, segundo a recente alteração da Lei nº 9.494/97.<br />

2. Assiste razão ao recorrente. De acordo com a súmula nº 204 do STJ, “os juros de mora nas açõ<strong>es</strong> relativas a benefícios<br />

previdenciários incidem a partir da citação válida”.<br />

3. Já a Lei 11.960/2009 deu nova redação ao artigo 1º-F da Lei 9.494/97, alterando a fixação dos juros das condenaçõ<strong>es</strong><br />

impostas à Fazenda Pública, de modo que incida os juros aplicados à caderneta de poupança.<br />

4. Assim, CONHEÇO E DOU PROVIMENTO ao recurso, para que a condenação ao pagamento das parcelas vencidas seja<br />

acr<strong>es</strong>cida de correção monetária d<strong>es</strong>de o momento em que deveriam ter sido pagos e juros de mora de 1% ao mês a<br />

contar da citação até 30/06/2009 e 0,5% a partir de então, nos termos da Lei 11.960/2009.<br />

5. Recurso conhecido e provido. Sentença reformada quanto ao início de incidência dos juros, bem como quanto à forma de<br />

correção monetária.<br />

6. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, eis que devidos somente nos casos em que o recorrente é<br />

vencido.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, DAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa<br />

constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

81 - 2008.50.50.006114-8/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA<br />

SILVEIRA.) x HAMILTON PEREIRA DOS SANTOS (ADVOGADO: ADRIANA DA PENHA SOUZA DE ANGELI.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – INÍCIO DE INCIDÊNCIA DOS JUROS DE MORA – SÚMULA<br />

Nº 204 DO STJ – JUROS DE MORA SEGUNDO ARTIGO 1º-F DA LEI 9494/97 – ALTERAÇÃO TRAZIDA PELA LEI<br />

11.960/2009 – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.<br />

1. Trata-se de recurso interposto pelo INSS em face da sentença de fls.49/53, que condenou o INSS ao r<strong>es</strong>tabelecimento<br />

do beneficio auxílio-doença e ao pagamento das parcelas a<strong>tr</strong>asadas, acr<strong>es</strong>cidas de juros de mora de 1% (um por cento),<br />

d<strong>es</strong>de a DER/DIB. Insurge o INSS quanto à fixação dos juros legais, pugnando pela incidência a partir da citação e não<br />

d<strong>es</strong>de a DER/DIB, como fixado em sentença. Alega, também, que a forma de correção monetária dos valor<strong>es</strong> a<strong>tr</strong>asados<br />

deveria ser o juro da caderneta de poupança, segundo a recente alteração da Lei nº 9.494/97.<br />

2. Assiste razão ao recorrente. De acordo com a súmula nº 204 do STJ, “os juros de mora nas açõ<strong>es</strong> relativas a benefícios<br />

previdenciários incidem a partir da citação válida”.<br />

3. Já a Lei 11.960/2009 deu nova redação ao artigo 1º-F da Lei 9.494/97, alterando a fixação dos juros das condenaçõ<strong>es</strong><br />

impostas à Fazenda Pública, de modo que incida os juros aplicados à caderneta de poupança.<br />

4. Assim, CONHEÇO E DOU PROVIMENTO ao recurso, para que a condenação ao pagamento das parcelas vencidas seja<br />

acr<strong>es</strong>cido de correção monetária d<strong>es</strong>de o momento em que deveriam ter sido pagos e juros de mora de 1% ao mês a<br />

contar da citação até 30/06/2009 e 0,5% a partir de então, nos termos da Lei 11.960/2009.<br />

5. Recurso conhecido e provido. Sentença reformada quanto ao início de incidência dos juros, bem como quanto à forma de<br />

correção monetária.<br />

6. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, eis que devidos somente nos casos em que o recorrente é<br />

vencido.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, DAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa<br />

constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

82 - 2007.50.54.000542-5/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO COSTA<br />

BUARQUE.) x DELISETE DOS SANTOS (ADVOGADO: FABIO BARRETO.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – DOENÇA QUE DISPENSA CARÊNCIA – SENTENÇA<br />

MANTIDA – RECURSO IMPROVIDO.


Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls.114/117, que julgou procedente o pedido<br />

autoral, condenando a autarquia a conceder aposentadoria por invalidez. Alega o recorrente que a parte autora não<br />

preencheu o requisito da carência e que não apr<strong>es</strong>enta doença prevista no artigo 151 da Lei de Benefícios, motivo pelo qual<br />

não faria jus ao beneficio.<br />

Ao analisar o laudo médico pericial (fls.55/60), verifica-se que o expert foi conclusivo ao at<strong>es</strong>tar que a autora é portadora de<br />

l<strong>es</strong>ão encefálica, par<strong>es</strong>t<strong>es</strong>ias no membro superior <strong>es</strong>querdo e inferior <strong>es</strong>querdo, hipertensão arterial sistêmica de grave<br />

con<strong>tr</strong>ole <strong>es</strong>tando incapacitada total e definitivamente para o exercício de suas atividad<strong>es</strong> habituais (rural). Ademais, relata<br />

que durante o exame médico-pericial realizado, apr<strong>es</strong>entou sinais de arritmia cardíaca e d<strong>es</strong>compensação funcional do<br />

sistema cardiovascular, <strong>es</strong>tando predisposta a novos eventos cerebrovascular<strong>es</strong> e também cardiovascular<strong>es</strong>.<br />

A d<strong>es</strong>peito da parte autora só ter efetuado 09 con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong>, a doença que acomete a m<strong>es</strong>ma (paralisia dos membros<br />

inferior e superior <strong>es</strong>querdo – paralisia irreversível e incapacitante), encon<strong>tr</strong>a-se prevista no art. 151 da Lei n° 8.213/91, que,<br />

por sua vez, dispensa a carência para a conc<strong>es</strong>são de aposentadoria por invalidez. Ou<strong>tr</strong>ossim, em <strong>es</strong>clarecimento posterior<br />

(fl.151), o perito afirma que a cardiopatia, d<strong>es</strong>crita no documento de fl.16, <strong>tr</strong>ata-se de cardiopatia grave, prevista no rol do<br />

art. 151 da Lei n° 8.213/91. Diante do que fora exp osto e argumentado, não merece qualquer reforma a sentença.<br />

Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.<br />

Custas ex lege. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios fixados em 10% sobre o valor da<br />

condenação.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante nos autos, e que<br />

passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

83 - 2007.50.51.003229-3/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RENATA PEDRO DE<br />

MORAES SENTO-SÉ REIS.) x MARLENE MARIA DAVEL SOARES (ADVOGADO: ELIAS ASSAD NETO.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – INCAPACIDADE TOTAL E TEMPORÁRIA – DATA DO INÍCIO DO BENEFÍCIO<br />

– RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls.24/27, que julgou parcialmente procedente<br />

o pedido, condenando a autarquia a conceder à parte autora o benefício de auxílio-doença, d<strong>es</strong>de a data da c<strong>es</strong>sação do<br />

beneficio anterior. O INSS alega, em suas razõ<strong>es</strong> recursais, que a autora possui incapacidade parcial somente para as<br />

atividad<strong>es</strong> laborativas que exijam <strong>es</strong>forço físico e que não faz jus ao benefício já que exerce a atividade de costureira. Aduz,<br />

em segundo plano, que a DIB deve ser alterada para a data da juntada do laudo do perito judicial nos autos (18/07/2008).<br />

Por tais motivos, requer a reforma da sentença.<br />

R<strong>es</strong>tou comprovado, a<strong>tr</strong>avés da perícia médica realizada (fls.69/70), que a autora possui cervicalgia, lombalgia e<br />

fibromialgia, encon<strong>tr</strong>ando-se total e temporariamente incapacitada para seu <strong>tr</strong>abalho habitual (costureira). O perito médico<br />

afirmou, ainda, que a parte autora deve evitar atividad<strong>es</strong> que demandem <strong>es</strong>forço físico, nec<strong>es</strong>sitando de 180 dias para sua<br />

recuperação laborativa (r<strong>es</strong>posta do qu<strong>es</strong>ito 19). Assim, não pode a recorrida exercer sua atividade habitual, nem qualquer<br />

ou<strong>tr</strong>a atividade laborativa que exija <strong>es</strong>forço físico, o que lhe dá o direito ao recebimento do auxílio-doença.<br />

Quanto à data de início do benefício, melhor sorte não assiste ao INSS. O expert constatou, também, que a autora<br />

encon<strong>tr</strong>ava-se incapacitada d<strong>es</strong>de 14/09/2005 (r<strong>es</strong>posta ao qu<strong>es</strong>ito 12), logo, impõe-se a fixação da DIB na data da<br />

c<strong>es</strong>sação do beneficio (07/12/2006) e não na data da juntada da perícia médica aos autos. Diante do que fora exposto,<br />

tomo como razão de decidir os m<strong>es</strong>mos fundamentos da sentença.<br />

Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.<br />

Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios ora fixados em 10% sobre o<br />

valor da condenação.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa<br />

constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

84 - 2009.50.51.000603-5/01 CLOVIS DE JESUS MIQUILIM (ADVOGADO: MICHELA JACOMELI MARTINS, IZAIAS<br />

CORREA BARBOZA JUNIOR.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARIA DA PENHA<br />

BARBOSA BRITO.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL – LAUDO MÉDICO PERICIAL –<br />

SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls.52/53, que julgou improcedente o<br />

pedido de condenação do INSS ao r<strong>es</strong>tabelecimento do beneficio auxílio-doença, d<strong>es</strong>de a data de sua c<strong>es</strong>sação<br />

(08/10/2008). Alega o recorrente, em suas razõ<strong>es</strong> recursais, que <strong>es</strong>tá incapacitado para suas atividad<strong>es</strong> habituais, fazendo<br />

jus ao beneficio.


Ao analisar o conjunto probatório constante dos autos, verifica-se que a parte autora não possui incapacidade laborativa. A<br />

perícia médica (fl.42) constatou que o autor sofre de discopatia degenerativa inicial e que tal doença não o incapacita para o<br />

exercício de sua atividade laborativa habitual (balconista). Assim, tomo como razão de decidir os fundamentos da sentença.<br />

Vale r<strong>es</strong>salvar quanto aos laudos particular<strong>es</strong> apr<strong>es</strong>entados, o teor do Enunciado 08 da Turma Recursal do Espírito Santo:<br />

“O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,<br />

imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a r<strong>es</strong>peito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.<br />

Não havendo incapacidade, não merecem guarida os argumentos expostos nas razõ<strong>es</strong> recursais. Diante de tudo o que foi<br />

exposto, tomo como razão de decidir os m<strong>es</strong>mos fundamentos da sentença.<br />

Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.<br />

Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário da assistência<br />

judiciária gratuita.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa<br />

constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

85 - 2006.50.50.001706-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA<br />

SILVEIRA.) x LUSIA DESTEFANI SARMENTO (ADVOGADO: PATRÍCIA DA CUNHA CASTANHEIRA JACINTO,<br />

SIZENANDO CASTANHEIRA JACINTO.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO – TEMPO DE ATIVIDADE ESPECIAL –<br />

CONVERSÃO – PRESUNÇÃO DE NOCIVIDADE POR CATEGORIA PROFISSIONAL – APLICAÇÃO DO ITEM 2.4.5 DO<br />

DECRETO Nº 53.831/64 – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.<br />

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença de fls.80/85 que julgou procedente o pedido,<br />

condenando a autarquia a computar como tempo de serviço <strong>es</strong>pecial o período de 01/12/1985 a 29/04/1995, a convertê-lo<br />

em tempo de serviço comum e a revisar o ato de conc<strong>es</strong>são do benefício. Alega o recorrente que a atividade exercida pela<br />

recorrida (similar a de telefonista) não deve ser considerada <strong>es</strong>pecial, uma vez que a equiparação foi feita pela própria<br />

empr<strong>es</strong>a empregadora e não pelo órgão previdenciário.<br />

2. No caso vertente, r<strong>es</strong>tou evidenciado, com base no DIRBEN-8030 de fl.12, que a autora d<strong>es</strong>empenhava atividade similar<br />

a de telefonista, exercendo a função inerente ao cargo, no período compreendido en<strong>tr</strong>e 01/12/1985 a 29/04/1995.<br />

3. Além disso, a empr<strong>es</strong>a (Telemar) se r<strong>es</strong>ponsabiliza para todos os efeitos pela verdade da declaração pr<strong>es</strong>tada no<br />

documento de fl.12.<br />

4. Vale d<strong>es</strong>tacar que o Decreto nº 53.831/64 incluía no rol de atividad<strong>es</strong> profissionais consideradas insalubr<strong>es</strong>, perigosas ou<br />

penosas as atividad<strong>es</strong> de telefonista (código 2.4.5), logo, cumpre admitir a conversão do tempo de serviço em qu<strong>es</strong>tão,<br />

independentemente da efetiva comprovação da exposição a condiçõ<strong>es</strong> <strong>es</strong>peciais, que ora se pr<strong>es</strong>ume.<br />

5. Assim, como a recorrida demons<strong>tr</strong>ou enquadramento no item 2.4.5 do Decreto nº 53.831/64 com a atividade que exerceu<br />

en<strong>tr</strong>e 1985 e 1995 (documento de fl. 12), não há motivo para que <strong>es</strong>ta não seja considerada <strong>es</strong>pecial.<br />

6. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.<br />

7. Custas ex lege. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre o valor<br />

da condenação.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante nos autos, e que<br />

passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

86 - 2007.50.51.003034-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRÉ DIAS IRIGON.) x<br />

DALTON VINICIUS DARDENGO (ADVOGADO: RODRIGO SEBASTIÃO SOUZA, JOSE IRINEU DE OLIVEIRA.).<br />

EMENTA<br />

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO – TEMPO DE ATIVIDADE ESPECIAL –<br />

CONVERSÃO – ATIVIDADE DE VIGIA APRESENTA NATUREZA ESPECIAL – DOCUMENTOS EXTEMPORÂNEOS –<br />

INEXISTÊNCIA DE LAUDO TÉCNICO – IRRELEVANTE – EXPOSIÇÃO A AGENTES NOCIVOS DE MANEIRA HABITUAL<br />

E PERMANENTE – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.<br />

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença de fls.143/148 que julgou procedente o pedido,<br />

condenando o recorrente a conceder aposentadoria <strong>es</strong>pecial à parte autora. O recorrente alega, em sínt<strong>es</strong>e, que o autor<br />

não apr<strong>es</strong>entou laudos técnicos, que os documentos apr<strong>es</strong>entados são extemporâneos e que os PPP’s de fls.28/33 não<br />

demons<strong>tr</strong>am que as atividad<strong>es</strong> exercidas pelo autor implicavam em exposição habitual e permanente aos agent<strong>es</strong> nocivos.<br />

Aduz, ainda, que a atividade de vigia não é enquadrada no rol das atividad<strong>es</strong> consideradas <strong>es</strong>peciais.<br />

2. Com efeito, a partir de 01 de janeiro de 2004, o DIRBEN 8030 e o laudo técnico de condiçõ<strong>es</strong> ambientais do <strong>tr</strong>abalho –<br />

LTCAT – foram substituídos pelo PPP (Perfil Profissiográfico Previdenciário), unificando as informaçõ<strong>es</strong> e simplificando a<br />

prova das condiçõ<strong>es</strong> ambientais. De forma que, a partir de 2004, o documento hábil para comprovar a exposição aos


agent<strong>es</strong> nocivos, inclusive o ruído, é o PPP, não sendo mais nec<strong>es</strong>sário apr<strong>es</strong>entar o laudo técnico.<br />

3. No mais, a própria Adminis<strong>tr</strong>ação Pública, consubstanciada na autarquia previdenciária, por intermédio de seus atos<br />

normativos internos (Ins<strong>tr</strong>ução Normativa nº 84/02), prevê a d<strong>es</strong>nec<strong>es</strong>sidade de apr<strong>es</strong>entação do laudo técnico, para<br />

comprovação da exposição a quaisquer agent<strong>es</strong> agr<strong>es</strong>sivos, inclusive o ruído, d<strong>es</strong>de que seja apr<strong>es</strong>entado o PPP, por<br />

considerar que o documento sob exame é emitido com base no próprio laudo técnico, cuja realização continua sendo<br />

obrigatória, devendo <strong>es</strong>te último ser apr<strong>es</strong>entado tão-somente em caso de dúvidas a r<strong>es</strong>peito do conteúdo do PPP.<br />

4. No PPP, a empr<strong>es</strong>a expõe os fator<strong>es</strong> de risco apurados nos PPRA, PCMSO, PGR e LTCAT, sendo r<strong>es</strong>ponsável pelas<br />

informaçõ<strong>es</strong> pr<strong>es</strong>tadas no PPP emitido. Tais aferiçõ<strong>es</strong> permanecem em poder da empr<strong>es</strong>a podendo ser consultadas pelos<br />

peritos do INSS, nos termos da legislação previdenciária. Diante disso, não há que se falar em falta de contemporaneidade<br />

dos documentos apr<strong>es</strong>entados pela parte autora.<br />

5. Ademais, não existe qualquer disposição legal quanto à nec<strong>es</strong>sidade de que tais laudos sejam contemporâneos aos<br />

períodos informados nos formulários de informação. Na verdade, os laudos técnicos obrigatoriamente devem re<strong>tr</strong>atar as<br />

condiçõ<strong>es</strong> em que o segurado exerceu a sua atividade laboral. A atualidade do laudo técnico r<strong>es</strong>ta atendida enquanto a<br />

ambiente não houver sofrido alteração para melhor ou para pior em relação aos riscos existent<strong>es</strong> para o <strong>tr</strong>abalhador.<br />

6. É o que nos ensina Maria Helena Carreira Alvim, nos seguint<strong>es</strong> termos: “Não é exigível que o laudo técnico seja<br />

contemporâneo com o período <strong>tr</strong>abalhado pelo segurado, d<strong>es</strong>de que os levantamentos das atividad<strong>es</strong> <strong>es</strong>peciais sejam<br />

realizados por engenheiros de segurança do <strong>tr</strong>abalho devidamente habilitados, que coletem dados das obras da empr<strong>es</strong>a,<br />

nos equipamentos utilizados e <strong>es</strong>pecificados e nas folhas de regis<strong>tr</strong>o do segurado” (in Aposentadoria <strong>es</strong>pecial – Regime<br />

Geral de Previdência Social, Maria Helena Carreira Alvim Ribeiro, páginas 289/290).<br />

7. No mais, a argumentação do réu de que os laudos técnicos apr<strong>es</strong>entados não contêm elementos que definam o caráter<br />

habitual e permanente da exposição do autor ao agente nocivo em tela também não merece prosperar. O requisito legal de<br />

que a exposição ao agente agr<strong>es</strong>sivo seja durante toda a jornada de <strong>tr</strong>abalho, já foi analisada pelo Eg. Superior Tribunal de<br />

<strong>Justiça</strong>, que aclarou o entendimento de que a exposição a agente insalubre de forma permanente, não ocasional nem<br />

intermitente, in<strong>tr</strong>oduzida pela Lei nº 9.032/95, na verdade, seria: “O tempo de <strong>tr</strong>abalho permanente a que se refere o<br />

parágrafo 3º do artigo 57 da Lei nº 8.213/91 é aquele continuado, não o eventual ou intermitente, não implicando, por óbvio,<br />

obrigatoriamente, que o <strong>tr</strong>abalho, na sua jornada, seja ininterrupto sob o risco.” (STJ. RESP. 200400659030. 6T. Rel. Min.<br />

HAMILTON CARVALHIDO. DJ. 21/11/2005. Pag. 318.)<br />

8. Com relação ao argumento de que a profissão de vigia não é considerada atividade <strong>es</strong>pecial, insta mencionar que, de<br />

fato, o Decreto 53831/64 não prevê a categoria funcional de vigilante. Contudo, m<strong>es</strong>mo não <strong>es</strong>tando inscrita a atividade de<br />

vigia em Regulamento, como <strong>es</strong>pecial, <strong>es</strong>ta pode ser assim enquadrada no item 2.5.7 do Anexo do Decreto 53.831/64, por<br />

ser uma atividade perigosa. No mais, a jurisprudência p<strong>es</strong>quisada no Eg. STJ é dominante, no âmbito das 5ª e 6ª Turmas,<br />

sobre o enquadramento da atividade de vigilante como <strong>es</strong>pecial. (RESP 395988/RS e RESP 441469/RS, Rel. Min.<br />

HAMILTON CARVALHIDO 6ª TURMA Julgamentos 18/11/2003 e 11/02/03; RESP 413614/SC Rel. Min. GILSON DIPP 5ª<br />

TURMA Julgamento 13/08/2002; DECISÃO MONOCRÁTICA NO RESP 603261 Relator Min. FELIX FISCHER, da 5ª<br />

TURMA, 21/05/2004)<br />

9. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.<br />

10. Custas ex lege. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre o valor<br />

da condenação.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante nos autos, e que<br />

passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

87 - 2006.50.51.002100-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: LILIAN BERTOLANI DO<br />

ESPÍRITO SANTO.) x CARLOS ROBERTO VIEIRA (ADVOGADO: MARTHA HELENA GALVANI CARVALHO.).<br />

EMENTA<br />

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO – TEMPO DE ATIVIDADE ESPECIAL –<br />

CONVERSÃO PARA TEMPO COMUM – EXPOSIÇÃO A AGENTES NOCIVOS DE MANEIRA HABITUAL E PERMANENTE<br />

– USO DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – INEXISTÊNCIA DE LAUDO TÉCNICO CONTEMPORÂNEO –<br />

IRRELEVANTE – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.<br />

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença de fls.81/87 que julgou procedente o pedido,<br />

condenando a autarquia a conceder aposentadoria por tempo de con<strong>tr</strong>ibuição à parte autora. O recorrente alega, em<br />

sínt<strong>es</strong>e, que o autor apr<strong>es</strong>entou documentos extemporâneos. Aduz, ainda, que a utilização de EPI’s (equipamento de<br />

proteção individual) reduz o ruído, o que consequentemente d<strong>es</strong>caracteriza a sua atividade como <strong>es</strong>pecial.<br />

2. Com efeito, a partir de 01 de janeiro de 2004, o DIRBEN 8030 e o laudo técnico de condiçõ<strong>es</strong> ambientais do <strong>tr</strong>abalho –<br />

LTCAT – foram substituídos pelo PPP (Perfil Profissiográfico Previdenciário), unificando as informaçõ<strong>es</strong> e simplificando a<br />

prova das condiçõ<strong>es</strong> ambientais. De forma que, a partir de 2004, o documento hábil para comprovar a exposição aos<br />

agent<strong>es</strong> nocivos, inclusive o ruído, é o PPP, não sendo mais nec<strong>es</strong>sário apr<strong>es</strong>entar o laudo técnico.<br />

3. No PPP, a empr<strong>es</strong>a expõe os fator<strong>es</strong> de risco apurados nos PPRA, PCMSO, PGR e LTCAT, sendo r<strong>es</strong>ponsável pelas<br />

informaçõ<strong>es</strong> pr<strong>es</strong>tadas no PPP emitido. Tais aferiçõ<strong>es</strong> permanecem em poder da empr<strong>es</strong>a podendo ser consultadas pelos<br />

peritos do INSS, nos termos da legislação previdenciária. Diante disso, não há que se falar em falta de contemporaneidade<br />

dos documentos apr<strong>es</strong>entados pela parte autora.<br />

4. Ademais, não existe qualquer disposição legal quanto à nec<strong>es</strong>sidade de que tais laudos sejam contemporâneos aos<br />

períodos informados nos formulários de informação. Na verdade, os laudos técnicos obrigatoriamente devem re<strong>tr</strong>atar as


condiçõ<strong>es</strong> em que o segurado exerceu a sua atividade laboral. A atualidade do laudo técnico r<strong>es</strong>ta atendida enquanto a<br />

ambiente não houver sofrido alteração para melhor ou para pior em relação aos riscos existent<strong>es</strong> para o <strong>tr</strong>abalhador.<br />

5. É o que nos ensina Maria Helena Carreira Alvim, nos seguint<strong>es</strong> termos: “Não é exigível que o laudo técnico seja<br />

contemporâneo com o período <strong>tr</strong>abalhado pelo segurado, d<strong>es</strong>de que os levantamentos das atividad<strong>es</strong> <strong>es</strong>peciais sejam<br />

realizados por engenheiros de segurança do <strong>tr</strong>abalho devidamente habilitados, que coletem dados das obras da empr<strong>es</strong>a,<br />

nos equipamentos utilizados e <strong>es</strong>pecificados e nas folhas de regis<strong>tr</strong>o do segurado” (in Aposentadoria <strong>es</strong>pecial – Regime<br />

Geral de Previdência Social, Maria Helena Carreira Alvim Ribeiro, páginas 289/290).<br />

6. Por fim, a utilização de EPI não é capaz de d<strong>es</strong>caracterizar a atividade <strong>es</strong>pecial, como r<strong>es</strong>tou pacificado pela Súmula 09<br />

da Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais, in verbis: “o uso de Equipamento de Proteção<br />

Individual (EPI), ainda que elimine a insalubridade, no caso de exposição a ruído, não d<strong>es</strong>caracteriza o tempo de serviço<br />

<strong>es</strong>pecial pr<strong>es</strong>tado”.<br />

8. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.<br />

9. Custas ex lege. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre o valor<br />

da condenação.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante nos autos, e que<br />

passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

88 - 2006.50.52.000700-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Marcos Figueredo<br />

Marçal.) x BENEDICTO BERNARDO DOS SANTOS (ADVOGADO: ADENILSON VIANA NERY.).<br />

EMENTA<br />

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO – TEMPO DE ATIVIDADE ESPECIAL –<br />

INEXISTÊNCIA DE LAUDO TÉCNICO CONTEMPORÂNEO – IRRELEVANTE – EXPOSIÇÃO A AGENTES NOCIVOS DE<br />

MANEIRA HABITUAL E PERMANENTE – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.<br />

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença de fls.113/118 que julgou procedente o pedido,<br />

condenando a autarquia a conceder aposentadoria por tempo de con<strong>tr</strong>ibuição à parte autora. O recorrente alega, em<br />

sínt<strong>es</strong>e, que os laudos apr<strong>es</strong>entados pela parte autora não são contemporâneos às suas atividad<strong>es</strong> exercidas. Afirma,<br />

ainda, que a atividade não implicava em exposição a agent<strong>es</strong> nocivos de forma permanente e habitual.<br />

2. Com efeito, a partir de 01 de janeiro de 2004, o DIRBEN 8030 e o laudo técnico de condiçõ<strong>es</strong> ambientais do <strong>tr</strong>abalho –<br />

LTCAT – foram substituídos pelo PPP (Perfil Profissiográfico Previdenciário), unificando as informaçõ<strong>es</strong> e simplificando a<br />

prova das condiçõ<strong>es</strong> ambientais. De forma que, a partir de 2004, o documento hábil para comprovar a exposição aos<br />

agent<strong>es</strong> nocivos, inclusive o ruído, é o PPP, não sendo mais nec<strong>es</strong>sário apr<strong>es</strong>entar o laudo técnico.<br />

3. No PPP, a empr<strong>es</strong>a expõe os fator<strong>es</strong> de risco apurados nos PPRA, PCMSO, PGR e LTCAT, sendo r<strong>es</strong>ponsável pelas<br />

informaçõ<strong>es</strong> pr<strong>es</strong>tadas no PPP emitido. Tais aferiçõ<strong>es</strong> permanecem em poder da empr<strong>es</strong>a podendo ser consultadas pelos<br />

peritos do INSS, nos termos da legislação previdenciária. Diante disso, não há que se falar em falta de contemporaneidade<br />

dos documentos apr<strong>es</strong>entados pela parte autora.<br />

4. Ademais, não existe qualquer disposição legal quanto à nec<strong>es</strong>sidade de que tais laudos sejam contemporâneos aos<br />

períodos informados nos formulários de informação. Na verdade, os laudos técnicos obrigatoriamente devem re<strong>tr</strong>atar as<br />

condiçõ<strong>es</strong> em que o segurado exerceu a sua atividade laboral. A atualidade do laudo técnico r<strong>es</strong>ta atendida enquanto a<br />

ambiente não houver sofrido alteração para melhor ou para pior em relação aos riscos existent<strong>es</strong> para o <strong>tr</strong>abalhador.<br />

5. É o que nos ensina Maria Helena Carreira Alvim, nos seguint<strong>es</strong> termos: “Não é exigível que o laudo técnico seja<br />

contemporâneo com o período <strong>tr</strong>abalhado pelo segurado, d<strong>es</strong>de que os levantamentos das atividad<strong>es</strong> <strong>es</strong>peciais sejam<br />

realizados por engenheiros de segurança do <strong>tr</strong>abalho devidamente habilitados, que coletem dados das obras da empr<strong>es</strong>a,<br />

nos equipamentos utilizados e <strong>es</strong>pecificados e nas folhas de regis<strong>tr</strong>o do segurado” (in Aposentadoria <strong>es</strong>pecial – Regime<br />

Geral de Previdência Social, Maria Helena Carreira Alvim Ribeiro, páginas 289/290).<br />

6. Por fim, a argumentação do réu de que os laudos técnicos apr<strong>es</strong>entados não contêm elementos que definam o caráter<br />

habitual e permanente da exposição do autor ao agente nocivo em tela também não merece prosperar. O requisito legal de<br />

que a exposição ao agente agr<strong>es</strong>sivo seja durante toda a jornada de <strong>tr</strong>abalho, já foi analisada pelo Eg. Superior Tribunal de<br />

<strong>Justiça</strong>, que aclarou o entendimento de que a exposição a agente insalubre de forma permanente, não ocasional nem<br />

intermitente, in<strong>tr</strong>oduzida pela Lei nº 9.032/95, na verdade, seria: “O tempo de <strong>tr</strong>abalho permanente a que se refere o<br />

parágrafo 3º do artigo 57 da Lei nº 8.213/91 é aquele continuado, não o eventual ou intermitente, não implicando, por óbvio,<br />

obrigatoriamente, que o <strong>tr</strong>abalho, na sua jornada, seja ininterrupto sob o risco.” (STJ. RESP. 200400659030. 6T. Rel. Min.<br />

HAMILTON CARVALHIDO. DJ. 21/11/2005. Pag. 318.)<br />

7. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.<br />

8. Custas ex lege. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre o valor<br />

da condenação.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante nos autos, e que<br />

passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.


89 - 2008.50.51.000675-4/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCELA REIS SILVA.)<br />

x DALTON JULIO DE SOUZA (ADVOGADO: MICHELA JACOMELI MARTINS, IZAIAS CORREA BARBOZA JUNIOR.).<br />

EMENTA<br />

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO – TEMPO DE ATIVIDADE ESPECIAL –<br />

CONVERSÃO – ATIVIDADE DE VIGIA APRESENTA NATUREZA ESPECIAL – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO –<br />

SENTENÇA MANTIDA.<br />

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença de fls.95/102, que julgou procedente o pedido,<br />

condenando a autarquia a conceder aposentadoria por tempo de con<strong>tr</strong>ibuição à parte autora. O recorrente alega, em<br />

sínt<strong>es</strong>e, que a atividade de vigilante exercida pelo o autor não pode ser considerada <strong>es</strong>pecial por não se incluir no rol dos<br />

Decretos 53.831/64 e 83.080/79. Afirma, ainda, que não há nenhum documento contemporâneo que demons<strong>tr</strong>e a<br />

insalubridade a que <strong>es</strong>tava submetido de modo habitual e permanentemente quando do exercício da profissão de vigia.<br />

2. Com relação ao argumento de que a profissão de vigia não é considerada atividade <strong>es</strong>pecial, insta mencionar que, de<br />

fato, os Decretos 53.831/64 e 83.080/79 não prevê a categoria funcional de vigilante. Contudo, m<strong>es</strong>mo não <strong>es</strong>tando inscrita<br />

a atividade de vigia em Regulamento, como <strong>es</strong>pecial, <strong>es</strong>ta pode ser assim enquadrada no item 2.5.7 do Anexo do Decreto<br />

53.831/64, por ser uma atividade perigosa. No mais, a jurisprudência p<strong>es</strong>quisada no Eg. STJ é dominante, no âmbito das 5ª<br />

e 6ª Turmas, sobre o enquadramento da atividade de vigilante como <strong>es</strong>pecial. (RESP 395988/RS e RESP 441469/RS, Rel.<br />

Min. HAMILTON CARVALHIDO 6ª TURMA Julgamentos 18/11/2003 e 11/02/03; RESP 413614/SC Rel. Min. GILSON DIPP<br />

5ª TURMA Julgamento 13/08/2002; DECISÃO MONOCRÁTICA NO RESP 603261 Relator Min. FELIX FISCHER, da 5ª<br />

TURMA, 21/05/2004).<br />

3. Também não assiste razão ao INSS, quando sustenta que não há provas de que a atividade de vigia era d<strong>es</strong>empenhada<br />

em condiçõ<strong>es</strong> <strong>es</strong>peciais. Isso é devido à d<strong>es</strong>nec<strong>es</strong>sidade de comprovação de efetiva exposição aos agent<strong>es</strong> nocivos até a<br />

vigência da Lei 9.032/95, bastando o enquadramento pela atividade profissional. N<strong>es</strong>se sentido, como bem considerado na<br />

sentença a quo, os períodos em que foi exercida a profissão de vigilante considerados <strong>es</strong>peciais perduraram até o 28 de<br />

abril de 1995, anterior<strong>es</strong> à referida Lei, que passou a exigir prova da real exposição aos agent<strong>es</strong> agr<strong>es</strong>sivos.<br />

4. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.<br />

5. Custas ex lege. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre o valor<br />

da condenação.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante nos autos, e que<br />

passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

90 - 2008.50.50.001168-6/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE<br />

GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.) x JOSÉ BENEDITO SIMÕES ROCHA (ADVOGADO: CLESIO ZIPINOTTI JUNIOR,<br />

PHILIPI CARLOS TESCH BUZAN, GERALDO BENICIO.).<br />

EMENTA<br />

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO – TEMPO DE ATIVIDADE ESPECIAL –<br />

CONVERSÃO EM TEMPO COMUM – USO DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – POSSIBILIDADE DE<br />

CONVERSÃO DE TEMPO ESPECIAL EM COMUM APÓS LEI 9.711/98 – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO –<br />

SENTENÇA MANTIDA.<br />

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença de fls.132/136 que julgou parcialmente<br />

procedente o pedido, condenando a autarquia a conceder aposentadoria por tempo de con<strong>tr</strong>ibuição à parte autora. O<br />

recorrente alega, em suas razõ<strong>es</strong> recursais, que a utilização de EPI (equipamento de proteção individual) reduz a<br />

intensidade do agente agr<strong>es</strong>sivo a níveis toleráveis, o que consequentemente d<strong>es</strong>caracteriza a sua atividade como <strong>es</strong>pecial.<br />

Afirma, ainda, que após a Lei 9.711 de 1998, foi vedada a possibilidade de conversão de tempo de serviço <strong>es</strong>pecial em<br />

tempo de serviço comum.<br />

2. A alegação de que a utilização de equipamentos de proteção d<strong>es</strong>caracteriza a condição de <strong>es</strong>pecialidade da atividade<br />

não merece prosperar. A utilização de EPI não é capaz de d<strong>es</strong>caracterizar a atividade <strong>es</strong>pecial, como r<strong>es</strong>tou pacificado pela<br />

Súmula 09 da Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais, in verbis: “o uso de Equipamento de<br />

Proteção Individual (EPI), ainda que elimine a insalubridade, no caso de exposição a ruído, não d<strong>es</strong>caracteriza o tempo de<br />

serviço <strong>es</strong>pecial pr<strong>es</strong>tado”.<br />

3. Também não assiste razão ao INSS quanto à alegação de impossibilidade de conversão de conversão de tempo de<br />

serviço <strong>es</strong>pecial em tempo de serviço comum, com o advento da Lei 9.711 de 1998. De acordo com o Decreto nº 4.827, de<br />

3 de setembro de 2003, que deu nova redação ao art. 70, do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto nº<br />

3.048, de 06 de maio de 1999, não há mais a r<strong>es</strong><strong>tr</strong>ição à conversão de atividade exercida sob condiçõ<strong>es</strong> <strong>es</strong>peciais para a<br />

comum, após 28 de maio de 1998, determinada pelo art. 28 da Lei 9.711/98. D<strong>es</strong>sa maneira, atualmente, o Regulamento<br />

da Previdência Social <strong>es</strong>tatui serem as regras de conversão de tempo de atividade sob condiçõ<strong>es</strong> <strong>es</strong>peciais em tempo de<br />

atividade comum dele constant<strong>es</strong> aplicáveis “ao <strong>tr</strong>abalho pr<strong>es</strong>tado em qualquer período”.<br />

4. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.<br />

5. Custas ex lege. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre o valor<br />

da condenação.


A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante nos autos, e que<br />

passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

91 - 2008.50.50.002664-1/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA<br />

SILVEIRA.) x LINDIOMAR GOMES DE SOUZA (ADVOGADO: LUIZA HELENA GOMES LORETO.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO - PENSÃO POR MORTE - FILHO FALECIDO - DEPENDÊNCIA ECONÔMICA COMPROVADA POR<br />

PROVA TESTEMUNHAL - POSSIBILIDADE - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls.78/80, que julgou procedente o pedido de<br />

conc<strong>es</strong>são de pensão por morte à parte autora. Alega o INSS que inexiste qualquer prova documental capaz de at<strong>es</strong>tar a<br />

alegada dependência econômica. Alega, ainda, que os depoimentos, obtidos a<strong>tr</strong>avés de audiência, indicam mero auxílio do<br />

instituidor da pensão, insuficiente para conc<strong>es</strong>são do benefício pleiteado.<br />

A conc<strong>es</strong>são do benefício de pensão por morte pr<strong>es</strong>supõe que o falecido, à época do óbito, <strong>es</strong>tiv<strong>es</strong>se vinculado à<br />

Previdência Social na qualidade de segurado (arts. 10 e 11 da Lei nº 8.213/91), sendo tal requisito indispensável para que o<br />

postulante, que se encon<strong>tr</strong>a no conjunto de dependent<strong>es</strong> do segurado, faça jus ao benefício. Com exceção dos casos<br />

previstos pelo art. 16, inciso I e parágrafo 4º d<strong>es</strong>sa m<strong>es</strong>ma lei, casos de pr<strong>es</strong>unção da dependência, <strong>es</strong>ta deve ser<br />

efetivamente comprovada.<br />

A qualidade de segurado do falecido filho da autora é incon<strong>tr</strong>oversa nos autos, r<strong>es</strong>tando averiguar, assim, a existência de<br />

dependência econômica. Ap<strong>es</strong>ar do art. 22, §3º, do Decreto nº 3.048/99, exigir prova material, o próprio STJ já pacificou o<br />

entendimento de que a dependência econômica pode ser comprovada por prova exclusivamente t<strong>es</strong>temunhal (REsp<br />

296128). In casu, foi demons<strong>tr</strong>ado, por intermédio da oitiva das t<strong>es</strong>temunhas e depoimento p<strong>es</strong>soal da autora, que à época<br />

do óbito, o grupo familiar da m<strong>es</strong>ma era formado por qua<strong>tr</strong>os p<strong>es</strong>soas: a autora, o de cujus e ou<strong>tr</strong>os dois filhos. En<strong>tr</strong>etanto,<br />

a renda familiar era constituída, apenas, por sua remuneração e a do seu falecido filho. Vale regis<strong>tr</strong>ar que, atualmente, a<br />

autora não <strong>es</strong>tá em condiçõ<strong>es</strong> de <strong>tr</strong>abalhar, por motivo de doença, tendo sido d<strong>es</strong>pedida em dezembro de 2008. Ademais, o<br />

de cujus era solteiro, não tinha filhos e r<strong>es</strong>idia com a autora, colaborando financeiramente de forma habitual e significativa<br />

com as d<strong>es</strong>p<strong>es</strong>as de casa. Como a dependência não tem que ser exclusiva, torna-se irrelevante o fato de seu filho ter<br />

falecido aos 21 anos.<br />

Conclui-se, então, que o falecido filho suportava economicamente a autora, sendo tal auxílio substancial e indispensável<br />

para sobrevivência da m<strong>es</strong>ma, sendo, portanto, mais do que o mero auxílio <strong>es</strong>porádico argumentado pelo INSS. Diante do<br />

que fora analisado, tomo como razão de decidir os m<strong>es</strong>mos fundamentos da sentença.<br />

Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.<br />

Custas ex lege. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios ora fixados em 10% sobre o valor da<br />

condenação.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa<br />

constante nos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

91002 - RECURSO/MEDIDA URGÊNCIA CÍVEL<br />

92 - 2010.50.51.001007-7/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ANA BEATRIZ LINS<br />

BARBOSA.) x ANGELA DERLI ANDREAO RIBEIRO (ADVOGADO: MARCIO SANTOLIN BORGES.).<br />

PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO<br />

1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator<br />

PROCESSO: 2010.50.51.001007-7/01<br />

E M E N T A<br />

RECURSO / MEDIDA DE URGÊNCIA INTERPOSTO(A) PELA UNIÃO FEDERAL EM FACE DE DECISÃO LIMINAR QUE<br />

DEFERIU A ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA, PARA DETERMINAR O FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO.<br />

LEGITIMIDADE PASSIVA DA UNIÃO PARA AÇÕES DE FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO OU TRATAMENTO<br />

MÉDICO PELO SUS. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.<br />

O posicionamento pacífico do Supremo Tribunal <strong>Federal</strong> sobre o tema é no sentido de ser legítima a União <strong>Federal</strong> para<br />

r<strong>es</strong>ponder pelo fornecimento de medicamento e <strong>tr</strong>atamento médico pelo SUS (AI 418.320, rel. Minis<strong>tr</strong>o Carlos Velloso; RE<br />

259.415, rel. Minis<strong>tr</strong>o Sepúlvera Pertence; RE 198.263, rel. Minis<strong>tr</strong>o Sydney Sanch<strong>es</strong>; RE 242.859, rel. Minis<strong>tr</strong>o Ilmar Galvão<br />

e RE 271.286-AgR, rel. Minis<strong>tr</strong>o Celso Melo). O STJ, da m<strong>es</strong>ma forma que o STF, também tem posicionamento<br />

consolidado quanto à legitimidade da União enquanto integrante do SUS (AgRg no REsp 1065672/SC, Rel. Minis<strong>tr</strong>o<br />

FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 23/09/2008, DJe 06/10/2008; AgRg no Ag 886.974/SC, Rel.


Minis<strong>tr</strong>o JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, SEGUNDA TURMA, julgado em 20/09/2007, DJ 29/10/2007 p. 208).<br />

A Constituição <strong>Federal</strong> é expr<strong>es</strong>sa ao determinar que a Saúde é dever do Estado, não excluindo d<strong>es</strong>sa r<strong>es</strong>ponsabilidade<br />

qualquer de seus ent<strong>es</strong>, razão pela qual cabe também à União r<strong>es</strong>ponder por tal tarefa.<br />

Recurso conhecido e improvido.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO /<br />

MEDIDA DE URGÊNCIA, na forma do voto e ementa constant<strong>es</strong> dos autos, que ficam fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente<br />

julgado.<br />

ASSINADO ELETRONICAMENTE<br />

Dr. Osair Victor de Oliveira Junior<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

93 - 2010.50.51.001007-7/02 (PROCESSO ELETRÔNICO) ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ADVOGADO: MARCOS<br />

JOSÉ MILAGRE.) x ANGELA DERLI ANDREAO RIBEIRO (ADVOGADO: MARCIO SANTOLIN BORGES.).<br />

PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO<br />

1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator<br />

PROCESSO: 2010.50.51.001007-7/02<br />

E M E N T A<br />

RECURSO / MEDIDA DE URGÊNCIA INTERPOSTO(A) PELO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO EM FACE DE DECISÃO<br />

LIMINAR QUE DEFERIU A ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA, PARA DETERMINAR O FORNECIMENTO DE<br />

MEDICAMENTO. DIREITO À SAÚDE. DEVER DO ESTADO. SUSPENSÃO DO FORNECIMENTO APENAS DOS<br />

MEDICAMENTOS QUE NÃO POSSUEM RECEITA MÉDICA. RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.<br />

A Constituição <strong>Federal</strong> consagra o direito à saúde e o consequente inequívoco dever do Estado em garanti-la (art. 196,<br />

CRFB).<br />

Não tendo a parte autora condiçõ<strong>es</strong> financeiras de suportar o <strong>tr</strong>atamento recomendado para o seu mal, cabe ao Estado<br />

(gênero) providenciar o suporte nec<strong>es</strong>sário a tanto, atendendo à exigência do art. 196 da CRFB.<br />

Ocorre que 02 (dois) dos medicamentos pleiteados não possuem receita médica que justifique o seu fornecimento. São<br />

el<strong>es</strong>: Codeína e Iboprofeno, cuja suspensão do fornecimento se impõe, já que determinar o fornecimento de medicamento<br />

sem receita é inadmissível, pois, além de causar potencial prejuízo aos cofr<strong>es</strong> públicos, tal medida pode acarretar riscos à<br />

saúde do recorrido.<br />

Recurso conhecido e parcialmente provido.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, DAR PARCIAL PROVIMENTO AO<br />

RECURSO / MEDIDA DE URGÊNCIA, na forma do voto e ementa constant<strong>es</strong> dos autos, que ficam fazendo parte integrante<br />

do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

ASSINADO ELETRONICAMENTE<br />

Dr. Osair Victor de Oliveira Junior<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

94 - 2010.50.51.000761-3/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

(PROCDOR: OLÍVIA BRAZ VIEIRA DE MELO.) x ELENI MEDEIROS CASSEMIRO (ADVOGADO: Denise Lorencini<br />

Valiatti.).<br />

PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO<br />

1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator<br />

PROCESSO: 2010.50.51.000761-3/01<br />

E M E N T A<br />

RECURSO / MEDIDA DE URGÊNCIA INTERPOSTO(A) PELO INSS EM FACE DE DECISÃO LIMINAR QUE DEFERIU A<br />

ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA, PARA DETERMINAR A IMPLANTAÇÃO IMEDIATA DE BENEFÍCIO POR


INCAPACIDADE, COM BASE EM LAUDO DE MÉDICO PARTICULAR, ANTES DA REALIZAÇÃO DE PERÍCIA JUDICIAL -<br />

PERIGO DE DANO IRREPARÁVEL E VEROSSIMILHANÇA DA ALEGAÇÃO DEMONSTRADOS - RECURSO NÃO<br />

PROVIDO - DECISÃO LIMINAR CONFIRMADA - SEM CUSTAS E HONORÁRIOS.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO / MEDIDA DE<br />

URGÊNCIA, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

ASSINADO ELETRONICAMENTE<br />

Dr. Osair Victor de Oliveira Junior<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIA<br />

NOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS<br />

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL<br />

95 - 2008.50.50.005582-3/01 UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ANA BEATRIZ LINS BARBOSA.) x NADJA MACHADO<br />

BOTELHO (ADVOGADO: MARIANA MARCHEZI BRUSCHI.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2008.50.50.005582-3/01<br />

Embargante : UNIÃO<br />

Embargado : NADJA MACHADO BOTELHO<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO - PREQUESTIONAMENTO – VIOLAÇÃO CONSTITUCIONAL – JUROS DE<br />

MORA – INCIDÊNCIA DA LEI N. 11.960/2009 - INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO<br />

NÃO PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pela UNIÃO em face do acórdão que negou provimento ao recurso<br />

inominado. Alega o embargante que a decisão seria omissa quanto às violaçõ<strong>es</strong> constitucionais suscitadas, além da<br />

aplicação dos juros com base na Lei n. 11.960/2009.<br />

Não assiste razão à embargante. A Jurisprudência pá<strong>tr</strong>ia, ao decidir qu<strong>es</strong>tionamentos quanto às possibilidad<strong>es</strong> de<br />

interposição d<strong>es</strong>sa via recursal, assim já decidiu: “M<strong>es</strong>mo nos embargos de declaração com fim de prequ<strong>es</strong>tionamento,<br />

devem-se observar os lind<strong>es</strong> <strong>tr</strong>açados no art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, con<strong>tr</strong>adição, omissão e, por cons<strong>tr</strong>ução<br />

pretoriana integrativa, a hipót<strong>es</strong>e de erro material). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - Primeira<br />

Turma, R<strong>es</strong>p. 11465-0-SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).<br />

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos nec<strong>es</strong>sários ao julgamento da causa foram devidamente<br />

analisados na decisão colegiada.<br />

Deveras, o fato de o acórdão guerreado não ter se manif<strong>es</strong>tado expr<strong>es</strong>samente sobre os artigos de lei que a parte alega<br />

incidir à <strong>es</strong>pécie não leva à conclusão de que ofendido o art. 535 do CPC, pois o julgador, d<strong>es</strong>de que fundamente<br />

suficientemente sua decisão, não <strong>es</strong>tá obrigado a r<strong>es</strong>ponder todas as alegaçõ<strong>es</strong> das part<strong>es</strong>, a ater-se aos fundamentos por<br />

elas apr<strong>es</strong>entados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto ao<br />

d<strong>es</strong>linde da causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que pr<strong>es</strong>ente alguma das hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> do art.<br />

535 do CPC.<br />

Na verdade, os embargos de declaração não se pr<strong>es</strong>tam a materializar nítido qu<strong>es</strong>tionário dirigido ao julgador, pois o<br />

proc<strong>es</strong>so, enquanto ins<strong>tr</strong>umento de dis<strong>tr</strong>ibuição da justiça, não tem a pretensão de viabilizar verdadeiros diálogos en<strong>tr</strong>e os<br />

litigant<strong>es</strong> e as magis<strong>tr</strong>aturas.


Não obstante, não se observa, no caso, violação ao princípio da moralidade e da legalidade (art. 227, I, da LC 75/93).<br />

No mais, cumpre regis<strong>tr</strong>ar que a modificação do art. 1º-F, in<strong>tr</strong>oduzida pela Lei nº 11.960/2009, <strong>tr</strong>ata de regra que não pode<br />

ter imediata aplicação quanto às causas já julgadas, que se basearam nos corretos preceitos legais vigent<strong>es</strong> e<br />

corroborados por maciça jurisprudência, não podendo ser empregada, m<strong>es</strong>mo quando cabível, pois prevê a incidência de<br />

uma única vez, dos juros e dos índic<strong>es</strong> oficiais de remuneração da caderneta de poupança em condenaçõ<strong>es</strong> judiciais, como<br />

se tal se d<strong>es</strong>se de forma englobada.<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

96 - 2007.50.50.010664-4/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCELE SILVEIRA<br />

VIDAL BALDANZA.) x MARIA DE JESUS BARROSO MEIRELES.<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2007.50.50.010664-4/01<br />

Embargante : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Embargado : MARIA DE JESUS BARROSO MEIRELES<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – CONTRADIÇÃO – PAGAMENTO DA DIFERENÇA APURADA A TÍTULO DE GDATA<br />

APENAS NO PERÍODO EM QUE A AUTORA RECEBEU A GRATIFICAÇÃO – INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO<br />

EMBARGADO – RECURSO NÃO PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL em face do acórdão<br />

que negou provimento ao recurso inominado, nos termos da decisão monocrática. Alega o embargante que deve ser<br />

r<strong>es</strong><strong>tr</strong>ingido o pagamento da diferença apurada a título de GDATA apenas pelo período em que a autora, ora embargada,<br />

recebeu a gratificação aludida.<br />

Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissõ<strong>es</strong>, aportar clareza ou retificar<br />

eventuais con<strong>tr</strong>adiçõ<strong>es</strong> existent<strong>es</strong> no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentaçõ<strong>es</strong> do<br />

embargante, verifica-se que <strong>es</strong>ta aponta a existência de omissão na decisão proferida por <strong>es</strong>te Juízo.<br />

Todavia, a hipót<strong>es</strong>e dos autos não caracteriza omissão, con<strong>tr</strong>adição ou obscuridade, não podendo prosperar o recurso<br />

interposto, uma vez que ausent<strong>es</strong> os requisitos previstos no art. 535 do CPC. Ora, os embargos de declaração não se<br />

pr<strong>es</strong>tam a inovar na causa e incluir fundamentos até então ausent<strong>es</strong>. A matéria posta no recurso inominado e nas<br />

con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong> mereceu exame e d<strong>es</strong>ate nos limit<strong>es</strong> das razõ<strong>es</strong> recursais. Não é possível, em sede de embargos<br />

declaratórios, inovar o feito, <strong>tr</strong>azendo à discussão temas ou qu<strong>es</strong>tõ<strong>es</strong> complementar<strong>es</strong>, não objeto do decisum.<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, r<strong>es</strong>tando demons<strong>tr</strong>ada tão-somente<br />

a inconformidade da embargante com o provimento jurisdicional.


A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

97 - 2008.50.50.000688-5/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: NEIDE DEZANE<br />

MARIANI.) x GILDA RIBEIRO FELIPE CURTO (ADVOGADO: EUSTACHIO DOMICIO L. RAMACCIOTTI, LEONARDO<br />

PIZZOL VINHA, MARCELO MATEDI ALVES.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2008.50.50.000688-5/01<br />

Embargante : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Embargado : GILDA RIBEIRO FELIPE CURTO<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO - PREQUESTIONAMENTO – VIOLAÇÕES CONSTITUCIONAIS -<br />

INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO NÃO PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS em face do<br />

acórdão que deu parcial provimento ao recurso inominado. Alega o embargante que a decisão seria omissa quanto às<br />

violaçõ<strong>es</strong> constitucionais suscitadas.<br />

Não assiste razão ao embargante. A Jurisprudência pá<strong>tr</strong>ia, ao decidir qu<strong>es</strong>tionamentos quanto às possibilidad<strong>es</strong> de<br />

interposição d<strong>es</strong>sa via recursal, assim já decidiu: “M<strong>es</strong>mo nos embargos de declaração com fim de prequ<strong>es</strong>tionamento,<br />

devem-se observar os lind<strong>es</strong> <strong>tr</strong>açados no art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, con<strong>tr</strong>adição, omissão e, por cons<strong>tr</strong>ução<br />

pretoriana integrativa, a hipót<strong>es</strong>e de erro material). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - Primeira<br />

Turma, R<strong>es</strong>p. 11465-0-SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).<br />

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos nec<strong>es</strong>sários ao julgamento da causa foram devidamente<br />

analisados na decisão colegiada.<br />

Deveras, o fato de o acórdão guerreado não ter se manif<strong>es</strong>tado expr<strong>es</strong>samente sobre os artigos de lei que a parte alega<br />

incidir à <strong>es</strong>pécie não leva à conclusão de que ofendido o art. 535 do CPC, pois o julgador, d<strong>es</strong>de que fundamente<br />

suficientemente sua decisão, não <strong>es</strong>tá obrigado a r<strong>es</strong>ponder todas as alegaçõ<strong>es</strong> das part<strong>es</strong>, a ater-se aos fundamentos por<br />

elas apr<strong>es</strong>entados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto ao<br />

d<strong>es</strong>linde da causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que pr<strong>es</strong>ente alguma das hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> do art.<br />

535 do CPC.<br />

Na verdade, os embargos de declaração não se pr<strong>es</strong>tam a materializar nítido qu<strong>es</strong>tionário dirigido ao julgador, pois o<br />

proc<strong>es</strong>so, enquanto ins<strong>tr</strong>umento de dis<strong>tr</strong>ibuição da justiça, não tem a pretensão de viabilizar verdadeiros diálogos en<strong>tr</strong>e os<br />

litigant<strong>es</strong> e as magis<strong>tr</strong>aturas.<br />

Não obstante, não se observa, no caso, violação ao princípio da r<strong>es</strong>erva legal (art. 5º da CR/88), ao princípio da legalidade<br />

(art. 37, caput, da CR/88), e aos arts. 40, §8º, 61 e 169, §1º, todos da CR/88.<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.


Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

98 - 2008.50.54.000179-5/01 FUNDACAO NACIONAL DE SAUDE - FUNASA (PROCDOR: Carolina Augusta da Rocha<br />

Rosado.) x JOAO MARTA (ADVOGADO: EUSTÁQUIO DOMICIO LUCCHESI RAMACCIOTTI, LEONARDO PIZZOL<br />

VINHA, MARCELO MATEDI ALVES.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2008.50.54.000179-5/01<br />

Embargante : FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASA<br />

Embargado : JOÃO MARTA<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO - PREQUESTIONAMENTO – DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS –<br />

CONTRADIÇÃO – REFORMATIO IN PEJUS- INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO<br />

NÃO PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pela FDUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASA em face de decisão<br />

que concedeu provimento parcial ao recurso inominado. Alega a embargante que a decisão seria omissa quanto às<br />

violaçõ<strong>es</strong> constitucionais suscitadas e con<strong>tr</strong>aditória com relação à reforma parcial da sentença, com base em argumentos<br />

não apr<strong>es</strong>entados na peça recursal.<br />

Não assiste razão à embargante. A Jurisprudência pá<strong>tr</strong>ia, ao decidir qu<strong>es</strong>tionamentos quanto às possibilidad<strong>es</strong> de<br />

interposição d<strong>es</strong>sa via recursal, assim já decidiu: “M<strong>es</strong>mo nos embargos de declaração com fim de prequ<strong>es</strong>tionamento,<br />

devem-se observar os lind<strong>es</strong> <strong>tr</strong>açados no art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, con<strong>tr</strong>adição, omissão e, por cons<strong>tr</strong>ução<br />

pretoriana integrativa, a hipót<strong>es</strong>e de erro material). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - Primeira<br />

Turma, R<strong>es</strong>p. 11465-0-SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).<br />

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos nec<strong>es</strong>sários ao julgamento da causa foram devidamente<br />

analisados na decisão colegiada.<br />

Deveras, o fato de o acórdão guerreado não ter se manif<strong>es</strong>tado expr<strong>es</strong>samente sobre os artigos de lei que a parte alega<br />

incidir à <strong>es</strong>pécie não leva à conclusão de que ofendido o art. 535 do CPC, pois o julgador, d<strong>es</strong>de que fundamente<br />

suficientemente sua decisão, não <strong>es</strong>tá obrigado a r<strong>es</strong>ponder todas as alegaçõ<strong>es</strong> das part<strong>es</strong>, a ater-se aos fundamentos por<br />

elas apr<strong>es</strong>entados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto ao<br />

d<strong>es</strong>linde da causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que pr<strong>es</strong>ente alguma das hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> do art.<br />

535 do CPC.<br />

Na verdade, os embargos de declaração não se pr<strong>es</strong>tam a materializar nítido qu<strong>es</strong>tionário dirigido ao julgador, pois o<br />

proc<strong>es</strong>so, enquanto ins<strong>tr</strong>umento de dis<strong>tr</strong>ibuição da justiça, não tem a pretensão de viabilizar verdadeiros diálogos en<strong>tr</strong>e os<br />

litigant<strong>es</strong> e as magis<strong>tr</strong>aturas.<br />

Não obstante, não se vislumbra, na hipót<strong>es</strong>e, violação aos artigos 2º, 37, caput, 61, §1º, a, 63 e 169, §1º, da CR/88.<br />

Afastada também a con<strong>tr</strong>adição suscitada no julgado guerreado, posto que, embora não tenha sido apr<strong>es</strong>entado recurso<br />

inominado pela parte autora, a reforma da sentença, em favor d<strong>es</strong>ta, ocorreu por força da devolutividade do citado recurso,<br />

configurando, portanto, matéria a ser apreciada pela Turma Recursal, por ocasião do julgamento que lhe cabia.<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, r<strong>es</strong>tando demons<strong>tr</strong>ada tão-somente<br />

a inconformidade da embargante com o provimento jurisdicional.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.


Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

99 - 2008.50.51.001063-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRÉ DIAS IRIGON.) x<br />

RODOLFO ALVES DE ALMEIDA (ADVOGADO: ANTÔNIO JUSTINO COSTA.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2008.50.51.001063-0/01<br />

Embargante : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Embargada : RODOLFO ALVES DE ALMEIDA<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – RENDA AUFERIDA PELO AUTOR QUE PREJUDICA A SUA<br />

CARACTERIZAÇÃO COMO TRABALHADOR RURAL - INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO –<br />

RECURSO NÃO PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS em face do<br />

acórdão proferido às fls. 141/142, que negou provimento ao recurso inominado interposto. Em sínt<strong>es</strong>e, aduz que, no julgado<br />

guerreado, não houve pronunciamento sobre o auferimento pela parte autora, ora embargada, de renda incompatível com o<br />

regime de economia familiar.<br />

Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissõ<strong>es</strong>, aportar clareza ou retificar<br />

eventuais con<strong>tr</strong>adiçõ<strong>es</strong> existent<strong>es</strong> no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentaçõ<strong>es</strong> do<br />

embargante, verifica-se que <strong>es</strong>ta aponta a existência de omissão na decisão proferida por <strong>es</strong>te Juízo. Todavia, a hipót<strong>es</strong>e<br />

dos autos não caracteriza omissão, con<strong>tr</strong>adição ou obscuridade, não podendo prosperar o recurso interposto, uma vez que<br />

ausent<strong>es</strong> os requisitos previstos no art. 535 do CPC. E isto se dá, pois, de acordo com uma sucinta leitura da ementa do<br />

julgado, pode-se observar a passagem “ao se analisar o conjunto probatório, é possível verificar que o autor exerceu<br />

atividade rural em regime de economia familiar”, que torna clara a conclusão de que a Turma apreciou sim os requisitos<br />

tanto em termos do tamanho da propriedade da parte autora quanto em relação ao quantum recebido em sua produção,<br />

não se falando em omissão.<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, r<strong>es</strong>tando demons<strong>tr</strong>ada tão-somente<br />

a inconformidade da embargante com o provimento jurisdicional.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

100 - 2007.50.50.004024-4/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA<br />

SILVEIRA.) x DALVA LIMA.<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL


Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2007.50.50.004024-4/01<br />

Embargante : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Embargado : DALVA LIMA<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO –PRODUÇÃO DE PROVA SEM A PARTICIPAÇÃO DO INSS –<br />

INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO NÃO PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS em face do<br />

acórdão proferido às fls. 125/127, sustentando omissão n<strong>es</strong>te, sob o argumento de que houve a produção de prova pericial<br />

sem a participação da autarquia previdenciária, o que denota cerceamento de def<strong>es</strong>a na <strong>es</strong>pécie.<br />

Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissõ<strong>es</strong>, aportar clareza ou retificar<br />

eventuais con<strong>tr</strong>adiçõ<strong>es</strong> existent<strong>es</strong> no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentaçõ<strong>es</strong> do<br />

embargante, verifica-se que <strong>es</strong>ta aponta a existência de omissão na decisão proferida por <strong>es</strong>te Juízo.<br />

Todavia, a hipót<strong>es</strong>e dos autos não caracteriza omissão, con<strong>tr</strong>adição ou obscuridade, não podendo prosperar o recurso<br />

interposto, uma vez que ausent<strong>es</strong> os requisitos previstos no art. 535 do CPC. Ora, a decisão embargada expôs que a<br />

condição de deficiente da recorrida, ora embargada, se encon<strong>tr</strong>a comprovada nos autos, conforme os documentos<br />

acostados às fls. 11/12, que demons<strong>tr</strong>am que <strong>es</strong>ta foi interditada judicialmente, por ser portadora da doença denominada<br />

Esquizofrenia Paranoide, frisando que tal prova deve ser considerada como isenta de parcialidade, vez que se <strong>tr</strong>ata de<br />

documento oficializado pelo Poder Judiciário.<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, r<strong>es</strong>tando demons<strong>tr</strong>ada tão-somente<br />

a inconformidade da embargante com o provimento jurisdicional.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

101 - 2008.50.54.000165-5/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SHIZUE SOUZA<br />

KITAGAWA.) x ABELARDO SOARES CHAVES (ADVOGADO: EUSTÁQUIO DOMICIO LUCCHESI RAMACCIOTTI,<br />

LEONARDO PIZZOL VINHA, MARCELO MATEDI ALVES.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2008.50.54.000165-5/01<br />

Embargante : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS


Embargado : ABELARDO SOARES CHAVES<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO - PREQUESTIONAMENTO – INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO<br />

EMBARGADO – RECURSO NÃO PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS em face de<br />

acórdão que concedeu parcial provimento ao recurso inominado. Alega o embargante que a decisão seria omissa quanto à<br />

violação dos princípios e normas constitucionais suscitados.<br />

Não assiste razão ao embargante. A Jurisprudência pá<strong>tr</strong>ia, ao decidir qu<strong>es</strong>tionamentos quanto às possibilidad<strong>es</strong> de<br />

interposição d<strong>es</strong>sa via recursal, assim já decidiu: “M<strong>es</strong>mo nos embargos de declaração com fim de prequ<strong>es</strong>tionamento,<br />

devem-se observar os lind<strong>es</strong> <strong>tr</strong>açados no art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, con<strong>tr</strong>adição, omissão e, por cons<strong>tr</strong>ução<br />

pretoriana integrativa, a hipót<strong>es</strong>e de erro material). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - Primeira<br />

Turma, R<strong>es</strong>p. 11465-0-SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).<br />

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos nec<strong>es</strong>sários ao julgamento da causa foram devidamente<br />

analisados na decisão colegiada.<br />

Deveras, o fato de o acórdão guerreado não ter se manif<strong>es</strong>tado expr<strong>es</strong>samente sobre os artigos de lei que a parte alega<br />

incidir à <strong>es</strong>pécie não leva à conclusão de que ofendido o art. 535 do CPC, pois o julgador, d<strong>es</strong>de que fundamente<br />

suficientemente sua decisão, não <strong>es</strong>tá obrigado a r<strong>es</strong>ponder todas as alegaçõ<strong>es</strong> das part<strong>es</strong>, a ater-se aos fundamentos por<br />

elas apr<strong>es</strong>entados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto ao<br />

d<strong>es</strong>linde da causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que pr<strong>es</strong>ente alguma das hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> do art.<br />

535 do CPC.<br />

Na verdade, os embargos de declaração não se pr<strong>es</strong>tam a materializar nítido qu<strong>es</strong>tionário dirigido ao julgador, pois o<br />

proc<strong>es</strong>so, enquanto ins<strong>tr</strong>umento de dis<strong>tr</strong>ibuição da justiça, não tem a pretensão de viabilizar verdadeiros diálogos en<strong>tr</strong>e os<br />

litigant<strong>es</strong> e as magis<strong>tr</strong>aturas.<br />

Não obstante, inexiste violação aos princípios constitucionais da r<strong>es</strong>erva legal, da separação dos poder<strong>es</strong>, da legalidade e<br />

da moralidade, bem como aos arts. 5º, 37, 40 e 61, da CRFB/88.<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

102 - 2008.50.50.002214-3/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCELE SILVEIRA<br />

VIDAL BALDANZA.) x CAMILA DE JESUS FIGUEIRAUJO (ADVOGADO: MARCELO MATEDI ALVES, LEONARDO<br />

PIZZOL VINHA.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2008.50.50.002214-3/01<br />

Embargante : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Embargado : CAMILA DE JESUS FIGUEIRAUJO<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO - PREQUESTIONAMENTO – VIOLAÇÕES CONSTITUCIONAIS –


INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 356 DO STF - INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO NÃO<br />

PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS em face do<br />

acórdão que deu parcial provimento ao recurso inominado. Alega o embargante que a decisão seria omissa quanto às<br />

violaçõ<strong>es</strong> constitucionais suscitadas.<br />

Não assiste razão ao embargante. A Jurisprudência pá<strong>tr</strong>ia, ao decidir qu<strong>es</strong>tionamentos quanto às possibilidad<strong>es</strong> de<br />

interposição d<strong>es</strong>sa via recursal, assim já decidiu: “M<strong>es</strong>mo nos embargos de declaração com fim de prequ<strong>es</strong>tionamento,<br />

devem-se observar os lind<strong>es</strong> <strong>tr</strong>açados no art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, con<strong>tr</strong>adição, omissão e, por cons<strong>tr</strong>ução<br />

pretoriana integrativa, a hipót<strong>es</strong>e de erro material). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - Primeira<br />

Turma, R<strong>es</strong>p. 11465-0-SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).<br />

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos nec<strong>es</strong>sários ao julgamento da causa foram devidamente<br />

analisados na decisão colegiada.<br />

Deveras, o fato de o acórdão guerreado não ter se manif<strong>es</strong>tado expr<strong>es</strong>samente sobre os artigos de lei que a parte alega<br />

incidir à <strong>es</strong>pécie não leva à conclusão de que ofendido o art. 535 do CPC, pois o julgador, d<strong>es</strong>de que fundamente<br />

suficientemente sua decisão, não <strong>es</strong>tá obrigado a r<strong>es</strong>ponder todas as alegaçõ<strong>es</strong> das part<strong>es</strong>, a ater-se aos fundamentos por<br />

elas apr<strong>es</strong>entados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto ao<br />

d<strong>es</strong>linde da causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que pr<strong>es</strong>ente alguma das hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> do art.<br />

535 do CPC.<br />

Na verdade, os embargos de declaração não se pr<strong>es</strong>tam a materializar nítido qu<strong>es</strong>tionário dirigido ao julgador, pois o<br />

proc<strong>es</strong>so, enquanto ins<strong>tr</strong>umento de dis<strong>tr</strong>ibuição da justiça, não tem a pretensão de viabilizar verdadeiros diálogos en<strong>tr</strong>e os<br />

litigant<strong>es</strong> e as magis<strong>tr</strong>aturas.<br />

Não obstante, não se observa, no caso, violação ao aos princípios da r<strong>es</strong>erva legal, da separação de poder<strong>es</strong>, da legalidade<br />

e da moralidade (arts. 5º, 37, 40 e 61 da CR/88).<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

103 - 2008.50.51.001397-7/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RENATA PEDRO DE<br />

MORAES SENTO-SÉ REIS.) x JADIR RIBEIRO DA ROCHA (ADVOGADO: ANTÔNIO JUSTINO COSTA.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2008.50.51.001397-7/01<br />

Embargante : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL<br />

Embargado : JADIR RIBEIRO DA ROCHA<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO - PREQUESTIONAMENTO – INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO<br />

EMBARGADO – RECURSO NÃO PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL em face de acórdão<br />

que negou provimento ao recurso inominado. Alega a embargante que a decisão seria omissa quanto às violaçõ<strong>es</strong><br />

constitucionais suscitadas.<br />

Não assiste razão ao embargante. A Jurisprudência pá<strong>tr</strong>ia, ao decidir qu<strong>es</strong>tionamentos quanto às possibilidad<strong>es</strong> de<br />

interposição d<strong>es</strong>sa via recursal, assim já decidiu: “M<strong>es</strong>mo nos embargos de declaração com fim de prequ<strong>es</strong>tionamento,


devem-se observar os lind<strong>es</strong> <strong>tr</strong>açados no art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, con<strong>tr</strong>adição, omissão e, por cons<strong>tr</strong>ução<br />

pretoriana integrativa, a hipót<strong>es</strong>e de erro material). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - Primeira<br />

Turma, R<strong>es</strong>p. 11465-0-SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).<br />

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos nec<strong>es</strong>sários ao julgamento da causa foram devidamente<br />

analisados na decisão colegiada.<br />

Não obstante, ausência de violação ao art. 20, § 3º, da Lei nº 8.742/93, bem como ao art. 203, V, da CRFB/88.<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, r<strong>es</strong>tando demons<strong>tr</strong>ada tão-somente<br />

a inconformidade do embargante com o provimento jurisdicional.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

104 - 2008.50.50.005929-4/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO<br />

LEAL DOS SANTOS .) x ANTONIO GERALDO THOMAS (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2008.50.50.005929-4/01<br />

Embargante : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Embargado : ANTONIO GERALDO THOMAS<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO - PREQUESTIONAMENTO – INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 356 DO STF -<br />

INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO NÃO PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS em face de<br />

decisão que negou provimento ao recurso inominado. Alega o embargante que a decisão seria omissa quanto às violaçõ<strong>es</strong><br />

constitucionais suscitadas.<br />

Não assiste razão ao embargante. A Jurisprudência pá<strong>tr</strong>ia, ao decidir qu<strong>es</strong>tionamentos quanto às possibilidad<strong>es</strong> de<br />

interposição d<strong>es</strong>sa via recursal, assim já decidiu: “M<strong>es</strong>mo nos embargos de declaração com fim de prequ<strong>es</strong>tionamento,<br />

devem-se observar os lind<strong>es</strong> <strong>tr</strong>açados no art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, con<strong>tr</strong>adição, omissão e, por cons<strong>tr</strong>ução<br />

pretoriana integrativa, a hipót<strong>es</strong>e de erro material). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - Primeira<br />

Turma, R<strong>es</strong>p. 11465-0-SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).<br />

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos nec<strong>es</strong>sários ao julgamento da causa foram devidamente<br />

analisados na decisão colegiada.<br />

Deveras, o fato de o acórdão guerreado não ter se manif<strong>es</strong>tado expr<strong>es</strong>samente sobre os artigos de lei que a parte alega<br />

incidir à <strong>es</strong>pécie não leva à conclusão de que ofendido o art. 535 do CPC, pois o julgador, d<strong>es</strong>de que fundamente<br />

suficientemente sua decisão, não <strong>es</strong>tá obrigado a r<strong>es</strong>ponder todas as alegaçõ<strong>es</strong> das part<strong>es</strong>, a ater-se aos fundamentos por<br />

elas apr<strong>es</strong>entados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto ao<br />

d<strong>es</strong>linde da causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que pr<strong>es</strong>ente alguma das hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> do art.<br />

535 do CPC.<br />

Na verdade, os embargos de declaração não se pr<strong>es</strong>tam a materializar nítido qu<strong>es</strong>tionário dirigido ao julgador, pois o<br />

proc<strong>es</strong>so, enquanto ins<strong>tr</strong>umento de dis<strong>tr</strong>ibuição da justiça, não tem a pretensão de viabilizar verdadeiros diálogos en<strong>tr</strong>e os<br />

litigant<strong>es</strong> e as magis<strong>tr</strong>aturas.


Não obstante, não se observa, no caso, violação ao princípio da pr<strong>es</strong>ervação do equilíbrio financeiro-atuarial do regime da<br />

Previdência Social (art. 201, caput, da CR/88), ao princípio da igualdade (art. 5º, caput, e 201, §1º, da CR/88), ao princípio<br />

da pr<strong>es</strong>ervação do valor real dos benefícios (art. 201, §4º, da CR/88) e ao princípio da nec<strong>es</strong>sidade de correção dos<br />

salários-de-con<strong>tr</strong>ibuição (art. 201, §3º, da CR/88).<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

105 - 2007.50.54.000063-4/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: LILIAN BERTOLANI DO<br />

ESPÍRITO SANTO.) x FLORENTINA SCHULZ (ADVOGADO: MERCINIO ROBERTO GOBBO.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2007.50.54.000063-4/01<br />

Embargante : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Embargado : FLORENTINA SCHULZ<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – RENDA PER CAPITA FAMILIAR - PREQUESTIONAMENTO –<br />

VIOLAÇÕES CONSTITUCIONAIS - INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO NÃO<br />

PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS em face do<br />

acórdão que deu parcial provimento ao recurso inominado. Alega o embargante que a decisão seria omissa quanto à renda<br />

per capita familiar, se inferior ou superior a ¼ do salário mínimo, ou, não sendo o caso, a r<strong>es</strong>peito da aplicabilidade do<br />

requisito financeiro do art. 20 da Lei n. 8.742/93, em con<strong>tr</strong>ariedade com o pr<strong>es</strong>crito no art. 203, V, da CR/88.<br />

Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissõ<strong>es</strong>, aportar clareza ou retificar<br />

eventuais con<strong>tr</strong>adiçõ<strong>es</strong> existent<strong>es</strong> no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentaçõ<strong>es</strong> do<br />

embargante, verifica-se que <strong>es</strong>ta aponta a existência de omissão na decisão proferida por <strong>es</strong>te Juízo.<br />

Todavia, a hipót<strong>es</strong>e dos autos não caracteriza omissão, con<strong>tr</strong>adição ou obscuridade, não podendo prosperar o recurso<br />

interposto, uma vez que ausent<strong>es</strong> os requisitos previstos no art. 535 do CPC.<br />

A decisão guerreada expõe que a autora, ora embargada, faz jus ao benefício assistencial previsto na Lei n. 8.742/93,<br />

considerando que o benefício previdenciário percebido por seu cônjuge não deve integrar o cálculo da renda per capita<br />

familiar, o que denota que a renda em qu<strong>es</strong>tão é deveras inferior a ¼ do salário mínimo, posto que, do con<strong>tr</strong>ário, o benefício<br />

nem sequer teria sido concedido à parte.<br />

Também não assiste razão ao embargante quanto à alegação de omissão quanto à suposta violação constitucional. A<br />

Jurisprudência pá<strong>tr</strong>ia, ao decidir qu<strong>es</strong>tionamentos quanto às possibilidad<strong>es</strong> de interposição d<strong>es</strong>sa via recursal, assim já<br />

decidiu: “M<strong>es</strong>mo nos embargos de declaração com fim de prequ<strong>es</strong>tionamento, devem-se observar os lind<strong>es</strong> <strong>tr</strong>açados no art.<br />

535 do CPC (obscuridade, dúvida, con<strong>tr</strong>adição, omissão e, por cons<strong>tr</strong>ução pretoriana integrativa, a hipót<strong>es</strong>e de erro<br />

material). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - Primeira Turma, R<strong>es</strong>p. 11465-0-SP, rel. Min.<br />

Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).<br />

Inexiste, portanto, omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos nec<strong>es</strong>sários ao julgamento da causa foram<br />

devidamente analisados na decisão colegiada.<br />

Deveras, o fato de o acórdão guerreado não ter se manif<strong>es</strong>tado expr<strong>es</strong>samente sobre os artigos de lei que a parte alega


incidir à <strong>es</strong>pécie não leva à conclusão de que ofendido o art. 535 do CPC, pois o julgador, d<strong>es</strong>de que fundamente<br />

suficientemente sua decisão, não <strong>es</strong>tá obrigado a r<strong>es</strong>ponder todas as alegaçõ<strong>es</strong> das part<strong>es</strong>, a ater-se aos fundamentos por<br />

elas apr<strong>es</strong>entados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto ao<br />

d<strong>es</strong>linde da causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que pr<strong>es</strong>ente alguma das hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> do art.<br />

535 do CPC.<br />

Na verdade, os embargos de declaração não se pr<strong>es</strong>tam a materializar nítido qu<strong>es</strong>tionário dirigido ao julgador, pois o<br />

proc<strong>es</strong>so, enquanto ins<strong>tr</strong>umento de dis<strong>tr</strong>ibuição da justiça, não tem a pretensão de viabilizar verdadeiros diálogos en<strong>tr</strong>e os<br />

litigant<strong>es</strong> e as magis<strong>tr</strong>aturas.<br />

Não obstante, não se observa, no caso, violação ao art. 203, V, da CR/88.<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

106 - 2007.50.51.002820-4/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRÉ DIAS IRIGON.)<br />

x ISAURA CIVIDAUS DIONISIO (ADVOGADO: ANDRE MIRANDA VICOSA.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2007.50.51.002820-4/01<br />

Embargante : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Embargada : ISAURA CIVIDAUS DIONISIO<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – MANIFESTAÇÃO SOBRE O TÓPICO V DO RECURSO – ALTERAÇÃO DA<br />

DATA DO INÍCIO DO BENEFÍCIO - INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO NÃO<br />

PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS em face do<br />

acórdão que negou provimento ao recurso inominado. Sustenta o embargante que a decisão foi omissa com relação ao<br />

tópico V do recurso, no qual se requer a alteração da data de início do benefício.<br />

Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissõ<strong>es</strong>, aportar clareza ou retificar<br />

eventuais con<strong>tr</strong>adiçõ<strong>es</strong> existent<strong>es</strong> no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentaçõ<strong>es</strong> do<br />

embargante, verifica-se que <strong>es</strong>ta aponta a existência de omissão na decisão proferida por <strong>es</strong>te Juízo.<br />

Todavia, a hipót<strong>es</strong>e dos autos não caracteriza omissão, con<strong>tr</strong>adição ou obscuridade, não podendo prosperar o recurso<br />

interposto, uma vez que ausent<strong>es</strong> os requisitos previstos no art. 535 do CPC.<br />

Deveras, o tópico V do recurso inominado em qu<strong>es</strong>tão rechaçou a sentença guerreada na parte em que fixa, como a data<br />

de início do benefício concedido à autora, ora embargada, a data do requerimento adminis<strong>tr</strong>ativo. O acórdão impugnado,<br />

todavia, embora não tenha r<strong>es</strong>ervado um tópico para discutir tal qu<strong>es</strong>tão, em seu item 4, frisa que “à época do requerimento<br />

adminis<strong>tr</strong>ativo (07/11/1994), já havia implementado a idade mínima nec<strong>es</strong>sária à obtenção do benefício”, o que demons<strong>tr</strong>a<br />

que a decisão impugnada referendou o termo a quo fixado pelo juízo de primeiro grau para início da implementação do<br />

benefício previdenciário.<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado.


A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

107 - 2007.50.50.011216-4/01 UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: OSIAS ALVES PENHA.) x MARCIA DE ALVARENGA<br />

SIQUEIRA (ADVOGADO: FÁBIO LOUZADA CORDEIRO, ELIETE BONI BITTENCOURT.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº. 2007.50.50.011216-4/01<br />

Recorrente : UNIÃO FEDERAL<br />

Recorrido : MARCIA DE ALVARENGA SIQUEIRA<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – CONTRADIÇÃO – INEXISTÊNCIA – SUBSTITUIÇÃO DA GDATA PELA GDPGTAS –<br />

EMBARGOS NÃO ACOLHIDOS.<br />

Cuida-se de Embargos de Declaração interpostos em face do acórdão de fls. 111/113 proferido pela Turma Recursal, por<br />

intermédio do qual aduz a União que houve con<strong>tr</strong>adição no referido acórdão no que tange à condenação ao pagamento da<br />

Gratificação de D<strong>es</strong>empenho de Atividade Técnico-Adminis<strong>tr</strong>ativa e de Suporte - GDPGTAS, que não teria sido pleiteada<br />

pela embargada.<br />

Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissõ<strong>es</strong>, aportar clareza ou retificar<br />

eventuais con<strong>tr</strong>adiçõ<strong>es</strong> existent<strong>es</strong> no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentaçõ<strong>es</strong> do<br />

embargante, verifica-se que <strong>es</strong>ta aponta a existência de con<strong>tr</strong>adição na decisão proferida por <strong>es</strong>te Juízo.<br />

Todavia, a hipót<strong>es</strong>e dos autos não caracteriza omissão, con<strong>tr</strong>adição ou obscuridade, não podendo prosperar o recurso<br />

interposto, uma vez que ausent<strong>es</strong> os requisitos previstos no art. 535 do CPC.<br />

Os embargos de declaração não merecem ser acolhidos, haja vista que o acórdão embargado não padece de con<strong>tr</strong>adição<br />

ou de obscuridade passível do manejo da referida peça proc<strong>es</strong>sual. No supracitado acórdão, verifica-se que foi colocada,<br />

de forma clara e coerente, a evolução da Gratificação de D<strong>es</strong>empenho de Atividade Técnico-Adminis<strong>tr</strong>ativa – GDATA, a<br />

qual foi substituída pela GDPGTAS por intermédio da Lei 11.357/2006, no que diz r<strong>es</strong>peito aos servidor<strong>es</strong> ocupant<strong>es</strong> de<br />

cargos não integrant<strong>es</strong> de carreiras <strong>es</strong>pecíficas, caso compatível com o da ora embargada, conforme os documentos de fls.<br />

14 e 15 dos autos.<br />

D<strong>es</strong>se modo, verifica-se que não há con<strong>tr</strong>adição no mencionado acórdão, tendo em vista que a embargada faz jus à<br />

GDPGTAS, gratificação a qual substituiu a GDATA. Não houve a incidência de acórdão ul<strong>tr</strong>a petita, pois não foi concedido<br />

mais que o devido à referida embargada. A alteração na nomenclatura da gratificação não tem o condão de impedir que a<br />

embargada perceba a referida gratificação, pelo fato de não ter requerido a m<strong>es</strong>ma com as duas nominaçõ<strong>es</strong> hoje<br />

conhecidas: GDATA e GDPGTAS, até pelo fato de os documentos de fls. 14 e 15 indicarem que a embargada chegou a


eceber a gratificação a título de GDPGTAS.<br />

Saliente-se, ainda, e conforme já decidiu a Turma Recursal, que a con<strong>tr</strong>adição passível de correção em embargos de<br />

declaração pr<strong>es</strong>supõe antagonismo lógico en<strong>tr</strong>e duas premissas in<strong>tr</strong>ínsecas ao próprio acórdão, o que não ocorre no caso<br />

concreto, já que as gratificaçõ<strong>es</strong> acima colocadas, no que tange à embargada, se confundem, sendo a única diferença<br />

relevante aquela pautada no valor de gratificação a ser pago, o que foi r<strong>es</strong>peitado quando da fixação da condenação da<br />

embargante.<br />

Vale frisar que não houve violação a qualquer dispositivo constitucional ou legal quando da confecção do acórdão<br />

embargado, em <strong>es</strong>pecial do artigo 460 do CPC, o qual <strong>tr</strong>ata de sentença ul<strong>tr</strong>a petita.<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, r<strong>es</strong>tando demons<strong>tr</strong>ada tão-somente<br />

a inconformidade da embargante com o provimento jurisdicional.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

108 - 2007.50.50.010250-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA<br />

COSTA.) x FERNANDO HAESE (ADVOGADO: ANA MARIA DA ROCHA CARVALHO.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº. 2007.50.50.010250-0/01<br />

Embargante : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Embargado : FERNANDO HAESE<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – INEXISTÊNCIA – PRESENÇA DOS REQUISITOS PARA A CONCESSÃO<br />

DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – ACÓRDÃO MANTIDO – EMBARGOS NÃO ACOLHIDOS.<br />

Cuida-se de Embargos de Declaração interpostos em face do acórdão de fls. 90/91, proferido pela Turma Recursal, por<br />

intermédio do qual aduz o INSS que houve omissão no referido acórdão, no que tange à possibilidade de reabilitação do<br />

embargado para ou<strong>tr</strong>as atividad<strong>es</strong>.<br />

Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissõ<strong>es</strong>, aportar clareza ou retificar<br />

eventuais con<strong>tr</strong>adiçõ<strong>es</strong> existent<strong>es</strong> no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentaçõ<strong>es</strong> do<br />

embargante, verifica-se que <strong>es</strong>ta aponta a existência de omissão na decisão proferida por <strong>es</strong>te Juízo.<br />

Todavia, a hipót<strong>es</strong>e dos autos não caracteriza omissão, con<strong>tr</strong>adição ou obscuridade, não podendo prosperar o recurso<br />

interposto, uma vez que ausent<strong>es</strong> os requisitos previstos no art. 535 do CPC.<br />

O acórdão embargado não padece de omissão passível do manejo da referida peça proc<strong>es</strong>sual. No supracitado acórdão,<br />

verifica-se que foi colocado de forma clara e coerente o argumento que propiciou ao embargado o auferimento da<br />

aposentadoria por invalidez, o qual se fundamenta no fato de o referido embargado <strong>es</strong>tar incapacitado total e<br />

definitivamente para a atividade que lhe garanta o sustento, qual seja, a de lavrador, conforme consta do laudo pericial de<br />

fls. 44/46.


Tendo sido preenchidos os requisitos para a conc<strong>es</strong>são do benefício de aposentadoria por invalidez, previsto no artigo 59<br />

da Lei 8.213/91, o que foi demons<strong>tr</strong>ado pelo acórdão embargado, não há que falar em omissão, até pelo fato de o<br />

embargado sempre ter laborado no meio rural e por ter baixa <strong>es</strong>colaridade (conforme sentença à fl. 61), o que reduz<br />

demasiadamente as suas chanc<strong>es</strong> de obtenção de emprego, que não seja o de índole rural, den<strong>tr</strong>o da conjuntura atual do<br />

mercado de <strong>tr</strong>abalho, o que reforça a conc<strong>es</strong>são do benefício ora analisado.<br />

Vale frisar que não houve violação a qualquer dispositivo constitucional ou legal quando da confecção do acórdão<br />

embargado, em <strong>es</strong>pecial do artigo 59 da Lei 8.213/91, o qual <strong>tr</strong>ata da conc<strong>es</strong>são do benefício da aposentadoria por<br />

invalidez.<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, r<strong>es</strong>tando demons<strong>tr</strong>ada tão-somente<br />

a inconformidade do embargante com o provimento jurisdicional.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

109 - 2007.50.50.010581-0/01 IDELICIA ELVIRA BUSSU (ADVOGADO: MARTA SARAIVA PRUDÊNCIO.) x INSTITUTO<br />

NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2007.50.50.010581-0/01<br />

Embargante : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Embargado : IDELICIA ELVIRA BUSSU<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO E CONTRADIÇÃO – MANIFESTAÇÃO ACERCA DA PERÍCIA JUDICIAL -<br />

DIVERGÊNCIA DA ESPÉCIE DE DOENÇA QUE MOTIVOU CONCESSÃO DO BENEFÍCIO – DATA DE INÍCIO DA<br />

INCAPACIDADE – ORIGEM RECENTE DAS QUEIXAS ORTOPÉDICAS – RESSALVA NO LAUDO A RESPEITO DO<br />

PERITO - – INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO NÃO PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS em face de<br />

decisão que deu parcial provimento ao recurso inominado. Alega o embargante que a decisão seria con<strong>tr</strong>aditória, na medida<br />

em que não houve manif<strong>es</strong>tação acerca da perícia judicial, bem como sobre a perícia médica realizada na <strong>es</strong>fera<br />

adminis<strong>tr</strong>ativa. Omissa, no sentido de que não houve manif<strong>es</strong>tação a r<strong>es</strong>peito dos seguint<strong>es</strong> pontos: a) a doença<br />

considerada para reforma da sentença e condenação do INSS a r<strong>es</strong>tabelecer o último auxílio-doença d<strong>es</strong>de a sua c<strong>es</strong>sação<br />

ser diferente daquela que motivou a conc<strong>es</strong>são dos benefícios por incapacidade de m<strong>es</strong>ma natureza na via adminis<strong>tr</strong>ativa;<br />

b) não foi precisada a data de início da incapacidade pelo primeiro perito judicial; c) a origem recente das queixas<br />

ortopédicas; d) r<strong>es</strong>salva constante ao final do laudo do perito sobre não se encon<strong>tr</strong>ar habilitado para avaliação das<br />

condiçõ<strong>es</strong> de saúde do ponto de vista ortopédico.<br />

Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissõ<strong>es</strong>, aportar clareza ou retificar<br />

eventuais con<strong>tr</strong>adiçõ<strong>es</strong> existent<strong>es</strong> no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentaçõ<strong>es</strong> do<br />

embargante, verifica-se que <strong>es</strong>ta aponta a existência de omissão e con<strong>tr</strong>adição na decisão proferida por <strong>es</strong>te Juízo.<br />

Todavia, a hipót<strong>es</strong>e dos autos não caracteriza omissão, con<strong>tr</strong>adição ou obscuridade, não podendo prosperar o recurso<br />

interposto, uma vez que ausent<strong>es</strong> os requisitos previstos no art. 535 do CPC.<br />

A decisão guerreada expôs, de forma bastante clara, que a parte autora, ora embargada, foi submetida a duas perícias<br />

médicas, sendo que o primeiro laudo médico-pericial, realizado por cardiologista, consignou ser aquela portadora de<br />

hipertensão arterial sistêmica de caráter moderado, com l<strong>es</strong>õ<strong>es</strong> ortopédicas, sendo que, não obstante o expert afirmar que<br />

não <strong>es</strong>taria habilitado para avaliar a parte ortopédica, <strong>es</strong>te informa que a incapacidade é parcial, ao passo que a função de


faxineira não permitiria sua atividade laborativa. O segundo laudo, por sua vez, realizado por reumatologista, constatou ser<br />

a parte portadora de fibromialgia, o que não a incapacitaria para o <strong>tr</strong>abalho. Consignou-se que, não obstante as conclusõ<strong>es</strong><br />

periciais, a legislação proc<strong>es</strong>sual permite ao juiz formular seu convencimento com base em ou<strong>tr</strong>os elementos ou fatos<br />

provados, não <strong>es</strong>tando ads<strong>tr</strong>ito tão-somente à conclusão obtida pelo perito.<br />

Assim, observa-se que a matéria posta no recurso inominado mereceu exame e d<strong>es</strong>ate nos limit<strong>es</strong> das razõ<strong>es</strong> recursais.<br />

Cabe d<strong>es</strong>tacar que o julgador, d<strong>es</strong>de que fundamente suficientemente sua decisão, não <strong>es</strong>tá obrigado a r<strong>es</strong>ponder todas as<br />

alegaçõ<strong>es</strong> das part<strong>es</strong>, a ater-se aos fundamentos por elas apr<strong>es</strong>entados nem a rebater um a um todos os argumentos<br />

levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto ao d<strong>es</strong>linde da causa não oportuniza a oposição de embargos de<br />

declaração, sem que pr<strong>es</strong>ente alguma das hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> do art. 535 do CPC. Na verdade, os embargos de declaração não se<br />

pr<strong>es</strong>tam a materializar nítido qu<strong>es</strong>tionário dirigido ao julgador, pois o proc<strong>es</strong>so, enquanto ins<strong>tr</strong>umento de dis<strong>tr</strong>ibuição da<br />

justiça, não tem a pretensão de viabilizar verdadeiros diálogos en<strong>tr</strong>e os litigant<strong>es</strong> e as magis<strong>tr</strong>aturas.<br />

Além disso, os embargos de declaração não se pr<strong>es</strong>tam a inovar na causa e incluir fundamentos até então ausent<strong>es</strong>. Não é<br />

possível, em sede de embargos declaratórios, inovar o feito, <strong>tr</strong>azendo à discussão temas ou qu<strong>es</strong>tõ<strong>es</strong> complementar<strong>es</strong>, não<br />

objeto do decisum.<br />

Assim, inexiste omissão ou con<strong>tr</strong>adição no acórdão impugnado. Todos os pontos nec<strong>es</strong>sários ao julgamento da causa<br />

foram devidamente analisados na decisão colegiada.<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, r<strong>es</strong>tando demons<strong>tr</strong>ada tão-somente<br />

a inconformidade da embargante com o provimento jurisdicional.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

110 - 2007.50.51.003010-7/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: LILIAN BERTOLANI DO<br />

ESPÍRITO SANTO.) x RICARDO PESSOA.<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2007.50.51.003010-7/01<br />

Embargante : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Embargado : RICARDO PESSOA<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – PRONUNCIAMENTO SOBRE PEDIDO DE ESCLARECIMENTO –<br />

INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO NÃO PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo INSS em face do acórdão proferido às fls. 66/68, que afastou a<br />

ocorrência de omissão, con<strong>tr</strong>adição ou obscuridade na sentença embargada. Em sínt<strong>es</strong>e, aduz que, no julgado guerreado,<br />

não houve pronunciamento sobre o pedido de <strong>es</strong>clarecimento da autarquia previdenciária quanto à informação de que o<br />

segurado se aposentou ant<strong>es</strong> do início da vigência da Lei n. 9.876/99, que alterou a redação do art. 29 da Lei n. 8.213/91.<br />

Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissõ<strong>es</strong>, aportar clareza ou retificar<br />

eventuais con<strong>tr</strong>adiçõ<strong>es</strong> existent<strong>es</strong> no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentaçõ<strong>es</strong> do<br />

embargante, verifica-se que <strong>es</strong>ta aponta a existência de omissão na decisão proferida por <strong>es</strong>te Juízo. Todavia, a hipót<strong>es</strong>e<br />

dos autos não caracteriza omissão, con<strong>tr</strong>adição ou obscuridade, não podendo prosperar o recurso interposto, uma vez que<br />

ausent<strong>es</strong> os requisitos previstos no art. 535 do CPC. Ora, a decisão embargada revela que a alegação de decadência não<br />

foi objeto do recurso inominado interposto pelo INSS, sendo, portanto, irrelevante o pronunciamento a que se refere a parte<br />

embargante.<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, r<strong>es</strong>tando demons<strong>tr</strong>ada tão-somente<br />

a inconformidade da autarquia previdenciária com o provimento jurisdicional.<br />

A C Ó R D Ã O


Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

111 - 2006.50.50.000035-7/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA<br />

COSTA.) x IRACY OLIVEIRA MEIRELES (DEF.PUB: Karina Rocha Mitleg Bayerl.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2006.50.50.000035-7/01<br />

Embargante : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Embargada : IRACY OLIVEIRA MEIRELES<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – ERRO MATERIAL – REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO DO BENEFÍCIO<br />

PREVIDENCIÁRIO – TERMO A QUO - EXISTÊNCIA DE DECISÃO EXTRAPETITA – RECURSO PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS em face da<br />

sentença que julgou procedente o pedido autoral. Sustenta o embargante que a decisão incorreu em erro material,<br />

considerando que o termo a quo para a conc<strong>es</strong>são do benefício previdenciário foi fixado em 11.02.2004, todavia a parte<br />

autora, ora embargada, somente requereu adminis<strong>tr</strong>ativamente o benefício em qu<strong>es</strong>tão em 21.09.2004.<br />

Nos termos do art. 535 do CPC, os embargos de declaração são cabíveis para a modificação do julgado que se apr<strong>es</strong>enta<br />

omisso, con<strong>tr</strong>aditório ou obscuro, bem como para sanar possível erro material existente na decisão, o que não é o caso dos<br />

autos.<br />

Conforme art. 463, I, do CPC, publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la para lhe corrigir, de ofício ou a requerimento<br />

da parte, inexatidõ<strong>es</strong> materiais, ou lhe retificar erros de cálculo.<br />

A sentença proferida pelo juízo de origem expôs que deveras o requerimento adminis<strong>tr</strong>ativo formalizado pela parte autora,<br />

ora embargada, ocorreu em 21.09.2004, todavia o INSS, ora embargante, fixou o início da incapacidade da parte em<br />

11.02.2004, conforme documento acostado à fl. 18 d<strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos. Em razão disso, foi tomada <strong>es</strong>ta última data para fixação<br />

do termo a quo para a conc<strong>es</strong>são do benefício pleiteado.<br />

Por ou<strong>tr</strong>o lado, não se pode negar que houve, no caso, decisão ul<strong>tr</strong>apetita (art. 460 do CPC), vez que ex<strong>tr</strong>apolado o pedido<br />

formulado pela parte autora na inicial, considerando que o requerimento adminis<strong>tr</strong>ativo deu-se em 21.09.2004 (fl. 18).<br />

Embargos de declaração providos, com efeitos modificativos, para reformar a sentença proferida às fls. 67/73, na parte que<br />

fixa a DIB em 11.02.2004, devendo <strong>es</strong>ta ser alterada para 21.09.2004.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E DAR-LHE PROVIMENTO, na forma<br />

da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos


Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

112 - 2007.50.50.008680-3/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: NEIDE DEZANE<br />

MARIANI.) x JOSE VIRGILIO SCHWAB LEITE.<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2007.50.50.008680-3/01<br />

Embargante : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Embargada : JOSE VIRGÍLIO SCHWAB LEITE<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – PONTO CRUCIAL: NÃO-RECEBIMENTO DA GRATIFICAÇÃO<br />

PLEITEADA PELA PARTE AUTORA DESDE A DATA DA OPÇÃO PELA CARREIRA DE SEGURO SOCIAL –EXISTÊNCIA<br />

DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS em face do<br />

acórdão que referendou a decisão monocrática, que, por sua vez, negou provimento ao recurso inominado. Sustenta o<br />

embargante que a decisão foi omissa com relação a um ponto crucial, qual seja, o não-recebimento da gratificação<br />

pleiteada pela autora, ora embargada, d<strong>es</strong>de a data da opção pela carreira de seguro social.<br />

Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissõ<strong>es</strong>, aportar clareza ou retificar<br />

eventuais con<strong>tr</strong>adiçõ<strong>es</strong> existent<strong>es</strong> no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentaçõ<strong>es</strong> do<br />

embargante, verifica-se que <strong>es</strong>ta aponta a existência de omissão na decisão proferida por <strong>es</strong>te Juízo.<br />

Deveras, o acórdão guerreado não enfrentou a qu<strong>es</strong>tão posta em debate no recurso inominado, qual seja: a acumulação<br />

das gratificaçõ<strong>es</strong> GDASS e GDATA.<br />

Não obstante, a sentença revela que a procedência da ação refere-se à diferença apurada a título de GDATA e não de<br />

GDASS, não se falando, assim, em qualquer vinculação do julgado em qu<strong>es</strong>tão a ou<strong>tr</strong>as gratificaçõ<strong>es</strong> que possam ser<br />

pagas à parte autora, ora embargada.<br />

Assim, merecem ser acolhidos os pr<strong>es</strong>ent<strong>es</strong> embargos de declaração, em razão da existência da omissão suscitada pela<br />

parte embargante, integrando-se ao julgado guerreado o texto vinculado ao item anterior, para afastar a cumulação de<br />

gratificaçõ<strong>es</strong> no caso, ou mais <strong>es</strong>pecificamente, a GDASS.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER O RECURSO E DAR-LHE PROVIMENTO, na forma<br />

da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

113 - 2007.50.50.006921-0/01 FUNDACAO NACIONAL DE SAUDE - FUNASA (PROCDOR: FLAVIO TELES FILOGONIO.)<br />

x APARECIDA FORTES JOAQUIM.<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL


Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2007.50.50.006921-0/01<br />

Embargante : FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASA<br />

Embargada : APARECIDA FORTES JOAQUIM<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – CONTRADIÇÃO – REFERÊNCIA À GDATA ATÉ AGOSTO/2002 – CONDENAÇÃO ATÉ<br />

31/05/2002 – INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO NÃO PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo FUNDAÇÃO NACIONAL DE SÁUDE - FUNASA em face do acórdão<br />

que concedeu parcial provimento ao recurso inominado. Alega a embargante que há con<strong>tr</strong>adição no acórdão embargado<br />

na medida em que fixa a competência de agosto/2002 como termo ad quem para a incidência da gratificação.<br />

Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissõ<strong>es</strong>, aportar clareza ou retificar<br />

eventuais con<strong>tr</strong>adiçõ<strong>es</strong> existent<strong>es</strong> no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentaçõ<strong>es</strong> do<br />

embargante, verifica-se que <strong>es</strong>ta aponta a existência de omissão na decisão proferida por <strong>es</strong>te Juízo.<br />

Todavia, a hipót<strong>es</strong>e dos autos não caracteriza omissão, con<strong>tr</strong>adição ou obscuridade, não podendo prosperar o recurso<br />

interposto, uma vez que ausent<strong>es</strong> os requisitos previstos no art. 535 do CPC.<br />

A decisão guerreada declara que os con<strong>tr</strong>achequ<strong>es</strong> apr<strong>es</strong>entados nos autos denotam que a gratificação (GDATA) somente<br />

foi paga à parte autora, ora embargada, até 31.08.2002, quando foi substituída pela GDASST, motivo pelo qual a<br />

condenação se limitou até a competência de agosto/2002.<br />

Os embargos de declaração não se pr<strong>es</strong>tam a inovar na causa e incluir fundamentos até então ausent<strong>es</strong>. A matéria posta<br />

no recurso inominado e nas con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong> apr<strong>es</strong>entadas mereceu exame e d<strong>es</strong>ate nos limit<strong>es</strong> das razõ<strong>es</strong> recursais. Não é<br />

possível, em sede de embargos declaratórios, inovar o feito, <strong>tr</strong>azendo à discussão temas ou qu<strong>es</strong>tõ<strong>es</strong> complementar<strong>es</strong>, não<br />

objeto do decisum.<br />

Além disso, os embargos de declaração não são <strong>es</strong>pécie recursal mais adequada para sanar o error in procedendo, isto é,<br />

<strong>es</strong>te não se enquadra nem em hipót<strong>es</strong>e de omissão, con<strong>tr</strong>adição ou obscuridade. Segundo jurisprudência do próprio STJ, in<br />

verbis: “Os embargos de declaração não se pr<strong>es</strong>tam ao reexame de matéria já decidida, sendo certo, ainda, que nos<br />

termos do artigo 535 do Código de Proc<strong>es</strong>so Civil, a eventual ocorrência de error in procedendo ou error in judicando é<br />

insuscetível de correção pela via dos embargos declaratórios. [...]". (STJ, EDcl no MS 9038/DF, 3ª Seção, rel. Min. PAULO<br />

MEDINA, data do julgamento 10.3.2004).<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, r<strong>es</strong>tando demons<strong>tr</strong>ada tão-somente<br />

a inconformidade da embargante com o provimento jurisdicional.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

114 - 2008.50.53.000150-6/01 FUNDACAO NACIONAL DE SAUDE - FUNASA (PROCDOR: VIVIANE MILED MONTEIRO<br />

CALIL SALIM.) x JACINTO DEL PIERI (ADVOGADO: MARCELO MATEDI ALVES, LEONARDO PIZZOL VINHA.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2008.50.53.000150-6/01


Embargante : FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASA<br />

Embargado : JACINTO DEL PIERI<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO - PREQUESTIONAMENTO – VIOLAÇÕES CONSTITUCIONAIS –<br />

INCIDÊNCIA DA SÚMULA 356 DO STF - INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO NÃO<br />

PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pela FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASA em face do acórdão<br />

que deu parcial provimento ao recurso inominado. Alega a embargante que a decisão seria omissa quanto às violaçõ<strong>es</strong><br />

constitucionais suscitadas.<br />

Não assiste razão à embargante. A Jurisprudência pá<strong>tr</strong>ia, ao decidir qu<strong>es</strong>tionamentos quanto às possibilidad<strong>es</strong> de<br />

interposição d<strong>es</strong>sa via recursal, assim já decidiu: “M<strong>es</strong>mo nos embargos de declaração com fim de prequ<strong>es</strong>tionamento,<br />

devem-se observar os lind<strong>es</strong> <strong>tr</strong>açados no art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, con<strong>tr</strong>adição, omissão e, por cons<strong>tr</strong>ução<br />

pretoriana integrativa, a hipót<strong>es</strong>e de erro material). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - Primeira<br />

Turma, R<strong>es</strong>p. 11465-0-SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).<br />

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos nec<strong>es</strong>sários ao julgamento da causa foram devidamente<br />

analisados na decisão colegiada.<br />

Deveras, o fato de o acórdão guerreado não ter se manif<strong>es</strong>tado expr<strong>es</strong>samente sobre os artigos de lei que a parte alega<br />

incidir à <strong>es</strong>pécie não leva à conclusão de que ofendido o art. 535 do CPC, pois o julgador, d<strong>es</strong>de que fundamente<br />

suficientemente sua decisão, não <strong>es</strong>tá obrigado a r<strong>es</strong>ponder todas as alegaçõ<strong>es</strong> das part<strong>es</strong>, a ater-se aos fundamentos por<br />

elas apr<strong>es</strong>entados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto ao<br />

d<strong>es</strong>linde da causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que pr<strong>es</strong>ente alguma das hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> do art.<br />

535 do CPC.<br />

Na verdade, os embargos de declaração não se pr<strong>es</strong>tam a materializar nítido qu<strong>es</strong>tionário dirigido ao julgador, pois o<br />

proc<strong>es</strong>so, enquanto ins<strong>tr</strong>umento de dis<strong>tr</strong>ibuição da justiça, não tem a pretensão de viabilizar verdadeiros diálogos en<strong>tr</strong>e os<br />

litigant<strong>es</strong> e as magis<strong>tr</strong>aturas.<br />

Não obstante, não se observa, no caso, violação ao princípio da legalidade (art. 37, caput, da CR/88), tampouco aos arts.<br />

61, §1º, II, a, 63 e 169, §1º, da CR/88.<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

115 - 2008.50.50.000765-8/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCELE SILVEIRA<br />

VIDAL BALDANZA.) x NOBERTO DIAS (ADVOGADO: EUSTACHIO DOMICIO L. RAMACCIOTTI, LEONARDO PIZZOL<br />

VINHA, MARCELO MATEDI ALVES.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2008.50.50.000765-8/01<br />

Embargante : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Embargado : NOBERTO DIAS<br />

E M E N T A


EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO - PREQUESTIONAMENTO – INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 356 DO STF –<br />

VIOLAÇÕES CONSTITUCIONAIS - INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO NÃO<br />

PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS em face de<br />

decisão que deu parcial provimento ao recurso inominado. Alega o embargante que a decisão seria omissa quanto às<br />

violaçõ<strong>es</strong> constitucionais suscitadas.<br />

Não assiste razão ao embargante. A Jurisprudência pá<strong>tr</strong>ia, ao decidir qu<strong>es</strong>tionamentos quanto às possibilidad<strong>es</strong> de<br />

interposição d<strong>es</strong>sa via recursal, assim já decidiu: “M<strong>es</strong>mo nos embargos de declaração com fim de prequ<strong>es</strong>tionamento,<br />

devem-se observar os lind<strong>es</strong> <strong>tr</strong>açados no art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, con<strong>tr</strong>adição, omissão e, por cons<strong>tr</strong>ução<br />

pretoriana integrativa, a hipót<strong>es</strong>e de erro material). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - Primeira<br />

Turma, R<strong>es</strong>p. 11465-0-SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).<br />

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos nec<strong>es</strong>sários ao julgamento da causa foram devidamente<br />

analisados na decisão colegiada.<br />

Deveras, o fato de o acórdão guerreado não ter se manif<strong>es</strong>tado expr<strong>es</strong>samente sobre os artigos de lei que a parte alega<br />

incidir à <strong>es</strong>pécie não leva à conclusão de que ofendido o art. 535 do CPC, pois o julgador, d<strong>es</strong>de que fundamente<br />

suficientemente sua decisão, não <strong>es</strong>tá obrigado a r<strong>es</strong>ponder todas as alegaçõ<strong>es</strong> das part<strong>es</strong>, a ater-se aos fundamentos por<br />

elas apr<strong>es</strong>entados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto ao<br />

d<strong>es</strong>linde da causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que pr<strong>es</strong>ente alguma das hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> do art.<br />

535 do CPC.<br />

Na verdade, os embargos de declaração não se pr<strong>es</strong>tam a materializar nítido qu<strong>es</strong>tionário dirigido ao julgador, pois o<br />

proc<strong>es</strong>so, enquanto ins<strong>tr</strong>umento de dis<strong>tr</strong>ibuição da justiça, não tem a pretensão de viabilizar verdadeiros diálogos en<strong>tr</strong>e os<br />

litigant<strong>es</strong> e as magis<strong>tr</strong>aturas.<br />

Não obstante, não se observa, no caso, violação aos arts. 5º, 37, 40 e 61 da CR/88.<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

116 - 2008.50.50.001093-1/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCELE SILVEIRA<br />

VIDAL BALDANZA.) x MARIA CECILIA DE ALMEIDA LIMA (ADVOGADO: MARCELO MATEDI ALVES, EUSTACHIO<br />

DOMICIO L. RAMACCIOTTI.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2008.50.50.001093-1/01<br />

Embargante : INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Embargado : MARIA CECÍLIA DE ALMEIDA LIMA<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO - PREQUESTIONAMENTO – DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS –<br />

CONTRADIÇÃO – CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS NO ACÓRDÃO<br />

EMBARGADO – RECURSO NÃO PROVIDO.


Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS em face de<br />

decisão que concedeu provimento parcial ao recurso inominado e condenou o recorrente em honorários advocatícios. Alega<br />

o embargante que a decisão seria omissa quanto às violaçõ<strong>es</strong> constitucionais suscitadas e con<strong>tr</strong>aditória com relação à<br />

condenação em honorários advocatícios.<br />

Não assiste razão ao embargante. A Jurisprudência pá<strong>tr</strong>ia, ao decidir qu<strong>es</strong>tionamentos quanto às possibilidad<strong>es</strong> de<br />

interposição d<strong>es</strong>sa via recursal, assim já decidiu: “M<strong>es</strong>mo nos embargos de declaração com fim de prequ<strong>es</strong>tionamento,<br />

devem-se observar os lind<strong>es</strong> <strong>tr</strong>açados no art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, con<strong>tr</strong>adição, omissão e, por cons<strong>tr</strong>ução<br />

pretoriana integrativa, a hipót<strong>es</strong>e de erro material). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - Primeira<br />

Turma, R<strong>es</strong>p. 11465-0-SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).<br />

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos nec<strong>es</strong>sários ao julgamento da causa foram devidamente<br />

analisados na decisão colegiada.<br />

Deveras, o fato de o acórdão guerreado não ter se manif<strong>es</strong>tado expr<strong>es</strong>samente sobre os artigos de lei que a parte alega<br />

incidir à <strong>es</strong>pécie não leva à conclusão de que ofendido o art. 535 do CPC, pois o julgador, d<strong>es</strong>de que fundamente<br />

suficientemente sua decisão, não <strong>es</strong>tá obrigado a r<strong>es</strong>ponder todas as alegaçõ<strong>es</strong> das part<strong>es</strong>, a ater-se aos fundamentos por<br />

elas apr<strong>es</strong>entados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto ao<br />

d<strong>es</strong>linde da causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que pr<strong>es</strong>ente alguma das hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> do art.<br />

535 do CPC.<br />

Na verdade, os embargos de declaração não se pr<strong>es</strong>tam a materializar nítido qu<strong>es</strong>tionário dirigido ao julgador, pois o<br />

proc<strong>es</strong>so, enquanto ins<strong>tr</strong>umento de dis<strong>tr</strong>ibuição da justiça, não tem a pretensão de viabilizar verdadeiros diálogos en<strong>tr</strong>e os<br />

litigant<strong>es</strong> e as magis<strong>tr</strong>aturas.<br />

Não obstante, não se vislumbra, na hipót<strong>es</strong>e, violação aos artigos 5º, 37, 40, 61 e 169 da CR/88.<br />

Afastada também a con<strong>tr</strong>adição suscitada no julgado guerreado, em atenção ao disposto no parágrafo único do art. 21 do<br />

CPC, que dispõe que, se um litigante decair de parte mínima do pedido, o ou<strong>tr</strong>o r<strong>es</strong>ponderá, por inteiro, pelas d<strong>es</strong>p<strong>es</strong>as e<br />

honorários. É a hipót<strong>es</strong>e dos autos.<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, r<strong>es</strong>tando demons<strong>tr</strong>ada tão-somente<br />

a inconformidade da embargante com o provimento jurisdicional.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

117 - 2008.50.53.000122-1/01 FUNDACAO NACIONAL DE SAUDE - FUNASA (PROCDOR: VILMAR LOBO ABDALAH<br />

JR..) x ANTONIO CARLOS RIBEIRO (ADVOGADO: MARCELO MATEDI ALVES, EUSTACHIO DOMICIO L.<br />

RAMACCIOTTI.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2008.50.53.000122-1/01<br />

Embargante : FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASA<br />

Embargado : ANTÔNIO CARLOS RIBEIRO<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO - PREQUESTIONAMENTO – INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 356 DO STF -<br />

INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO NÃO PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pela FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASA em face de decisão<br />

que deu parcial provimento ao recurso inominado. Alega o embargante que a decisão seria omissa quanto às violaçõ<strong>es</strong>


constitucionais suscitadas.<br />

Não assiste razão à embargante. A Jurisprudência pá<strong>tr</strong>ia, ao decidir qu<strong>es</strong>tionamentos quanto às possibilidad<strong>es</strong> de<br />

interposição d<strong>es</strong>sa via recursal, assim já decidiu: “M<strong>es</strong>mo nos embargos de declaração com fim de prequ<strong>es</strong>tionamento,<br />

devem-se observar os lind<strong>es</strong> <strong>tr</strong>açados no art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, con<strong>tr</strong>adição, omissão e, por cons<strong>tr</strong>ução<br />

pretoriana integrativa, a hipót<strong>es</strong>e de erro material). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - Primeira<br />

Turma, R<strong>es</strong>p. 11465-0-SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).<br />

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos nec<strong>es</strong>sários ao julgamento da causa foram devidamente<br />

analisados na decisão colegiada.<br />

Deveras, o fato de o acórdão guerreado não ter se manif<strong>es</strong>tado expr<strong>es</strong>samente sobre os artigos de lei que a parte alega<br />

incidir à <strong>es</strong>pécie não leva à conclusão de que ofendido o art. 535 do CPC, pois o julgador, d<strong>es</strong>de que fundamente<br />

suficientemente sua decisão, não <strong>es</strong>tá obrigado a r<strong>es</strong>ponder todas as alegaçõ<strong>es</strong> das part<strong>es</strong>, a ater-se aos fundamentos por<br />

elas apr<strong>es</strong>entados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto ao<br />

d<strong>es</strong>linde da causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que pr<strong>es</strong>ente alguma das hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> do art.<br />

535 do CPC.<br />

Na verdade, os embargos de declaração não se pr<strong>es</strong>tam a materializar nítido qu<strong>es</strong>tionário dirigido ao julgador, pois o<br />

proc<strong>es</strong>so, enquanto ins<strong>tr</strong>umento de dis<strong>tr</strong>ibuição da justiça, não tem a pretensão de viabilizar verdadeiros diálogos en<strong>tr</strong>e os<br />

litigant<strong>es</strong> e as magis<strong>tr</strong>aturas.<br />

Não obstante, não se observa, no caso, violação ao aos arts. 37, caput, 40, §8º, 61, §1º, II, a, 63 e 169, §1º, da CR/88.<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

118 - 2007.50.50.008271-8/01 UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ANDREA M. SANTOS SANTANA.) x OSWALDO COLONA<br />

(ADVOGADO: HELTON TEIXEIRA RAMOS.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2007.50.50.008271-8/01<br />

Embargante : UNIÃO<br />

Embargado : OSWALDO COLONA<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO – AUTOR NÃO PERCEBEU A<br />

GRATIFICAÇÃO – INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO NÃO PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pela UNIÃO em face da decisão que negou provimento ao recurso<br />

inominado. Sustenta a embargante que houve omissão no julgado guerreado, na medida em que deixa de se manif<strong>es</strong>tar<br />

sobre a alegação de impossibilidade jurídica do pedido formulado na inicial da ação, vez que a gratificação em qu<strong>es</strong>tão não<br />

se aplica à carreira de policial rodoviário federal. D<strong>es</strong>taca ainda que, conforme parecer técnico do NECAP/ES, o autor, ora<br />

embargado, não percebeu a gratificação a que se refere a condenação, sendo que ele m<strong>es</strong>mo nem <strong>es</strong>pecifica, na peça<br />

v<strong>es</strong>tibular, quais gratificaçõ<strong>es</strong> teria direito.<br />

Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissõ<strong>es</strong>, aportar clareza ou retificar<br />

eventuais con<strong>tr</strong>adiçõ<strong>es</strong> existent<strong>es</strong> no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentaçõ<strong>es</strong> do


embargante, verifica-se que <strong>es</strong>ta aponta a existência de omissão na decisão proferida por <strong>es</strong>te Juízo.<br />

Todavia, a hipót<strong>es</strong>e dos autos não caracteriza omissão, con<strong>tr</strong>adição ou obscuridade, não podendo prosperar o recurso<br />

interposto, uma vez que ausent<strong>es</strong> os requisitos previstos no art. 535 do CPC.<br />

A decisão guerreada expõe, de forma bastante clara, que as preliminar<strong>es</strong> arguidas pela parte recorrente devem ser<br />

rejeitadas, pelo fato de o direito do autor <strong>es</strong>tar r<strong>es</strong>paldado no princípio da isonomia e da paridade en<strong>tr</strong>e servidor<strong>es</strong> ativos e<br />

inativos (art. 7º da EC n. 41/2003). Além disso, vale d<strong>es</strong>tacar que o julgador, d<strong>es</strong>de que fundamente suficientemente sua<br />

decisão, não <strong>es</strong>tá obrigado a r<strong>es</strong>ponder todas as alegaçõ<strong>es</strong> das part<strong>es</strong>, a ater-se aos fundamentos por elas apr<strong>es</strong>entados<br />

nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto ao d<strong>es</strong>linde da causa não<br />

oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que pr<strong>es</strong>ente alguma das hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> do art. 535 do CPC.<br />

Com relação aos documentos apr<strong>es</strong>entados pela parte recorrente, é bom frisar que os embargos de declaração não se<br />

pr<strong>es</strong>tam a inovar na causa e incluir fundamentos até então ausent<strong>es</strong>. A matéria posta no recurso inominado mereceu<br />

exame e d<strong>es</strong>ate nos limit<strong>es</strong> das razõ<strong>es</strong> recursais. Não é possível, em sede de embargos declaratórios, inovar o feito,<br />

<strong>tr</strong>azendo à discussão temas ou qu<strong>es</strong>tõ<strong>es</strong> complementar<strong>es</strong>, não objeto do decisum.<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, r<strong>es</strong>tando demons<strong>tr</strong>ada tão-somente<br />

a inconformidade da embargante com o provimento jurisdicional.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

119 - 2005.50.50.000888-1/01 ELSON ALMEIDA DE ARAUJO (ADVOGADO: RENATO GIUBERTI MIRANDA, TATIANA<br />

FERNANDES CAMPONEZ, CARLOS EDUARDO GUIMARÃES LABUTO.) x INSTITUTO BRASILEIRO DOS RECURSOS<br />

NATURAIS E RENOVAVEIS - IBAMA (PROCDOR: Victor Yuri Ivanov dos Santos Farina.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2005.50.50.000888-1/01<br />

Embargante : INSTITUTO BRASILEIRO DE RECURSOS NATURAIS E RENOVÁVEIS - IBAMA<br />

Embargado : ELSON ALMEIDA DE ARAÚJO<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – CONTRADIÇÃO – MULTA POR LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ DEVIDA AO AUTOR DA<br />

AÇÃO – INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO NÃO PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo INSTITUTO BRASILEIRO DE RECURSOS NATURAIS E<br />

RENOVÁVEIS - IBAMA em face do acórdão que deu provimento parcial ao recurso inominado e afastou a condenação de<br />

litigância de má-fé por parte do autor, ora embargado. Alega o embargante que a multa por litigância de má-fé, caso fosse<br />

apreciada adequadamente, seria mantida.<br />

Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissõ<strong>es</strong>, aportar clareza ou retificar<br />

eventuais con<strong>tr</strong>adiçõ<strong>es</strong> existent<strong>es</strong> no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentaçõ<strong>es</strong> do<br />

embargante, verifica-se que <strong>es</strong>ta aponta a existência de omissão na decisão proferida por <strong>es</strong>te Juízo.<br />

Todavia, a hipót<strong>es</strong>e dos autos não caracteriza omissão, con<strong>tr</strong>adição ou obscuridade, não podendo prosperar o recurso<br />

interposto, uma vez que ausent<strong>es</strong> os requisitos previstos no art. 535 do CPC. Ora, a decisão guerreada expôs, de forma<br />

bastante clara, que, com relação à condenação do embargado por litigância de má-fé, não pode elastecer a interpretação<br />

do art. 17, I, do CPC, sob pena de cerceamento do direito de def<strong>es</strong>a.<br />

Além disso, os embargos de declaração não se pr<strong>es</strong>tam a inovar na causa e incluir fundamentos até então ausent<strong>es</strong>. A<br />

matéria posta no recurso inominado e nas con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong> mereceu exame e d<strong>es</strong>ate nos limit<strong>es</strong> das razõ<strong>es</strong> recursais. Não é


possível, em sede de embargos declaratórios, inovar o feito, <strong>tr</strong>azendo à discussão temas ou qu<strong>es</strong>tõ<strong>es</strong> complementar<strong>es</strong>, não<br />

objeto do decisum.<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, r<strong>es</strong>tando demons<strong>tr</strong>ada tão-somente<br />

a inconformidade da embargante com o provimento jurisdicional.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

120 - 2004.50.01.003524-3/01 INSTITUTO BRASILEIRO DOS RECURSOS NATURAIS E RENOVAVEIS - IBAMA<br />

(PROCDOR: SHIZUE SOUZA KITAGAWA.) x ANTONIO MANGA DA SILVA (ADVOGADO: GILDO RIBEIRO DA SILVA,<br />

ANA IZABEL VIANA GONSALVES.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2004.50.01.003524-3/01<br />

Embargante : INSTITUTO BRASILEIRO DE RECURSOS NATURAIS E RENOVÁVEIS - IBAMA<br />

Embargado : ANTÔNIO MANGA DA SILVA<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO - PREQUESTIONAMENTO – INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 356 DO STF -<br />

INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO NÃO PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo INSTITUTO BRASILEIRO DE RECURSOS NATURAIS E<br />

RENOVÁVEIS - IBAMA em face de decisão que negou provimento ao recurso inominado. Alega o embargante que a<br />

decisão seria omissa quanto às violaçõ<strong>es</strong> constitucionais suscitadas.<br />

Não assiste razão ao embargante. A Jurisprudência pá<strong>tr</strong>ia, ao decidir qu<strong>es</strong>tionamentos quanto às possibilidad<strong>es</strong> de<br />

interposição d<strong>es</strong>sa via recursal, assim já decidiu: “M<strong>es</strong>mo nos embargos de declaração com fim de prequ<strong>es</strong>tionamento,<br />

devem-se observar os lind<strong>es</strong> <strong>tr</strong>açados no art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, con<strong>tr</strong>adição, omissão e, por cons<strong>tr</strong>ução<br />

pretoriana integrativa, a hipót<strong>es</strong>e de erro material). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - Primeira<br />

Turma, R<strong>es</strong>p. 11465-0-SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).<br />

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos nec<strong>es</strong>sários ao julgamento da causa foram devidamente<br />

analisados na decisão colegiada.<br />

Deveras, o fato de o acórdão guerreado não ter se manif<strong>es</strong>tado expr<strong>es</strong>samente sobre os artigos de lei que a parte alega<br />

incidir à <strong>es</strong>pécie não leva à conclusão de que ofendido o art. 535 do CPC, pois o julgador, d<strong>es</strong>de que fundamente<br />

suficientemente sua decisão, não <strong>es</strong>tá obrigado a r<strong>es</strong>ponder todas as alegaçõ<strong>es</strong> das part<strong>es</strong>, a ater-se aos fundamentos por<br />

elas apr<strong>es</strong>entados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto ao<br />

d<strong>es</strong>linde da causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que pr<strong>es</strong>ente alguma das hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> do art.<br />

535 do CPC.<br />

Na verdade, os embargos de declaração não se pr<strong>es</strong>tam a materializar nítido qu<strong>es</strong>tionário dirigido ao julgador, pois o<br />

proc<strong>es</strong>so, enquanto ins<strong>tr</strong>umento de dis<strong>tr</strong>ibuição da justiça, não tem a pretensão de viabilizar verdadeiros diálogos en<strong>tr</strong>e os<br />

litigant<strong>es</strong> e as magis<strong>tr</strong>aturas.


Não obstante, não se observa, no caso, violação ao art. 37, caput, da CR/88.<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

121 - 2007.50.50.008860-5/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCELE SILVEIRA<br />

VIDAL BALDANZA.) x JOSE BARBOZA DE SOUZA FILHO.<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2007.50.50.008860-5/01<br />

Embargante : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Embargado : JOSE BARBOZA DE SOUZA FILHO<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – NÃO RECEBIMENTO DA GRATIFICAÇÃO GDASS PLEITEADA PELO<br />

AUTOR DESDE A DATA DA OPÇÃO PELA CARREIRA DE SEGURO SOCIAL – EXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO<br />

EMBARGADO – RECURSO PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS em face da<br />

decisão monocrática proferida às fls. 78/80, sustentando omissão n<strong>es</strong>ta, posto que não se manif<strong>es</strong>tou sobre ponto crucial,<br />

qual seja, o não recebimento da gratificação pleiteada pelo embargado d<strong>es</strong>de a data da opção pela carreira do Seguro<br />

Social, oportunidade em que parou de receber a GDATA. Frisa que a integração do julgado é nec<strong>es</strong>sária para r<strong>es</strong><strong>tr</strong>ingir o<br />

pagamento da diferença apurada a título de GDATA apenas pelo período em que o embargador recebeu a gratificação<br />

requerida.<br />

Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissõ<strong>es</strong>, aportar clareza ou retificar<br />

eventuais con<strong>tr</strong>adiçõ<strong>es</strong> existent<strong>es</strong> no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentaçõ<strong>es</strong> do<br />

embargante, verifica-se que <strong>es</strong>ta aponta a existência de omissão na decisão proferida por <strong>es</strong>te Juízo.<br />

Deveras, o acórdão guerreado não enfrentou a qu<strong>es</strong>tão posta em debate no recurso inominado, qual seja: a acumulação<br />

das gratificaçõ<strong>es</strong> GDASS e GDATA.<br />

Não obstante, a sentença revela que a procedência da ação refere-se à diferença apurada a título de GDATA e não de<br />

GDASS, não se falando, assim, em qualquer vinculação do julgado em qu<strong>es</strong>tão a ou<strong>tr</strong>as gratificaçõ<strong>es</strong> que possam ser<br />

pagas à parte autora, ora embargada.<br />

Assim, merecem ser acolhidos os pr<strong>es</strong>ent<strong>es</strong> embargos de declaração, em razão da existência da omissão suscitada pela<br />

parte embargante, integrando-se ao julgado guerreado o texto vinculado ao item anterior, para afastar a cumulação de<br />

gratificaçõ<strong>es</strong> no caso, ou mais <strong>es</strong>pecificamente, a GDASS.


A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER O RECURSO E DAR-LHE PROVIMENTO, na forma<br />

da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

122 - 2007.50.50.008402-8/01 UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ANDRÉA MARIA DOS SANTOS SANTANA.) x AMERICO<br />

LUCHI E OUTROS (ADVOGADO: GILDO RIBEIRO DA SILVA, ANA IZABEL VIANA GONSALVES.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2007.50.50.008402-8/01<br />

Embargante : UNIÃO<br />

Embargado : AMERICO LUCHI E OUTROS<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO E CONTRADIÇÃO – AUSÊNCIA DE ANÁLISE DA INCIDÊNCIA DA REGRA<br />

DA PARIDADE COM RELAÇÃO À AUTORA DILMA RODRIGUES LOPES - CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS<br />

ADVOCATÍCIOS – INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO NÃO PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pela UNIÃO em face de decisão que negou provimento ao recurso<br />

inominado e condenou o recorrente em honorários advocatícios. Alega o embargante que a decisão seria omissa com<br />

relação à incidência da regra da paridade com relação à autora DILMA RODRIGUES LOPES, nos termos do art. 40, §8º, da<br />

CR/88. Sustenta que seria também con<strong>tr</strong>aditória quanto à fixação da verba honorária em 10% sobre o valor da condenação,<br />

um vez que o recurso inominado foi interposto somente com relação à supracitada autora.<br />

Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissõ<strong>es</strong>, aportar clareza ou retificar<br />

eventuais con<strong>tr</strong>adiçõ<strong>es</strong> existent<strong>es</strong> no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentaçõ<strong>es</strong> do<br />

embargante, verifica-se que <strong>es</strong>ta aponta a existência de omissão e con<strong>tr</strong>adição na decisão proferida por <strong>es</strong>te Juízo.<br />

Todavia, a hipót<strong>es</strong>e dos autos não caracteriza omissão, con<strong>tr</strong>adição ou obscuridade, não podendo prosperar o recurso<br />

interposto, uma vez que ausent<strong>es</strong> os requisitos previstos no art. 535 do CPC.<br />

A matéria posta no recurso inominado mereceu exame e d<strong>es</strong>ate nos limit<strong>es</strong> das razõ<strong>es</strong> recursais, sendo d<strong>es</strong>cabida a<br />

alegação de que teria sido omissa quanto à qu<strong>es</strong>tão da regra da paridade com relação à autora d<strong>es</strong>tacada. Cabe d<strong>es</strong>tacar<br />

que o julgador, d<strong>es</strong>de que fundamente suficientemente sua decisão, não <strong>es</strong>tá obrigado a r<strong>es</strong>ponder todas as alegaçõ<strong>es</strong> das<br />

part<strong>es</strong>, a ater-se aos fundamentos por elas apr<strong>es</strong>entados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de tal<br />

sorte que a insatisfação quanto ao d<strong>es</strong>linde da causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que<br />

pr<strong>es</strong>ente alguma das hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> do art. 535 do CPC. Na verdade, os embargos de declaração não se pr<strong>es</strong>tam a materializar<br />

nítido qu<strong>es</strong>tionário dirigido ao julgador, pois o proc<strong>es</strong>so, enquanto ins<strong>tr</strong>umento de dis<strong>tr</strong>ibuição da justiça, não tem a<br />

pretensão de viabilizar verdadeiros diálogos en<strong>tr</strong>e os litigant<strong>es</strong> e as magis<strong>tr</strong>aturas.<br />

Assim, inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos nec<strong>es</strong>sários ao julgamento da causa foram devidamente<br />

analisados na decisão colegiada.<br />

Também não que se falar em con<strong>tr</strong>adição no que tange à condenação em honorários advocatícios, posto que, embora o<br />

recurso inominado interposto pela ré, ora embargante, tiv<strong>es</strong>se por objeto afastar o pagamento da gratificação somente com<br />

relação a uma das autoras, a análise da matéria em si ocorreu por meio da interposição da peça recursal, por força da<br />

devolutividade do citado recurso, configurando, portanto, matéria a ser apreciada pela Turma Recursal, por ocasião do<br />

julgamento que lhe cabia. Na verdade, a fixação dos honorários advocatícios se deu com fulcro no art. 20, §4º, do CPC,<br />

com base em análise subjetiva.<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, r<strong>es</strong>tando demons<strong>tr</strong>ada tão-somente


a inconformidade da embargante com o provimento jurisdicional.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

123 - 2008.50.50.000916-3/01 FUNDACAO NACIONAL DE SAUDE - FUNASA (PROCDOR: VERA LUCIA SAADE<br />

RIBEIRO.) x MAURO CESAR LOUZADA.<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2008.50.50.000916-3/01<br />

Embargante : FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASA<br />

Embargada : MAURO CESAR LOUZADA<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – CONTRADIÇÃO –INEXISTÊNCIA DO VÍCIO APONTADO NO ACÓRDÃO<br />

EMBARGADO – ERRO MATERIAL - RECURSO PROVIDO – ERRO MATERIAL RECONHECIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pela FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASA em face do acórdão<br />

proferido à fl.100, que julgou procedente o recurso inominado (fl. 74 e seguint<strong>es</strong>) interposto por <strong>es</strong>ta Fundação. Em sínt<strong>es</strong>e,<br />

aduz que, no acórdão referido, houve con<strong>tr</strong>adição uma vez que toda a fundamentação faz referência à FUNASA enquanto a<br />

parte dispositiva (item 4 da ementa) refere-se ao INSS, criando assim a suposta con<strong>tr</strong>adição alegada.<br />

Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissõ<strong>es</strong>, aportar clareza ou retificar<br />

eventuais con<strong>tr</strong>adiçõ<strong>es</strong> existent<strong>es</strong> no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentaçõ<strong>es</strong> do<br />

embargante, verifica-se que <strong>es</strong>ta aponta a existência de con<strong>tr</strong>adição na decisão proferida por <strong>es</strong>te Juízo. Todavia, a<br />

hipót<strong>es</strong>e dos autos não caracteriza tal vício. O que há é a incidência de erro material no acórdão embargado.<br />

Deveras, compulsando os autos verifica-se a existência de erro material no decisum proferido à fl. 100, haja vista que <strong>es</strong>te<br />

se direcionou ao caminho do reconhecimento do êxito logrado pela FUNASA, todavia, em sua parte final refere-se à ou<strong>tr</strong>a<br />

instituição, o INSS.<br />

Ante o exposto, reconheço o erro material existente na referida decisão, retificando o seu teor, que passa a ter a redação a<br />

seguir <strong>tr</strong>anscrita, por aplicação da norma contida no art. 463, I, do CPC: “Recurso provido para extinguir o feito sem<br />

r<strong>es</strong>olução do mérito, por ilegitimidade passiva ad causam da FUNASA. Sem condenação em honorários advocatícios para<br />

FUNASA, de acordo com o art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c art. 1º da Lei nº 10.259/2001”.<br />

Embargos de declaração providos, por reconhecimento de erro material.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E DAR-LHE PROVIMENTO, com o


econhecimento de erro material, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente<br />

julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

124 - 2006.50.50.006423-2/01 MUNICÍPIO DA SERRA (ADVOGADO: CHARLIS ADRIANI PAGANI.) x UNIÃO FEDERAL<br />

(PROCDOR: ANDREA M. SANTOS SANTANA.) x ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ADVOGADO: LÍVIO OLIVEIRA<br />

RAMALHO.) x ANTONIA LOPES DOS SANTOS SILVA (DEF.PUB: Karina Rocha Mitleg Bayerl.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2006.50.50.006423-2/01<br />

Embargante : UNIÃO<br />

Embargada : ANTONIA LOPES DOS SANTOS SILVA<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – NÃO OFENSA AOS ARTS. 198 E 37, CAPUT, DA CR/88 E PEDIDO<br />

ESPECÍFICO DA RÉ – INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO NÃO PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pela UNIÃO em face do acórdão proferido à fl. 217, que manteve a<br />

sentença por seus próprios fundamentos. Em sínt<strong>es</strong>e, aduz que, no julgado guerreado, não houve pronunciamento sobre o<br />

fato de que o fornecimento direto de medicamentos pela UNIÃO não ofende ao disposto nos arts. 198 e 37, caput, da<br />

Constituição da República, e que, <strong>es</strong>tando pr<strong>es</strong>ente o inter<strong>es</strong>se público, nec<strong>es</strong>sária a determinação expr<strong>es</strong>sa dos prazos<br />

para informação pela parte autora do seu <strong>es</strong>tado de saúde, para que não ocorra o risco do fornecimento d<strong>es</strong>nec<strong>es</strong>sário da<br />

medicação.<br />

Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissõ<strong>es</strong>, aportar clareza ou retificar<br />

eventuais con<strong>tr</strong>adiçõ<strong>es</strong> existent<strong>es</strong> no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentaçõ<strong>es</strong> do<br />

embargante, verifica-se que <strong>es</strong>ta aponta a existência de omissão na decisão proferida por <strong>es</strong>te Juízo. Todavia, a hipót<strong>es</strong>e<br />

dos autos não caracteriza omissão, con<strong>tr</strong>adição ou obscuridade, não podendo prosperar o recurso interposto, uma vez que<br />

ausent<strong>es</strong> os requisitos previstos no art. 535 do CPC. Ora, a decisão embargada negou provimento ao recurso inominado,<br />

mantendo a sentença pelos seus próprios fundamentos, nos termos do art. 46 da Lei n. 9.099/95. Esta, por sua vez,<br />

consignou que a UNIÃO tem legitimidade para r<strong>es</strong>ponder por pedidos de fornecimento de remédios <strong>es</strong>pecíficos e caros,<br />

formulados pelos cidadãos de classe baixa, frisando que a parte embargada apr<strong>es</strong>entou laudos médicos demons<strong>tr</strong>ando seu<br />

quadro de saúde.<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, r<strong>es</strong>tando demons<strong>tr</strong>ada tão-somente<br />

a inconformidade da embargante com o provimento jurisdicional.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator


125 - 2007.50.50.011130-5/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO<br />

LEAL DOS SANTOS.) x ALCIR CASTELLARI (ADVOGADO: FREDERICO AUGUSTO MACHADO.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2007.50.50.011130-5/01<br />

Embargante : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL<br />

Embargado : ALCIR CASTELLARI<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO - PREQUESTIONAMENTO – INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO<br />

EMBARGADO – RECURSO NÃO PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL em face de acórdão<br />

que negou provimento ao recurso inominado. Alega a embargante que a decisão seria omissa quanto às violaçõ<strong>es</strong><br />

constitucionais suscitadas.<br />

Não assiste razão ao embargante. A Jurisprudência pá<strong>tr</strong>ia, ao decidir qu<strong>es</strong>tionamentos quanto às possibilidad<strong>es</strong> de<br />

interposição d<strong>es</strong>sa via recursal, assim já decidiu: “M<strong>es</strong>mo nos embargos de declaração com fim de prequ<strong>es</strong>tionamento,<br />

devem-se observar os lind<strong>es</strong> <strong>tr</strong>açados no art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, con<strong>tr</strong>adição, omissão e, por cons<strong>tr</strong>ução<br />

pretoriana integrativa, a hipót<strong>es</strong>e de erro material). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - Primeira<br />

Turma, R<strong>es</strong>p. 11465-0-SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).<br />

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos nec<strong>es</strong>sários ao julgamento da causa foram devidamente<br />

analisados na decisão colegiada.<br />

Deveras, o fato de o acórdão guerreado não ter se manif<strong>es</strong>tado expr<strong>es</strong>samente sobre os princípios constitucionais que a<br />

parte alega incidir à <strong>es</strong>pécie não leva à conclusão de que r<strong>es</strong>tou ofendido o art. 535 do CPC, pois o julgador, d<strong>es</strong>de que<br />

fundamente suficientemente sua decisão, não <strong>es</strong>tá obrigado a r<strong>es</strong>ponder todas as alegaçõ<strong>es</strong> das part<strong>es</strong>, a ater-se aos<br />

fundamentos por elas apr<strong>es</strong>entados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de tal sorte que a<br />

insatisfação quanto ao d<strong>es</strong>linde da causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que pr<strong>es</strong>ente alguma<br />

das hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> do art. 535 do CPC.<br />

Na verdade, os embargos de declaração não se pr<strong>es</strong>tam a materializar nítido qu<strong>es</strong>tionário dirigido ao julgador, pois o<br />

proc<strong>es</strong>so, enquanto ins<strong>tr</strong>umento de dis<strong>tr</strong>ibuição da justiça, não tem a pretensão de viabilizar verdadeiros diálogos en<strong>tr</strong>e os<br />

litigant<strong>es</strong> e as magis<strong>tr</strong>aturas.<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, r<strong>es</strong>tando demons<strong>tr</strong>ada tão-somente<br />

a inconformidade do embargante com o provimento jurisdicional.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

126 - 2008.50.54.000180-1/01 FUNDACAO NACIONAL DE SAUDE - FUNASA (PROCDOR: VIVIANE MILED MONTEIRO<br />

CALIL SALIM.) x ZILDA NASCIMENTO SUAVES (ADVOGADO: EUSTÁQUIO DOMICIO LUCCHESI RAMACCIOTTI,<br />

LEONARDO PIZZOL VINHA, MARCELO MATEDI ALVES.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo


Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2008.50.54.000180-1/01<br />

Embargante : FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASA<br />

Embargado : ZILDA NASCIMENTO SUAVES<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO - PREQUESTIONAMENTO – DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS –<br />

CONTRADIÇÃO – REFORMATIO IN PEJUS- INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO<br />

NÃO PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pela FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASA em face de decisão<br />

que concedeu provimento parcial ao recurso inominado. Alega o embargante que a decisão seria omissa quanto às<br />

violaçõ<strong>es</strong> constitucionais suscitadas e con<strong>tr</strong>aditória com relação à reforma parcial da sentença, com base em argumentos<br />

não apr<strong>es</strong>entados na peça recursal.<br />

Não assiste razão à embargante. A Jurisprudência pá<strong>tr</strong>ia, ao decidir qu<strong>es</strong>tionamentos quanto às possibilidad<strong>es</strong> de<br />

interposição d<strong>es</strong>sa via recursal, assim já decidiu: “M<strong>es</strong>mo nos embargos de declaração com fim de prequ<strong>es</strong>tionamento,<br />

devem-se observar os lind<strong>es</strong> <strong>tr</strong>açados no art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, con<strong>tr</strong>adição, omissão e, por cons<strong>tr</strong>ução<br />

pretoriana integrativa, a hipót<strong>es</strong>e de erro material). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - Primeira<br />

Turma, R<strong>es</strong>p. 11465-0-SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).<br />

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos nec<strong>es</strong>sários ao julgamento da causa foram devidamente<br />

analisados na decisão colegiada.<br />

Deveras, o fato de o acórdão guerreado não ter se manif<strong>es</strong>tado expr<strong>es</strong>samente sobre os artigos de lei que a parte alega<br />

incidir à <strong>es</strong>pécie não leva à conclusão de que ofendido o art. 535 do CPC, pois o julgador, d<strong>es</strong>de que fundamente<br />

suficientemente sua decisão, não <strong>es</strong>tá obrigado a r<strong>es</strong>ponder todas as alegaçõ<strong>es</strong> das part<strong>es</strong>, a ater-se aos fundamentos por<br />

elas apr<strong>es</strong>entados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto ao<br />

d<strong>es</strong>linde da causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que pr<strong>es</strong>ente alguma das hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> do art.<br />

535 do CPC.<br />

Na verdade, os embargos de declaração não se pr<strong>es</strong>tam a materializar nítido qu<strong>es</strong>tionário dirigido ao julgador, pois o<br />

proc<strong>es</strong>so, enquanto ins<strong>tr</strong>umento de dis<strong>tr</strong>ibuição da justiça, não tem a pretensão de viabilizar verdadeiros diálogos en<strong>tr</strong>e os<br />

litigant<strong>es</strong> e as magis<strong>tr</strong>aturas.<br />

Não obstante, não se vislumbra, na hipót<strong>es</strong>e, violação aos artigos 63 e 169, §1º, da CR/88.<br />

Afastada também a con<strong>tr</strong>adição suscitada no julgado guerreado, posto que, embora não tenha sido apr<strong>es</strong>entado recurso<br />

inominado pela parte autora, a reforma da sentença, em favor d<strong>es</strong>ta, ocorreu por força da devolutividade do citado recurso,<br />

configurando, portanto, matéria a ser apreciada pela Turma Recursal, por ocasião do julgamento que lhe cabia.<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, r<strong>es</strong>tando demons<strong>tr</strong>ada tão-somente<br />

a inconformidade da embargante com o provimento jurisdicional.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

127 - 2008.50.50.000774-9/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCELE SILVEIRA<br />

VIDAL BALDANZA.) x JOSE ALVIM COSTALONGA (ADVOGADO: MARCELO MATEDI ALVES, EUSTACHIO DOMICIO L.<br />

RAMACCIOTTI.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais


Proc<strong>es</strong>so nº 2008.50.50.000774-9/01<br />

Embargante : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Embargado : JOSÉ ALVIM COSTALONGA<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO E CONTRADIÇÃO - PREQUESTIONAMENTO – INCIDÊNCIA DA SÚMULA<br />

N. 356 DO STF – AUSÊNCIA DE CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO<br />

ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO NÃO PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS em face de<br />

decisão que concedeu provimento parcial ao recurso inominado. Alega a embargante que a decisão seria omissa quanto às<br />

violaçõ<strong>es</strong> constitucionais suscitadas. Não obstante, alega que o acórdão foi con<strong>tr</strong>aditório em condenar o INSS ao<br />

pagamento de honorários advocatícios, em razão da inteligência do art. 55 da Lei n° 9.099/1995.<br />

Não assiste razão ao embargante. A Jurisprudência pá<strong>tr</strong>ia, ao decidir qu<strong>es</strong>tionamentos quanto às possibilidad<strong>es</strong> de<br />

interposição d<strong>es</strong>sa via recursal, assim já decidiu: “M<strong>es</strong>mo nos embargos de declaração com fim de prequ<strong>es</strong>tionamento,<br />

devem-se observar os lind<strong>es</strong> <strong>tr</strong>açados no art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, con<strong>tr</strong>adição, omissão e, por cons<strong>tr</strong>ução<br />

pretoriana integrativa, a hipót<strong>es</strong>e de erro material). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - Primeira<br />

Turma, R<strong>es</strong>p. 11465-0-SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).<br />

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos nec<strong>es</strong>sários ao julgamento da causa foram devidamente<br />

analisados na decisão colegiada.<br />

Deveras, o fato de o acórdão guerreado não ter se manif<strong>es</strong>tado expr<strong>es</strong>samente sobre os artigos de lei que a parte alega<br />

incidir à <strong>es</strong>pécie não leva à conclusão de que ofendido o art. 535 do CPC, pois o julgador, d<strong>es</strong>de que fundamente<br />

suficientemente sua decisão, não <strong>es</strong>tá obrigado a r<strong>es</strong>ponder todas as alegaçõ<strong>es</strong> das part<strong>es</strong>, a ater-se aos fundamentos por<br />

elas apr<strong>es</strong>entados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto ao<br />

d<strong>es</strong>linde da causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que pr<strong>es</strong>ente alguma das hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> do art.<br />

535 do CPC.<br />

Na verdade, os embargos de declaração não se pr<strong>es</strong>tam a materializar nítido qu<strong>es</strong>tionário dirigido ao julgador, pois o<br />

proc<strong>es</strong>so, enquanto ins<strong>tr</strong>umento de dis<strong>tr</strong>ibuição da justiça, não tem a pretensão de viabilizar verdadeiros diálogos en<strong>tr</strong>e os<br />

litigant<strong>es</strong> e as magis<strong>tr</strong>aturas.<br />

Também não há con<strong>tr</strong>adição no acórdão guerreado, vez que a condenação em honorários advocatícios obedeceu à regra<br />

disposta no parágrafo único do art. 21 do CPC, que <strong>es</strong>tipula que, “se um litigante decair de parte mínina do pedido, o ou<strong>tr</strong>o<br />

r<strong>es</strong>ponderá, por inteiro, pelas d<strong>es</strong>p<strong>es</strong>as e honorários”.<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, r<strong>es</strong>tando demons<strong>tr</strong>ada tão-somente<br />

a inconformidade da autarquia previdenciária com o provimento jurisdicional.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

128 - 2008.50.50.002225-8/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCELE SILVEIRA<br />

VIDAL BALDANZA.) x TERESA BRAVIN (ADVOGADO: MARCELO MATEDI ALVES, LEONARDO PIZZOL VINHA.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais


Proc<strong>es</strong>so nº 2008.50.50.002225-8/01<br />

Embargante : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Embargado : TERESA BRAVIN<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO - PREQUESTIONAMENTO – VIOLAÇÕES CONSTITUCIONAIS –<br />

INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 356 DO STF - INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO NÃO<br />

PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS em face do<br />

acórdão que deu parcial provimento ao recurso inominado. Alega o embargante que a decisão seria omissa quanto às<br />

violaçõ<strong>es</strong> constitucionais suscitadas.<br />

Não assiste razão ao embargante. A Jurisprudência pá<strong>tr</strong>ia, ao decidir qu<strong>es</strong>tionamentos quanto às possibilidad<strong>es</strong> de<br />

interposição d<strong>es</strong>sa via recursal, assim já decidiu: “M<strong>es</strong>mo nos embargos de declaração com fim de prequ<strong>es</strong>tionamento,<br />

devem-se observar os lind<strong>es</strong> <strong>tr</strong>açados no art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, con<strong>tr</strong>adição, omissão e, por cons<strong>tr</strong>ução<br />

pretoriana integrativa, a hipót<strong>es</strong>e de erro material). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - Primeira<br />

Turma, R<strong>es</strong>p. 11465-0-SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).<br />

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos nec<strong>es</strong>sários ao julgamento da causa foram devidamente<br />

analisados na decisão colegiada.<br />

Deveras, o fato de o acórdão guerreado não ter se manif<strong>es</strong>tado expr<strong>es</strong>samente sobre os artigos de lei que a parte alega<br />

incidir à <strong>es</strong>pécie não leva à conclusão de que ofendido o art. 535 do CPC, pois o julgador, d<strong>es</strong>de que fundamente<br />

suficientemente sua decisão, não <strong>es</strong>tá obrigado a r<strong>es</strong>ponder todas as alegaçõ<strong>es</strong> das part<strong>es</strong>, a ater-se aos fundamentos por<br />

elas apr<strong>es</strong>entados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto ao<br />

d<strong>es</strong>linde da causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que pr<strong>es</strong>ente alguma das hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> do art.<br />

535 do CPC.<br />

Na verdade, os embargos de declaração não se pr<strong>es</strong>tam a materializar nítido qu<strong>es</strong>tionário dirigido ao julgador, pois o<br />

proc<strong>es</strong>so, enquanto ins<strong>tr</strong>umento de dis<strong>tr</strong>ibuição da justiça, não tem a pretensão de viabilizar verdadeiros diálogos en<strong>tr</strong>e os<br />

litigant<strong>es</strong> e as magis<strong>tr</strong>aturas.<br />

Não obstante, não se observa, no caso, violação ao aos princípios da r<strong>es</strong>erva legal, da separação de poder<strong>es</strong>, da legalidade<br />

e da moralidade (arts. 5º, 37, 40 e 61 da CR/88).<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

129 - 2008.50.50.000695-2/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCELE SILVEIRA<br />

VIDAL BALDANZA.) x MARIA DAS DORES SANTOS MORAES (ADVOGADO: EUSTACHIO DOMICIO L. RAMACCIOTTI,<br />

LEONARDO PIZZOL VINHA, MARCELO MATEDI ALVES.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2008.50.50.000695-2/01<br />

Embargante : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Embargado : MARIA DAS DORES SANTOS MORAES


E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO - PREQUESTIONAMENTO – VIOLAÇÕES CONSTITUCIONAIS –<br />

INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 356 DO STF - INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO NÃO<br />

PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS em face do<br />

acórdão que deu parcial provimento ao recurso inominado. Alega o embargante que a decisão seria omissa quanto às<br />

violaçõ<strong>es</strong> constitucionais suscitadas.<br />

Não assiste razão ao embargante. A Jurisprudência pá<strong>tr</strong>ia, ao decidir qu<strong>es</strong>tionamentos quanto às possibilidad<strong>es</strong> de<br />

interposição d<strong>es</strong>sa via recursal, assim já decidiu: “M<strong>es</strong>mo nos embargos de declaração com fim de prequ<strong>es</strong>tionamento,<br />

devem-se observar os lind<strong>es</strong> <strong>tr</strong>açados no art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, con<strong>tr</strong>adição, omissão e, por cons<strong>tr</strong>ução<br />

pretoriana integrativa, a hipót<strong>es</strong>e de erro material). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - Primeira<br />

Turma, R<strong>es</strong>p. 11465-0-SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).<br />

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos nec<strong>es</strong>sários ao julgamento da causa foram devidamente<br />

analisados na decisão colegiada.<br />

Deveras, o fato de o acórdão guerreado não ter se manif<strong>es</strong>tado expr<strong>es</strong>samente sobre os artigos de lei que a parte alega<br />

incidir à <strong>es</strong>pécie não leva à conclusão de que ofendido o art. 535 do CPC, pois o julgador, d<strong>es</strong>de que fundamente<br />

suficientemente sua decisão, não <strong>es</strong>tá obrigado a r<strong>es</strong>ponder todas as alegaçõ<strong>es</strong> das part<strong>es</strong>, a ater-se aos fundamentos por<br />

elas apr<strong>es</strong>entados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto ao<br />

d<strong>es</strong>linde da causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que pr<strong>es</strong>ente alguma das hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> do art.<br />

535 do CPC.<br />

Na verdade, os embargos de declaração não se pr<strong>es</strong>tam a materializar nítido qu<strong>es</strong>tionário dirigido ao julgador, pois o<br />

proc<strong>es</strong>so, enquanto ins<strong>tr</strong>umento de dis<strong>tr</strong>ibuição da justiça, não tem a pretensão de viabilizar verdadeiros diálogos en<strong>tr</strong>e os<br />

litigant<strong>es</strong> e as magis<strong>tr</strong>aturas.<br />

Não obstante, não se observa, no caso, violação ao princípio da separação de poder<strong>es</strong>, da legalidade e da moralidade (arts.<br />

5º, 37, 40 e 61 da CR/88).<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

130 - 2003.50.50.022747-8/01 BENEDITO FERNANDES GAMA GONZAGA (ADVOGADO: MARIA DA CONCEICAO<br />

SARLO BORTOLINI, LUIS EDUARDO NOGUEIRA MOREIRA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

(PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2003.50.50.022747-8/01<br />

Embargante : BENEDITO FERNANDES GAMA GONZAGA<br />

Embargado : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – CONTRADIÇÃO – OMISSÃO - INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO<br />

EMBARGADO – LIVRE MANIFESTAÇÃO DO JUIZ - IMPOSSIBILIDADE DO EMBARGO DECLARATÓRIO SERVIR DE<br />

INSTRUMENTO DE CORREÇÃO DE ERROR IN PROCEDENDO - RECURSO NÃO PROVIDO.


Trata-se de embargos de declaração interpostos pela parte autora em face de decisão que inadmitiu o recurso inominado<br />

interposto por <strong>es</strong>ta, uma vez que sua demanda já teria sido suprida adminis<strong>tr</strong>ativamente, faltando, assim, inter<strong>es</strong>se recursal<br />

que egendraria o provimento do recurso. Alega a embargante que a decisão padeceria de uma dualidade de vícios, isto é,<br />

seria omissa e con<strong>tr</strong>aditória, uma vez que há sim inter<strong>es</strong>se pela parte autora de que o recurso fosse provido, de que a<br />

decisão fosse reformada e inclusive <strong>tr</strong>ansitada em julgado.<br />

Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissõ<strong>es</strong>, aportar clareza ou retificar<br />

eventuais con<strong>tr</strong>adiçõ<strong>es</strong> existent<strong>es</strong> no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentaçõ<strong>es</strong> do<br />

embargante, verifica-se que <strong>es</strong>ta aponta a existência de omissão e con<strong>tr</strong>adição na decisão proferida por <strong>es</strong>te Juízo.<br />

Todavia, a hipót<strong>es</strong>e dos autos não caracteriza omissão, con<strong>tr</strong>adição ou obscuridade, não podendo prosperar o recurso<br />

interposto, uma vez que ausent<strong>es</strong> os requisitos previstos no art. 535 do CPC.<br />

Deveras, o fato de o acórdão guerreado não ter se manif<strong>es</strong>tado expr<strong>es</strong>samente sobre os artigos de lei que a parte alega<br />

incidir à <strong>es</strong>pécie não leva à conclusão de que ofendido o art. 535 do CPC, pois o julgador, d<strong>es</strong>de que fundamente<br />

suficientemente sua decisão, não <strong>es</strong>tá obrigado a r<strong>es</strong>ponder todas as alegaçõ<strong>es</strong> das part<strong>es</strong>, a ater-se aos fundamentos por<br />

elas apr<strong>es</strong>entados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto ao<br />

d<strong>es</strong>linde da causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que pr<strong>es</strong>ente alguma das hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> do art.<br />

535 do CPC.<br />

Na verdade, os embargos de declaração não se pr<strong>es</strong>tam a materializar nítido qu<strong>es</strong>tionário dirigido ao julgador, pois o<br />

proc<strong>es</strong>so, enquanto ins<strong>tr</strong>umento de dis<strong>tr</strong>ibuição da justiça, não tem a pretensão de viabilizar verdadeiros diálogos en<strong>tr</strong>e os<br />

litigant<strong>es</strong> e as magis<strong>tr</strong>aturas.<br />

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos nec<strong>es</strong>sários ao julgamento da causa foram devidamente<br />

analisados na decisão colegiada.<br />

Também não se vislumbra con<strong>tr</strong>adição no acórdão guerreado. Na verdade, o erro apontado pela embargante não se<br />

enquadra nos limit<strong>es</strong> do art. 535 do CPC, portanto, não sendo os embargos de declaração a <strong>es</strong>pécie recursal mais<br />

adequada para sanar o error in procedendo apontado, isto é, <strong>es</strong>te não se enquadra nem em hipót<strong>es</strong>e de omissão,<br />

con<strong>tr</strong>adição ou obscuridade. O fato é que o douto Juiz externou sua posição de forma clara, pontual e coerente,<br />

pautando-se precipuamente no princípio do livre convencimento. Na verdade não há erro algum, pelo con<strong>tr</strong>ário, o acórdão<br />

apenas laborou sua função institucional de acordo com os limit<strong>es</strong> e disposiçõ<strong>es</strong> legais, todavia, gerando a inconformidade<br />

na parte embargante.<br />

Não obstante, se é que há erro, segundo jurisprudência do próprio STJ, in verbis: “Os embargos de declaração não se<br />

pr<strong>es</strong>tam ao reexame de matéria já decidida, sendo certo, ainda, que nos termos do artigo 535 do Código de Proc<strong>es</strong>so Civil,<br />

a eventual ocorrência de error in procedendo ou error in judicando é insuscetível de correção pela via dos embargos<br />

declaratórios. [...]". (STJ, EDcl no MS 9038/DF, 3ª Seção, rel. Min. PAULO MEDINA, data do julgamento 10.3.2004).<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, r<strong>es</strong>tando demons<strong>tr</strong>ada tão-somente<br />

a inconformidade da embargante com o provimento jurisdicional.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

131 - 2008.50.50.000764-6/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCELE SILVEIRA<br />

VIDAL BALDANZA.) x RENATO CÉZAR ALVES DE MOURA (ADVOGADO: MARCELO MATEDI ALVES, EUSTACHIO<br />

DOMICIO L. RAMACCIOTTI.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2008.50.50.000764-6/01<br />

Embargante : INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Embargado : RENATO CÉZAR ALVES DE MOURA


E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO - PREQUESTIONAMENTO – DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS –<br />

CONTRADIÇÃO – CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS NO ACÓRDÃO<br />

EMBARGADO – RECURSO NÃO PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS em face de<br />

decisão que concedeu provimento parcial ao recurso inominado e condenou o recorrente em honorários advocatícios. Alega<br />

o embargante que a decisão seria omissa quanto às violaçõ<strong>es</strong> constitucionais suscitadas e con<strong>tr</strong>aditória com relação à<br />

condenação em honorários advocatícios. Argumenta, na oportunidade, que é inaplicável a paridade ao caso concreto, vez<br />

que a parte autora, ora embargada, se aposentou após a EC 41/2003.<br />

Não assiste razão ao embargante. A Jurisprudência pá<strong>tr</strong>ia, ao decidir qu<strong>es</strong>tionamentos quanto às possibilidad<strong>es</strong> de<br />

interposição d<strong>es</strong>sa via recursal, assim já decidiu: “M<strong>es</strong>mo nos embargos de declaração com fim de prequ<strong>es</strong>tionamento,<br />

devem-se observar os lind<strong>es</strong> <strong>tr</strong>açados no art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, con<strong>tr</strong>adição, omissão e, por cons<strong>tr</strong>ução<br />

pretoriana integrativa, a hipót<strong>es</strong>e de erro material). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - Primeira<br />

Turma, R<strong>es</strong>p. 11465-0-SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).<br />

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos nec<strong>es</strong>sários ao julgamento da causa foram devidamente<br />

analisados na decisão colegiada.<br />

Deveras, o fato de o acórdão guerreado não ter se manif<strong>es</strong>tado expr<strong>es</strong>samente sobre os artigos de lei que a parte alega<br />

incidir à <strong>es</strong>pécie não leva à conclusão de que ofendido o art. 535 do CPC, pois o julgador, d<strong>es</strong>de que fundamente<br />

suficientemente sua decisão, não <strong>es</strong>tá obrigado a r<strong>es</strong>ponder todas as alegaçõ<strong>es</strong> das part<strong>es</strong>, a ater-se aos fundamentos por<br />

elas apr<strong>es</strong>entados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto ao<br />

d<strong>es</strong>linde da causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que pr<strong>es</strong>ente alguma das hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> do art.<br />

535 do CPC.<br />

Na verdade, os embargos de declaração não se pr<strong>es</strong>tam a materializar nítido qu<strong>es</strong>tionário dirigido ao julgador, pois o<br />

proc<strong>es</strong>so, enquanto ins<strong>tr</strong>umento de dis<strong>tr</strong>ibuição da justiça, não tem a pretensão de viabilizar verdadeiros diálogos en<strong>tr</strong>e os<br />

litigant<strong>es</strong> e as magis<strong>tr</strong>aturas.<br />

Não obstante, não se vislumbra, na hipót<strong>es</strong>e, violação aos artigos 5º, 37, 40, 61 e 169 da CR/88.<br />

Afastada também a con<strong>tr</strong>adição suscitada no julgado guerreado, em atenção ao disposto no parágrafo único do art. 21 do<br />

CPC, que dispõe que, se um litigante decair de parte mínima do pedido, o ou<strong>tr</strong>o r<strong>es</strong>ponderá, por inteiro, pelas d<strong>es</strong>p<strong>es</strong>as e<br />

honorários. É a hipót<strong>es</strong>e dos autos.<br />

No mais, quanto à alegação de inaplicabilidade da paridade ao caso concreto, vez que a parte autora, ora embargada, se<br />

aposentou após a edição da EC 41/2003, vale d<strong>es</strong>tacar que os embargos de declaração não se pr<strong>es</strong>tam a inovar na causa<br />

e incluir fundamentos até então ausent<strong>es</strong>. A matéria posta no recurso inominado mereceu exame e d<strong>es</strong>ate nos limit<strong>es</strong> das<br />

razõ<strong>es</strong> recursais. Não é possível, em sede de embargos declaratórios, inovar o feito, <strong>tr</strong>azendo à discussão temas ou<br />

qu<strong>es</strong>tõ<strong>es</strong> complementar<strong>es</strong>, não objeto do decisum.<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, r<strong>es</strong>tando demons<strong>tr</strong>ada tão-somente<br />

a inconformidade da embargante com o provimento jurisdicional.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

132 - 2002.50.50.001875-7/01 NEMERIO CESCONETTO (ADVOGADO: LILIAN MAGESKI ALMEIDA.) x INSTITUTO<br />

NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANESIO OTTO FIEDLER.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2002.50.50.001875-7/01


Embargante : NEMÉRIO CESCONETTO<br />

Embargado : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO - PREQUESTIONAMENTO – INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO<br />

EMBARGADO – RECURSO NÃO PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos por NEMÉRIO CESCONETTO em face de acórdão que negou provimento<br />

ao recurso inominado. Alega o embargante que a decisão seria omissa quanto às violaçõ<strong>es</strong> constitucionais suscitadas.<br />

Não assiste razão ao embargante. A Jurisprudência pá<strong>tr</strong>ia, ao decidir qu<strong>es</strong>tionamentos quanto às possibilidad<strong>es</strong> de<br />

interposição d<strong>es</strong>sa via recursal, assim já decidiu: “M<strong>es</strong>mo nos embargos de declaração com fim de prequ<strong>es</strong>tionamento,<br />

devem-se observar os lind<strong>es</strong> <strong>tr</strong>açados no art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, con<strong>tr</strong>adição, omissão e, por cons<strong>tr</strong>ução<br />

pretoriana integrativa, a hipót<strong>es</strong>e de erro material). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - Primeira<br />

Turma, R<strong>es</strong>p. 11465-0-SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).<br />

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos nec<strong>es</strong>sários ao julgamento da causa foram devidamente<br />

analisados na decisão colegiada.<br />

Deveras, o fato de o acórdão guerreado não ter se manif<strong>es</strong>tado expr<strong>es</strong>samente sobre os artigos de lei que a parte alega<br />

incidir à <strong>es</strong>pécie não leva à conclusão de que ofendido o art. 535 do CPC, pois o julgador, d<strong>es</strong>de que fundamente<br />

suficientemente sua decisão, não <strong>es</strong>tá obrigado a r<strong>es</strong>ponder todas as alegaçõ<strong>es</strong> das part<strong>es</strong>, a ater-se aos fundamentos por<br />

elas apr<strong>es</strong>entados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto ao<br />

d<strong>es</strong>linde da causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que pr<strong>es</strong>ente alguma das hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> do art.<br />

535 do CPC.<br />

Na verdade, os embargos de declaração não se pr<strong>es</strong>tam a materializar nítido qu<strong>es</strong>tionário dirigido ao julgador, pois o<br />

proc<strong>es</strong>so, enquanto ins<strong>tr</strong>umento de dis<strong>tr</strong>ibuição da justiça, não tem a pretensão de viabilizar verdadeiros diálogos en<strong>tr</strong>e os<br />

litigant<strong>es</strong> e as magis<strong>tr</strong>aturas.<br />

Não obstante, ausência de violação aos incisos LIV e LV do art. 5º da CRFB/88, bem como ao art. 37, XV, da Carta Magna.<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

133 - 2008.50.53.000126-9/01 FUNDACAO NACIONAL DE SAUDE - FUNASA (PROCDOR: SHIZUE SOUZA KITAGAMA.)<br />

x DELTON ANTONIO INTRA VIANA (ADVOGADO: MARCELO MATEDI ALVES, EUSTACHIO DOMICIO L.<br />

RAMACCIOTTI.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2008.50.53.000126-9/01<br />

Embargante : FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASA<br />

Embargado : DELTON ANTONIO INTRA VIANA<br />

E M E N T A


EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – APLICABILIDADE DE NORMA CONSTITUCIONAL -<br />

PREQUESTIONAMENTO – INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO NÃO PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pela FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASA em face de acórdão<br />

que concedeu parcial provimento ao recurso inominado. Alega a embargante que a decisão seria omissa quanto à violação<br />

a normas e princípios constitucionais suscitados e requer sua análise para fins de prequ<strong>es</strong>tionamento.<br />

Não assiste razão à embargante. A Jurisprudência pá<strong>tr</strong>ia, ao decidir qu<strong>es</strong>tionamentos quanto às possibilidad<strong>es</strong> de<br />

interposição d<strong>es</strong>sa via recursal, assim já decidiu: “M<strong>es</strong>mo nos embargos de declaração com fim de prequ<strong>es</strong>tionamento,<br />

devem-se observar os lind<strong>es</strong> <strong>tr</strong>açados no art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, con<strong>tr</strong>adição, omissão e, por cons<strong>tr</strong>ução<br />

pretoriana integrativa, a hipót<strong>es</strong>e de erro material). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - Primeira<br />

Turma, R<strong>es</strong>p. 11465-0-SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).<br />

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos nec<strong>es</strong>sários ao julgamento da causa foram devidamente<br />

analisados na decisão colegiada.<br />

Deveras, o fato de o acórdão guerreado não ter se manif<strong>es</strong>tado expr<strong>es</strong>samente sobre os artigos de lei que a parte alega<br />

incidir à <strong>es</strong>pécie não leva à conclusão de que ofendido o art. 535 do CPC, pois o julgador, d<strong>es</strong>de que fundamente<br />

suficientemente sua decisão, não <strong>es</strong>tá obrigado a r<strong>es</strong>ponder todas as alegaçõ<strong>es</strong> das part<strong>es</strong>, a ater-se aos fundamentos por<br />

elas apr<strong>es</strong>entados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto ao<br />

d<strong>es</strong>linde da causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que pr<strong>es</strong>ente alguma das hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> do art.<br />

535 do CPC.<br />

Na verdade, os embargos de declaração não se pr<strong>es</strong>tam a materializar nítido qu<strong>es</strong>tionário dirigido ao julgador, pois o<br />

proc<strong>es</strong>so, enquanto ins<strong>tr</strong>umento de dis<strong>tr</strong>ibuição da justiça, não tem a pretensão de viabilizar verdadeiros diálogos en<strong>tr</strong>e os<br />

litigant<strong>es</strong> e as magis<strong>tr</strong>aturas.<br />

Não obstante, inexiste violação aos arts. 40, §8º; 61, § 1º, II, a; 63; 169, § 1º; e 37 da CRFB/88.<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

134 - 2008.50.52.000414-6/01 JACIRA POSSIMOZER BONOMO (ADVOGADO: JEFFERSON CORREA DE SOUZA,<br />

GILSON GUILHERME CORREIA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERIN LUÍSA<br />

LEITE VIEIRA.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2008.50.50.001114-5/01<br />

Embargante : JACIRA POSSIMOZER BONOMO<br />

Embargado : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO - PREQUESTIONAMENTO – DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS –<br />

QUESTÃO NÃO APRECIADA (COMPROVAÇÃO DE DEPENDÊNCIA ECONÔMICA PRESUMIDA) - INEXISTÊNCIA DE<br />

VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO NÃO PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos por JACIRA POSSIMOZER BONOMO em face de decisão que negou<br />

provimento ao recurso inominado. Alega o embargante que a decisão seria omissa quanto às violaçõ<strong>es</strong> constitucionais<br />

suscitadas e que não houve pronunciamento a r<strong>es</strong>peito da comprovação de dependência econômica pr<strong>es</strong>umida da parte<br />

autora para com o seu filho falecido.


Não assiste razão à embargante. A Jurisprudência pá<strong>tr</strong>ia, ao decidir qu<strong>es</strong>tionamentos quanto às possibilidad<strong>es</strong> de<br />

interposição d<strong>es</strong>sa via recursal, assim já decidiu: “M<strong>es</strong>mo nos embargos de declaração com fim de prequ<strong>es</strong>tionamento,<br />

devem-se observar os lind<strong>es</strong> <strong>tr</strong>açados no art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, con<strong>tr</strong>adição, omissão e, por cons<strong>tr</strong>ução<br />

pretoriana integrativa, a hipót<strong>es</strong>e de erro material). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - Primeira<br />

Turma, R<strong>es</strong>p. 11465-0-SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).<br />

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos nec<strong>es</strong>sários ao julgamento da causa foram devidamente<br />

analisados na decisão colegiada.<br />

Deveras, o fato de o acórdão guerreado não ter se manif<strong>es</strong>tado expr<strong>es</strong>samente sobre os artigos de lei que a parte alega<br />

incidir à <strong>es</strong>pécie não leva à conclusão de que ofendido o art. 535 do CPC, pois o julgador, d<strong>es</strong>de que fundamente<br />

suficientemente sua decisão, não <strong>es</strong>tá obrigado a r<strong>es</strong>ponder todas as alegaçõ<strong>es</strong> das part<strong>es</strong>, a ater-se aos fundamentos por<br />

elas apr<strong>es</strong>entados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto ao<br />

d<strong>es</strong>linde da causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que pr<strong>es</strong>ente alguma das hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> do art.<br />

535 do CPC.<br />

Na verdade, os embargos de declaração não se pr<strong>es</strong>tam a materializar nítido qu<strong>es</strong>tionário dirigido ao julgador, pois o<br />

proc<strong>es</strong>so, enquanto ins<strong>tr</strong>umento de dis<strong>tr</strong>ibuição da justiça, não tem a pretensão de viabilizar verdadeiros diálogos en<strong>tr</strong>e os<br />

litigant<strong>es</strong> e as magis<strong>tr</strong>aturas.<br />

Não obstante, não se vislumbra, na hipót<strong>es</strong>e, violação ao art. 5º, LV, da CR/88.<br />

Na verdade, os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissõ<strong>es</strong>, aportar clareza ou<br />

retificar eventuais con<strong>tr</strong>adiçõ<strong>es</strong> existent<strong>es</strong> no bojo da decisão recorrida, nada mais. Todavia, a hipót<strong>es</strong>e dos autos não<br />

caracteriza omissão, con<strong>tr</strong>adição ou obscuridade, não podendo prosperar o recurso interposto, uma vez que ausent<strong>es</strong> os<br />

requisitos previstos no art. 535 do CPC. Além disso, os embargos de declaração não se pr<strong>es</strong>tam a inovar na causa e incluir<br />

fundamentos até então ausent<strong>es</strong>. A matéria posta no recurso inominado mereceu exame e d<strong>es</strong>ate nos limit<strong>es</strong> das razõ<strong>es</strong><br />

recursais. Não é possível, em sede de embargos declaratórios, inovar o feito, <strong>tr</strong>azendo à discussão temas ou qu<strong>es</strong>tõ<strong>es</strong><br />

complementar<strong>es</strong>, não objeto do decisum.<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, r<strong>es</strong>tando demons<strong>tr</strong>ada tão-somente<br />

a inconformidade da embargante com o provimento jurisdicional.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

135 - 2007.50.50.008982-8/01 UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ANA BEATRIZ LINS BARBOSA.) x MALVINA LUIZA<br />

BARBOZA.<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2007.50.50.008982-8/01<br />

Embargante : UNIÃO<br />

Embargada : MALVINA LUIZA BARBOZA<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – CONTRADIÇÃO – OMISSÃO – PRESCRIÇÃO QUINQUENAL – QUANTIFICAÇÃO<br />

DOS PONTOS NECESSÁRIOS AO RECEBIMENTO DO GDATA – INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO<br />

EMBARGADO – RECURSO NÃO PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pela UNIÃO em face do acórdão que concedeu parcial provimento ao<br />

recurso inominado. Alega a embargante que há con<strong>tr</strong>adição no acórdão embargado na medida em que d<strong>es</strong>toa da


jurisprudência do Supremo Tribunal <strong>Federal</strong>, de forma que, no período de 01/04/2002 a 30/04/2004, não há pontos devidos<br />

à parte autora a título de GDASST. N<strong>es</strong>sa m<strong>es</strong>ma <strong>es</strong>teira, alega haver omissão, pois no referido acórdão, não há menção<br />

acerca da pr<strong>es</strong>crição quinquenal em favor da União, embora tal tenha ocorrido na sentença de primeiro grau.<br />

Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissõ<strong>es</strong>, aportar clareza ou retificar<br />

eventuais con<strong>tr</strong>adiçõ<strong>es</strong> existent<strong>es</strong> no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentaçõ<strong>es</strong> do<br />

embargante, verifica-se que <strong>es</strong>ta aponta a existência de omissão e con<strong>tr</strong>adição na decisão proferida por <strong>es</strong>te Juízo.<br />

Todavia, a hipót<strong>es</strong>e dos autos não caracteriza omissão, con<strong>tr</strong>adição ou obscuridade, não podendo prosperar o recurso<br />

interposto, uma vez que ausent<strong>es</strong> os requisitos previstos no art. 535 do CPC.<br />

A decisão guerreada não se manif<strong>es</strong>ta acerca da pr<strong>es</strong>crição quinquenal pelo fato d<strong>es</strong>ta matéria já ter sido ponto exaurido na<br />

sentença de primeiro grau. D<strong>es</strong>tarte, como tal não fez parte das razõ<strong>es</strong> recursais, tornou-se uma qu<strong>es</strong>tão devidamente<br />

preclusa, consolidando-se no mundo jurídico em que se dá a ação e, assim, não sendo nec<strong>es</strong>sária sua reavaliação.<br />

No que tange à con<strong>tr</strong>adição apontada, não merece prosperar tal alegação. E isto se dá, pois a mera dissonância en<strong>tr</strong>e a<br />

jurisprudência d<strong>es</strong>ta Turma Recursal e a jurisprudência do Supremo Tribunal <strong>Federal</strong>, ou qualquer ou<strong>tr</strong>o órgão do Poder<br />

Judiciário, não é suficiente para caracterizar tal vício. Os ins<strong>tr</strong>umentos capaz<strong>es</strong> de vincular os julgamentos realizados em<br />

nosso ordenamento pá<strong>tr</strong>io são as Leis e também as Súmulas Vinculant<strong>es</strong>, den<strong>tr</strong>e ou<strong>tr</strong>os. Tanto que a própria Turma<br />

Recursal já pacificou as qu<strong>es</strong>tõ<strong>es</strong> que dizem r<strong>es</strong>peito à gratificação GDATA, consolidando seu entendimento a<strong>tr</strong>avés do<br />

enunciado nº 44, o qual determina a pontuação nec<strong>es</strong>sária para o recebimento da gratificação. Portanto, não há que se falar<br />

em con<strong>tr</strong>adição n<strong>es</strong>te aspecto.<br />

Além disso, os embargos de declaração não se pr<strong>es</strong>tam a inovar na causa e incluir fundamentos até então ausent<strong>es</strong>. A<br />

matéria posta no recurso inominado e nas con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong> apr<strong>es</strong>entadas mereceu exame e d<strong>es</strong>ate nos limit<strong>es</strong> das razõ<strong>es</strong><br />

recursais. Não é possível, em sede de embargos declaratórios, inovar o feito, <strong>tr</strong>azendo à discussão temas ou qu<strong>es</strong>tõ<strong>es</strong><br />

complementar<strong>es</strong>, não objeto do decisum.<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, r<strong>es</strong>tando demons<strong>tr</strong>ada tão-somente<br />

a inconformidade da embargante com o provimento jurisdicional.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

136 - 2007.50.50.009891-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCIA RIBEIRO<br />

PAIVA.) x MADALENA DE LIMA RODRIGUES (ADVOGADO: ANDRESSA POZES TIRADENTES RIBEIRO, FERNANDO<br />

DA FONSECA RESENDE RIBEIRO, THYAGO BRITO DE MELLO, JOCIANI PEREIRA NEVES, TATIANA MARQUES<br />

FRANÇA, RONILCE ALESSANDRA AGUIEIRAS.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2007.50.50.009891-0/01<br />

Embargante : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Embargado : MADALENA DE LIMA RODRIGUES<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – APLICABILIDADE DE LEI FEDERAL E NORMA CONSTITUCIONAL -<br />

PREQUESTIONAMENTO – INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO NÃO PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS em face de<br />

acórdão que negou provimento ao recurso inominado. Alega o embargante que a decisão seria omissa quanto à violação a<br />

normas constitucionais e infraconstitucionais suscitadas e requer sua análise para fins de prequ<strong>es</strong>tionamento.


Não assiste razão ao embargante. A Jurisprudência pá<strong>tr</strong>ia, ao decidir qu<strong>es</strong>tionamentos quanto às possibilidad<strong>es</strong> de<br />

interposição d<strong>es</strong>sa via recursal, assim já decidiu: “M<strong>es</strong>mo nos embargos de declaração com fim de prequ<strong>es</strong>tionamento,<br />

devem-se observar os lind<strong>es</strong> <strong>tr</strong>açados no art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, con<strong>tr</strong>adição, omissão e, por cons<strong>tr</strong>ução<br />

pretoriana integrativa, a hipót<strong>es</strong>e de erro material). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - Primeira<br />

Turma, R<strong>es</strong>p. 11465-0-SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).<br />

Inexiste omissão no acórdão (sentença) impugnado. Todos os pontos nec<strong>es</strong>sários ao julgamento da causa foram<br />

devidamente analisados na decisão colegiada (sentença).<br />

Deveras, o fato de o acórdão guerreado (ou seja, a sentença) não ter se manif<strong>es</strong>tado expr<strong>es</strong>samente sobre os artigos de lei<br />

que a parte alega incidir à <strong>es</strong>pécie não leva à conclusão de que ofendido o art. 535 do CPC, pois o julgador, d<strong>es</strong>de que<br />

fundamente suficientemente sua decisão, não <strong>es</strong>tá obrigado a r<strong>es</strong>ponder todas as alegaçõ<strong>es</strong> das part<strong>es</strong>, a ater-se aos<br />

fundamentos por elas apr<strong>es</strong>entados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de tal sorte que a<br />

insatisfação quanto ao d<strong>es</strong>linde da causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que pr<strong>es</strong>ente alguma<br />

das hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> do art. 535 do CPC.<br />

Na verdade, os embargos de declaração não se pr<strong>es</strong>tam a materializar nítido qu<strong>es</strong>tionário dirigido ao julgador, pois o<br />

proc<strong>es</strong>so, enquanto ins<strong>tr</strong>umento de dis<strong>tr</strong>ibuição da justiça, não tem a pretensão de viabilizar verdadeiros diálogos en<strong>tr</strong>e os<br />

litigant<strong>es</strong> e as magis<strong>tr</strong>aturas.<br />

Não obstante, inexiste violação ao art.20 da Lei nº 8.742/93, bem como ao art. 203, V, da CRFB/88.<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

137 - 2007.50.50.000051-9/01 MARIO SERGIO DUARTE MARTINS (ADVOGADO: RONAN LECIO DE MENDONCA.) x<br />

UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ADRIANA ZANDONADE.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2007.50.50.000051-9/01<br />

Embargante : MÁRIO SÉRGIO DUARTE MARTINS<br />

Embargado : UNIÃO<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO E CONTRADIÇÃO – PEDIDO LIMINAR - PRESCRIÇÃO DO CRÉDITO<br />

TRIBUTÁRIO – DATA REAL DA EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO – INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 4º DA<br />

LC 118/2005 – INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO NÃO PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos por MÁRIO SÉRGIO DUARTE MARTINS em face de decisão que negou<br />

provimento ao recurso inominado. Alega o embargante que a decisão <strong>es</strong>taria eivada de omissão e con<strong>tr</strong>adição. Apr<strong>es</strong>enta,<br />

para tanto, numa exposição pouco clara, os seguint<strong>es</strong> argumentos: a) permanece recolhendo aos cofr<strong>es</strong> públicos, por<br />

imposição da embargada, os <strong>tr</strong>ibutos objeto da pr<strong>es</strong>ente lide, embora extinto o crédito <strong>tr</strong>ibutário; b) a verba confiscada na<br />

fonte foi devolvida em tempo ulterior, mediante declaração retificadora, mas a embargada voltou a<strong>tr</strong>ás na decisão e exigiu<br />

novamente o <strong>tr</strong>ibuto; c) não houve manif<strong>es</strong>tação a r<strong>es</strong>peito do pedido liminar no sentido de expedir-se ofício à Delegacia da<br />

Receita <strong>Federal</strong> de Vitória/ES, para sobr<strong>es</strong>tar a cobrança; d) o prazo pr<strong>es</strong>cricional principiaria somente após a extinção do<br />

crédito <strong>tr</strong>ibutário, não sendo possível conciliar o recolhimento do <strong>tr</strong>ibuto com o pronunciamento da pr<strong>es</strong>crição; e) não houve<br />

manif<strong>es</strong>tação a r<strong>es</strong>peito da violação ao art. 168, I, do CTN; f) não houve <strong>es</strong>clarecimento a r<strong>es</strong>peito da data real da extinção<br />

do crédito <strong>tr</strong>ibutário; g) não houve manif<strong>es</strong>tação acerca da afronta ao art. 191 do CCB, como também sobre a<br />

inconstitucionalidade do art. 4º da Lei 118/2005.


Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissõ<strong>es</strong>, aportar clareza ou retificar<br />

eventuais con<strong>tr</strong>adiçõ<strong>es</strong> existent<strong>es</strong> no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentaçõ<strong>es</strong> do<br />

embargante, verifica-se que <strong>es</strong>ta aponta a existência de omissão ou con<strong>tr</strong>adição na decisão proferida por <strong>es</strong>te Juízo.<br />

Todavia, a hipót<strong>es</strong>e dos autos não caracteriza omissão, con<strong>tr</strong>adição ou obscuridade, não podendo prosperar o recurso<br />

interposto, uma vez que ausent<strong>es</strong> os requisitos previstos no art. 535 do CPC.<br />

A matéria posta no recurso inominado mereceu exame e d<strong>es</strong>ate nos limit<strong>es</strong> das razõ<strong>es</strong> recursais, sendo d<strong>es</strong>cabida a<br />

alegação de que teria sido omissa.<br />

A decisão guerreada expõe, de forma bastante clara, que a t<strong>es</strong>e dos “cinco mais cinco”, adotada pelo e. STJ, se aplica<br />

apenas às açõ<strong>es</strong> ajuizadas até 09.06.2005, sendo que, a partir d<strong>es</strong>sa data, se aplica o prazo pr<strong>es</strong>cricional quinquenal,<br />

conforme dispõe o art. 3º da LC 118/2005, frisando a incidência d<strong>es</strong>se dispositivo legal se dará exclusivamente sobre os<br />

fatos gerador<strong>es</strong> pretérito ainda não submetidos à apreciação do Poder Judiciário, r<strong>es</strong>peitando-se o término da vacatio legis<br />

de 120 dias previsto no art. 4º de tal diploma legal. D<strong>es</strong>taca também que a lei não poderá re<strong>tr</strong>oagir para alcançar as<br />

demandas já em curso, sob pena de ofensa ao princípio da segurança jurídica.<br />

Também <strong>es</strong>clareceu o julgado recorrido que a pr<strong>es</strong>ente demanda foi ajuizada em 08.01.2007, quando já vigorava o<br />

dispositivo legal em qu<strong>es</strong>tão, motivo pelo qual se aplica a pr<strong>es</strong>crição quinquenal.<br />

D<strong>es</strong>sa maneira, não se vislumbra ainda con<strong>tr</strong>adição na decisão que autorize o saneamento d<strong>es</strong>ta.<br />

Cabe d<strong>es</strong>tacar que o julgador, d<strong>es</strong>de que fundamente suficientemente sua decisão, não <strong>es</strong>tá obrigado a r<strong>es</strong>ponder todas as<br />

alegaçõ<strong>es</strong> das part<strong>es</strong>, a ater-se aos fundamentos por elas apr<strong>es</strong>entados nem a rebater um a um todos os argumentos<br />

levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto ao d<strong>es</strong>linde da causa não oportuniza a oposição de embargos de<br />

declaração, sem que pr<strong>es</strong>ente alguma das hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> do art. 535 do CPC. Na verdade, os embargos de declaração não se<br />

pr<strong>es</strong>tam a materializar nítido qu<strong>es</strong>tionário dirigido ao julgador, pois o proc<strong>es</strong>so, enquanto ins<strong>tr</strong>umento de dis<strong>tr</strong>ibuição da<br />

justiça, não tem a pretensão de viabilizar verdadeiros diálogos en<strong>tr</strong>e os litigant<strong>es</strong> e as magis<strong>tr</strong>aturas.<br />

Assim, todos os pontos nec<strong>es</strong>sários ao julgamento da causa foram devidamente analisados na decisão colegiada.<br />

Regis<strong>tr</strong>e-se ainda que os embargos de declaração não se pr<strong>es</strong>tam a inovar na causa e incluir fundamentos até então<br />

ausent<strong>es</strong>. A matéria posta no recurso inominado mereceu exame e d<strong>es</strong>ate nos limit<strong>es</strong> das razõ<strong>es</strong> recursais. Não é possível,<br />

em sede de embargos declaratórios, inovar o feito, <strong>tr</strong>azendo à discussão temas ou qu<strong>es</strong>tõ<strong>es</strong> complementar<strong>es</strong>, não objeto<br />

do decisum.<br />

Não obstante, não se vislumbra, no caso, violação ao art. 168, I, do CTN, e ao art. 191 do CCB, também não se falando em<br />

inconstitucionalidade do art. 4º da Lei 118/2005, pelos motivos já expostos na decisão embargada.<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, r<strong>es</strong>tando demons<strong>tr</strong>ada tão-somente<br />

a inconformidade da embargante com o provimento jurisdicional.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

138 - 2007.50.50.001513-4/01 OSEAS LIMA DOS SANTOS (ADVOGADO: ALEXANDRE MELO BRASIL.) x UNIÃO<br />

FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO DE RESENDE RAPOSO.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2007.50.50.001513-4/01<br />

Embargante : UNIÃO<br />

Embargada : OSEAS LIMA DOS SANTOS


E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – PEDIDO DE DEDUÇÃO DO VALOR PLEITEADO POR OCASIÃO DO<br />

AJUSTE ANUAL DE IRRF – INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO NÃO PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pela UNIÃO em face do acórdão que deu provimento ao recurso<br />

inominado. Sustenta a embargante que a decisão foi omissa com relação ao pedido expr<strong>es</strong>so no sentido de deduzir do<br />

valor pleiteado as verbas r<strong>es</strong>tituídas ao autor, ora embargado, por ocasião do ajuste anual de declaração de imposto de<br />

renda p<strong>es</strong>soa física.<br />

Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissõ<strong>es</strong>, aportar clareza ou retificar<br />

eventuais con<strong>tr</strong>adiçõ<strong>es</strong> existent<strong>es</strong> no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentaçõ<strong>es</strong> do<br />

embargante, verifica-se que <strong>es</strong>ta aponta a existência de omissão na decisão proferida por <strong>es</strong>te Juízo.<br />

Todavia, a hipót<strong>es</strong>e dos autos não caracteriza omissão, con<strong>tr</strong>adição ou obscuridade, não podendo prosperar o recurso<br />

interposto, uma vez que ausent<strong>es</strong> os requisitos previstos no art. 535 do CPC.<br />

Ora, os embargos de declaração não se pr<strong>es</strong>tam a inovar na causa e incluir fundamentos até então ausent<strong>es</strong>. A matéria<br />

posta no recurso inominado mereceu exame e d<strong>es</strong>ate nos limit<strong>es</strong> das razõ<strong>es</strong> recursais. Não é possível, em sede de<br />

embargos declaratórios, inovar o feito, <strong>tr</strong>azendo à discussão temas ou qu<strong>es</strong>tõ<strong>es</strong> complementar<strong>es</strong>, não objeto do decisum.<br />

Cabe regis<strong>tr</strong>ar que a recorrente, inclusive, sequer apr<strong>es</strong>entou cont<strong>es</strong>tação ou con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong> nos autos, tendo em vista o ato<br />

declaratório n. 06/2006, que pacificou a matéria no âmbito interno da Fazenda Nacional.<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

139 - 2007.50.50.009097-1/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: NEIDE DEZANE<br />

MARIANI.) x RONILZA GORDIANO DE OLIVEIRA.<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2007.50.50.009097-1/01<br />

Embargante : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Embargada : RONILZA GORDIANO DE OLIVEIRA<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – PONTO CRUCIAL: NÃO-RECEBIMENTO DA GRATIFICAÇÃO GDASS<br />

PLEITEADA PELA PARTE AUTORA DESDE A DATA DA OPÇÃO PELA CARREIRA DE SEGURO SOCIAL – EXISTÊNCIA<br />

DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS em face do


acórdão que referendou a decisão monocrática, que, por sua vez, negou provimento ao recurso inominado. Sustenta o<br />

embargante que a decisão foi omissa com relação a um ponto crucial, qual seja, o não-recebimento da gratificação<br />

pleiteada pela autora, ora embargada, d<strong>es</strong>de a data da opção pela carreira de seguro social.<br />

Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissõ<strong>es</strong>, aportar clareza ou retificar<br />

eventuais con<strong>tr</strong>adiçõ<strong>es</strong> existent<strong>es</strong> no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentaçõ<strong>es</strong> do<br />

embargante, verifica-se que <strong>es</strong>ta aponta a existência de omissão na decisão proferida por <strong>es</strong>te Juízo.<br />

Deveras, o acórdão guerreado não enfrentou a qu<strong>es</strong>tão posta em debate no recurso inominado, qual seja: a acumulação<br />

das gratificaçõ<strong>es</strong> GDASS e GDATA.<br />

Não obstante, a sentença revela que a procedência da ação refere-se à diferença apurada a título de GDATA e não de<br />

GDASS, não se falando, assim, em qualquer vinculação do julgado em qu<strong>es</strong>tão a ou<strong>tr</strong>as gratificaçõ<strong>es</strong> que possam ser<br />

pagas à parte autora, ora embargada.<br />

Assim, merecem ser acolhidos os pr<strong>es</strong>ent<strong>es</strong> embargos de declaração, em razão da existência da omissão suscitada pela<br />

parte embargante, integrando-se ao julgado guerreado o texto vinculado ao item anterior, para afastar a cumulação de<br />

gratificaçõ<strong>es</strong> no caso, ou mais <strong>es</strong>pecificamente, a GDASS.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER O RECURSO E DAR-LHE PROVIMENTO, na forma<br />

da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

140 - 2007.50.50.006666-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER<br />

DARROZ ROSSONI.) x MARCONE SANTOS DA SILVA (ADVOGADO: LEONICE OLIVEIRA DA SILVA LIMA.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2007.50.50.006666-0/01<br />

Embargante : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Embargado : MARCONE SANTOS DA SILVA<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO - PREQUESTIONAMENTO – VIOLAÇÃO CONSTITUCIONAL –<br />

INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO NÃO PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS em face do<br />

acórdão que negou provimento ao recurso inominado. Alega o embargante que a decisão seria omissa quanto à violação<br />

constitucional suscitada.<br />

Não assiste razão ao embargante. A Jurisprudência pá<strong>tr</strong>ia, ao decidir qu<strong>es</strong>tionamentos quanto às possibilidad<strong>es</strong> de<br />

interposição d<strong>es</strong>sa via recursal, assim já decidiu: “M<strong>es</strong>mo nos embargos de declaração com fim de prequ<strong>es</strong>tionamento,<br />

devem-se observar os lind<strong>es</strong> <strong>tr</strong>açados no art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, con<strong>tr</strong>adição, omissão e, por cons<strong>tr</strong>ução<br />

pretoriana integrativa, a hipót<strong>es</strong>e de erro material). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - Primeira


Turma, R<strong>es</strong>p. 11465-0-SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).<br />

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos nec<strong>es</strong>sários ao julgamento da causa foram devidamente<br />

analisados na decisão colegiada.<br />

Deveras, o fato de o acórdão guerreado não ter se manif<strong>es</strong>tado expr<strong>es</strong>samente sobre os artigos de lei que a parte alega<br />

incidir à <strong>es</strong>pécie não leva à conclusão de que ofendido o art. 535 do CPC, pois o julgador, d<strong>es</strong>de que fundamente<br />

suficientemente sua decisão, não <strong>es</strong>tá obrigado a r<strong>es</strong>ponder todas as alegaçõ<strong>es</strong> das part<strong>es</strong>, a ater-se aos fundamentos por<br />

elas apr<strong>es</strong>entados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto ao<br />

d<strong>es</strong>linde da causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que pr<strong>es</strong>ente alguma das hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> do art.<br />

535 do CPC.<br />

Na verdade, os embargos de declaração não se pr<strong>es</strong>tam a materializar nítido qu<strong>es</strong>tionário dirigido ao julgador, pois o<br />

proc<strong>es</strong>so, enquanto ins<strong>tr</strong>umento de dis<strong>tr</strong>ibuição da justiça, não tem a pretensão de viabilizar verdadeiros diálogos en<strong>tr</strong>e os<br />

litigant<strong>es</strong> e as magis<strong>tr</strong>aturas.<br />

Não obstante, não se observa, no caso, violação ao art. 203, V, da CR/88.<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

141 - 2003.50.52.000362-4/01 ADENAYDE RUFINO LUGAO (ADVOGADO: EDGARD VALLE DE SOUZA.) x INSTITUTO<br />

NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS .).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2003.50.52.000362-4/01<br />

Embargante : ADENAYDE RUFINO LUGÃO<br />

Embargado : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO E CONTRADIÇÃO – PREQUESTIONAMENTO – VIOLAÇÕES<br />

CONSTITUCIONAIS SUSCITADAS – ANÁLISE DE DOCUMENTOS ACOSTADOS AOS AUTOS – REFERÊNCIA AO<br />

TRABALHO RURAL - INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO NÃO PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos por ADENAYDE RUFINO LUGÃO em face de decisão que negou<br />

provimento ao recurso inominado. Alega a embargante que a decisão teria sido omissa quanto às violaçõ<strong>es</strong> constitucionais<br />

suscitadas, como também a r<strong>es</strong>peito dos documentos acostados aos autos, sendo que nem sequer faz referência ao<br />

<strong>tr</strong>abalho rural exercido pela parte. Suscita ainda con<strong>tr</strong>adição por tais motivos.<br />

Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissõ<strong>es</strong>, aportar clareza ou retificar<br />

eventuais con<strong>tr</strong>adiçõ<strong>es</strong> existent<strong>es</strong> no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentaçõ<strong>es</strong> do<br />

embargante, verifica-se que <strong>es</strong>ta aponta a existência de omissão ou con<strong>tr</strong>adição na decisão proferida por <strong>es</strong>te Juízo.<br />

Todavia, a hipót<strong>es</strong>e dos autos não caracteriza omissão, con<strong>tr</strong>adição ou obscuridade, não podendo prosperar o recurso<br />

interposto, uma vez que ausent<strong>es</strong> os requisitos previstos no art. 535 do CPC.<br />

A matéria posta no recurso inominado mereceu exame e d<strong>es</strong>ate nos limit<strong>es</strong> das razõ<strong>es</strong> recursais, sendo d<strong>es</strong>cabida a<br />

alegação de que teria sido omissa.<br />

A decisão guerreada expõe, de forma bastante clara, que a certidão de casamento deveria ser afastada como início de


prova material no caso, considerando que a autora, ora embargante, há muitos anos se encon<strong>tr</strong>ava separada do seu<br />

cônjuge, d<strong>es</strong>tacando ainda que o con<strong>tr</strong>ato de parceria firmado com Carlos Degasperi <strong>es</strong>taria eivado de vícios, conforme<br />

prova t<strong>es</strong>temunhal. Aponta ainda que, em diligências adminis<strong>tr</strong>ativas, se constatou que a embargante conviveu<br />

maritalmente com Ricardo Degasperi por mais de vinte anos, que possuía mais de cinco lot<strong>es</strong> e sete casas, bens <strong>es</strong>t<strong>es</strong> que<br />

serviam de aluguel e, portanto, de renda para o casal. O julgado em qu<strong>es</strong>tão também afastou a alegação de <strong>tr</strong>abalho,<br />

como diarista, nas terras de Carlos Degasperi, como também os demais <strong>tr</strong>abalhos supostamente realizados pela<br />

embargante no âmbito rural, por ausência de prova.<br />

N<strong>es</strong>se contexto, o julgado recorrido concluiu que não houve comprovação do período de cinco anos e seis m<strong>es</strong><strong>es</strong> exigidos<br />

para a sua aposentadoria, já que havia completado 55 anos de idade em 1993, tendo em vista que as informaçõ<strong>es</strong><br />

constant<strong>es</strong> nos autos demons<strong>tr</strong>am que não houve cumprimento dos requisitos para receber a aposentadoria por idade, na<br />

qualidade de segurada <strong>es</strong>pecial.<br />

D<strong>es</strong>sa maneira, não se vislumbra ainda con<strong>tr</strong>adição na decisão que autorize o saneamento d<strong>es</strong>ta.<br />

Cabe d<strong>es</strong>tacar que o julgador, d<strong>es</strong>de que fundamente suficientemente sua decisão, não <strong>es</strong>tá obrigado a r<strong>es</strong>ponder todas as<br />

alegaçõ<strong>es</strong> das part<strong>es</strong>, a ater-se aos fundamentos por elas apr<strong>es</strong>entados nem a rebater um a um todos os argumentos<br />

levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto ao d<strong>es</strong>linde da causa não oportuniza a oposição de embargos de<br />

declaração, sem que pr<strong>es</strong>ente alguma das hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> do art. 535 do CPC. Na verdade, os embargos de declaração não se<br />

pr<strong>es</strong>tam a materializar nítido qu<strong>es</strong>tionário dirigido ao julgador, pois o proc<strong>es</strong>so, enquanto ins<strong>tr</strong>umento de dis<strong>tr</strong>ibuição da<br />

justiça, não tem a pretensão de viabilizar verdadeiros diálogos en<strong>tr</strong>e os litigant<strong>es</strong> e as magis<strong>tr</strong>aturas.<br />

Assim, todos os pontos nec<strong>es</strong>sários ao julgamento da causa foram devidamente analisados na decisão colegiada.<br />

Regis<strong>tr</strong>e-se ainda que os embargos de declaração não se pr<strong>es</strong>tam a inovar na causa e incluir fundamentos até então<br />

ausent<strong>es</strong>. A matéria posta no recurso inominado mereceu exame e d<strong>es</strong>ate nos limit<strong>es</strong> das razõ<strong>es</strong> recursais. Não é possível,<br />

em sede de embargos declaratórios, inovar o feito, <strong>tr</strong>azendo à discussão temas ou qu<strong>es</strong>tõ<strong>es</strong> complementar<strong>es</strong>, não objeto<br />

do decisum.<br />

Não obstante, não se vislumbra, no caso, violação aos arts. 1º, III, 3º, III, 5º, caput, XXXVI, 201, I, §7º, II, da CR/88.<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, r<strong>es</strong>tando demons<strong>tr</strong>ada tão-somente<br />

a inconformidade da embargante com o provimento jurisdicional.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

142 - 2007.50.50.002327-1/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO<br />

LEAL DOS SANTOS.) x MARIA DAJUDA BICALHO E SILVA (ADVOGADO: JOAO FELIPE DE MELO CALMON<br />

HOLLIDAY.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2007.50.50.002327-1/01<br />

Embargante : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Embargado : MARIA DAJUDA BICALHO E SILVA<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO - PREQUESTIONAMENTO – INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 356 DO STF -<br />

INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO NÃO PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS em face de<br />

decisão que negou provimento ao recurso inominado. Alega o embargante que a decisão seria omissa quanto às violaçõ<strong>es</strong>


constitucionais suscitadas.<br />

Não assiste razão ao embargante. A Jurisprudência pá<strong>tr</strong>ia, ao decidir qu<strong>es</strong>tionamentos quanto às possibilidad<strong>es</strong> de<br />

interposição d<strong>es</strong>sa via recursal, assim já decidiu: “M<strong>es</strong>mo nos embargos de declaração com fim de prequ<strong>es</strong>tionamento,<br />

devem-se observar os lind<strong>es</strong> <strong>tr</strong>açados no art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, con<strong>tr</strong>adição, omissão e, por cons<strong>tr</strong>ução<br />

pretoriana integrativa, a hipót<strong>es</strong>e de erro material). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - Primeira<br />

Turma, R<strong>es</strong>p. 11465-0-SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).<br />

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos nec<strong>es</strong>sários ao julgamento da causa foram devidamente<br />

analisados na decisão colegiada.<br />

Deveras, o fato de o acórdão guerreado não ter se manif<strong>es</strong>tado expr<strong>es</strong>samente sobre os artigos de lei que a parte alega<br />

incidir à <strong>es</strong>pécie não leva à conclusão de que ofendido o art. 535 do CPC, pois o julgador, d<strong>es</strong>de que fundamente<br />

suficientemente sua decisão, não <strong>es</strong>tá obrigado a r<strong>es</strong>ponder todas as alegaçõ<strong>es</strong> das part<strong>es</strong>, a ater-se aos fundamentos por<br />

elas apr<strong>es</strong>entados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto ao<br />

d<strong>es</strong>linde da causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que pr<strong>es</strong>ente alguma das hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> do art.<br />

535 do CPC.<br />

Na verdade, os embargos de declaração não se pr<strong>es</strong>tam a materializar nítido qu<strong>es</strong>tionário dirigido ao julgador, pois o<br />

proc<strong>es</strong>so, enquanto ins<strong>tr</strong>umento de dis<strong>tr</strong>ibuição da justiça, não tem a pretensão de viabilizar verdadeiros diálogos en<strong>tr</strong>e os<br />

litigant<strong>es</strong> e as magis<strong>tr</strong>aturas.<br />

Não obstante, não se observa, no caso, violação ao princípio da seletividade e dis<strong>tr</strong>ibutividade na pr<strong>es</strong>tação de benefícios e<br />

serviços (art. 194, III, CR/88), ao princípio do caráter con<strong>tr</strong>ibutivo (art. 201 da CR/88) e ao princípio da pr<strong>es</strong>ervação do<br />

equilíbrio financeiro-atuarial (art. 201, §11, da CR/88).<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

91002 - RECURSO/MEDIDA URGÊNCIA CÍVEL<br />

143 - 2009.50.52.000153-8/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA<br />

FONSECA FERNANDES GOMES.) x VALDENI BATISTA TEIXEIRA (ADVOGADO: NILSON ARAUJO DA SILVA, TADEU<br />

JOSE DE SA NASCIMENTO.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2009.50.52.000153-8/01<br />

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS<br />

Recorrido : VALDENI BATISTA TEIXEIRA<br />

E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – DECISÃO INTERLOCUTÓRIA CONCEDENDO ANTECIPAÇÃO DOS<br />

EFEITOS DA TUTELA – EXISTÊNCIA DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS (ART. 273 DO CPC) – DECISÃO MANTIDA -<br />

RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pela autarquia previdenciária con<strong>tr</strong>a decisão interlocutória proferida pelo juiz a quo<br />

(fls. 83/87), que concedeu a antecipação dos efeitos da tutela na ação de n. 2009.50.52.000153-8, em <strong>tr</strong>âmite na Vara<br />

<strong>Federal</strong> de São Mateus/ES, no sentido de determinar o INSS que implantasse, imediatamente, o benefício de pr<strong>es</strong>tação<br />

continuada (LOAS). Em suas razõ<strong>es</strong>, aduz que não <strong>es</strong>tão pr<strong>es</strong>ent<strong>es</strong> os requisitos autorizador<strong>es</strong> da medida, nos termos do<br />

art. 273 do CPC, principalmente porque não <strong>es</strong>tá pr<strong>es</strong>ente o requisito da miserabilidade, salientando que há perigo de<br />

irreversibilidade do provimento antecipado.<br />

2. Para avaliar os critérios adotados pela instância ordinária, que ensejaram a conc<strong>es</strong>são da antecipação dos efeitos da<br />

tutela, requer-se reexame dos elementos probatórios, a fim de se aferirem os requisitos do art. 273 do CPC.


3. Não obstante, a decisão guerreada expõe que foram juntados, aos autos, laudos médicos indicando que o autor, ora<br />

recorrido, se encon<strong>tr</strong>a em <strong>tr</strong>atamento ortopédico devido à fratura de osso na perna direita, não tendo, portanto, condiçõ<strong>es</strong><br />

laborais. Conforme parecer social do INSS à fl. 25, o grupo familiar no qual o mencionado recorrido <strong>es</strong>tá inserido possui<br />

renda mensal inferior a ¼ do salário mínimo, sendo a única renda a aposentadoria por idade do pai do m<strong>es</strong>mo, composta<br />

por um salário mínimo.<br />

4. Os laudos apr<strong>es</strong>entados pelo recorrido (fls. 43/47) são contundent<strong>es</strong> em demons<strong>tr</strong>ar que o m<strong>es</strong>mo não se encon<strong>tr</strong>a em<br />

condiçõ<strong>es</strong> de <strong>tr</strong>abalhar e o parecer social supracitado demons<strong>tr</strong>a a condição de miserabilidade da família do m<strong>es</strong>mo, haja<br />

vista que, com a informação de que o pai do mencionado recorrido é idoso, deve-se aplicar analogicamente o parágrafo<br />

único do artigo 34 do Estatuto do Idoso, para fins de não computar a aposentadoria do pai d<strong>es</strong>te para fins de cálculo de<br />

renda familiar.<br />

5. Nos termos do art. 20 da Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência social, o benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada é<br />

garantido no valor de um salário mínimo mensal à p<strong>es</strong>soa portadora de deficiência ou ao idoso com 70 (setenta) anos ou<br />

mais que comprove não possuir meios de prover a própria subsistência e tampouco de tê-la provida por familiar<strong>es</strong>. Para<br />

efeitos de aplicação do citado dispositivo, considera-se portadora de deficiência a p<strong>es</strong>soa incapacitada para a vida<br />

independente e para o <strong>tr</strong>abalho e, da m<strong>es</strong>ma forma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de<br />

deficiência ou idoso a família cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.<br />

6. Todavia, o preceito contido no art. 20, § 3º, da Lei 8.742/93 não é o único critério válido para comprovar a condição de<br />

miserabilidade preceituada no artigo 203, V, da Constituição <strong>Federal</strong>. Isso porque a renda familiar per capita inferior a ¼ do<br />

salário mínimo deve ser considerada como um limite mínimo, um quantum objetivamente considerado insuficiente à<br />

insubsistência do portador de deficiência e do idoso, o que não impede que o julgador faça uso de ou<strong>tr</strong>os fator<strong>es</strong> que<br />

tenham o condão de comprovar a condição de miserabilidade da família do autor. Esse é o entendimento do Superior<br />

Tribunal de <strong>Justiça</strong> (STJ, 6ª Turma, REsp 841.060/SP, Rel. Minis<strong>tr</strong>a Maria Thereza de Assis Moura, DJ 25.06.2007, p.<br />

319.).<br />

7. O parágrafo único do artigo 34 do Estatuto do Idoso, Lei 10.741/2003, conforme já mencionado, por sua vez, dispõe que<br />

o benefício previdenciário já concedido a qualquer membro da família não será computado para os fins do cálculo da renda<br />

familiar per capita a que se refere a Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS. Tal regra, porém, deve ser <strong>es</strong>tendida, por<br />

analogia, às hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> em que a renda familiar é constituída exclusivamente por benefício previdenciário.<br />

8. O núcleo familiar, no caso, é composto por <strong>tr</strong>ês p<strong>es</strong>soas, o recorrido e seus pais, e a única renda auferida no momento<br />

pelo referido núcleo é a aposentadoria do genitor do recorrido, o que permite a utilização do dispositivo legal acima para que<br />

se caracterize o <strong>es</strong>tado de miserabilidade da família, de forma a se preencher o requisito da renda perquirido pela Lei<br />

Orgânica da Assistência Social.<br />

9. Havendo existência de prova inequívoca, convincente da verossimilhança da alegação, além da pr<strong>es</strong>ença do fundado<br />

receio de dano irreparável ou de difícil reparação, tem-se por satisfeitos os pr<strong>es</strong>supostos legais insertos no art. 273, I e II,<br />

do CPC, para o deferimento da antecipação dos efeitos da tutela.<br />

10. Encon<strong>tr</strong>ando-se a decisão impugnada fundamentada em laudo médico firmado pelo próprio SUS e no parecer social<br />

revelando a situação de miserabilidade, que aponta o quadro justificador da conc<strong>es</strong>são do benefício pleiteado, não há óbice<br />

para o deferimento do pedido liminar, vez que há prova inequívoca da verossimilhança da alegação.<br />

11. Quanto ao ou<strong>tr</strong>o requisito (dano irreparável ou de difícil reparação), há inegável caráter alimentar do benefício em<br />

qu<strong>es</strong>tão, sendo certo de que a recorrida depende dele para prover seu sustento em condiçõ<strong>es</strong> dignas de sobrevivência, o<br />

que autoriza a conc<strong>es</strong>são da medida em sede liminar.<br />

12. No mais, indevida a alegação de perigo de irreversibilidade do provimento da tutela de urgência, que cede <strong>es</strong>paço ante<br />

a direitos fundamentais como a dignidade da p<strong>es</strong>soa humana e a temp<strong>es</strong>tiva e eficaz pr<strong>es</strong>tação jurisdicional. Além disso, é<br />

o caso de verba alimentar e de situação que, em t<strong>es</strong>e, há perigo de irreversibilidade para ambas as part<strong>es</strong>, sendo que a<br />

posição do juiz deve ser a de pr<strong>es</strong>tigiar a nec<strong>es</strong>sidade de manutenção de um indivíduo em de<strong>tr</strong>imento de eventual dano que<br />

possa ser causado ao recorrente.<br />

13. Não r<strong>es</strong>ide, portanto, mácula na decisão interlocutória de piso, que merece ser mantida, posto que pr<strong>es</strong>ent<strong>es</strong> os<br />

requisitos autorizador<strong>es</strong> para a conc<strong>es</strong>são da antecipação dos efeitos da tutela pretendida na inicial dos autos principais<br />

(art. 273 do CPC). Recurso ao qual se nega provimento.<br />

14. Custas isentas, na forma do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/1996. Sem condenação em honorários advocatícios, ante a<br />

ausência de apr<strong>es</strong>entação de con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong>.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa


constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

144 - 2009.50.51.000637-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RENATA PEDRO DE<br />

MORAES SENTO-SÉ REIS.) x ANTONIA GONÇALVES TORRES OLIVEIRA (ADVOGADO: GISELLE PEREIRA DIAS<br />

VILLARREAL.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2009.50.51.000637-0/01<br />

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Recorrido : ANTONIA GONÇALVES TORRES OLIVEIRA<br />

E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – DECISÃO INTERLOCUTÓRIA CONCEDENDO ANTECIPAÇÃO DOS<br />

EFEITOS DA TUTELA – EXISTÊNCIA DE REQUISITOS NECESSÁRIOS (ART. 273 DO CPC) – DECISÃO MANTIDA -<br />

RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pela autarquia previdenciária con<strong>tr</strong>a decisão interlocutória proferida pelo juiz a<br />

quo, que concedeu a antecipação dos efeitos da tutela na ação de n. 2009.50.51.000637-0, em <strong>tr</strong>âmite na Vara <strong>Federal</strong> de<br />

Cachoeiro de Itapemirim/ES, no sentido de determinar o INSS que implantasse, imediatamente, o benefício da assistência<br />

social. Em suas razõ<strong>es</strong>, aduz que não <strong>es</strong>tão pr<strong>es</strong>ent<strong>es</strong> os requisitos autorizador<strong>es</strong> da medida, nos termos do art. 273 do<br />

CPC, salientando que há perigo de irreversibilidade do provimento antecipado. Sustenta ainda o recorrente que não houve<br />

preenchimento dos requisitos legais para a conc<strong>es</strong>são, ainda que antecipada, do benefício, posto que a renda familiar per<br />

capita não é inferior a ¼ do salário mínimo. Isto porque, para <strong>es</strong>te, não há que se aplicar o disposto no Estatuto do Idoso a<br />

r<strong>es</strong>peito da possibilidade de cumulação de benefícios assistenciais, visto que não se <strong>tr</strong>ataria, no caso, de benefício<br />

assistencial, mas sim previdenciário. Pugna pela conc<strong>es</strong>são de efeito suspensivo ao pr<strong>es</strong>ente recurso em apreço.<br />

Para avaliar os critérios adotados pela instância ordinária, que ensejaram a conc<strong>es</strong>são da antecipação dos efeitos da tutela,<br />

requer-se reexame dos elementos probatórios, a fim de se aferirem os requisitos do art. 273 do CPC.<br />

Não obstante, conforme se ex<strong>tr</strong>ai do laudo social juntado aos autos, às fls. 145-149, o núcleo familiar, no caso, é composto<br />

por qua<strong>tr</strong>o p<strong>es</strong>soas: a recorrida, já de avançada idade e sem remuneração, portadora de severa hemiplegia causada por<br />

AVC por crise hipertensiva; seu cônjuge de 68 anos, que goza do benefício de aposentadoria rural; sua filha, portadora de<br />

doença mental (comprovada nos documentos acostados às fls. 172-175 e 178); e seu filho, não possuidor de emprego fixo,<br />

mas com uma renda média de R$ 300,00 (<strong>tr</strong>ezentos reais).<br />

Nos termos do art. 20 da Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência Social, o benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada é garantido<br />

no valor de um salário mínimo mensal à p<strong>es</strong>soa portadora de deficiência ou ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais que<br />

comprove não possuir meios de prover a própria subsistência e tampouco de tê-la provida por familiar<strong>es</strong>. Para efeitos de<br />

aplicação do citado dispositivo, considera-se portadora de deficiência a p<strong>es</strong>soa incapacitada para a vida independente e<br />

para o <strong>tr</strong>abalho e, da m<strong>es</strong>ma forma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idoso a<br />

família cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.<br />

O parágrafo único do artigo 34 do Estatuto do Idoso, Lei 10.741/2003, por sua vez, dispõe que o benefício assistencial já<br />

concedido a qualquer membro da família não será computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita a que se<br />

refere a Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS. Tal regra, porém, deve ser <strong>es</strong>tendida, por analogia, às hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> em<br />

que a renda familiar é constituída exclusivamente por benefício previdenciário, visto que há similitude que permite a<br />

equiparação dos valor<strong>es</strong> das duas <strong>es</strong>péci<strong>es</strong> de benefício. Tanto o é que se encon<strong>tr</strong>a, ou<strong>tr</strong>ossim, de forma vasta, grande<br />

aplicabilidade d<strong>es</strong>se dispositivo em nosso ordenamento pá<strong>tr</strong>io, sendo <strong>es</strong>se o caminho <strong>es</strong>colhido pelo juiz a quo.<br />

Somente a título de exemplo, cita-se um julgado da Turma Nacional de Uniformização que bem elenca a matéria discutida: “<br />

O parágrafo único do art. 34 do Estatuto do Idoso pode ser aplicado por analogia à hipót<strong>es</strong>e em que o benefício percebido<br />

pelo companheiro é de natureza previdenciária. É intuitivo que assim seja, na medida em que o d<strong>es</strong>iderato da legislação<br />

<strong>es</strong>pecial do idoso é o de lhe assegurar uma renda mínima que lhe propicie a existência com dignidade. Sabe-se, inclusive,<br />

que a maior parte de suas d<strong>es</strong>p<strong>es</strong>as é gasta com medicamentos, de modo que buscou a lei garantir a r<strong>es</strong>erva de um<br />

mínimo de recursos para tal fim” – Pedido de Uniformização de Interpretação de Lei <strong>Federal</strong>: 200783005198453.<br />

A partir da análise da renda do núcleo familiar da recorrida, assim como do fundamento legal e jurisprudencial<br />

supra-apr<strong>es</strong>entado, não há como se deixar de reconhecer a hipossuficiência da parte requerente, ora recorrida, assim como<br />

a razão na conc<strong>es</strong>são do benefício assistencial objeto d<strong>es</strong>ta lide de forma antecipada.<br />

Havendo existência de prova inequívoca, convincente da verossimilhança da alegação, além da pr<strong>es</strong>ença do fundado receio<br />

de dano irreparável ou de difícil reparação, tem-se por satisfeitos os pr<strong>es</strong>supostos legais insertos no art. 273, I e II, do CPC,<br />

para o deferimento da antecipação dos efeitos da tutela.


Encon<strong>tr</strong>ando-se a decisão impugnada fundamentada em laudo médico firmado pelo próprio SUS, que aponta o quadro<br />

justificador da conc<strong>es</strong>são do benefício assistencial, assim como embasado nas constataçõ<strong>es</strong> do laudo social, corroborant<strong>es</strong><br />

para tal feito, não há óbice para o deferimento do pedido liminar, vez que há prova inequívoca da verossimilhança da<br />

alegação.<br />

Quanto ao ou<strong>tr</strong>o requisito (dano irreparável ou de difícil reparação), há inegável caráter alimentar do benefício pleiteado,<br />

sendo certo de que a recorrida depende dele para prover seu sustento em condiçõ<strong>es</strong> dignas de sobrevivência, o que<br />

autoriza a conc<strong>es</strong>são da medida em sede liminar.<br />

No mais, indevida a alegação de perigo de irreversibilidade do provimento da tutela de urgência, que cede <strong>es</strong>paço ante<br />

direitos fundamentais como a dignidade da p<strong>es</strong>soa humana e a temp<strong>es</strong>tiva e eficaz pr<strong>es</strong>tação jurisdicional. Além disso, é o<br />

caso de verba alimentar e de situação que, em t<strong>es</strong>e, há perigo de irreversibilidade para ambas as part<strong>es</strong>, sendo que a<br />

posição do juiz deve ser a de pr<strong>es</strong>tigiar a nec<strong>es</strong>sidade de manutenção de um indivíduo em de<strong>tr</strong>imento de eventual dano que<br />

possa ser causado ao recorrente.<br />

Não r<strong>es</strong>ide, portanto, mácula na decisão interlocutória de piso, que merece ser mantida, posto que pr<strong>es</strong>ent<strong>es</strong> os requisitos<br />

autorizador<strong>es</strong> para a conc<strong>es</strong>são da antecipação dos efeitos da tutela pretendida na inicial dos autos principais (art. 273 do<br />

CPC). Recurso ao qual se nega provimento.<br />

Custas isentas, na forma do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/1996. Não há condenação do recorrente em honorários advocatícios<br />

haja vista a não interposição de con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong> recursais.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa<br />

constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

145 - 2008.50.51.000870-2/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RENATA PEDRO DE<br />

MORAES SENTO-SÉ REIS.) x JUDITE MARIA DE FREITAS (ADVOGADO: ANTÔNIO JUSTINO COSTA.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2008.50.51.000870-2/01<br />

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Recorrido : JUDITE MARIA DE FREITAS<br />

E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – DECISÃO INTERLOCUTÓRIA CONCEDENDO ANTECIPAÇÃO DOS<br />

EFEITOS DA TUTELA – EXISTÊNCIA DE REQUISITOS NECESSÁRIOS (ART. 273 DO CPC) – DECISÃO MANTIDA -<br />

RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pela autarquia previdenciária con<strong>tr</strong>a decisão interlocutória proferida pelo juiz a<br />

quo, que concedeu a antecipação dos efeitos da tutela na ação de n. 2008.50.51.000870-2, em <strong>tr</strong>âmite na Vara <strong>Federal</strong> de<br />

Cachoeiro de Itapemirim/ES, no sentido de determinar o INSS que implantasse, imediatamente, o benefício da assistência<br />

social. Em suas razõ<strong>es</strong>, aduz que não <strong>es</strong>tão pr<strong>es</strong>ent<strong>es</strong> os requisitos autorizador<strong>es</strong> da medida, nos termos do art. 273 do<br />

CPC, salientando que há perigo de irreversibilidade do provimento antecipado.<br />

2. Para avaliar os critérios adotados pela instância ordinária, que ensejaram a conc<strong>es</strong>são da antecipação dos efeitos da<br />

tutela, requer-se reexame dos elementos probatórios, a fim de se aferirem os requisitos do art. 273 do CPC.<br />

3. Não obstante, os laudos apr<strong>es</strong>entados pela parte autora, ora recorrida, cujas cópias foram juntadas às fls. 33/36,<br />

constatam que <strong>es</strong>tá acometida de moléstias que a incapacitam para o <strong>tr</strong>abalho. N<strong>es</strong>se sentido, a prova documental<br />

acostada aos autos, sobretudo os laudos médicos supracitados, o laudo pericial e o relatório social, converge para a<br />

conclusão inequívoca de que a parte autora não <strong>es</strong>tá apta a exercer atividad<strong>es</strong> laborativas, por sofrer de doenças cardíacas<br />

e psiquiá<strong>tr</strong>icas, tais como: cardiopatia hipertensiva, angina pectoris e diabet<strong>es</strong> mellitus tipo II, epilepsia convulsiva e<br />

<strong>tr</strong>anstorno mental, motivo pelo qual depende totalmente do cônjuge para a sua sobrevivência, o que também impede a <strong>es</strong>te<br />

de <strong>tr</strong>abalhar, pois nec<strong>es</strong>sita de cuidar integralmente da recorrida.<br />

4. Regis<strong>tr</strong>e-se que o relatório social ainda expôs que nem a recorrida nem o seu cônjuge exercem atividade produtiva,<br />

sendo que o casal sobrevive com ajuda de terceiros. D<strong>es</strong>sa forma, totalmente d<strong>es</strong>cabida a alegação recursal de que a<br />

renda familiar per capita, no caso, não é inferior a ¼ do salário-mínimo.


4. Nos termos do art. 20 da Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência social, o benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada é<br />

garantido no valor de um salário mínimo mensal à p<strong>es</strong>soa portadora de deficiência ou ao idoso com 70 (setenta) anos ou<br />

mais que comprove não possuir meios de prover a própria subsistência e tampouco de tê-la provida por familiar<strong>es</strong>. Para<br />

efeitos de aplicação do citado dispositivo, considera-se portadora de deficiência a p<strong>es</strong>soa incapacitada para a vida<br />

independente e para o <strong>tr</strong>abalho e, da m<strong>es</strong>ma forma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de<br />

deficiência ou idoso a família cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.<br />

5. Havendo existência de prova inequívoca, convincente da verossimilhança da alegação, além da pr<strong>es</strong>ença do fundado<br />

receio de dano irreparável ou de difícil reparação, tem-se por satisfeitos os pr<strong>es</strong>supostos legais insertos no art. 273, I e II,<br />

do CPC, para o deferimento da antecipação dos efeitos da tutela.<br />

6. Encon<strong>tr</strong>ando-se a decisão impugnada fundamentada em robusto las<strong>tr</strong>o probatório, que aponta ao quadro justificador da<br />

conc<strong>es</strong>são do benefício assistencial de pr<strong>es</strong>tação continuada, não há óbice para o deferimento do pedido liminar, vez que<br />

há prova inequívoca da verossimilhança da alegação, caracterizando a incidência do fumus boni iuri.<br />

7. Quanto ao ou<strong>tr</strong>o requisito (dano irreparável ou de difícil reparação), há inegável caráter alimentar do benefício<br />

pleiteado, sendo certo de que a recorrida depende dele para prover seu sustento em condiçõ<strong>es</strong> dignas de sobrevivência, o<br />

que autoriza a conc<strong>es</strong>são da medida em sede liminar.<br />

8. No mais, indevida a alegação de perigo de irreversibilidade do provimento da tutela de urgência, que cede <strong>es</strong>paço ante<br />

direitos fundamentais como a dignidade da p<strong>es</strong>soa humana e a temp<strong>es</strong>tiva e eficaz pr<strong>es</strong>tação jurisdicional. Além disso, é o<br />

caso de verba alimentar e de situação que, em t<strong>es</strong>e, há perigo de irreversibilidade para ambas as part<strong>es</strong>, sendo que a<br />

posição do juiz deve ser a de pr<strong>es</strong>tigiar a nec<strong>es</strong>sidade de manutenção de um indivíduo em de<strong>tr</strong>imento de eventual dano que<br />

possa ser causado ao recorrente, corroborando assim o adágio jurídico do in dUbio pro misero.<br />

9. Não r<strong>es</strong>ide, portanto, mácula na decisão interlocutória de piso, que merece ser mantida, posto que pr<strong>es</strong>ent<strong>es</strong> os<br />

requisitos autorizador<strong>es</strong> para a conc<strong>es</strong>são da antecipação dos efeitos da tutela pretendida na inicial dos autos principais<br />

(art. 273 do CPC). Recurso ao qual se nega provimento.<br />

10. Custas isentas, na forma do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/1996. Sem condenação em honorários advocatícios, ante a<br />

ausência de apr<strong>es</strong>entação de con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong>.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER O RECURSO E, NO MÉRITO, NEGAR PROVIMENTO,<br />

na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

146 - 2009.50.52.000281-6/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA<br />

FONSECA FERNANDES GOMES.) x JURANI DE SOUZA PEREIRA.<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2009.50.52.000281-6/01<br />

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Recorrido : JURANI DE SOUZA PEREIRA<br />

E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – DECISÃO INTERLOCUTÓRIA CONCEDENDO ANTECIPAÇÃO DOS<br />

EFEITOS DA TUTELA – EXISTÊNCIA DE REQUISITOS NECESSÁRIOS (ART. 273 DO CPC) – DECISÃO MANTIDA -<br />

RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pela autarquia previdenciária con<strong>tr</strong>a decisão interlocutória proferida pelo juiz a<br />

quo, que concedeu a antecipação dos efeitos da tutela na ação de n. 2009.50.52.000281-6, em <strong>tr</strong>âmite na Vara <strong>Federal</strong> de<br />

São Mateus/ES, no sentido de determinar o INSS que implantasse, imediatamente, o benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada.<br />

Em suas razõ<strong>es</strong>, aduz que não <strong>es</strong>tão pr<strong>es</strong>ent<strong>es</strong> os requisitos autorizador<strong>es</strong> da medida, nos termos do art. 273 do CPC.<br />

2. Inicialmente, com relação ao pedido formulado à fl. 84, cumpre regis<strong>tr</strong>ar que, considerando as peculiaridad<strong>es</strong> da causa,<br />

não há nec<strong>es</strong>sidade de se nomear um defensor dativo para apr<strong>es</strong>entação de con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong> ao recurso inominado em<br />

qu<strong>es</strong>tão, posto que não se vislumbra prejuízo à def<strong>es</strong>a da parte recorrida.<br />

3. Para avaliar os critérios adotados pela instância ordinária, que ensejaram a conc<strong>es</strong>são da antecipação dos efeitos da<br />

tutela, requer-se reexame dos elementos probatórios, a fim de se aferirem os requisitos do art. 273 do CPC.


4. Não obstante, a decisão guerreada expõe que foram juntados, aos autos, laudos médicos indicando ser a parte autora,<br />

ora recorrida, portadora de doença mental, em <strong>tr</strong>atamento d<strong>es</strong>de 2003, não tendo, portanto, condiçõ<strong>es</strong> para o <strong>tr</strong>abalho.<br />

Regis<strong>tr</strong>a o julgado que, conforme relatório social, o grupo familiar no qual <strong>es</strong>tá inserida nem sequer possui renda,<br />

nec<strong>es</strong>sitando de ajuda financeira de parente.<br />

5. Os laudos apr<strong>es</strong>entados pela parte autora, ora recorrida, cujas cópias foram juntadas às fls. 32/35, constatam que <strong>es</strong>tá<br />

acometida de doença a que se refere o item anterior (doença mental crônica). A cópia do relatório social acostada às fls.<br />

40/43 denotam que a recorrida vive mod<strong>es</strong>tamente em uma casa simpl<strong>es</strong> de qua<strong>tr</strong>o cômodos, sendo o grupo familiar<br />

formado por 02 p<strong>es</strong>soas, sem nenhuma renda, sendo que recebem ajuda financeira de parente. Consignou-se que a<br />

recorrida vive com sua mãe, que sofre de doença cardíaca e alcoolismo.<br />

6. Nos termos do art. 20 da Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência social, o benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada é<br />

garantido no valor de um salário mínimo mensal à p<strong>es</strong>soa portadora de deficiência ou ao idoso com 70 (setenta) anos ou<br />

mais que comprove não possuir meios de prover a própria subsistência e tampouco de tê-la provida por familiar<strong>es</strong>. Para<br />

efeitos de aplicação do citado dispositivo, considera-se portadora de deficiência a p<strong>es</strong>soa incapacitada para a vida<br />

independente e para o <strong>tr</strong>abalho e, da m<strong>es</strong>ma forma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de<br />

deficiência ou idoso a família cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.<br />

7. No caso, conforme já exposto, o núcleo familiar é composto por duas p<strong>es</strong>soas, a recorrida, que sofre de doença mental<br />

crônica, e a sua mãe, que sofre de doença cardíaca e alcoolismo, sendo que ambas não possuem nenhuma renda, o que<br />

as levam a depender de ajuda financeira de um parente; assim, não há como se deixar de reconhecer a hipossuficiência da<br />

parte recorrida.<br />

8. Havendo existência de prova inequívoca, convincente da verossimilhança da alegação, além da pr<strong>es</strong>ença do fundado<br />

receio de dano irreparável ou de difícil reparação, tem-se por satisfeitos os pr<strong>es</strong>supostos legais insertos no art. 273, I e II,<br />

do CPC, para o deferimento da antecipação dos efeitos da tutela. Encon<strong>tr</strong>ando-se a decisão impugnada fundamentada em<br />

laudo médico firmado pelo próprio SUS e no relatório social revelando a situação de miserabilidade, que aponta a o quadro<br />

justificador da conc<strong>es</strong>são do benefício pleiteado, não há óbice para o deferimento do pedido liminar, vez que há prova<br />

inequívoca da verossimilhança da alegação. Quanto ao ou<strong>tr</strong>o requisito (dano irreparável ou de difícil reparação), há inegável<br />

caráter alimentar do benefício em qu<strong>es</strong>tão, sendo certo de que a recorrida depende dele para prover seu sustento em<br />

condiçõ<strong>es</strong> dignas de sobrevivência, o que autoriza a conc<strong>es</strong>são da medida em sede liminar.<br />

9. No mais, não há que se falar em perigo de irreversibilidade do provimento da tutela de urgência, que cede <strong>es</strong>paço ante<br />

direitos fundamentais como a dignidade da p<strong>es</strong>soa humana e a temp<strong>es</strong>tiva e eficaz pr<strong>es</strong>tação jurisdicional. Além disso, é o<br />

caso de verba alimentar e de situação que, em t<strong>es</strong>e, há perigo de irreversibilidade para ambas as part<strong>es</strong>, sendo que a<br />

posição do juiz deve ser a de pr<strong>es</strong>tigiar a nec<strong>es</strong>sidade de manutenção de um indivíduo em de<strong>tr</strong>imento de eventual dano que<br />

possa ser causado ao recorrente.<br />

10. Não r<strong>es</strong>ide, portanto, mácula na decisão interlocutória de piso, que merece ser mantida, posto que pr<strong>es</strong>ent<strong>es</strong> os<br />

requisitos autorizador<strong>es</strong> para a conc<strong>es</strong>são da antecipação dos efeitos da tutela pretendida na inicial dos autos principais<br />

(art. 273 do CPC).<br />

11. Recurso ao qual se nega provimento.<br />

12. Custas isentas, na forma do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/1996. Sem condenação em honorários advocatícios, ante a<br />

ausência de apr<strong>es</strong>entação de con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong> ao recurso inominado em apreço.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa<br />

constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

147 - 2010.50.51.000290-1/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Vinícius de Lacerda<br />

Aleodim Campos.) x GERALDO MARTINS MACIEL JUNIOR (ADVOGADO: Larissa Dias Scantamburlo.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2010.50.51.000290-1/01<br />

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Recorrido : GERALDO MARTINS MACIEL JUNIOR<br />

E M E N T A


PREVIDENCIÁRIO – DECISÃO INTERLOCUTÓRIA CONCEDENDO ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA –<br />

EXISTÊNCIA DE REQUISITOS NECESSÁRIOS (ART. 273 DO CPC) – EFEITO DEVOLUTIVO DO RECURSO - DECISÃO<br />

MANTIDA - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pela autarquia previdenciária con<strong>tr</strong>a decisão interlocutória proferida pelo juiz a<br />

quo, que concedeu a antecipação dos efeitos da tutela na ação ordinária de n. 2010.50.51.000290-1, em <strong>tr</strong>âmite no Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> de Cachoeiro de Itapemirim/ES, no sentido de determinar o INSS que implantasse, no prazo de <strong>tr</strong>inta dias,<br />

o benefício de pensão por morte. Em suas razõ<strong>es</strong>, aduz que não <strong>es</strong>tão pr<strong>es</strong>ent<strong>es</strong> os requisitos autorizador<strong>es</strong> da medida,<br />

nos termos do art. 273 do CPC, salientando que há perigo de irreversibilidade do provimento antecipado.<br />

2. Para avaliar os critérios adotados pela instância ordinária, que ensejaram a conc<strong>es</strong>são da antecipação dos efeitos da<br />

tutela, requer-se reexame dos elementos probatórios, a fim de se aferirem os requisitos do art. 273 do CPC.<br />

3. Não obstante, a decisão guerreada expõe que o óbito de GERALDO MARTINS MACIEL, ocorreu em 07.06.2009,<br />

conforme certidão acostada à fl. 25 dos autos principais, sendo que o recorrido, GERALDO MARTINS MACIEL JUNIOR, foi<br />

interditado em 18.12.2000, nos termos da sentença proferida na ação que <strong>tr</strong>amitou na Vara de Órfãos e Suc<strong>es</strong>sõ<strong>es</strong> da<br />

Comarca de Cachoeiro de Itapemirim/ES, cuja cópia foi juntada às fls. 20/21 dos autos principais, sendo que consta que o<br />

próprio INSS reconheceu a incapacidade do recorrido, nos termos do documento acostado às fls. 30/31 dos autos<br />

principais.<br />

4. O art. 16 da Lei n. 8.213/91 <strong>es</strong>tabelece que são beneficiários do Regime Geral da Previdência Social, na condição de<br />

dependente do Segurado: “o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição,<br />

menor de 21 anos ou inválido”, motivo pelo qual não há óbice na conc<strong>es</strong>são de benefício ao recorrido, posto que ele reúne<br />

todos os requisitos nec<strong>es</strong>sários à conc<strong>es</strong>são do benefício pleiteado, mormente quanto à qualidade de dependente, vez que<br />

sua incapacidade foi aferida anteriormente à data do óbito de seu pai.<br />

5. Há inegável caráter alimentar do benefício pleiteado, sendo certo de que o recorrido depende dele para prover seu<br />

sustento em condiçõ<strong>es</strong> dignas de sobrevivência, o que autoriza a conc<strong>es</strong>são da medida em sede liminar. Irretocável a<br />

decisão proferida à fl. 53, que indefere o pedido de efeito suspensivo ao pr<strong>es</strong>ente recurso, em razão dos argumentos já<br />

expostos.<br />

6. Não r<strong>es</strong>ide, portanto, mácula na decisão interlocutória de piso, que merece ser mantida, posto que pr<strong>es</strong>ent<strong>es</strong> os<br />

requisitos autorizador<strong>es</strong> para a conc<strong>es</strong>são da antecipação dos efeitos da tutela pretendida na inicial dos autos principais<br />

(art. 273 do CPC). Recurso ao qual se nega provimento.<br />

7. Custas isentas, na forma do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/1996.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa<br />

constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

148 - 2009.50.52.000566-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHAN<br />

DE ALMEIDA.) x LUCIMAR BATISTA DE SOUZA (ADVOGADO: MARCIO MENDONSA BATISTA, LIETE VOLPONI<br />

FORTUNA.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2009.50.52.000566-0/01<br />

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Recorrido : LUCIMAR BATISTA DE SOUZA<br />

E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – DECISÃO INTERLOCUTÓRIA CONCEDENDO ANTECIPAÇÃO DOS<br />

EFEITOS DA TUTELA – EXISTÊNCIA DE REQUISITOS NECESSÁRIOS (ART. 273 DO CPC) – DECISÃO MANTIDA -<br />

RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pela autarquia previdenciária con<strong>tr</strong>a decisão interlocutória proferida pelo juiz a<br />

quo, que concedeu a antecipação dos efeitos da tutela na ação de n. 2009.50.52.000566-0, em <strong>tr</strong>âmite na Vara <strong>Federal</strong> de<br />

São Mateus/ES, no sentido de determinar o INSS que implantasse, imediatamente, o benefício de auxílio doença. Em suas<br />

razõ<strong>es</strong>, aduz que não <strong>es</strong>tão pr<strong>es</strong>ent<strong>es</strong> os requisitos autorizador<strong>es</strong> da medida, nos termos do art. 273 do CPC, salientando


que há perigo de irreversibilidade do provimento antecipado.<br />

2. Para avaliar os critérios adotados pela instância ordinária, que ensejaram a conc<strong>es</strong>são da antecipação dos efeitos da<br />

tutela, requer-se reexame dos elementos probatórios, a fim de se aferirem os requisitos do art. 273 do CPC.<br />

3. Não obstante, os laudos apr<strong>es</strong>entados pela parte autora, ora recorrida, cujas cópias foram juntadas às fls. 37, 38 e 40,<br />

constatam que <strong>es</strong>tá acometida de doença que a impossibilita a <strong>tr</strong>abalhar na lavoura por tempo indeterminado.<br />

4. A decisão guerreada expõe que, às fls. 22, 23, 24, 25, 26, 55 e 56 dos autos corr<strong>es</strong>pondent<strong>es</strong>, foram acostados laudos<br />

médicos que indicam que a autora, ora recorrida, possui quadro de ar<strong>tr</strong>ose lombar, ar<strong>tr</strong>ite e dermatite psoriasiforme<br />

compatível com psoríase, <strong>es</strong>tando, portanto, impossibilitada de realizar suas atividad<strong>es</strong> laborais. Encon<strong>tr</strong>am-se juntadas, a<br />

<strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, cópias dos documentos a que se refere tal decisum.<br />

4. O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendo<br />

cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu <strong>tr</strong>abalho ou para a sua atividade<br />

habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.<br />

5. Havendo existência de prova inequívoca, convincente da verossimilhança da alegação, além da pr<strong>es</strong>ença do fundado<br />

receio de dano irreparável ou de difícil reparação, tem-se por satisfeitos os pr<strong>es</strong>supostos legais insertos no art. 273, I e II,<br />

do CPC, para o deferimento da antecipação dos efeitos da tutela.<br />

5. Encon<strong>tr</strong>ando-se a decisão impugnada fundamentada em laudo médico firmado pelo próprio SUS, que aponta a o quadro<br />

justificador da conc<strong>es</strong>são do auxílio-doença, não há óbice para o deferimento do pedido liminar, vez que há prova<br />

inequívoca da verossimilhança da alegação.<br />

5. Quanto ao ou<strong>tr</strong>o requisito (dano irreparável ou de difícil reparação), há inegável caráter alimentar do benefício<br />

pleiteado, sendo certo de que a recorrida depende dele para prover seu sustento em condiçõ<strong>es</strong> dignas de sobrevivência, o<br />

que autoriza a conc<strong>es</strong>são da medida em sede liminar.<br />

6. No mais, indevida a alegação de perigo de irreversibilidade do provimento da tutela de urgência, que cede <strong>es</strong>paço ante<br />

direitos fundamentais como a dignidade da p<strong>es</strong>soa humana e a temp<strong>es</strong>tiva e eficaz pr<strong>es</strong>tação jurisdicional. Além disso, é o<br />

caso de verba alimentar e de situação que, em t<strong>es</strong>e, há perigo de irreversibilidade para ambas as part<strong>es</strong>, sendo que a<br />

posição do juiz deve ser a de pr<strong>es</strong>tigiar a nec<strong>es</strong>sidade de manutenção de um indivíduo em de<strong>tr</strong>imento de eventual dano que<br />

possa ser causado ao recorrente.<br />

6. Não r<strong>es</strong>ide, portanto, mácula na decisão interlocutória de piso, que merece ser mantida, posto que pr<strong>es</strong>ent<strong>es</strong> os<br />

requisitos autorizador<strong>es</strong> para a conc<strong>es</strong>são da antecipação dos efeitos da tutela pretendida na inicial dos autos principais<br />

(art. 273 do CPC). Recurso ao qual se nega provimento.<br />

7. Custas isentas, na forma do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/1996. Condenação do INSS ao pagamento de honorários<br />

advocatícios no montante de R$ 1.000,00 (um mil reais), nos termos do artigo 20, § 4º, do CPC.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa<br />

constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

149 - 2009.50.52.000268-3/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHAN<br />

DE ALMEIDA.) x MARIA DA PENHA (ADVOGADO: EDGARD VALLE DE SOUZA.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2009.50.52.000268-3/01<br />

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Recorrido : MARIA DA PENHA FIGUEREDO<br />

E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – DECISÃO INTERLOCUTÓRIA CONCEDENDO ANTECIPAÇÃO DOS<br />

EFEITOS DA TUTELA – EXISTÊNCIA DE REQUISITOS NECESSÁRIOS (ART. 273 DO CPC) – DECISÃO MANTIDA -<br />

RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pela autarquia previdenciária con<strong>tr</strong>a decisão interlocutória proferida pelo juiz a


quo, que concedeu a antecipação dos efeitos da tutela na ação de n. 2009.50.52.000268-3, em <strong>tr</strong>âmite na Vara <strong>Federal</strong> de<br />

São Mateus/ES, no sentido de determinar o INSS que implantasse, imediatamente, o benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada<br />

(LOAS). Em suas razõ<strong>es</strong>, aduz que não <strong>es</strong>tão pr<strong>es</strong>ent<strong>es</strong> os requisitos autorizador<strong>es</strong> da medida, nos termos do art. 273 do<br />

CPC, principalmente porque não <strong>es</strong>tá pr<strong>es</strong>ente o requisito da miserabilidade, salientando que há perigo de irreversibilidade<br />

do provimento antecipado.<br />

2. Para avaliar os critérios adotados pela instância ordinária, que ensejaram a conc<strong>es</strong>são da antecipação dos efeitos da<br />

tutela, requer-se reexame dos elementos probatórios, a fim de se aferirem os requisitos do art. 273 do CPC.<br />

3. Não obstante, a decisão guerreada expõe que foram juntados, aos autos, laudos médicos indicando ser a autora, ora<br />

recorrida, portadora de <strong>es</strong>pondiloar<strong>tr</strong>ose lombar e <strong>es</strong>coliose, não tendo, portanto, condiçõ<strong>es</strong> para o <strong>tr</strong>abalho. Regis<strong>tr</strong>a o<br />

julgado que, conforme relatório social, o grupo familiar no qual <strong>es</strong>tá inserida possui renda mensal inferior a ¼ do salário<br />

mínimo, sendo a única renda é a aposentadoria do cônjuge.<br />

4. Os laudos apr<strong>es</strong>entados pela parte autora, ora recorrida, cujas cópias foram juntadas às fls. 23/24, constatam que <strong>es</strong>tá<br />

acometida de doença a que se refere o item anterior. A cópia do relatório social acostada às fls. 33/35 denotam que a<br />

recorrida vive em <strong>es</strong>tado de ex<strong>tr</strong>ema pobreza, sendo o grupo familiar formado por 03 p<strong>es</strong>soas, com renda mensal de um<br />

salário mínimo, corr<strong>es</strong>pondente à aposentadoria do cônjuge.<br />

5. Nos termos do art. 20 da Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência social, o benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada é<br />

garantido no valor de um salário mínimo mensal à p<strong>es</strong>soa portadora de deficiência ou ao idoso com 70 (setenta) anos ou<br />

mais que comprove não possuir meios de prover a própria subsistência e tampouco de tê-la provida por familiar<strong>es</strong>. Para<br />

efeitos de aplicação do citado dispositivo, considera-se portadora de deficiência a p<strong>es</strong>soa incapacitada para a vida<br />

independente e para o <strong>tr</strong>abalho e, da m<strong>es</strong>ma forma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de<br />

deficiência ou idoso a família cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.<br />

6. Todavia, o preceito contido no art. 20, § 3º, da Lei 8.742/93 não é o único critério válido para comprovar a condição de<br />

miserabilidade preceituada no artigo 203, V, da Constituição <strong>Federal</strong>. Isso porque a renda familiar per capita inferior a ¼ do<br />

salário mínimo deve ser considerada como um limite mínimo, um quantum objetivamente considerado insuficiente à<br />

insubsistência do portador de deficiência e do idoso, o que não impede que o julgador faça uso de ou<strong>tr</strong>os fator<strong>es</strong> que<br />

tenham o condão de comprovar a condição de miserabilidade da família do autor. Esse é o entendimento do Superior<br />

Tribunal de <strong>Justiça</strong> (STJ, 6ª Turma, REsp 841.060/SP, Rel. Minis<strong>tr</strong>a Maria Thereza de Assis Moura, DJ 25.06.2007, p.<br />

319.).<br />

7. O parágrafo único do artigo 34 do Estatuto do Idoso, Lei 10.741/2003, por sua vez, dispõe que o benefício previdenciário<br />

já concedido a qualquer membro da família não será computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita a que<br />

se refere a Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS. Tal regra, porém, deve ser <strong>es</strong>tendida, por analogia, às hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> em<br />

que a renda familiar é constituída exclusivamente por benefício previdenciário.<br />

8. O núcleo familiar, no caso, é composto por <strong>tr</strong>ês p<strong>es</strong>soas, uma idosa, que recebe aposentadoria, a recorrida, também<br />

idosa, incapaz para atividad<strong>es</strong> laborativas, e uma menor; assim, d<strong>es</strong>contada a aposentadoria mínima auferida pelo cônjuge<br />

idoso, não há como se deixar de reconhecer a hipossuficiência da parte requerente, ora recorrida.<br />

9. Havendo existência de prova inequívoca, convincente da verossimilhança da alegação, além da pr<strong>es</strong>ença do fundado<br />

receio de dano irreparável ou de difícil reparação, tem-se por satisfeitos os pr<strong>es</strong>supostos legais insertos no art. 273, I e II,<br />

do CPC, para o deferimento da antecipação dos efeitos da tutela.<br />

10. Encon<strong>tr</strong>ando-se a decisão impugnada fundamentada em laudo médico firmado pelo próprio SUS e no relatório social<br />

revelando a situação de miserabilidade, que aponta a o quadro justificador da conc<strong>es</strong>são do benefício pleiteado, não há<br />

óbice para o deferimento do pedido liminar, vez que há prova inequívoca da verossimilhança da alegação.<br />

11. Quanto ao ou<strong>tr</strong>o requisito (dano irreparável ou de difícil reparação), há inegável caráter alimentar do benefício em<br />

qu<strong>es</strong>tão, sendo certo de que a recorrida depende dele para prover seu sustento em condiçõ<strong>es</strong> dignas de sobrevivência, o<br />

que autoriza a conc<strong>es</strong>são da medida em sede liminar.<br />

12. No mais, indevida a alegação de perigo de irreversibilidade do provimento da tutela de urgência, que cede <strong>es</strong>paço ante<br />

direitos fundamentais como a dignidade da p<strong>es</strong>soa humana e a temp<strong>es</strong>tiva e eficaz pr<strong>es</strong>tação jurisdicional. Além disso, é o<br />

caso de verba alimentar e de situação que, em t<strong>es</strong>e, há perigo de irreversibilidade para ambas as part<strong>es</strong>, sendo que a<br />

posição do juiz deve ser a de pr<strong>es</strong>tigiar a nec<strong>es</strong>sidade de manutenção de um indivíduo em de<strong>tr</strong>imento de eventual dano que<br />

possa ser causado ao recorrente.<br />

13. Não r<strong>es</strong>ide, portanto, mácula na decisão interlocutória de piso, que merece ser mantida, posto que pr<strong>es</strong>ent<strong>es</strong> os<br />

requisitos autorizador<strong>es</strong> para a conc<strong>es</strong>são da antecipação dos efeitos da tutela pretendida na inicial dos autos principais<br />

(art. 273 do CPC). Recurso ao qual se nega provimento.<br />

14. Custas isentas, na forma do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/1996. Condenação do INSS ao pagamento de honorários<br />

advocatícios no montante de R$ 500,00 (quinhentos reais), nos termos do artigo 20, § 4º, do CPC.


ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa<br />

constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

91003 - MANDADO DE SEGURANÇA/ATO JUIZADO ESPECIAL<br />

150 - 2003.50.50.030776-0/02 LUIZ GONZAGA COELHO ORTEGA (ADVOGADO: NORBERTO JUDSON DE SOUZA<br />

BASTOS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ<br />

ROSSONI.) x Juiz <strong>Federal</strong> do 3º Juizado Especial <strong>Federal</strong>.<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Estado do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

3º Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2003.50.50.030776-0/02<br />

Impe<strong>tr</strong>ante : LUIZ GONZAGA COELHO ORTEGA<br />

Impe<strong>tr</strong>ado: EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DO 3º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DE VITÓRIA/ES E<br />

OUTRO<br />

EMENTA:<br />

MANDADO DE SEGURANÇA. PROVA DA CIÊNCIA DO ATO IMPUGNADO. DOCUMENTO ESSENCIAL À VERIFICAÇÃO<br />

DA TEMPESTIVIDADE DA MEDIDA. EXTINÇÃO.<br />

1. Trata-se de Mandado de Segurança impe<strong>tr</strong>ado por LUIZ GONZAGA COELHO ORTEGA con<strong>tr</strong>a ato jurisdicional praticado<br />

pelo Juiz <strong>Federal</strong> do 3º Juizado Especial <strong>Federal</strong> de Vitória/ES nos autos do Proc<strong>es</strong>so n. 2003.50.50.030776-0, que, em<br />

sede de liquidação, indeferiu o pedido de cômputo do período de 01/10/1973 a 06/09/1975 como tempo de con<strong>tr</strong>ibuição<br />

<strong>es</strong>pecial e, em conseqüência, a conc<strong>es</strong>são de aposentadoria <strong>es</strong>pecial d<strong>es</strong>te a data do ajuizamento da ação originária.<br />

2. A análise dos autos demons<strong>tr</strong>a que o ato impugnado no pr<strong>es</strong>ente mandamus, ou seja, indeferimento de aposentadoria<br />

<strong>es</strong>pecial d<strong>es</strong>te a data do ajuizamento da ação originária (por não se considerar o período de 01/10/1973 a 06/09/1975 como<br />

tempo de con<strong>tr</strong>ibuição <strong>es</strong>pecial), foi exarado em 06/08/2008 – fl. 108.<br />

3. O pedido de reconsideração, formulado em 07/05/2009 – fl. 109/111, não tem o condão de interromper o pr<strong>es</strong>ente prazo.<br />

Precedent<strong>es</strong>.<br />

4. A prova da ciência do ato impugnado é documento indispensável à propositura da ação mandamental, vez que sua falta<br />

impede que se verifique a temp<strong>es</strong>tividade da ação mandamental.<br />

5. O impe<strong>tr</strong>ante não colacionou aos autos cópia da certidão de intimação do ato impugnado ou de que os autos lhe foram<br />

disponibilizados, não havendo como verificar o termo inicial para a contagem do prazo decadencial do mandado de<br />

segurança.<br />

6. N<strong>es</strong>te sentido, o seguinte julgado: “ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL - MANDADO DE SEGURANÇA –<br />

AUSÊNCIA DE DOCUMENTO COMPROBATÓRIO DA PUBLICAÇÃO DO ATO ATACADO – EXTINÇÃO DO PROCESSO<br />

SEM O JULGAMENTO DO MÉRITO - RECURSO DESPROVIDO. I - Em sede de mandado de segurança, a petição inicial<br />

deve vir ins<strong>tr</strong>uída com todos os documentos indispensáveis à propositura da ação, justamente para evidenciar o pretenso<br />

direito líquido e certo tido como violado. Em sendo assim, o rito mandamental não comporta dilação probatória, salvo nos<br />

casos em que o impe<strong>tr</strong>ante não disponha do documento ou lhe seja negado o fornecimento. II - A certidão que regis<strong>tr</strong>a o<br />

<strong>tr</strong>ânsito em julgado do acórdão proferido pelo Conselho da Magis<strong>tr</strong>atura não deve ser considerada, pois para efeitos de<br />

impe<strong>tr</strong>ação do writ em comento, o ato atacado - que levou a efeito a aplicação da pena de multa -, é a referida decisão. A<br />

publicação d<strong>es</strong>sa é o termo inicial para a contagem do prazo decadencial do mandado de segurança, vez que con<strong>tr</strong>a tal não<br />

mais cabia apelo adminis<strong>tr</strong>ativo. III - No caso dos autos, o recorrente não juntou aos autos cópia da certidão de intimação<br />

do aludido decisum, devendo o feito ser extinto sem o julgamento do mérito. IV - Recurso d<strong>es</strong>provido. (RMS 18032/PR,<br />

Relator Minis<strong>tr</strong>o Gilson Dipp, 5ª Turma Especializada, DJ 03/11/2004 p. 210)”.<br />

7. Ante o exposto, JULGO EXTINTO o mandado de segurança sem r<strong>es</strong>olução do mérito, com fulcro no art. 10 da Lei n.<br />

12.016/2009 c/c art. 267, VI, do CPC.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, JULGAR EXTINTO O PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO,<br />

na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator


91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL<br />

151 - 2005.50.01.003363-9/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Marcelo Camata<br />

Pereira.) x FRANCISCA PEREIRA DE VARGAS (ADVOGADO: ARMANDO VEIGA.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2005.50.01.003363-9/01<br />

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL.<br />

Recorrido : FRANCISCA PEREIRA DE VARGAS<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – UTILIZAÇÃO FREQUENTE DE DIARISTAS – GRANDE<br />

EXTENSÃO DA PROPRIEDADE – REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR NÃO COMPROVADO - SENTENÇA REFORMADA<br />

- RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.<br />

1) Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls.116/119, que julgou procedente o pedido<br />

de conc<strong>es</strong>são do benefício de aposentadoria rural por idade. Em sede recursal, a autarquia alega que os documentos<br />

carreados deixam claro que, ap<strong>es</strong>ar de existir labor rural, <strong>es</strong>te não era exercido em regime de economia familiar.<br />

2) O requisito etário e o exercício de atividade rural são requisitos incon<strong>tr</strong>oversos. A qu<strong>es</strong>tão cinge-se em analisar se tal<br />

labor era realmente exercido em regime de economia familiar e durante o período de carência nec<strong>es</strong>sário para conc<strong>es</strong>são<br />

do benefício. Ao se compulsar os autos, observa-se que existem dois fator<strong>es</strong> que poderiam obstar a caracterização do<br />

regime de economia familiar, quais sejam: a frequente utilização diaristas e a grande extensão da propriedade.<br />

3) A autora sempre viveu com o marido e com os filhos no meio rural. Sendo importante frisar que <strong>es</strong>te chegou a ser<br />

proprietário de 05 (cinco) propriedad<strong>es</strong> (fl. 33v, fl. 37v, fl. 36/37, fl. 38, fl. 39), cuja extensão conjunta totaliza cerca de<br />

780.000 m², quase 20 alqueir<strong>es</strong> de terra, o que significa, portanto, que o cônjuge da autora era um grande proprietário de<br />

terras. De fato, A jurisprudência já pacificou que o tamanho das propriedad<strong>es</strong>, não afasta, por si só, a qualidade de<br />

segurado <strong>es</strong>pecial, d<strong>es</strong>de que pr<strong>es</strong>ent<strong>es</strong> os demais requisitos. Todavia, r<strong>es</strong>tou evidenciado nos autos que a autora chegou<br />

a ter cinco famílias de colonos em suas propriedad<strong>es</strong>, o que significa que a utilização de mão-de-obra terceirizada não era<br />

eventual, como dispõe o inciso VII, artigo 11, da Lei 8.213/91, mas sim frequente.<br />

4) O benefício de aposentadoria por idade rural busca proteger os rurícolas que labutam dia-a-dia no campo, lutando pela<br />

sobrevivência de sua família, sem qualquer possibilidade real de lograr uma aposentadoria do regime de con<strong>tr</strong>ibutivo. Não é<br />

<strong>es</strong>te o caso dos autos. O tamanho das propriedad<strong>es</strong> e a utilização frequente de mão-de-obra terceirizada deixam claro que<br />

a autora não era segurada <strong>es</strong>pecial, mas sim uma produtora rural.<br />

5) Diante do que fora exposto e argumentado, infere-se que a autora não comprovou a existência do regime de economia<br />

familiar durante o período de carência nec<strong>es</strong>sário, motivo pelo qual deve ser reformada a sentença para que seja julgado<br />

improcedente o pedido autoral.<br />

6) Recurso provido. Sentença reformada.<br />

7) Custas ex lege. Sem honorários, eis que somente devidos nos casos em que o recorrente é vencido, como disciplina o<br />

art. 55 da Lei 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, DAR PROVIMENTO AO RECURSO, na<br />

forma do voto e ementa constant<strong>es</strong> dos autos, que ficam fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

152 - 2006.50.51.000187-5/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER<br />

DARROZ ROSSONI.) x JUCELIO DE AZEVEDO (ADVOGADO: ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA, EMILENE ROVETTA DA<br />

SILVA, ALAN ROVETTA DA SILVA.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2006.50.51.000187-5/01<br />

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Recorrido : JUCÉLIO DE AZEVEDO<br />

E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – CONCEDIDA A APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO –<br />

TEMPO DE TRABALHO ESPECIAL NO PERÍODO QUESTIONADO - EXPOSIÇÃO A AGENTES NOCIVOS FORA DOS<br />

LIMITES DA LEI – RECURSO IMPROVIDO - SENTENÇA MANTIDA.


Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença proferida pelo juiz a quo que julgou<br />

parcialmente procedente a pretensão externada na inicial d<strong>es</strong>ta ação, no sentido de condenar a autarquia previdenciária a<br />

instituir o benefício de aposentadoria por tempo de con<strong>tr</strong>ibuição, inclusive a título de antecipação dos efeitos da tutela. Em<br />

suas razõ<strong>es</strong> recursais, alega o recorrente que é totalmente equivocado o argumento de que, com a edição da Lei n.<br />

9.032/1995, não havia mais exigência de comprovação da atividade <strong>es</strong>pecial a<strong>tr</strong>avés de laudo técnico, sendo que a única<br />

inovação foi a delegar à própria autarquia previdenciária a forma de comprovação da exposição aos agent<strong>es</strong> nocivos. Frisa<br />

que o recorrido não <strong>es</strong>tava exposto a níveis de ruído que fiz<strong>es</strong>se jus à contagem <strong>es</strong>pecial dos períodos de labor<br />

considerados, posto que qualquer EPI auricular atenua, em média, 20 a 30% do ruído. A seguir, afirma que os laudos não<br />

contêm elementos para comprovação da efetiva exposição aos agent<strong>es</strong> nocivos contemplados na legislação, vez que não<br />

demons<strong>tr</strong>am os diferent<strong>es</strong> níveis de ruídos a que o recorrido <strong>es</strong>tava exposto.<br />

Por certo, até 05/03/1997, data da publicação do Decreto 2.172, que regulamentou a Lei 9.032/95 e a MP 1.523/96<br />

(convertida na Lei 9.528/97), a comprovação do tempo de serviço laborado em condiçõ<strong>es</strong> <strong>es</strong>peciais, em virtude da<br />

exposição de agent<strong>es</strong> nocivos à saúde e à integridade física dos segurados, dava-se pelo simpl<strong>es</strong> enquadramento da<br />

atividade exercida no rol dos Decretos 53.831/64 e 83.080/79 e, posteriormente, do Decreto 611/92. A partir da referida<br />

data, passou a ser nec<strong>es</strong>sária a demons<strong>tr</strong>ação, mediante laudo técnico, da efetiva exposição do <strong>tr</strong>abalhador a tais agent<strong>es</strong><br />

nocivos, isso até 28/05/1998, quando r<strong>es</strong>tou vedada a conversão do tempo de serviço <strong>es</strong>pecial em comum pela Lei<br />

9.711/98. Todavia, se a p<strong>es</strong>soa exerceu atividade em condiçõ<strong>es</strong> <strong>es</strong>peciais (exposição a agent<strong>es</strong> nocivos à saúde ou<br />

integridade física), comprovada nos termos da legislação vigente à época da pr<strong>es</strong>tação do serviço, possui direito adquirido à<br />

conversão do tempo <strong>es</strong>pecial em comum, para fins de conc<strong>es</strong>são de aposentadoria por tempo de serviço.<br />

Os elementos constant<strong>es</strong>, nos autos, revelam que o autor, ora recorrido, nos períodos de 02.10.1978 a 31.10.1986 e de<br />

01.04.1990 a 30.06.1993, nos quais laborou na empr<strong>es</strong>a VIAÇÃO ITAPEMIRIM S/A, como auxiliar de almoxarife e<br />

almoxarife, <strong>es</strong>tava exposto a ruído superior a 90db (noventa decibéis), levando-se em consideração os Formulários<br />

DSS-8030 (fls. 27 e 29) e o Laudo Técnico Pericial (fls. 32/34).<br />

Os Formulários DSS-8030, elaborados pelo empregador do recorrido, declara que <strong>es</strong>te <strong>es</strong>tava exposto aos agent<strong>es</strong><br />

potencialmente agr<strong>es</strong>sivos, de maneira habitual e permanente, não ocasional nem intermitente. O laudo pericial, por seu<br />

turno, d<strong>es</strong>envolvido por engenheiro de Segurança do Trabalho, <strong>tr</strong>az d<strong>es</strong>critos os períodos, cargos, serviços realizados, os<br />

locais de <strong>tr</strong>abalho e as condiçõ<strong>es</strong> ambientais de tais locais. Ora, foi constatado que, no Almoxafirado Cen<strong>tr</strong>al Platô 0, havia<br />

ruído de 97,3 db; no Amoxarifado Intermediário, ruído menor de 80,0 db; no Almoxarifado Platô II, ruído de 90,4 db; e, no<br />

Almoxarifado Cen<strong>tr</strong>al Platô IV, ruído menor de 80,0 db. Basta, portanto, cruzar as informaçõ<strong>es</strong> para concluir que, no período<br />

em qu<strong>es</strong>tão, o recorrido <strong>es</strong>tava sim submetido a agent<strong>es</strong> nocivos, conforme a legislação pertinente.<br />

A TURMA NACIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS editou a<br />

SÚMULA N. 32, em 26 de junho de 2006, <strong>tr</strong>azendo o seguinte teor: “O tempo de <strong>tr</strong>abalho laborado com exposição a ruído é<br />

considerado <strong>es</strong>pecial, para fins de conversão em comum, nos seguint<strong>es</strong> níveis: superior a 80 decibéis, na vigência do<br />

Decreto n. 53.831/64 (1.1.6); superior a 90 decibéis, a partir de 5 de março de 1997, na vigência do Decreto n. 2.172/97;<br />

superior a 85 decibéis, a partir da edição do Decreto n. 4.882, de 18 de novembro de 2003”.<br />

Com base em tal pronunciamento, o julgado atacado entendeu que o período supracitado é considerado insalubre para a<br />

exposição a ruído, pois <strong>es</strong>te <strong>es</strong>tava em níveis superior<strong>es</strong> ao permitido por lei, considerando o Decreto vigente durante o<br />

período.<br />

Regis<strong>tr</strong>e-se que eventual uso de EPI (EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL) só d<strong>es</strong>caracteriza a <strong>es</strong>pecialidade da<br />

atividade quando efetivamente comprovado que o uso atenua, reduz ou neu<strong>tr</strong>aliza a nocividade do agente a limit<strong>es</strong> legais de<br />

tolerância, e d<strong>es</strong>de que se <strong>tr</strong>ate de atividade exercida após 02 de junho de 1998, pois até tal data vigia a Ordem de Serviço<br />

INSS/DSS nº 564, de 9 de maio de 1997, a qual <strong>es</strong>tatuía, em seu item 12.2.5, que "o uso de Equipamento de Proteção<br />

Individual - EPI não d<strong>es</strong>caracteriza o enquadramento da atividade sujeita a agent<strong>es</strong> agr<strong>es</strong>sivos à saúde ou à integridade<br />

física”.<br />

Diante do que fora exposto e analisado, não merece reparo a sentença guerreada.<br />

Recurso conhecido e, no mérito, improvido.<br />

Sem custas, nos termos da lei. Honorários advocatícios devidos pela parte recorrente, os quais fixo em R$ 1.000,00 (um mil<br />

reais), com fulcro no art. 20, §4º, do CPC.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa<br />

constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator


153 - 2006.50.51.001752-4/01 LEOZINA BERNARDES DE MATOS (ADVOGADO: URBANO LEAL PEREIRA, JOSÉ DE<br />

OLIVEIRA GOMES, JOSÉ NASCIMENTO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:<br />

MARCELA REIS SILVA.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2006.50.51.001752-4/01<br />

Recorrente : LEOZINA BERNARDES DE MATOS.<br />

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DE SEGURIDADE SOCIAL.<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. REQUISITOS LEGAIS. COMPROVAÇÃO. AUSÊNCIA DE<br />

INÍCIO DE PROVA MATERIAL. PROVA TESTEMUNHAL NÃO FAVORÁVEL. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.<br />

SENTENÇA MANTIDA.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora con<strong>tr</strong>a sentença proferida pelo juiz a quo, que julgou<br />

improcedente a pretensão externada na inicial d<strong>es</strong>ta ação. Em suas razõ<strong>es</strong> recursais, alega a recorrente que as<br />

t<strong>es</strong>temunhas proferiram depoimentos deficient<strong>es</strong>, em que fatos antigos foram <strong>es</strong>quecidos.<br />

Os requisitos para a conc<strong>es</strong>são do benefício de aposentadoria <strong>es</strong>tão previstos nos artigos 11, VII, 48, § 1º e 142, da Lei nº<br />

8.213/91. São el<strong>es</strong>: (a) idade de 60 (s<strong>es</strong>senta) anos, se homem, ou 55 (cinqüenta e cinco) anos, se mulher (art. 48, § 1.º, da<br />

Lei n.º 8.213/1991 e art. 51, caput, do Decreto n.º 3.048/1999); (b) efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma<br />

d<strong>es</strong>contínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, pelo número de m<strong>es</strong><strong>es</strong> de con<strong>tr</strong>ibuição<br />

corr<strong>es</strong>pondente ao da carência para a obtenção do benefício, consoante tabelas previstas nos r<strong>es</strong>pectivos dispositivos<br />

legais (art. 48, § 2.º c/c art. 143 da Lei n.º 8.213/1991 e art. 51, parágrafo único, c/c art. 182 do Decreto n.º 3.048/1999); (c)<br />

atividade rural exercida em regime de economia familiar e de subsistência, admitindo-se apenas a título excepcional, em<br />

caráter eventual, a pr<strong>es</strong>tação de serviços de terceiros não component<strong>es</strong> da unidade familiar.<br />

A Lei n. 8.213/1991 considera segurado <strong>es</strong>pecial o produtor, parceiro, meeiro, comodatário ou arrendatário que exerçam<br />

suas atividad<strong>es</strong>, individualmente ou em regime de economia familiar (art. 11, inciso VII), sendo certo que se exige, pelo<br />

menos, um início de prova material para a comprovação do tempo de serviço do rurícola (art. 55, § 3º).<br />

Não foi possível ex<strong>tr</strong>air dos autos documentos que comprovassem o início de prova material. A recorrente, ao apr<strong>es</strong>entar os<br />

regis<strong>tr</strong>os <strong>es</strong>critos apensados às fls. 08, 10, 11 e 13, apenas comprovou a profissão do marido como lavrador, o qual, por<br />

sua vez, faleceu em 1981. Para que ficasse evidente sua condição de segurada <strong>es</strong>pecial, todavia, não há qualquer prova<br />

documental que permita tal conclusão. Complementarmente, os depoimentos obtidos por prova t<strong>es</strong>temunhal também<br />

caminham n<strong>es</strong>se sentido ao confirmarem que, nos 10 anos anterior<strong>es</strong>, a recorrente vivia na cidade, não r<strong>es</strong>tando cumprido,<br />

portanto, o período de carência exigido à data do requerimento adminis<strong>tr</strong>ativo. D<strong>es</strong>tarte, não há que se reformar a sentença<br />

de piso.<br />

Recurso ao qual se nega provimento.<br />

Sem custas ou condenação da recorrente em honorários advocatícios, haja vista ser <strong>es</strong>ta beneficiada pela assistência<br />

judiciária gratuita.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa<br />

constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

154 - 2007.50.51.002919-1/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERICK TAVARES<br />

RIBEIRO.) x ELVIRA RODRIGUES (ADVOGADO: MIRIAN TEREZA SILVEIRA.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2007.50.51.002919-1/01<br />

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL.


Recorrido : ELVIRA RODRIGUES.<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. REQUISITOS LEGAIS. COMPROVAÇÃO. INÍCIO DE<br />

PROVA MATERIAL, COMPLEMENTADA POR PROVA TESTEMUNHAL. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.<br />

SENTENÇA MANTIDA.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte requerida con<strong>tr</strong>a sentença proferida pelo juiz a quo, que julgou<br />

procedente a pretensão externada na inicial d<strong>es</strong>ta ação. Em suas razõ<strong>es</strong> recursais, alega o recorrente que o início de prova<br />

material é frágil, não r<strong>es</strong>tando, pois, comprovada a qualidade de segurada <strong>es</strong>pecial da autora.<br />

Os requisitos para a conc<strong>es</strong>são do benefício de aposentadoria <strong>es</strong>tão previstos nos artigos 11, VII, 48, § 1º e 142, da Lei nº<br />

8.213/91. São el<strong>es</strong>: (a) idade de 60 (s<strong>es</strong>senta) anos, se homem, ou 55 (cinqüenta e cinco) anos, se mulher (art. 48, § 1.º, da<br />

Lei n.º 8.213/1991 e art. 51, caput, do Decreto n.º 3.048/1999); (b) efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma<br />

d<strong>es</strong>contínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, pelo número de m<strong>es</strong><strong>es</strong> de con<strong>tr</strong>ibuição<br />

corr<strong>es</strong>pondente ao da carência para a obtenção do benefício, consoante tabelas previstas nos r<strong>es</strong>pectivos dispositivos<br />

legais (art. 48, § 2.º c/c art. 143 da Lei n.º 8.213/1991 e art. 51, parágrafo único, c/c art. 182 do Decreto n.º 3.048/1999); (c)<br />

atividade rural exercida em regime de economia familiar e de subsistência, admitindo-se apenas a título excepcional, em<br />

caráter eventual, a pr<strong>es</strong>tação de serviços de terceiros não component<strong>es</strong> da unidade familiar.<br />

A Lei n. 8.213/1991 considera segurado <strong>es</strong>pecial o produtor, parceiro, meeiro, comodatário ou arrendatário que exerçam<br />

suas atividad<strong>es</strong>, individualmente ou em regime de economia familiar (art. 11, inciso VII), sendo certo que se exige, pelo<br />

menos, um início de prova material para a comprovação do tempo de serviço do rurícola (art. 55, § 3º).<br />

São d<strong>es</strong>cabidos os argumentos suscitados pela autarquia-ré em suas razõ<strong>es</strong> recursais, posto que não há que se acatar a<br />

alegação da ausência de início de prova material. Isto porque o enquadramento da recorrida como segurada <strong>es</strong>pecial<br />

encon<strong>tr</strong>a sim fundamento nas provas ex<strong>tr</strong>aídas dos autos às fls. 09; 10; 12 e 14. De maneira complementar, são <strong>es</strong>tas<br />

corroboradas satisfatória e robustamente pelos depoimentos obtidos por prova t<strong>es</strong>temunhal, os quais, sem con<strong>tr</strong>adição,<br />

confirmaram a profissão da recorrida como <strong>tr</strong>abalhadora rural à época de cumprimento da carência. Para pôr fim a <strong>es</strong>se<br />

qu<strong>es</strong>tionamento, é de grande valia a constatação da MM Juíza de piso obtida na Audiência de Ins<strong>tr</strong>ução e Julgamento.<br />

N<strong>es</strong>ta ocasião, a<strong>tr</strong>avés do contato p<strong>es</strong>soal com a parte, a Magis<strong>tr</strong>ada pôde “constatar indubitavelmente sua condição de<br />

<strong>tr</strong>abalhadora rural pelo aspecto da pele sacrificada pela exposição continuada ao sol” (fls. 45). Não r<strong>es</strong>ide, portanto, mácula<br />

na sentença de piso, que merece ser mantida.<br />

Recurso ao qual se nega provimento.<br />

Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honorários advocatícios arbi<strong>tr</strong>ados<br />

em 10% (dez por cento) do valor a<strong>tr</strong>ibuído à causa, com fulcro no art. 20, §4º, do CPC.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa<br />

constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

155 - 2008.50.50.000415-3/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA<br />

COSTA.) x OLANDO PAGUNG (ADVOGADO: HENRIQUE SOARES MACEDO.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2008.50.50.000415-3/01<br />

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL - INSS


Recorrido : OLANDO PAGUNG<br />

E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO INTEGRAL –<br />

RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pela autarquia previdenciária con<strong>tr</strong>a sentença proferida pelo juiz a quo que julgou<br />

procedente a pretensão externada na inicial d<strong>es</strong>ta ação, concedendo aposentadoria por tempo de con<strong>tr</strong>ibuição ao autor, ora<br />

recorrido. Em suas razõ<strong>es</strong> recursais, alega a recorrente que jamais reconheceu o tempo de <strong>tr</strong>abalho rural em regime de<br />

economia familiar e que falta tempo para a conc<strong>es</strong>são do benefício de aposentadoria por tempo de con<strong>tr</strong>ibuição.<br />

Para o deferimento do benefício da aposentadoria por idade, é impr<strong>es</strong>cindível que se comprove o exercício de atividad<strong>es</strong><br />

por período equivalente à carência <strong>es</strong>tabelecida, sendo que o art. 142 da Lei n. 8.213/1991 dispõe a r<strong>es</strong>peito do número de<br />

m<strong>es</strong><strong>es</strong> nec<strong>es</strong>sários para que o <strong>tr</strong>abalhador implemente a condição.<br />

O art. 142 da Lei n. 8.213/91 dispõe ainda que não só o segurado inscrito na Previdência Social Urbana até 24.07.1991,<br />

mas também o <strong>tr</strong>abalhador e o empregador rural cobertos pela Previdência Social Rural, deverão observar, para efeito de<br />

carência das aposentadorias por idade, por tempo de serviço e <strong>es</strong>pecial, a tabela prevista na lei, de acordo com o ano em<br />

que o segurado venha a implementar as condiçõ<strong>es</strong> para a obtenção do benefício.<br />

Ao con<strong>tr</strong>ário do que afirma o recorrente, o documento acostado à fl. 19 expr<strong>es</strong>sa que foi averbado, como tempo de serviço,<br />

o período de 01.01.1968 a 31.12.1988, em atividade rural, conforme decisão no proc<strong>es</strong>so n. 000273.194.01.07702001, o<br />

que foi considerado na decisão guerreada. Na cont<strong>es</strong>tação acostada às fls. 161/163, o recorrente em nenhum momento<br />

afasta a veracidade de tais informaçõ<strong>es</strong>. Ora, quem se insurge con<strong>tr</strong>a fatos re<strong>tr</strong>atados em documentos oficiais tem o ônus<br />

de provar a eventual inidoneidade do documento público. Além disso, não consta, nos autos, a informação de que a decisão<br />

adminis<strong>tr</strong>ativa foi revista ou anulada, sendo que, não obstante, não cabe discutir a matéria após 13 anos da data da<br />

homologação pelo próprio INSS.<br />

Deveras, em junho de 1991, o autor começou a verter con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong> à Previdência Social, conforme faz prova os<br />

documentos acostados às fls. 30/33, 53/55, 57/58 e 62. Também é certo que, em alguns pouco m<strong>es</strong><strong>es</strong>, o autor não<br />

con<strong>tr</strong>ibuiu (julho/1991 e maio e junho/1997), merecendo prosperar, em parte, as alegaçõ<strong>es</strong> do recorrente, posto que a<br />

sentença guerreada computou, como tempo de con<strong>tr</strong>ibuição, todo o período compreendido en<strong>tr</strong>e 01.06.1991 a 31.08.2006,<br />

sem d<strong>es</strong>contar os m<strong>es</strong><strong>es</strong> em que não houve con<strong>tr</strong>ibuição. Assim, somando-se o tempo de con<strong>tr</strong>ibuição do recorrido,<br />

constata-se que <strong>es</strong>te possui somente 36 anos de con<strong>tr</strong>ibuição.<br />

Não obstante, r<strong>es</strong>tou evidenciado, nos autos, o preenchimento do período de carência no momento em que requereu<br />

adminis<strong>tr</strong>ativamente o benefício (11.09.2006).<br />

Diante do que fora exposto e analisado, merece pequeno reparo a sentença proferida às fls. 164/168, apenas para<br />

computar o tempo de <strong>tr</strong>abalho do recorrido como sendo de 36 anos.<br />

Recurso conhecido e parcialmente provido.<br />

Custas isentas, na forma do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/1996. Condenação do INSS ao pagamento de honorários<br />

advocatícios no montante de R$ 500,00 (quinhentos) reais, nos termos do artigo 20, § 4º, do CPC, combinado com o<br />

parágrafo único do art. 21 do CPC.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa<br />

constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

156 - 2006.50.51.001465-1/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: José Arteiro Vieira de<br />

Mello.) x TERESA ARAUJO (ADVOGADO: ANDRE MIRANDA VICOSA.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2006.50.51.001465-1/01<br />

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL.<br />

Recorrido : TERESA ARAUJO.


E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. REQUISITOS LEGAIS. COMPROVAÇÃO. INÍCIO DE<br />

PROVA MATERIAL, COMPLEMENTADA POR PROVA TESTEMUNHAL. NÃO-DESCARACTERIZAÇÃO DO REGIME.<br />

RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte requerida con<strong>tr</strong>a sentença proferida pelo juiz a quo, que julgou<br />

procedente a pretensão externada na inicial d<strong>es</strong>ta ação. Em suas razõ<strong>es</strong> recursais, alega o recorrente que houve ausência<br />

de início razoável de prova documental, uma vez que as provas seriam extemporâneas ou ineficient<strong>es</strong> para comprovação<br />

da atividade rural da recorrida.<br />

Os requisitos para a conc<strong>es</strong>são do benefício de aposentadoria <strong>es</strong>tão previstos nos artigos 11, VII, 48, § 1º e 142, da Lei nº<br />

8.213/91. São el<strong>es</strong>: (a) idade de 60 (s<strong>es</strong>senta) anos, se homem, ou 55 (cinqüenta e cinco) anos, se mulher (art. 48, § 1.º, da<br />

Lei n.º 8.213/1991 e art. 51, caput, do Decreto n.º 3.048/1999); (b) efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma<br />

d<strong>es</strong>contínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, pelo número de m<strong>es</strong><strong>es</strong> de con<strong>tr</strong>ibuição<br />

corr<strong>es</strong>pondente ao da carência para a obtenção do benefício, consoante tabelas previstas nos r<strong>es</strong>pectivos dispositivos<br />

legais (art. 48, § 2.º c/c art. 143 da Lei n.º 8.213/1991 e art. 51, parágrafo único, c/c art. 182 do Decreto n.º 3.048/1999); (c)<br />

atividade rural exercida em regime de economia familiar e de subsistência, admitindo-se apenas a título excepcional, em<br />

caráter eventual, a pr<strong>es</strong>tação de serviços de terceiros não component<strong>es</strong> da unidade familiar.<br />

A Lei n. 8.213/1991 considera segurado <strong>es</strong>pecial o produtor, parceiro, meeiro, comodatário ou arrendatário que exerçam<br />

suas atividad<strong>es</strong>, individualmente ou em regime de economia familiar (art. 11, inciso VII), sendo certo que se exige, pelo<br />

menos, um início de prova material para a comprovação do tempo de serviço do rurícola (art. 55, § 3º).<br />

São d<strong>es</strong>cabidos os argumentos suscitados pela autarquia-ré em suas razõ<strong>es</strong> recursais, posto que não há procedência na<br />

alegação da ausência de início de prova material. Isto porque o enquadramento da recorrida como segurada <strong>es</strong>pecial<br />

encon<strong>tr</strong>a, sim, fundamento nas provas ex<strong>tr</strong>aídas dos autos às fls. 12; 13; 17; 18 e 21. Tais provas, ainda que não<br />

comprovem documentalmente o efetivo exercício da atividade rural para subsistência durante todo o período requisitado,<br />

<strong>tr</strong>azem fort<strong>es</strong> indícios da veracidade de tal feito, justificando o início da prova material, sendo que os documentos são<br />

contemporâneos aos fatos que pretende provar, sendo coerente aceitar tais informaçõ<strong>es</strong> como verídicas. De maneira<br />

complementar, são <strong>es</strong>tas corroboradas satisfatória e robustamente pelos depoimentos obtidos por prova t<strong>es</strong>temunhal, os<br />

quais, sem con<strong>tr</strong>adição, confirmaram a profissão da autora como <strong>tr</strong>abalhadora rural à época de cumprimento da carência.<br />

Não r<strong>es</strong>ide, portanto, mácula na sentença de piso, que merece ser mantida.<br />

Recurso ao qual se nega provimento.<br />

Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honorários advocatícios arbi<strong>tr</strong>ados<br />

em 10% (dez por cento) do valor a<strong>tr</strong>ibuído à causa, com fulcro no art. 20, §4º, do CPC.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa<br />

constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

157 - 2006.50.51.002249-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERICK TAVARES<br />

RIBEIRO.) x EDITH GIORI PIAZZAROLLO (ADVOGADO: MARIA REGINA COUTO ULIANA, LILIAN BELISARIO DOS<br />

SANTOS.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2006.50.51.002249.0/01<br />

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL.<br />

Recorrido : EDITH GIORI PIAZZAROLLO.<br />

E M E N T A


PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. REQUISITOS LEGAIS. COMPROVAÇÃO. INÍCIO DE<br />

PROVA MATERIAL, COMPLEMENTADA POR PROVA TESTEMUNHAL. CÔNJUGE TRABALHADOR URBANO. SÚMULA<br />

Nº 41 DA JURISPRUDÊNCIA DA TNU NÃO-DESCARACTERIZAÇÃO DO REGIME. RECURSO IMPROVIDO. SENTENÇA<br />

MANTIDA.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte requerida con<strong>tr</strong>a sentença proferida pelo juiz a quo que julgou<br />

procedente a pretensão externada na inicial d<strong>es</strong>ta ação. Em suas razõ<strong>es</strong> recursais, alega o recorrente que a recorrida não<br />

preenche os requisitos para a conc<strong>es</strong>são do benefício pleiteado, pelo fato de que o seu marido possuía um botequim que<br />

lhe proporcionava renda adicional e de que a recorrida também é beneficiária de pensão por morte previdenciária.<br />

Os requisitos para a conc<strong>es</strong>são do benefício de aposentadoria <strong>es</strong>tão previstos nos artigos 11, VII, 48, § 1º e 142, da Lei nº<br />

8.213/91. São el<strong>es</strong>: (a) idade de 60 (s<strong>es</strong>senta) anos, se homem, ou 55 (cinqüenta e cinco) anos, se mulher (art. 48, § 1.º, da<br />

Lei n.º 8.213/1991 e art. 51, caput, do Decreto n.º 3.048/1999); (b) efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma<br />

d<strong>es</strong>contínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, pelo número de m<strong>es</strong><strong>es</strong> de con<strong>tr</strong>ibuição<br />

corr<strong>es</strong>pondente ao da carência para a obtenção do benefício, consoante tabelas previstas nos r<strong>es</strong>pectivos dispositivos<br />

legais (art. 48, § 2.º c/c art. 143 da Lei n.º 8.213/1991 e art. 51, parágrafo único, c/c art. 182 do Decreto n.º 3.048/1999); (c)<br />

atividade rural exercida em regime de economia familiar e de subsistência, admitindo-se apenas a título excepcional, em<br />

caráter eventual, a pr<strong>es</strong>tação de serviços de terceiros não component<strong>es</strong> da unidade familiar.<br />

A Lei n. 8.213/1991 considera segurado <strong>es</strong>pecial o produtor, parceiro, meeiro, comodatário ou arrendatário que exerçam<br />

suas atividad<strong>es</strong>, individualmente ou em regime de economia familiar (art. 11, inciso VII), sendo certo que se exige, pelo<br />

menos, um início de prova material para a comprovação do tempo de serviço do rurícola (art. 55, § 3º).<br />

Como “asseverado pela súmula nº 41 da TNU, o d<strong>es</strong>empenho de atividade urbana não implica, por si só, a<br />

d<strong>es</strong>caracterização do <strong>tr</strong>abalhador rural como segurado <strong>es</strong>pecial, o que deverá ser analisado no caso concreto”. (TNU, Proc<br />

200381100064215, Relator JUÍZA FEDERAL JOANA CAROLINA LINS PEREIRA, DJ 11/06/2010).<br />

Os argumentos suscitados pela autarquia-ré em suas razõ<strong>es</strong> recursais são d<strong>es</strong>cabidos. Isto porque ainda que o marido da<br />

recorrida tenha em parte da vida gerido um mod<strong>es</strong>to <strong>es</strong>tabelecimento comercial (botequim), para complementação da<br />

renda familiar, tal fato per si não d<strong>es</strong>caracteriza a qualidade de segurada <strong>es</strong>pecial da m<strong>es</strong>ma, sendo que a acumulação de<br />

pensão por morte com aposentadoria não encon<strong>tr</strong>a óbice na legislação pertinente. O enquadramento da recorrida como<br />

segurada <strong>es</strong>pecial encon<strong>tr</strong>a sim fundamento nas provas ex<strong>tr</strong>aídas dos autos às fls. 13; 15; 16/18; 19 e 22/23. Tais provas<br />

são corroboradas satisfatória e robustamente pelos depoimentos obtidos por prova t<strong>es</strong>temunhal, os quais sem con<strong>tr</strong>adição<br />

confirmaram a profissão da recorrida como <strong>tr</strong>abalhadora rural. Não r<strong>es</strong>ide, portanto, mácula na sentença de piso, que<br />

merece ser mantida.<br />

6. Recurso ao qual se nega provimento.<br />

7. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honorários advocatícios<br />

arbi<strong>tr</strong>ados em 10% (dez por cento) do valor a<strong>tr</strong>ibuído à causa atualizado, com fulcro no art. 20, §4º, do CPC.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa<br />

constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

158 - 2007.50.51.000317-7/01 ROBSON FERREIRA DA CRUZ (ADVOGADO: ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA, EMILENE<br />

ROVETTA DA SILVA, ALAN ROVETTA DA SILVA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:<br />

RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2007.50.51.000317-7/01<br />

Recorrente : ROBSON FERREIRA DA CRUZ


Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – NEGADA A APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO –<br />

AUSÊNCIA DE TEMPO DE TRABALHO ESPECIAL NO PERÍODO QUESTIONADO - EXPOSIÇÃO A AGENTES NOCIVOS<br />

DENTRO DOS LIMITES DA LEI – RECURSO IMPROVIDO - SENTENÇA MANTIDA.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face da sentença proferida pelo juiz a quo que<br />

julgou improcedente a pretensão externada na inicial d<strong>es</strong>ta ação, negando a conc<strong>es</strong>são do benefício previdenciário de<br />

aposentadoria por tempo de con<strong>tr</strong>ibuição. Em suas razõ<strong>es</strong> recursais, alega o recorrente que possuía mais de 25 anos de<br />

tempo de con<strong>tr</strong>ibuição, exercidos integralmente em atividade <strong>es</strong>pecial, na data do requerimento adminis<strong>tr</strong>ativo, em<br />

01.12.2005. Frisa que exercia atividade laborativa considerada <strong>es</strong>pecial pela legislação contemporânea ao seu exercício,<br />

com a efetiva exposição a agent<strong>es</strong> nocivos à saúde, o que foi demons<strong>tr</strong>ado por provas documentais. Aponta que não foi<br />

considerado em atividade <strong>es</strong>pecial o período compreendido en<strong>tr</strong>e 06.03.1997 e 01.12.2005, o que não tem cabimento.<br />

Deveras, a sentença guerreada considerou apenas como tempo de <strong>tr</strong>abalho <strong>es</strong>pecial os períodos 01.10.1991 a 05.03.1997,<br />

d<strong>es</strong>tacando que a partir de 06.03.1997 deve ser considerado tempo de <strong>tr</strong>abalho comum, visto que a exposição a ruído e a<br />

vapor<strong>es</strong> orgânicos <strong>es</strong>tava den<strong>tr</strong>o dos limit<strong>es</strong> de tolerância <strong>es</strong>tabelecidos em lei. Ao final, considerou como período<br />

<strong>tr</strong>abalhado pelo recorrente o lapso temporal de 34 anos, 11 m<strong>es</strong><strong>es</strong> e 19 dias.<br />

Os Decretos ns. 53.831/64 e 83.080/79 dispunham que, para o reconhecimento e o cômputo de atividade considerada<br />

<strong>es</strong>pecial, bastava o enquadramento da atividade d<strong>es</strong>envolvida como exposta a um dos agent<strong>es</strong> nocivos (físicos, químicos<br />

ou biológicos) previstos no ANEXO que integra o Decreto (ou a<strong>tr</strong>avés do enquadramento pela categoria profissional).<br />

Porém, com a edição da Lei n. 9.032, de 28.04.1995, surgiu a nec<strong>es</strong>sidade de prova da real exposição do <strong>tr</strong>abalhador<br />

(segurado) aos agent<strong>es</strong> nocivos, o que levou a autarquia previdenciária a exigir a apr<strong>es</strong>entação de laudo pericial para tanto.<br />

A con<strong>tr</strong>ovérsia dos autos é o período compreendido en<strong>tr</strong>e 06.03.1997 e 01.12.2005 como tempo de <strong>tr</strong>abalho <strong>es</strong>pecial,<br />

motivo pelo qual deve ser analisada a qu<strong>es</strong>tão com base n<strong>es</strong>se último diploma legal citado.<br />

A TURMA NACIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS editou a<br />

SÚMULA N. 32, em 26 de junho de 2006, <strong>tr</strong>azendo o seguinte teor: “O tempo de <strong>tr</strong>abalho laborado com exposição a ruído é<br />

considerado <strong>es</strong>pecial, para fins de conversão em comum, nos seguint<strong>es</strong> níveis: superior a 80 decibéis, na vigência do<br />

Decreto n. 53.831/64 (1.1.6); superior a 90 decibéis, a partir de 5 de março de 1997, na vigência do Decreto n. 2.172/97;<br />

superior a 85 decibéis, a partir da edição do Decreto n. 4.882, de 18 de novembro de 2003”.<br />

Com base em tal pronunciamento, o julgado atacado entendeu que o período compreendido en<strong>tr</strong>e 06.03.1997 a 01.12.2005<br />

é considerado salubre para a exposição a ruído, pois <strong>es</strong>te <strong>es</strong>tava em nível inferior a 90db (noventa decibéis) que o Decreto<br />

n. 2.172/97, vigente durante o período, exigia para considerar o tempo de serviço <strong>es</strong>pecial. Isso porque o laudo técnico<br />

juntado à fl. 52 considerou salubre o local de <strong>tr</strong>abalho periciado, posto que se apurou que o nível sonoro, no local, foi de, no<br />

máximo, 85db (oitenta e cinco decibéis), ou seja, não foram ul<strong>tr</strong>apassados os limit<strong>es</strong> de tolerância para agent<strong>es</strong> químicos.<br />

Por ou<strong>tr</strong>o lado, o recorrente elabora a t<strong>es</strong>e de que <strong>tr</strong>ouxe, aos autos, provas nec<strong>es</strong>sárias para apoiar suas alegaçõ<strong>es</strong>, qual<br />

sejam: os formulários DSS-8030 e PPP, devidamente acompanhados do LAUDO TÉCNICO AMBIENTAL (LTCAT),<br />

juntados às fls. 23/55, que comprovam o exercício de atividade laborativa considerada <strong>es</strong>pecial pela legislação<br />

contemporânea ao exercício, sendo que, além disso, acostou, aos autos, também con<strong>tr</strong>achequ<strong>es</strong> salariais à fls. 72/76 (de<br />

1998 a 2007), que demons<strong>tr</strong>am que houve pagamento de adicional de insalubridade, o qual inclusive compõe o<br />

salário-de-con<strong>tr</strong>ibuição perante a Previdência Social.<br />

Deveras, os formulários e o Laudo Técnico Ambiental (LCCAT) a que se refere o recorrente foram considerados, pela<br />

decisão impugnada, para a constatação de que, no período anterior a 06.03.1997, houve exposição a agent<strong>es</strong> nocivos fora<br />

dos limit<strong>es</strong> de tolerância, conforme a legislação vigente no período analisado. Ocorre que, no período de 06.03.1997 e<br />

01.12.2005, a perícia revelou que não houve exposição a ruído e a vapor<strong>es</strong> orgânicos fora dos limit<strong>es</strong> de tolerância<br />

<strong>es</strong>tabelecidos em lei.<br />

O percebimento de adicional de insalubridade em con<strong>tr</strong>achequ<strong>es</strong>, por si só, não é prova conclusiva das circunstâncias<br />

<strong>es</strong>peciais do labor e do conseqüente direito à conversão do tempo de serviço <strong>es</strong>pecial para comum, tendo em vista serem<br />

diversas as sistemáticas do direito <strong>tr</strong>abalhista e previdenciário. Na verdade, a percepção do adicional de insalubridade pelo<br />

recorrente somente pode servir como prova indiciária, a qual pode ser afastada pela prova técnica, o que ocorre no<br />

pr<strong>es</strong>ente caso.<br />

Sobre o assunto, vale colacionar o julgado do e. TRF 2ª Região: “A fruição do adicional de periculosidade ou insalubridade<br />

não constitui elemento para fins de comprovação da atividade <strong>es</strong>pecial porque são distintos os pr<strong>es</strong>supostos para tal<br />

pagamento e para conc<strong>es</strong>são de aposentadoria <strong>es</strong>pecial. Os parâme<strong>tr</strong>os fixados pela legislação <strong>tr</strong>abalhista para pagamento<br />

de adicional de periculosidade ou de insalubridade podem servir de indícios de que o <strong>tr</strong>abalhador <strong>es</strong>teve efetivamente<br />

exposto a elementos perigosos ou insalubr<strong>es</strong>, para fins previdenciários, mas não como prova cabal (...)” (TRF, 2ª REGIÃO,<br />

PRIMEIRA SEÇÃO ESPECIALIZADA, EIAC 96956, DJ 02.04.2007, P. 205, REL. DES. FED. LILIANE RORIZ).


Diante do que fora exposto e analisado, não merece reparo a sentença guerreada.<br />

Recurso conhecido e, no mérito, improvido.<br />

Sem custas e honorários advocatícios, eis que deferido o benefício da assistência judiciária gratuita.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa<br />

constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

159 - 2006.50.51.000504-2/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Carolina Augusta da<br />

Rocha Rosado.) x DALVINA RODRIGUES DE CASTRO (ADVOGADO: MARCO HENRIQUE KAMHAJI.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2006.50.51.000504.2/01<br />

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL.<br />

Recorrido : DALVINA RODRIGUES DE CASTRO.<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. REQUISITOS LEGAIS. COMPROVAÇÃO. INÍCIO DE<br />

PROVA MATERIAL, COMPLEMENTADA POR PROVA TESTEMUNHAL. CÔNJUGE TRABALHADOR URBANO. SÚMULA<br />

Nº 41 DA JURISPRUDÊNCIA DA TNU. NÃO-DESCARACTERIZAÇÃO DO REGIME. RECURSO CONHECIDO E<br />

IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte requerida con<strong>tr</strong>a sentença proferida pelo juiz a quo, que julgou<br />

procedente a pretensão externada na inicial d<strong>es</strong>ta ação. Em suas razõ<strong>es</strong> recursais, alega o recorrente que a recorrida não<br />

preenche os requisitos para a conc<strong>es</strong>são do benefício pleiteado, pelo fato de que o seu marido exercia atividade urbana e<br />

de que os documentos apr<strong>es</strong>entados não comprovam a qualidade de segurada <strong>es</strong>pecial da recorrida.<br />

Os requisitos para a conc<strong>es</strong>são do benefício de aposentadoria <strong>es</strong>tão previstos nos artigos 11, VII, 48, § 1º e 142, da Lei nº<br />

8.213/91. São el<strong>es</strong>: (a) idade de 60 (s<strong>es</strong>senta) anos, se homem, ou 55 (cinqüenta e cinco) anos, se mulher (art. 48, § 1.º, da<br />

Lei n.º 8.213/1991 e art. 51, caput, do Decreto n.º 3.048/1999); (b) efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma<br />

d<strong>es</strong>contínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, pelo número de m<strong>es</strong><strong>es</strong> de con<strong>tr</strong>ibuição<br />

corr<strong>es</strong>pondente ao da carência para a obtenção do benefício, consoante tabelas previstas nos r<strong>es</strong>pectivos dispositivos<br />

legais (art. 48, § 2.º c/c art. 143 da Lei n.º 8.213/1991 e art. 51, parágrafo único, c/c art. 182 do Decreto n.º 3.048/1999); (c)<br />

atividade rural exercida em regime de economia familiar e de subsistência, admitindo-se apenas a título excepcional, em<br />

caráter eventual, a pr<strong>es</strong>tação de serviços de terceiros não component<strong>es</strong> da unidade familiar.<br />

A Lei n. 8.213/1991 considera segurado <strong>es</strong>pecial o produtor, parceiro, meeiro, comodatário ou arrendatário que exerçam<br />

suas atividad<strong>es</strong>, individualmente ou em regime de economia familiar (art. 11, inciso VII), sendo certo que se exige, pelo<br />

menos, um início de prova material para a comprovação do tempo de serviço do rurícola (art. 55, § 3º).<br />

Como “asseverado pela súmula nº 41 da TNU, o d<strong>es</strong>empenho de atividade urbana não implica, por si só, a<br />

d<strong>es</strong>caracterização do <strong>tr</strong>abalhador rural como segurado <strong>es</strong>pecial, o que deverá ser analisado no caso concreto”. (TNU, Proc<br />

200381100064215, Relator JUÍZA FEDERAL JOANA CAROLINA LINS PEREIRA, DJ 11/06/2010).<br />

No caso dos autos, não há que se falar em ausência de início de prova material. Isto porque ainda que o marido da<br />

recorrida tenha em parte da vida exercido atividade urbana, tal fato per si não d<strong>es</strong>caracteriza a qualidade de segurada<br />

<strong>es</strong>pecial da m<strong>es</strong>ma. O enquadramento da recorrida como segurada <strong>es</strong>pecial encon<strong>tr</strong>a sim fundamento nas provas ex<strong>tr</strong>aídas<br />

dos autos às fls. 19; 22; 25; 27; 29 e 31. Tais provas são corroboradas satisfatória e robustamente pelos depoimentos<br />

obtidos por prova t<strong>es</strong>temunhal, os quais sem con<strong>tr</strong>adição confirmaram a profissão da recorrida como <strong>tr</strong>abalhadora rural,<br />

sendo irrelevante o fato de que em um ou ou<strong>tr</strong>o documento contenha rasuras Não r<strong>es</strong>ide, portanto, mácula na sentença de<br />

piso, que merece ser mantida.


Recurso ao qual se nega provimento.<br />

Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honorários advocatícios arbi<strong>tr</strong>ados<br />

em 20% (vinte por cento) do valor a<strong>tr</strong>ibuído à causa atualizado, com fulcro no art. 20, §4º, do CPC.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa<br />

constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

160 - 2008.50.53.000109-9/01 BRAULINO AZEVEDO BONFIM (ADVOGADO: GUSTAVO SABAINI DOS SANTOS.) x<br />

INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCIA RIBEIRO PAIVA.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2008.50.53.000109-9<br />

Recorrente : BRAULINO AZEVEDO BONFIM<br />

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO ESPECIAL –<br />

LABOR RURAL IMEDIATAMENTE ANTERIOR AO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS – MUDANÇA PARA ÁREA<br />

URBANA IRRELEVANTE - RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.<br />

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, no qual requer a reforma da sentença de fls. 62/65, que julgou<br />

improcedente o seu pedido de aposentadoria rural por idade. A parte recorrente alega a inexigibilidade de exercício de<br />

atividade rural em período imediatamente anterior ao requerimento do benefício.<br />

2. Os requisitos para a conc<strong>es</strong>são do benefício de aposentadoria <strong>es</strong>tão previstos nos artigos 11, VII, 48, § 1º e 142, da Lei<br />

nº 8.213/91. São el<strong>es</strong>: (a) idade de 60 (s<strong>es</strong>senta) anos, se homem, ou 55 (cinqüenta e cinco) anos, se mulher (art. 48, § 1.º,<br />

da Lei n.º 8.213/1991 e art. 51, caput, do Decreto n.º 3.048/1999); (b) efetivo exercício de atividade rural, ainda que de<br />

forma d<strong>es</strong>contínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, pelo número de m<strong>es</strong><strong>es</strong> de<br />

con<strong>tr</strong>ibuição corr<strong>es</strong>pondente ao da carência para a obtenção do benefício, consoante tabelas previstas nos r<strong>es</strong>pectivos<br />

dispositivos legais (art. 48, § 2.º c/c art. 143 da Lei n.º 8.213/1991 e art. 51, parágrafo único, c/c art. 182 do Decreto n.º<br />

3.048/1999); (c) atividade rural exercida em regime de economia familiar e de subsistência, admitindo-se apenas a título<br />

excepcional, em caráter eventual, a pr<strong>es</strong>tação de serviços de terceiros não component<strong>es</strong> da unidade familiar<br />

3. No caso em tela, verifica-se que o recorrente <strong>tr</strong>abalhou na condição de <strong>tr</strong>abalhador rural (fls. 15, 16 e 23), retirou-se do<br />

campo e do <strong>tr</strong>abalho rural, perdendo a qualidade de segurado <strong>es</strong>pecial, e, após isso, implementou a idade de 60 anos. O §<br />

1º do art. 102 da Lei n. 8.213/91 <strong>es</strong>tabelece que “A perda da qualidade de segurado não prejudica o direito à aposentadoria<br />

para cuja conc<strong>es</strong>são tenham sido preenchidos todos os requisitos, segundo a legislação em vigor à época em que <strong>es</strong>t<strong>es</strong><br />

requisitos foram atendidos”. O e. STJ já se manif<strong>es</strong>tou no sentindo de ser d<strong>es</strong>nec<strong>es</strong>sário que o implemento das condiçõ<strong>es</strong><br />

para a aposentadoria por idade ocorram de forma simultânea (AGRESP 664101, Sexta Turma, D<strong>es</strong>embargador Convocado<br />

Celso Limongi, DJE de 19.10.2009; REsp 969473, Quinta turma, Min. Napoleão Nun<strong>es</strong> Maia Filho, DJ de 07.02.2008, p.<br />

0001; REsp. nº 643668/SC, Quinta Turma, rel. Min. Arnaldo Estev<strong>es</strong> Lima, julg. 23.08.2005, DJ 03.10.2005, p. 318). N<strong>es</strong>se<br />

sentido, também já se manif<strong>es</strong>tou a TNU (Pedido de Uniformização 200672950205196, Relatora JUÍZA FEDERAL MARIA<br />

DIVINA VITÓRIA, DJU 01/04/2008)<br />

4. Assim, não obstante o que <strong>es</strong>tabelece o art. 143 da Lei n. 8.213/91, não há óbice à conc<strong>es</strong>são do benefício m<strong>es</strong>mo que,<br />

quando do implemento da idade, o recorrente já não mais detinha a qualidade de segurado. Inteligência do art. 102, §1º, da<br />

Lei n. 8213/91.<br />

5. Ante o exposto, conheço do recurso e, no mérito, dou-lhe provimento, para reformar a sentença de piso e julgar<br />

procedente o pedido constante da inicial para condenar o INSS a conceder o benefício de aposentadoria rural por idade<br />

d<strong>es</strong>de a data do requerimento adminis<strong>tr</strong>ativo (22.11.2007 – fl. 14). Condeno o INSS, também, ao pagamento das parcelas<br />

vencidas, corrigidas monetariamente, r<strong>es</strong>peitada a pr<strong>es</strong>crição quinquenal e o teto fixado para <strong>es</strong>te Juizado, acr<strong>es</strong>cidas de<br />

correção monetária d<strong>es</strong>de o momento em que deveriam ter sido pagos e juros de mora de 1% ao mês a contar da citação<br />

até 30/06/2009 e, a partir de então, conforme os termos da Lei 11.690/2009. Incidentalmente, concedo medida cautelar, nos<br />

termos do art. 4º da Lei 10.259/01, tendo em vista o caráter alimentar, para que seja implementado o benefício no prazo de<br />

30 (<strong>tr</strong>inta) dias, devendo o INSS comprovar nos autos o atendimento da pr<strong>es</strong>ente determinação judicial no m<strong>es</strong>mo prazo.


Deverá o INSS informar a <strong>es</strong>te Juízo os valor<strong>es</strong> a serem requisitados por RPV, no prazo de 30 (<strong>tr</strong>inta) dias, contados a<br />

partir do <strong>tr</strong>ânsito em julgado da pr<strong>es</strong>ente decisão. Quanto à não liquidez d<strong>es</strong>ta decisão, r<strong>es</strong>salto o fato de que o INSS possui<br />

maior<strong>es</strong> condiçõ<strong>es</strong> de elaborar os cálculos dos valor<strong>es</strong> em a<strong>tr</strong>aso e que tal posicionamento coaduna-se com as disposiçõ<strong>es</strong><br />

dos Enunciados nº 04 da Turma Recursal do Espírito Santo e nº 22 das Turmas Recursais do Rio de Janeiro. Após a<br />

apuração adminis<strong>tr</strong>ativa dos valor<strong>es</strong> em comento, a ser considerada como obrigação de fazer, na forma do art. 16 da Lei<br />

10.259/2001, será então expedido o “Requisitório de Pequeno Valor”.<br />

6. Custas isentas, na forma do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/1996. Condenação do INSS ao pagamento de honorários<br />

advocatícios no montante de R$ 500,00 (quinhentos) reais, nos termos do artigo 20, § 4º do CPC.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER E DAR PROVIMENTO AO RECURSO, reformando-se<br />

a sentença, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

161 - 2008.50.52.000238-1/01 MARIA GENITA MOREIRA DOS SANTOS (ADVOGADO: NILSON ARAUJO DA SILVA,<br />

TADEU JOSE DE SA NASCIMENTO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN<br />

CRUZ RODRIGUES.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2008.50.52.000238-1/01<br />

Recorrente : MARIA GENITA MOREIRA DOS SANTOS<br />

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE - TRABALHADOR RURAL – PRESENTES OS REQUISITOS LEGAIS<br />

- SENTENÇA REFORMADA - RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora con<strong>tr</strong>a sentença proferida pelo juiz a quo que julgou<br />

improcedente a pretensão externada na inicial d<strong>es</strong>ta ação, tendo em vista a inexistência de início de prova material<br />

contemporânea e idônea acerca do <strong>tr</strong>abalho rural que alega ter exercido. Em suas razõ<strong>es</strong> recursais, alega a recorrente que,<br />

no bojo da ação, provou que <strong>tr</strong>abalhou na zona rural no período de 05/01/1990 a 20/09/2006.<br />

2. Os requisitos para a conc<strong>es</strong>são do benefício de aposentadoria <strong>es</strong>tão previstos nos artigos 11, VII, 48, § 1º e 142, da Lei<br />

nº 8.213/91. São el<strong>es</strong>: (a) idade de 60 (s<strong>es</strong>senta) anos, se homem, ou 55 (cinqüenta e cinco) anos, se mulher (art. 48, § 1.º,<br />

da Lei n.º 8.213/1991 e art. 51, caput, do Decreto n.º 3.048/1999); (b) efetivo exercício de atividade rural, ainda que de<br />

forma d<strong>es</strong>contínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, pelo número de m<strong>es</strong><strong>es</strong> de<br />

con<strong>tr</strong>ibuição corr<strong>es</strong>pondente ao da carência para a obtenção do benefício, consoante tabelas previstas nos r<strong>es</strong>pectivos<br />

dispositivos legais (art. 48, § 2.º c/c art. 143 da Lei n.º 8.213/1991 e art. 51, parágrafo único, c/c art. 182 do Decreto n.º<br />

3.048/1999); (c) atividade rural exercida em regime de economia familiar e de subsistência, admitindo-se apenas a título<br />

excepcional, em caráter eventual, a pr<strong>es</strong>tação de serviços de terceiros não component<strong>es</strong> da unidade familiar.<br />

3. Para comprovar a condição de <strong>tr</strong>abalhador rural, não é nec<strong>es</strong>sária a apr<strong>es</strong>entação de prova documental robusta. Basta<br />

que o segurado apr<strong>es</strong>ente início razoável de prova material, contemporânea aos fatos que se pretende provar, apta a ser<br />

corroborada por prova t<strong>es</strong>temunhal, consoante o disposto no art. 55, § 3º, da Lei nº 8.213/91. O que é inadmissível é que a<br />

comprovação do tempo de serviço seja por prova exclusivamente t<strong>es</strong>temunhal.<br />

4. A recorrente pleiteou o benefício, na via adminis<strong>tr</strong>ativa, o qual foi indeferido pela autarquia recorrida, sob o argumento de<br />

que não foi comprovado o efetivo exercício de atividade rural (fl. 36). Todavia, ao se analisarem os documentos acostados<br />

aos autos, verifica-se que a recorrente implementou as condiçõ<strong>es</strong> nec<strong>es</strong>sárias para receber o benefício, uma vez que,<br />

quando fez o requerimento em via adminis<strong>tr</strong>ativa, já possuía a idade nec<strong>es</strong>sária para tanto, bem como já havia exercido<br />

atividade rural em regime de economia familiar por período da carência pela lei exigida (artigo 142 da Lei nº 8.213/91).<br />

5. É possível se certificar da qualidade de segurada <strong>es</strong>pecial da recorrente a partir dos documentos juntados aos autos,<br />

quais sejam: Declaração de Exercício de Atividade Rural assinada pelo Sindicato dos Trabalhador<strong>es</strong> Rurais de Pinheiros/ES<br />

(fl. 13), no qual consta que a parte recorrente laborou no campo no período de 05/01/1990 até 20/09/2006; certidão de<br />

casamento realizado em 20.06.1964, que revela que o seu cônjuge é qualificado como lavrador (fl. 10); identidade emitida<br />

pelo Sindicato dos Agricultor<strong>es</strong> Familiar<strong>es</strong> e Assalariados Rurais de Pinheiros/ES, que qualifica a recorrente como<br />

<strong>tr</strong>abalhadora rural (fl. 09); declaração de atividade rural emitida por JOSETH GRIGORIO COLOMBI, proprietária rural,<br />

denotando que a recorrente exerceu atividade rural na condição de meeira, em sua fazenda, no período de 05.01.1990 a<br />

31.12.2002 (fl. 12); e declaraçõ<strong>es</strong> emitidas por DILSON FERNANDES PINTO e DERMIVEL FERRAZ DE SOUZA,


evelando que a recorrente exerceu atividade rural, na condição de meeira, na fazenda de propriedade de JOSETH<br />

GRIGORIO COLOMBI, no período de 05/01/1990 a 31/12/2002 (fls. 26/27).<br />

6. A prova t<strong>es</strong>temunhal corroborou as informaçõ<strong>es</strong> reveladas nas provas documentais de que a requerente <strong>tr</strong>abalhava na<br />

roça, na Fazenda de JOSETH GRIGORIO COLOMBI.<br />

7. A certidão de casamento juntada aos autos como início de prova material, ao con<strong>tr</strong>ário do que defende o INSS, é<br />

contemporânea aos fatos que pretende provar, pois, embora lavrada em 2005, utiliza como base dados do regis<strong>tr</strong>o público<br />

oriundos de 1964, sendo coerente aceitar tais informaçõ<strong>es</strong> como verídicas, por incidência direta da Súmula 06 da TNU.<br />

7. Ante o exposto, conheço do recurso e, no mérito, dou-lhe provimento, para reformar a sentença de piso e julgar<br />

procedente o pedido constante da inicial para condenar o INSS a conceder o benefício de aposentadoria rural por idade<br />

d<strong>es</strong>de a data do requerimento adminis<strong>tr</strong>ativo (16/10/2006 – fl. 28). Condeno o INSS, também, ao pagamento das parcelas<br />

vencidas, corrigidas monetariamente, r<strong>es</strong>peitada a pr<strong>es</strong>crição quinquenal e o teto fixado para <strong>es</strong>te Juizado, acr<strong>es</strong>cidas de<br />

correção monetária d<strong>es</strong>de o momento em que deveriam ter sido pagos e juros de mora de 1% ao mês a contar da citação<br />

até 30/06/2009 e, a partir de então, conforme os termos da Lei 11.690/2009. Incidentalmente, concedo medida cautelar, nos<br />

termos do art. 4º da Lei 10.259/01, tendo em vista o caráter alimentar, para que seja implementado o benefício no prazo de<br />

30 (<strong>tr</strong>inta) dias, devendo o INSS comprovar, nos autos, o atendimento da pr<strong>es</strong>ente determinação judicial no m<strong>es</strong>mo prazo.<br />

Deverá o INSS informar a <strong>es</strong>te Juízo os valor<strong>es</strong> a serem requisitados por RPV, no prazo de 30 (<strong>tr</strong>inta) dias, contados a<br />

partir do <strong>tr</strong>ânsito em julgado da pr<strong>es</strong>ente decisão. Quanto à não liquidez d<strong>es</strong>ta decisão, r<strong>es</strong>salto o fato de que o INSS possui<br />

maior<strong>es</strong> condiçõ<strong>es</strong> de elaborar os cálculos dos valor<strong>es</strong> em a<strong>tr</strong>aso e que tal posicionamento coaduna-se com as disposiçõ<strong>es</strong><br />

dos Enunciados nº 04 da Turma Recursal do Espírito Santo e nº 22 das Turmas Recursais do Rio de Janeiro. Após a<br />

apuração adminis<strong>tr</strong>ativa dos valor<strong>es</strong> em comento, a ser considerada como obrigação de fazer, na forma do art. 16 da Lei<br />

10.259/2001, será então expedido o “Requisitório de Pequeno Valor”.<br />

6. Custas isentas, na forma do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/1996. Condenação do INSS ao pagamento de honorários<br />

advocatícios no montante de R$ 500,00 (quinhentos) reais, nos termos do artigo 20, § 4º, do CPC.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER E DAR PROVIMENTO AO RECURSO, reformando-se<br />

a sentença, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

162 - 2006.50.51.002050-0/01 MARIA LUZIA GARCIA AMORIM (ADVOGADO: ANDRESSA MARIA TRAVEZANI LOVATTI,<br />

GIOVANE RAMOS PINTO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MICHELI JESUS VIEIRA<br />

DE MELO.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2006.50.51.002050-0/01<br />

Recorrente : MARIA LUZIA GARCIA AMORIM<br />

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL<br />

E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO - APOSENTADORIA POR IDADE - TRABALHADOR RURAL EM REGIME<br />

FAMILIAR – PRESENTES OS REQUISITOS LEGAIS - SENTENÇA REFORMADA - RECURSO CONHECIDO E<br />

PROVIDO.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, con<strong>tr</strong>a sentença proferida pelo juiz a quo que<br />

julgou improcedente a pretensão externada na inicial d<strong>es</strong>ta ação, tendo em vista a inexistência de início de prova material<br />

acerca do <strong>tr</strong>abalho rural que alega ter exercido. Em suas razõ<strong>es</strong> recursais, alega a recorrente que, no bojo da ação, provou<br />

que <strong>tr</strong>abalhou na zona rural no período apontado, colacionando provas n<strong>es</strong>se sentido, atendendo assim aos requisitos<br />

legais.<br />

2. Os requisitos para a conc<strong>es</strong>são do benefício de aposentadoria <strong>es</strong>tão previstos nos artigos 11, VII, 48, § 1º e 142, da Lei<br />

nº 8.213/91. São el<strong>es</strong>: (a) idade de 60 (s<strong>es</strong>senta) anos, se homem, ou 55 (cinquenta e cinco) anos, se mulher (art. 48, § 1.º,<br />

da Lei n.º 8.213/1991 e art. 51, caput, do Decreto n.º 3.048/1999); (b) efetivo exercício de atividade rural, ainda que de


forma d<strong>es</strong>contínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, pelo número de m<strong>es</strong><strong>es</strong> de<br />

con<strong>tr</strong>ibuição corr<strong>es</strong>pondente ao da carência para a obtenção do benefício, consoante tabelas previstas nos r<strong>es</strong>pectivos<br />

dispositivos legais (art. 48, § 2.º c/c art. 143 da Lei n.º 8.213/1991 e art. 51, parágrafo único, c/c art. 182 do Decreto n.º<br />

3.048/1999); (c) atividade rural exercida em regime de economia familiar e de subsistência, admitindo-se apenas a título<br />

excepcional, em caráter eventual, a pr<strong>es</strong>tação de serviços de terceiros não component<strong>es</strong> da unidade familiar.<br />

3. Para comprovar a condição de <strong>tr</strong>abalhador rural, não é nec<strong>es</strong>sária a apr<strong>es</strong>entação de prova documental robusta. Basta<br />

que o segurado apr<strong>es</strong>ente início razoável de prova material, contemporânea aos fatos que se pretende provar, apta a ser<br />

corroborada por prova t<strong>es</strong>temunhal, consoante o disposto no art. 55, § 3º, da Lei nº 8.213/91. O que é inadmissível é que a<br />

comprovação do tempo de serviço seja por prova exclusivamente t<strong>es</strong>temunhal.<br />

4. A recorrente pleiteou o benefício, na via adminis<strong>tr</strong>ativa, o qual foi indeferido pela autarquia recorrida, sob o argumento de<br />

que não foi comprovado o efetivo exercício de atividade rural. Todavia, ao se analisarem os documentos acostados aos<br />

autos, verifica-se que a recorrente implementou as condiçõ<strong>es</strong> nec<strong>es</strong>sárias para receber o benefício, uma vez que, quando<br />

fez o requerimento em via adminis<strong>tr</strong>ativa, em 30.02.2006, já possuía a idade nec<strong>es</strong>sária para tanto (55 anos), bem como já<br />

havia exercido atividade rural em regime de economia familiar por período da carência pela lei exigida (artigo 142 da Lei nº<br />

8.213/91).<br />

5. É possível se certificar da qualidade de segurada <strong>es</strong>pecial da recorrente a partir dos documentos juntados aos autos,<br />

quais sejam: Declaração de Exercício de Atividade Rural assinada pelo Sindicato dos Trabalhador<strong>es</strong> Rurais de Vargem<br />

Alta/ES (fl. 12), no qual consta que a parte recorrente laborou no campo no período de 30.09.1988 a 29.09.1992;<br />

Declaração de Exercício de Atividade Rural assinada pelo Sindicato dos Trabalhador<strong>es</strong> Rurais de Iconha/ES (fl. 13), no qual<br />

consta que a parte recorrente laborou no campo no período de 05.10.1992 a 27.01.2007; ficha cadas<strong>tr</strong>al de abertura de<br />

crédito rural concedido pela empr<strong>es</strong>a TC COMÉRCIO DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS LTDA – ME, com sede em<br />

Iconha/ES, datada em 17.12.2000 (fl. 15); ficha cadas<strong>tr</strong>al de abertura de crédito rural concedido pela empr<strong>es</strong>a<br />

AGROVETERINÁRIA IRMÃOS VIVACQUA LTDA ME, com sede em Iconha/ES, datada em 08.02.200 (fl. 16); prontuário do<br />

Hospital e Maternidade Danilo Monteiro de Cas<strong>tr</strong>o, em Iconha/ES, revelando o local de <strong>tr</strong>abalho da recorrente como sendo<br />

zona rural, o qual <strong>es</strong>tá datado em 1996 (fl. 17); prontuário médico revelando a profissão da recorrente como sendo<br />

lavradora (fl. 18); ficha cadas<strong>tr</strong>al de client<strong>es</strong> expedida pela empr<strong>es</strong>a PIAZZAROLLO MÓVEIS E UTILIDADES LTDA, em<br />

Vargem Alta/ES, revelando a profissão da recorrente como lavradora, datado em 19.09.1998; con<strong>tr</strong>atos de parceria agrícola<br />

firmados com o cônjuge da recorrente, WALTER JOSE AMORIM, sendo o mais antigo datado em 1988 (fls. 21/24, 30/33).<br />

6. As declaraçõ<strong>es</strong> acostadas às fls. 58, 60 e 62 (DECLARAÇÕES DE CONFRONTANTES PARA A JUSTIÇA FEDERAL)<br />

revelam que a recorrente mora em propriedade rural e labora com o seu cônjuge. Todos os declarant<strong>es</strong> afirmaram que<br />

conhecem a recorrente há mais de 15 anos e que <strong>es</strong>ta mora e <strong>tr</strong>abalha nas terras de ARILDO PAULINO, junto a seu<br />

cônjuge.<br />

7. A prova t<strong>es</strong>temunhal corroborou as informaçõ<strong>es</strong> reveladas nas provas documentais de que a recorrente <strong>tr</strong>abalhava na<br />

roça, inclusive junto a seu cônjuge (fls. 92/95), o que foi inclusive constatado pela própria autarquia previdenciária em<br />

en<strong>tr</strong>evista (fls. 56/57).<br />

8. Não há dúvida, portanto, de que a recorrente exerceu atividade rural em regime familiar, atendendo inclusive todos os<br />

requisitos <strong>es</strong>senciais para o direito ao benefício pleiteado.<br />

9. No mais, embora a certidão de casamento da recorrente <strong>tr</strong>aga a informação de que, à época das bodas, <strong>es</strong>ta era<br />

doméstica e o seu cônjuge era pedreiro, deve-se levar em conta que o ma<strong>tr</strong>imônio realizou-se em 1975, ou seja, muito<br />

ant<strong>es</strong> do exercício das atividad<strong>es</strong> rurais verificadas.<br />

10. Em face do exposto, deve ser deferido o pedido formulado na inicial da ação, condenando o réu, ora recorrido, a<br />

conceder o benefício de aposentadoria rural por idade à parte autora, ora recorrente, com DIB e DIP a partir de 30.03.2006,<br />

data do protocolo do requerimento adminis<strong>tr</strong>ativo, devendo o benefício ser implementado no prazo de 30 (<strong>tr</strong>inta) dias, sendo<br />

que a autarquia previdenciária deverá comprovar, nos autos, o atendimento da pr<strong>es</strong>ente determinação judicial no m<strong>es</strong>mo<br />

prazo.<br />

11. Deverá o INSS, ainda, pagar as parcelas vencidas, corrigidas monetariamente, r<strong>es</strong>peitado o teto fixado para <strong>es</strong>te<br />

Juizado, acr<strong>es</strong>cido de juros de mora de 1% (um por cento) ao mês, d<strong>es</strong>de a citação até 30/06/2009 (data da vigência da Lei<br />

11.960/2009), e, a partir d<strong>es</strong>sa data, aplicam-se os índic<strong>es</strong> oficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de<br />

poupança.<br />

12. D<strong>es</strong>taca-se, quanto à não liquidez d<strong>es</strong>te decisum, o fato de que o réu possui maior<strong>es</strong> condiçõ<strong>es</strong> e facilidad<strong>es</strong> na<br />

elaboração dos discriminativos dos valor<strong>es</strong> em qu<strong>es</strong>tão, já detentor dos elementos de cálculos. Tal posicionamento<br />

coaduna-se com o entendimento consubstanciado no Enunciado nº 04 da Turma Recursal do Espírito Santo e 22 das<br />

Turmas Recursais do Rio de Janeiro. D<strong>es</strong>ta feita, após a apuração adminis<strong>tr</strong>ativa dos valor<strong>es</strong> em comento, a ser<br />

considerada como obrigação de fazer, na forma do art. 16 da Lei 10.259/2001, será então expedido o requisitório adequado.<br />

13. Custas isentas, na forma do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/1996. Condenação do INSS ao pagamento de honorários<br />

advocatícios no montante de R$ 1.000,00 (mil reais), nos termos do artigo 20, § 4º, do CPC.


ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER E DAR PROVIMENTO AO RECURSO, reformando-se<br />

a sentença, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

163 - 2003.50.51.006176-7/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (ADVOGADO: ANTONIO CARLOS<br />

SANTOLIN. PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI, JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS<br />

SANTOS.) x JOSE CARLOS SILVERIO DO AMARAL (ADVOGADO: ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2003.50.51.006176-7/01<br />

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Recorrido : JOSÉ CARLOS SILVÉRIO DO AMARAL<br />

E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – CONCEDIDA A APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO –<br />

PERÍCIA COMPROVANDO A EXPOSIÇÃO A AGENTES NOCIVOS – TEMPO DE TRABALHO RURAL CONFIGURADO -<br />

RECURSO IMPROVIDO - SENTENÇA MANTIDA.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença proferida pelo juiz a quo que julgou<br />

procedente a pretensão externada na inicial d<strong>es</strong>ta ação, inclusive a título de antecipação dos efeitos da tutela. Em suas<br />

razõ<strong>es</strong> recursais, alega o recorrente que é totalmente equivocado o argumento de que, com a edição da Lei n. 9.032/1995,<br />

não havia mais exigência de comprovação da atividade <strong>es</strong>pecial a<strong>tr</strong>avés de laudo técnico, sendo que a única inovação foi a<br />

delegar à própria autarquia previdenciária a forma de comprovação da exposição aos agent<strong>es</strong> nocivos. Frisa que o recorrido<br />

não <strong>es</strong>tava exposto a níveis de ruído que fiz<strong>es</strong>se jus à contagem <strong>es</strong>pecial dos períodos de labor considerados, posto que<br />

qualquer EPI auricular atenua, em média, 20 a 30% do ruído. A seguir, afirma que os laudos não contêm elementos para<br />

comprovação da efetiva exposição aos agent<strong>es</strong> nocivos contemplados na legislação, vez que não demons<strong>tr</strong>am os<br />

diferent<strong>es</strong> níveis de ruídos a que o recorrido <strong>es</strong>tava exposto, sendo que não revelam nem sequer qual a função que o autor<br />

d<strong>es</strong>empenhava. Quanto ao tempo de <strong>tr</strong>abalho rural, elabora a t<strong>es</strong>e de que a lei veda a prova exclusivamente t<strong>es</strong>temunhal<br />

para comprovação da atividade rural, exigindo-se início de prova material, sendo que o certificado de r<strong>es</strong>ervista juntado aos<br />

autos <strong>es</strong>tá rasurado e <strong>es</strong>crito a lápis. Por fim, aduz que o caso dos autos não se enquadra em hipót<strong>es</strong>e de <strong>tr</strong>abalho rural em<br />

regime familiar.<br />

Por certo, até 05/03/1997, data da publicação do Decreto 2.172, que regulamentou a Lei 9.032/95 e a MP 1.523/96<br />

(convertida na Lei 9.528/97), a comprovação do tempo de serviço laborado em condiçõ<strong>es</strong> <strong>es</strong>peciais, em virtude da<br />

exposição de agent<strong>es</strong> nocivos à saúde e à integridade física dos segurados, dava-se pelo simpl<strong>es</strong> enquadramento da<br />

atividade exercida no rol dos Decretos 53.831/64 e 83.080/79 e, posteriormente, do Decreto 611/92. A partir da referida<br />

data, passou a ser nec<strong>es</strong>sária a demons<strong>tr</strong>ação, mediante laudo técnico, da efetiva exposição do <strong>tr</strong>abalhador a tais agent<strong>es</strong><br />

nocivos, isso até 28/05/1998, quando r<strong>es</strong>tou vedada a conversão do tempo de serviço <strong>es</strong>pecial em comum pela Lei<br />

9.711/98. Todavia, se a p<strong>es</strong>soa exerceu atividade em condiçõ<strong>es</strong> <strong>es</strong>peciais (exposição a agent<strong>es</strong> nocivos à saúde ou<br />

integridade física), comprovada nos termos da legislação vigente à época da pr<strong>es</strong>tação do serviço, possui direito adquirido à<br />

conversão do tempo <strong>es</strong>pecial em comum, para fins de conc<strong>es</strong>são de aposentadoria por tempo de serviço.<br />

Os documentos acostados às fls. 19/23, elaborados pelo empregador, denotam que, nos períodos de 01.05.1973 a<br />

31.10.1977 e 01.08.1996 a 20.10.2000, o recorrido laborava numa jornada de 44 (quarenta e qua<strong>tr</strong>o horas semanais) e<br />

<strong>es</strong>tava exposto a agent<strong>es</strong> nocivos de modo habitual e permanente (ruído, poeira e calor), não ocasional nem intermitente,<br />

sendo que, no primeiro período, laborou como servente e, no segundo, como montador de carrocerias. O laudo pericial<br />

acostado às fls. 24/44, por sua vez, demons<strong>tr</strong>a que o local diligenciado <strong>es</strong>tava sim submetido a agent<strong>es</strong> nocivos,


d<strong>es</strong>tacando a identificação do local periciado, a função de cada <strong>tr</strong>abalhador, como se dão as etapas do proc<strong>es</strong>so<br />

operacional, os possíveis riscos ocupacionais, o tempo de exposição aos riscos, além da análise quantitativa.<br />

No pr<strong>es</strong>ente caso, a produção de prova pericial consubstanciada em novo exame ambiental, como objetiva o recorrente, se<br />

revela claramente d<strong>es</strong>nec<strong>es</strong>sária, uma vez que os documentos <strong>tr</strong>azidos aos autos comprovaram, de forma inequívoca, que<br />

as atividad<strong>es</strong> exercidas pelo recorrido foram insalubr<strong>es</strong>.<br />

Regis<strong>tr</strong>e-se que eventual uso de EPI (EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL) só d<strong>es</strong>caracteriza a <strong>es</strong>pecialidade da<br />

atividade quando efetivamente comprovado que o uso atenua, reduz ou neu<strong>tr</strong>aliza a nocividade do agente a limit<strong>es</strong> legais de<br />

tolerância, e d<strong>es</strong>de que se <strong>tr</strong>ate de atividade exercida após 02 de junho de 1998, pois até tal data vigia a Ordem de Serviço<br />

INSS/DSS nº 564, de 9 de maio de 1997, a qual <strong>es</strong>tatuía, em seu item 12.2.5, que "o uso de Equipamento de Proteção<br />

Individual - EPI não d<strong>es</strong>caracteriza o enquadramento da atividade sujeita a agent<strong>es</strong> agr<strong>es</strong>sivos à saúde ou à integridade<br />

física.<br />

Quanto ao tempo de atividade rural, em regime de economia familiar, deveras não pode ser comprovado apenas com base<br />

em prova t<strong>es</strong>temunhal, nos termos do art. 55, §3º, da Lei n. 8.213/91, o que é reafirmado na Súmula n. 149 do e. STJ.<br />

Todavia, o enunciado n. 14 da Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais, denota que “para a<br />

conc<strong>es</strong>são de aposentadoria rural por idade, não se exige que o início de prova material, corr<strong>es</strong>ponda a todo o período<br />

equivalente à carência do benefício”, sendo certo que não há rol taxativo dos documentos a serem apr<strong>es</strong>entados pela parte<br />

inter<strong>es</strong>sada para tal mister, embora o art. 106, parágrafo único, da Lei n. 8.213/91, apr<strong>es</strong>ente um rol dos documentos aptos<br />

a comprovarem o exercício da atividade rural. Na verdade, a prova documental é exigida para que as alegaçõ<strong>es</strong> não sejam<br />

baseadas exclusivamente em prova t<strong>es</strong>temunhal.<br />

A jurisprudência do e. STJ já manif<strong>es</strong>tou entendimento de que o início de prova material, de acordo com a interpretação<br />

sistemática da lei, é aquele feito mediante documentos que comprovem o exercício da atividade nos períodos a serem<br />

contados, devendo ser contemporâneos dos fatos a comprovar, indicando, ainda, o período e a função exercida pelo<br />

<strong>tr</strong>abalhador (REsp 280.402/SP, DJ 10/9/2001).<br />

Nos autos, conta certidão de casamento e certificado de alistamento militar que revelam a condição de lavrador do recorrido<br />

à época da expedição de tais documentos (fls. 11/12), além de declaração da cooperativa afirmando que o recorrido<br />

en<strong>tr</strong>egava sua produção de leite.<br />

Assim, tais documentos demons<strong>tr</strong>am que o recorrido deveras exerceu efetivamente atividade rural, o que revela início de<br />

prova material da pretensão externada na peça v<strong>es</strong>tibular. Quanto ao fato de que o <strong>tr</strong>abalho rural era exercido em regime<br />

de economia familiar, houve a produção de prova t<strong>es</strong>temunhal, a<strong>tr</strong>avés da qual se pode constatar tal fato.<br />

Com efeito, a atividade rural r<strong>es</strong>tou comprovada por documentos carreados pelo recorrido e o depoimento de t<strong>es</strong>temunhas<br />

revelou que o m<strong>es</strong>mo <strong>tr</strong>abalhara em regime de economia familiar.<br />

No mais, o fato de o documento acostado à fl. 12 <strong>es</strong>tar eventualmente rasurado ou <strong>es</strong>crito a lápis não retira, por si só, a<br />

veracidade das informaçõ<strong>es</strong> nele contidas, considerando o conjunto probatório no qual <strong>es</strong>tá inserido.<br />

Diante do que fora exposto e analisado, não merece reparo a sentença guerreada.<br />

Recurso conhecido e, no mérito, improvido.<br />

Sem custas, nos termos da lei. Honorários advocatícios devidos pela parte recorrente, os quais fixo em R$ 1.000,00 (um mil<br />

reais), com fulcro no art. 20, §4º, do CPC.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa<br />

constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

164 - 2007.50.54.000073-7/01 MARIA GOMES MOREIRA (ADVOGADO: ROBNEI BATISTA DE BARROS, ANTONIO<br />

HERMELINDO RIBEIRO NETO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: GISELA PAGUNG<br />

TOMAZINI.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2007.50.54.000073-7/01<br />

Recorrente : MARIA GOMES MOREIRA<br />

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL


E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – AUSÊNCIA DE PROVA MATERIAL CONTEMPORÂNEA –<br />

PERÍODO DE CARÊNCIA NÃO PREENCHIDO – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.<br />

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela autora em face de sentença de fls.47/49, que julgou improcedente o<br />

pedido de conc<strong>es</strong>são do benefício de aposentadoria rural por idade. Alega a recorrente que foi juntado aos autos início de<br />

prova material suficiente para at<strong>es</strong>tar a atividade rural pelo período de carência exigido em lei. Sustenta, ainda, que os<br />

depoimentos das t<strong>es</strong>temunhas confirmaram em juízo a condição de <strong>tr</strong>abalhadora rural. Pleiteia, assim, a reforma da<br />

sentença. O INSS apr<strong>es</strong>entou con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong>, pugnando pela manutenção da sentença.<br />

2. A aposentadoria do <strong>tr</strong>abalhador rural tem como requisitos a idade mínima de 60 (s<strong>es</strong>senta) anos para homens e 55<br />

(cinquenta e cinco) anos para mulher<strong>es</strong>; e o d<strong>es</strong>empenho de atividade rural em regime de economia familiar pelo número<br />

de m<strong>es</strong><strong>es</strong> <strong>es</strong>tabelecido pelo art. 142 da Lei 8.213/91.<br />

3. O requisito etário r<strong>es</strong>ta preenchido pela parte autora. A con<strong>tr</strong>ovérsia r<strong>es</strong>ide na existência de prova material capaz de<br />

comprovar o labor rural pelo tempo de carência. A recorrente, por ter completado 55 anos no ano de 2001, deveria<br />

comprovar o exercício de atividade rural pelo lapso temporal de 10 (dez) anos, no período imediatamente anterior ao<br />

requerimento do benefício, ainda que de forma d<strong>es</strong>contínua. Vejamos, pois, os documentos carreados: Segunda via de<br />

Certidão de Casamento, expedida em 1999 (fl.13); Declaração do Sindicato dos Trabalhador<strong>es</strong> Rurais de Barra de São<br />

Francisco, datada de outubro de 2006 (fls.17/18); Declaraçõ<strong>es</strong> pr<strong>es</strong>tadas por particular<strong>es</strong> (fls.19 e 51); Con<strong>tr</strong>ato de Parceria<br />

Agrícola, datado de setembro de 2006 (fls.23/24). Logo, verifico que a prova material é muito recente, sendo incapaz de<br />

sustentar o labor rural durante o período de carência nec<strong>es</strong>sário.<br />

4. Considerando que o STJ já pacificou o entendimento de que a prova meramente t<strong>es</strong>temunhal não supre o início de prova<br />

material, não r<strong>es</strong>tou comprovado o efetivo exercício da atividade rural em regime de economia familiar por parte da autora<br />

durante o período de carência.<br />

5. Diante do que fora exposto e analisado, não merece qualquer reforma a sentença, cujos argumentos utilizo como razão<br />

de decidir.<br />

6. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.<br />

7. Custas ex lege. Sem condenação em honorários, eis que o recorrente é beneficiário da Assistência Judiciária Gratuita.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

165 - 2008.50.51.001253-5/01 FRANCISCO SILVIO FIORESI (ADVOGADO: ARMANDO VEIGA.) x INSTITUTO NACIONAL<br />

DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARIA DA PENHA BARBOSA BRITO.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº. 2008.50.51.001253-5/01<br />

Recorrente : FRANCISCO SILVIO FIORESI<br />

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

EMENTA<br />

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – LAUDO JUDICIAL INDICANDO<br />

AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE PARA O EXERCÍCIO LABORAL – IMPOSSIBILIDADE DE CONCESSÃO DO BENEFÍCIO,<br />

DEVIDO AO FATO DE NÃO TER SIDO CONSTATADA ENFERMIDADE CAPAZ DE IMPEDIR O EXERCÍCIO DO<br />

REFERIDO LABOR – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.<br />

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença de fls. 83-85, que julgou<br />

improcedente o pleito autoral, de conc<strong>es</strong>são do benefício de auxílio-doença ou de aposentadoria por invalidez. Alega o<br />

recorrente, em suas razõ<strong>es</strong> recursais, que r<strong>es</strong>ta claro, nos autos, que o m<strong>es</strong>mo faz jus ao benefício pleiteado.<br />

2. O auxílio-doença, conforme o artigo 59 da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendo cumprido, quando for o<br />

caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu <strong>tr</strong>abalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15<br />

(quinze) dias consecutivos. Por sua vez, a aposentadoria por invalidez, conforme o artigo 42 da Lei 8.213/90, será devida ao<br />

segurado que, <strong>es</strong>tando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o<br />

exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer n<strong>es</strong>ta condição.<br />

3. O requisito pertinente à qualidade de segurado r<strong>es</strong>ta incon<strong>tr</strong>overso. Quanto à incapacidade, a perícia acostada às fls.<br />

75/77 deixou clara a não existência da m<strong>es</strong>ma por parte do recorrente, tendo em vista que o diagnóstico d<strong>es</strong>te foi o de<br />

amaurose (perda da visão total do olho direito) e <strong>tr</strong>anstorno depr<strong>es</strong>sivo leve. O fato de o recorrente ter perdido a visão do<br />

olho direito não impede que o m<strong>es</strong>mo exerça o seu labor habitual, qual seja, o de açougueiro.<br />

4. Ora, o fato de <strong>es</strong>ta ser uma atividade que lida com ins<strong>tr</strong>umentos cortant<strong>es</strong> não impede que o recorrente a exerça, haja


vista que <strong>es</strong>ta atividade impõe a todos os que se submetem a ela o uso de materiais que impeçam acident<strong>es</strong>, tais como<br />

luvas e aventais de malhas de aço, conforme preconizam diversas normas em Segurança do Trabalho. A depr<strong>es</strong>são leve<br />

que acomete o recorrente também não o impede de exercer o seu labor habitual, conforme demons<strong>tr</strong>ado pelo perito do<br />

juízo à fl. 76.<br />

5. Sendo assim, a sentença proferida mos<strong>tr</strong>ou-se idônea ao acompanhar o laudo pericial, o qual não at<strong>es</strong>ta enfermidade<br />

capaz de fazer com que o recorrente não tenha condiçõ<strong>es</strong> de exercer o seu labor.<br />

6. Vale frisar que, posteriormente ao evento que ocasionou a perda de visão monocular do recorrente, em 1996, o m<strong>es</strong>mo<br />

exerceu atividad<strong>es</strong> laborativas, conforme se depreende das anotaçõ<strong>es</strong> na CTPS do referido recorrente às fls. 13-17, sendo<br />

que o documento de fl. 23 aduz que <strong>es</strong>te inclusive chegou a <strong>tr</strong>abalhar como pedreiro após o supramencionado evento.<br />

7. Com tudo o que foi demons<strong>tr</strong>ado acima, faz-se nec<strong>es</strong>sária a não conc<strong>es</strong>são do benefício pleiteado ao recorrente, por não<br />

ter sido preenchido o requisito da incapacidade para tanto.<br />

8. Recurso conhecido e improvido para manter a sentença de piso. Sem condenação em custas e honorários advocatícios,<br />

haja vista ser o recorrente beneficiário da Assistência Judiciária Gratuita (fl. 49).<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, de forma a<br />

manter a sentença, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

166 - 2009.50.51.000558-4/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Luis Guilherme<br />

Nogueira Freire Carneiro.) x JOSE MARIA DE SOUZA (ADVOGADO: EVALDO CESAR FARIAS ARAUJO.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2009.50.51.000558-4/01<br />

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS<br />

Recorrido : JOSE MARIA DE SOUZA<br />

E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA CONVERTIDO EM APOSENTADORIA POR<br />

INVALIDEZ – EFEITO SUSPENSIVO À MEDIDA LIMINAR - AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL E QUALIDADE DE<br />

SEGURADO – RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.<br />

1. Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedendo o pedido<br />

autoral, determinando a implantação do benefício previdenciário de aposentadoria por invalidez. Sustenta o recorrente, em<br />

suas razõ<strong>es</strong> recursais, que, no caso, não há incapacidade que enseje a percepção de auxílio-doença, muito menos a<br />

conc<strong>es</strong>são de aposentadoria por invalidez, sendo que a parte autora nem sequer possui a qualidade de segurado.<br />

Requereu, na oportunidade, efeito suspensivo da medida liminar concedida no julgado guerreado.<br />

2. O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendo<br />

cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu <strong>tr</strong>abalho ou para a sua atividade<br />

habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a Aposentadoria por Invalidez, por força no disposto no art. 42 do<br />

m<strong>es</strong>mo diploma legal, a seu turno, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que,<br />

<strong>es</strong>tando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de<br />

atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer n<strong>es</strong>ta condição.<br />

3. No caso, verifica-se que a parte autora comprovou a sua qualidade de segurada por meio dos documentos acostados às<br />

fls. 35, 43, 44 e 46/48. Trata-se de segurado <strong>es</strong>pecial. O art. 142 da Lei n. 8.213/1991 considera segurado <strong>es</strong>pecial o<br />

produtor, parceiro, meeiro, comodatário ou arrendatário que exerçam suas atividad<strong>es</strong>, individualmente ou em regime de<br />

economia familiar (art. 11, inciso VII), sendo certo que se exige, pelo menos, um início de prova material para a<br />

comprovação do tempo de serviço do rurícola (art. 55, § 3º).<br />

4. Observa-se, pelos elementos dos autos, que o próprio recorrente homologou o período de 16.05.2005 a 12.06.2006<br />

como segurado social (TERMO DE HOMOLOGAÇÃO DA ATIVIDADE RURAL, fl. 48). D<strong>es</strong>cabida, portanto, a alegação do<br />

recorrente em sentido con<strong>tr</strong>ário, vez que um dos requisitos para a conc<strong>es</strong>são do benefício de aposentadoria por invalidez é


a condição de segurado da Previdência Social com o preenchimento do período de carência de 12 (doze) con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong><br />

mensais. Regis<strong>tr</strong>e-se que não é, portanto, exigido que o recorrido apr<strong>es</strong>ente prova de atividade rural após julho/2006, vez<br />

que, a partir d<strong>es</strong>sa data, <strong>es</strong>tava impossibilitado de exercer o ofício, considerando que o requerimento adminis<strong>tr</strong>ativo de<br />

auxílio-doença deu-se em 28.09.2006, sendo o pedido, todavia, indeferido pelo recorrente na sede adminis<strong>tr</strong>ativa.<br />

5. As provas produzidas no bojo da ação revelam que o autor, ora recorrido, sofreu <strong>tr</strong>aumatismo no tórax na infância, sendo<br />

que atualmente <strong>es</strong>tá acometido de <strong>es</strong>coliose grave e diminuição volumé<strong>tr</strong>ica do pulmão direito, além de distúrbio r<strong>es</strong><strong>tr</strong>itivo<br />

puro, dispnéia aos <strong>es</strong>forços e dorsalgia, conforme laudos acostados às fls. 14/29, o que foi confirmado na perícia judicial, de<br />

acordo com o laudo acostado à fl. 77, d<strong>es</strong>tacando ainda distúrbio r<strong>es</strong>piratório devido à redução volumé<strong>tr</strong>ica do pulmão<br />

direito. Regis<strong>tr</strong>e-se que o expert declarou ainda que o recorrido é incapaz para o <strong>tr</strong>abalho braçal p<strong>es</strong>ado (lavoura), sendo a<br />

incapacidade definitiva, sendo que, por ou<strong>tr</strong>o lado, pode ser reabilitado para exercer ou<strong>tr</strong>as funçõ<strong>es</strong> laborais, salvo serviço<br />

p<strong>es</strong>ado.<br />

6. Não procede, portanto, a alegação recursal de que o recorrido não <strong>es</strong>tá incapacitado para as atividad<strong>es</strong> laborais.<br />

7. Pelo que se observa, o recorrido apenas <strong>tr</strong>abalhou em serviços rurícolas, que exigem grande <strong>es</strong>forço físico, não havendo<br />

indícios que possua ins<strong>tr</strong>ução <strong>es</strong>colar. Se o laudo constata que é portador das moléstias supracitadas, que causam<br />

limitação para o exercício de serviços p<strong>es</strong>ados, e se não tem condiçõ<strong>es</strong> de competir no mercado de <strong>tr</strong>abalho por um<br />

emprego remunerado que lhe garanta a subsistência, deve ser considerado como incapacitado de forma total, permanente<br />

e insuscetível reabilitação.<br />

8. No mais, havendo existência de prova inequívoca, convincente da verossimilhança da alegação, além da pr<strong>es</strong>ença do<br />

fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação, tem-se por satisfeitos os pr<strong>es</strong>supostos legais insertos no art.<br />

273, I e II, do CPC, para o deferimento da antecipação dos efeitos da tutela. Encon<strong>tr</strong>ando-se a decisão impugnada<br />

fundamentada em laudo médico firmado pelo próprio SUS (e perícia judicial), que aponta o quadro justificador da<br />

conc<strong>es</strong>são do benefício em qu<strong>es</strong>tão, não há óbice para o deferimento do pedido liminar, vez que há prova inequívoca da<br />

verossimilhança da alegação.<br />

9. Quanto ao ou<strong>tr</strong>o requisito (dano irreparável ou de difícil reparação), há inegável caráter alimentar do benefício<br />

pleiteado, sendo certo de que o recorrido depende dele para prover seu sustento em condiçõ<strong>es</strong> dignas de sobrevivência, o<br />

que autoriza a conc<strong>es</strong>são da medida em sede liminar.<br />

10. Também não há que se falar em perigo de irreversibilidade do provimento da tutela de urgência, que cede <strong>es</strong>paço ante<br />

direitos fundamentais como a dignidade da p<strong>es</strong>soa humana e a temp<strong>es</strong>tiva e eficaz pr<strong>es</strong>tação jurisdicional. Trata-se de<br />

verba alimentar e de situação que, em t<strong>es</strong>e, há perigo de irreversibilidade para ambas as part<strong>es</strong>, sendo que a posição do<br />

juiz deve ser a de pr<strong>es</strong>tigiar a nec<strong>es</strong>sidade de manutenção de um indivíduo em de<strong>tr</strong>imento de eventual dano que possa ser<br />

causado ao recorrente.<br />

11. Não procede, portanto, o pedido de efeito suspensivo à conc<strong>es</strong>são da antecipação dos efeitos da tutela, medida <strong>es</strong>ta<br />

que merece ser mantida, posto que pr<strong>es</strong>ent<strong>es</strong> os requisitos autorizador<strong>es</strong> para a sua conc<strong>es</strong>são (art. 273 do CPC).<br />

12. Recurso ao qual se nega provimento.<br />

13. Custas isentas, na forma do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/1996. Condenação do INSS ao pagamento de honorários<br />

advocatícios no montante de R$ 1.000,00 (um mil reais), nos termos do artigo 20, § 4º, do CPC.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

167 - 2007.50.51.000633-6/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Luis Guilherme<br />

Nogueira Freire Carneiro.) x ROSIMAR DE MELO DA SILVA CARDOSO (ADVOGADO: SIRO DA COSTA.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2007.50.51.000633-6/01<br />

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL<br />

Recorrido : ROSIMAR DE MELO DA SILVA CARDOSO


E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – CONCESSÃO – RECURSO<br />

CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA<br />

1. Trata-se de Recurso Inominado interposto pela autarquia Ré, ora recorrente, em face da sentença de folhas 80 a 84, que<br />

julgou procedente o pedido autoral de conc<strong>es</strong>são de Auxílio-doença c/c Aposentadoria por Invalidez. Consta nas Razõ<strong>es</strong><br />

Recursais que a autora não logra r<strong>es</strong>paldo jurídico em seus pedidos uma vez que não cumpre os requisitos legais que<br />

regem a matéria, quais sejam, existência de incapacidade para as atividad<strong>es</strong> habituais; incapacidade permanente que<br />

enseje a conc<strong>es</strong>são da aposentadoria por invalidez e a qualidade de segurado.<br />

2. O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendo<br />

cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu <strong>tr</strong>abalho ou para a sua atividade<br />

habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a Aposentadoria por Invalidez, por força no disposto no art. 42 do<br />

m<strong>es</strong>mo diploma legal, a seu turno, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que,<br />

<strong>es</strong>tando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de<br />

atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer n<strong>es</strong>ta condição.<br />

3. Auxílio-doença e Aposentadoria por invalidez: Ambos os benefícios exigem para a sua conc<strong>es</strong>são a qualidade de<br />

segurado e o cumprimento do período de carência exigido em lei, diferenciando-se en<strong>tr</strong>e si pela permanência ou<br />

temporariedade da incapacidade, quando se dará ensejo àquele ou a <strong>es</strong>te benefício, r<strong>es</strong>pectivamente.<br />

4. A comprovação da qualidade de segurado <strong>es</strong>pecial, a<strong>tr</strong>avés do exercício de atividade rural em regime de economia<br />

familiar, a<strong>tr</strong>avés da prova documental mínima foi cumprida com a apr<strong>es</strong>entação dos seguint<strong>es</strong> documentos: a) Certidão de<br />

Casamento, realizado em maio de 2005, onde consta a autora como lavradora (fl.09); b) Con<strong>tr</strong>ato de Parceria, datado de<br />

maio de 1998, onde consta a autora como parceira outorgada de Severino Tonon (fls. 10/11); c) Con<strong>tr</strong>ato de Parceria,<br />

datado de abril de 2004, onde consta a autora como parceira outorgada de Johovah Coelho Guimarã<strong>es</strong> (fl. 12); d) Nota<br />

Fiscal (fl.13). Dada <strong>es</strong>sa comprovação sólida, não há con<strong>tr</strong>ovérsia acerca da qualidade de segurada <strong>es</strong>pecial da autora,<br />

uma vez que, além de provas t<strong>es</strong>temunhais, foram juntadas documentaçõ<strong>es</strong> que, segundo a jurisprudência, definem o início<br />

da prova material, afastando o disposto no enunciado da Súmula nº 149 do STJ. D<strong>es</strong>tarte, frente à conjuntura do caso em<br />

análise, não é razoável que a cognição dos requisitos legais seja feita de forma hermeticamente positiva (art. 25, I c/c art.<br />

15, II, ambos da Lei nº 8.213/91), assim, não há que se falar numa inadequação do lapso temporal que consta na lei, já que<br />

m<strong>es</strong>mo não tendo sido comprovada a situação de <strong>tr</strong>abalhadora rural nos 12 m<strong>es</strong><strong>es</strong> antecedent<strong>es</strong> ao benefício, r<strong>es</strong>ta claro<br />

que <strong>es</strong>sa situação foi comprovada em tempo anterior a <strong>es</strong>se, sendo, assim, suficiente para sustentar sua qualidade de<br />

segurada.<br />

5. O art. 42, §2º, da Lei 8.213, confere direito à aposentadoria por invalidez quando a incapacidade sobrevier por motivo de<br />

progr<strong>es</strong>são ou agravamento da doença de que o segurado já era portador ao filiar-se ao Regime Geral de Previdência<br />

Social (RGPS). N<strong>es</strong>se sentido, m<strong>es</strong>mo que os primeiros sintomas da doença tenham aparecido aos seus 17 anos de idade,<br />

época em que ainda não era segurada da previdência social, não há que se falar que ela não ostenta tal qualidade, pois seu<br />

quadro clínico passou a se agravar depois de já filiada ao RGPS, tornando-se total e definitivamente incapaz a partir de<br />

2000, quando o <strong>tr</strong>atamento ambulatorial tornou-se inviável, sendo nec<strong>es</strong>sárias internaçõ<strong>es</strong> em hospitais psiquiá<strong>tr</strong>icos.<br />

6. A autora foi submetida à perícia médica (constante nas folhas 60 a 67), que foi realizada em fevereiro de 2008, quando<br />

ficou constatado que a m<strong>es</strong>ma possui psicose maníaco depr<strong>es</strong>siva, doença também conhecida como Transtorno Afetivo<br />

Bipolar, caracterizada pela “proeminência de sintomas psicóticos, tais como delírios místicos e persecutórios,<br />

comprometimento do juízo crítico e rápida e abrupta alternância de humor, da <strong>tr</strong>isteza à irritabilidade e à euforia”. Quando<br />

não <strong>es</strong>tá em crise, a autora consegue d<strong>es</strong>empenhar suas atividad<strong>es</strong> normalmente. Ocorre que suas atitud<strong>es</strong>, quando em<br />

crise, são imprevisíveis e de alta periculosidade. Por <strong>es</strong>se prisma, a perita do juízo informou que há incapacidade total e<br />

definitiva, encon<strong>tr</strong>ando-se a parte autora impossibilitada de exercer toda e qualquer atividade laborativa, sob pena de ter<br />

seu <strong>es</strong>tado psicofísico agravado e amplamente deteriorado. D<strong>es</strong>tarte, não merece prosperar a alegação do INSS de que a<br />

autora não se encon<strong>tr</strong>a incapaz, vez que <strong>tr</strong>abalhou durante vários anos como lavradora já portadora da doença<br />

incapacitante; isto porque o quadro de saúde da autora alterna momentos de lucidez e de psicose maníaco-depr<strong>es</strong>siva, com<br />

comprometimento do seu juízo. Ou seja, a autora apenas aparenta capacidade para o <strong>tr</strong>abalho e somente quando não <strong>es</strong>tá<br />

em crise, que pode se d<strong>es</strong>encadear a qualquer momento, sem qualquer razão. Não obstante, define a perita em suas<br />

consideraçõ<strong>es</strong> finais: “São inequívocas as condiçõ<strong>es</strong> doentias e aniquiladoras da razão e do livre arbí<strong>tr</strong>io da pericianda,<br />

bas<strong>es</strong> da normalidade mental. A deficiência da crítica, o comprometimento da capacidade de julgamento ético-moral e os<br />

distúrbios de conteúdo do pensamento revelam que a aparente acalmia que permite, momentaneamente, mantê-la<br />

d<strong>es</strong>ospitalizada, em verdade, mascara uma turbulência mental. Pelo exposto, assumir, hipocritamente, que a autora possui<br />

capacidade laboral, ainda que temporária, é <strong>es</strong>tar na iminência de arcar com um risco que pode ser fatal para ela, qual seja,<br />

perder de vez o tênue liame que separa o abismo en<strong>tr</strong>e a sua dignidade, no caso, precariamente pr<strong>es</strong>ervada, e seu<br />

d<strong>es</strong>falecimento na miséria e na marginalidade da sociedade.<br />

7. Recurso conhecido e improvido, mantendo-se a sentença proferida em sede do juízo a quo.<br />

8. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de custas proc<strong>es</strong>suais e honorários advocatícios fixados em dez por<br />

cento do valor de condenação ou, não havendo condenação, do valor corrigido da causa, por força no disposto no art. 55 da<br />

Lei nº 9.099.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.


168 - 2007.50.52.000181-5/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA<br />

FONSECA FERNANDES GOMES.) x RAYSSA VIRTUOSO VIANA - Repr<strong>es</strong>entada por ARIANE DOS SANTOS VIRTUOSO<br />

VIANA (ADVOGADO: ADENILSON VIANA NERY.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº. 2007.50.52.000181-5/01<br />

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Recorrido : RAYSSA VIRTUOSO VIANA – Repr<strong>es</strong>entada por ARIANE DOS<br />

SANTOS VIRTUOSO VIANA<br />

E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA –<br />

ART. 20 DA LEI 8.742/93 – INCAPACIDADE CONSTATADA – MISERABILIDADE AFERIDA PELO CONTEXTO EM QUE<br />

VIVE O NÚCLEO FAMILIAR – RECURSO IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença de fls. 76/80, que julgou<br />

procedente o pedido da parte autora, ora recorrida, de conc<strong>es</strong>são do benefício assistencial previsto na LOAS. Alega o<br />

recorrente, em suas razõ<strong>es</strong> recursais, que a renda familiar da recorrida é incompatível com o benefício assistencial de<br />

pr<strong>es</strong>tação continuada e, caso seja mantida a conc<strong>es</strong>são do benefício da LOAS, <strong>es</strong>te deve incidir a partir do momento em<br />

que houve alteração da <strong>es</strong><strong>tr</strong>utura familiar.<br />

Nos termos do art. 20 da Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência Social, o benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada é garantido<br />

no valor de um salário mínimo mensal à p<strong>es</strong>soa portadora de deficiência ou ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais que<br />

comprove não possuir meios de prover a própria subsistência e tampouco de tê-la provida por familiar<strong>es</strong>. Para efeitos de<br />

aplicação do citado dispositivo, considera-se portadora de deficiência a p<strong>es</strong>soa incapacitada para a vida independente e<br />

para o <strong>tr</strong>abalho e, da m<strong>es</strong>ma forma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idoso<br />

aquela família cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.<br />

O requisito pertinente à incapacidade da recorrida r<strong>es</strong>ta incon<strong>tr</strong>overso, haja vista que a impugnação da autarquia<br />

previdenciária se baseia no requisito pautado na renda familiar mensal per capita. Quanto a <strong>es</strong>te requisito, devem ser<br />

tecidas algumas consideraçõ<strong>es</strong>. Não obstante a renda mensal per capita da família, à época da confecção do laudo social<br />

(fls. 27/29), ter ul<strong>tr</strong>apassado o limite de ¼ de salário mínimo, deve-se levar em consideração, para a análise da<br />

miserabilidade da família, ou<strong>tr</strong>os fator<strong>es</strong>, tais como as d<strong>es</strong>p<strong>es</strong>as familiar<strong>es</strong>.<br />

No caso concreto, verifica-se que os gastos mensais da família ul<strong>tr</strong>apassam a renda obtida (fl. 27). Trata-se de d<strong>es</strong>p<strong>es</strong>as<br />

ordinárias, tais como aluguel, alimentação, energia elé<strong>tr</strong>ica, fralda d<strong>es</strong>cartável e medicamentos, o que faz com que a renda<br />

familiar seja insuficiente e também priva a mãe da recorrida de fornecer mais conforto à filha, a qual sofre de grave<br />

problema neurológico, enfermidade que a incapacita definitivamente para toda e qualquer atividade laborativa (fl. 53).<br />

Ademais, o fato de o pai da recorrida ter se separado da mãe d<strong>es</strong>ta apenas aumentou o <strong>es</strong>tado de miserabilidade já<br />

existente, haja vista que, ap<strong>es</strong>ar de o referido genitor ainda auxiliar com algumas d<strong>es</strong>p<strong>es</strong>as, às vez<strong>es</strong> é nec<strong>es</strong>sário requerer<br />

c<strong>es</strong>ta básica à Assistência Social. Vale r<strong>es</strong>saltar que o Ministério Público <strong>Federal</strong>, em manif<strong>es</strong>tação às fls. 72/75, também<br />

pugnou pelo deferimento do pleito autoral.<br />

Sendo assim, foram preenchidos os requisitos para a conc<strong>es</strong>são do benefício.<br />

Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida. Condenação do INSS ao pagamento de honorários advocatícios no<br />

valor de R$ 500,00, com fundamento no artigo 20, § 4º, do CPC.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER O RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator


AGBP<br />

169 - 2008.50.50.007634-6/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA<br />

SILVEIRA.) x BENTO BASTOS (ADVOGADO: JANETE NUNES PIMENTA RAMOS.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº. 2008.50.50.007634-6/01<br />

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Recorrido : BENTO BASTOS<br />

E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA –<br />

ART. 20 DA LEI 8.742/93 – SITUAÇÃO DE MISERABILIDADE CONFIGURADA – APLICAÇÃO DO ESTATUTO DO IDOSO<br />

PARA EQUIPARAÇÃO DO BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO- RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA<br />

MANTIDA.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pela autarquia ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente o<br />

pedido de conc<strong>es</strong>são do benefício assistencial previsto na Lei 8.742/93 (LOAS). Alega o recorrente, em suas razõ<strong>es</strong><br />

recursais, que não houve preenchimento dos requisitos legais para a conc<strong>es</strong>são do benefício, posto que a renda familiar per<br />

capita não é inferior a ¼ do salário mínimo. Sustenta ainda que não há que se aplicar o disposto no Estatuto do Idoso a<br />

r<strong>es</strong>peito da possibilidade de cumulação de benefícios assistenciais, visto que não se <strong>tr</strong>ataria, no caso, de benefício<br />

assistencial, mas sim previdenciário.<br />

Nos termos do art. 20 da Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência Social, o benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada é garantido<br />

no valor de um salário mínimo mensal à p<strong>es</strong>soa portadora de deficiência ou ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais que<br />

comprove não possuir meios de prover a própria subsistência e tampouco de tê-la provida por familiar<strong>es</strong>. Para efeitos de<br />

aplicação do citado dispositivo, considera-se portadora de deficiência a p<strong>es</strong>soa incapacitada para a vida independente e<br />

para o <strong>tr</strong>abalho e, da m<strong>es</strong>ma forma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idoso a<br />

família cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.<br />

Todavia, o preceito contido no art. 20, § 3º, da Lei 8.742/93 não é o único critério válido para comprovar a condição de<br />

miserabilidade preceituada no artigo 203, V, da Constituição <strong>Federal</strong>. Isso porque a renda familiar per capita inferior a ¼ do<br />

salário mínimo deve ser considerada como um limite mínimo, um quantum objetivamente considerado insuficiente à<br />

insubsistência do portador de deficiência e do idoso, o que não impede que o julgador faça uso de ou<strong>tr</strong>os fator<strong>es</strong> que<br />

tenham o condão de comprovar a condição de miserabilidade da família do autor. Esse é o entendimento do Superior<br />

Tribunal de <strong>Justiça</strong> (STJ, 6ª Turma, REsp 841.060/SP, Rel. Minis<strong>tr</strong>a Maria Thereza de Assis Moura, DJ 25.06.2007, p.<br />

319.).<br />

O parágrafo único do artigo 34 do Estatuto do Idoso, Lei 10.741/2003, por sua vez, dispõe que o benefício assistencial já<br />

concedido a qualquer membro da família não será computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita a que se<br />

refere a Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS. Tal regra, porém, deve ser <strong>es</strong>tendida, por analogia, às hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> em<br />

que a renda familiar é constituída exclusivamente por benefício previdenciário, visto que há similitude que permite a<br />

equiparação dos valor<strong>es</strong> das duas <strong>es</strong>péci<strong>es</strong> de benefício. E ainda, malgrado o recorrente tenha apr<strong>es</strong>entado vasto campo<br />

jurisdicional no qual o art. 34, parágrafo único, do Estatuto do Idoso, não é aplicado de forma analógica, cumpre r<strong>es</strong>saltar<br />

que não se pode tomar isto como verdade absoluta. Tanto é que se encon<strong>tr</strong>a, ou<strong>tr</strong>ossim, de forma vasta, grande<br />

aplicabilidade d<strong>es</strong>se dispositivo em nosso ordenamento pá<strong>tr</strong>io, sendo <strong>es</strong>se o caminho <strong>es</strong>colhido pelo juiz a quo. Somente a<br />

título de exemplo, cita-se um julgado da Turma Nacional de Uniformização que bem elenca a matéria discutida: “O<br />

parágrafo único do art. 34 do Estatuto do Idoso pode ser aplicado por analogia à hipót<strong>es</strong>e em que o benefício percebido<br />

pelo companheiro é de natureza previdenciária. É intuitivo que assim seja, na medida em que o d<strong>es</strong>iderato da legislação<br />

<strong>es</strong>pecial do idoso é o de lhe assegurar uma renda mínima que lhe propicie a existência com dignidade. Sabe-se, inclusive,<br />

que a maior parte de suas d<strong>es</strong>p<strong>es</strong>as é gasta com medicamentos, de modo que buscou a lei garantir a r<strong>es</strong>erva de um


mínimo de recursos para tal fim” – Pedido de Uniformização de Interpretação de Lei <strong>Federal</strong>: 200783005198453.<br />

O núcleo familiar, no caso, é composto por duas p<strong>es</strong>soas: o recorrido, idoso e d<strong>es</strong>empregado e seu cônjuge, que goza do<br />

benefício da aposentadoria. R<strong>es</strong>salte-se que, excluídos os proventos do cônjuge, feito já ant<strong>es</strong> fundamentado no Estatuto<br />

do Idoso, a renda do recorrido inexiste. A partir da análise d<strong>es</strong>te núcleo familiar e de sua renda, não há como se deixar de<br />

reconhecer a hipossuficiência da parte requerente, ora recorrida, assim como a razão na conc<strong>es</strong>são do benefício<br />

assistencial objeto d<strong>es</strong>ta lide.<br />

O relatório social acostado às fls. 91/96 demons<strong>tr</strong>a que o recorrido vive numa casa cedida pelo seu filho, mod<strong>es</strong>ta, sendo<br />

que há <strong>tr</strong>ês anos <strong>es</strong>tá incapacitado para exercer atividad<strong>es</strong> laborativas, posto que foi acometido de mal de Parkinson,<br />

doença <strong>es</strong>ta que atingiu várias part<strong>es</strong> do seu corpo, sendo que faz uso de vários medicamentos.<br />

Não se vislumbra, ante os fins de prequ<strong>es</strong>tionamento do recorrente, violação aos princípios da R<strong>es</strong>erva Legal (art. 203, V,<br />

CRFB/88); da Separação dos Poder<strong>es</strong> (art. 2º); do Regime Democrático de Direito (art. 1º); e da Precedência da Fonte de<br />

Custeio (art. 195, §5º), bem como, da m<strong>es</strong>ma forma, qu<strong>es</strong>tionamento à vigência do art. 20, § 3º, da Lei 8.742/93 c/c o art.<br />

34, parágrafo único, da Lei 10.741/2003.<br />

Não r<strong>es</strong>ide, portanto, mácula na sentença de piso, que merece ser mantida. Recurso ao qual se nega provimento.<br />

Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honorários advocatícios arbi<strong>tr</strong>ados<br />

em R$ 500,00 (quinhentos reais), com fulcro no art. 20, §4º, do CPC.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma do<br />

voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

170 - 2006.50.50.004041-0/01 CLAUDIA BARBOSA DA SILVA DE SOUZA (ADVOGADO: ANDRÉ VINICIUS MARQUES<br />

GONÇALVES.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS.<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº. 2006.50.50.004041-0/01<br />

Recorrente : CLAUDIA BARBOSA DA SILVA DE SOUZA<br />

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA –<br />

ART. 20 DA LEI 8.742/93 – AUSÊNCIA DE PERÍCIA MÉDICO-JUDICIAL PARA AFERIR A EXISTÊNCIA OU NÃO DE<br />

RETARDO MENTAL – RECURSO PROVIDO – SENTENÇA ANULADA.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença de fl. 119, que julgou<br />

improcedente o seu pedido de conc<strong>es</strong>são do benefício assistencial previsto na LOAS. Alega a recorrente, em suas razõ<strong>es</strong><br />

recursais, que a sentença proferida deve ser anulada, tendo em vista a ausência de perícia médico-judicial para aferir se a<br />

m<strong>es</strong>ma possui ou não retardo mental e, para assim, ser possível a constatação da incapacidade laboral da mencionada<br />

recorrente.<br />

Nos termos do art. 20 da Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência Social, o benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada é garantido<br />

no valor de um salário mínimo mensal à p<strong>es</strong>soa portadora de deficiência ou ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais que<br />

comprove não possuir meios de prover a própria subsistência e tampouco de tê-la provida por familiar<strong>es</strong>. Para efeitos de


aplicação do citado dispositivo, considera-se portadora de deficiência a p<strong>es</strong>soa incapacitada para a vida independente e<br />

para o <strong>tr</strong>abalho e, da m<strong>es</strong>ma forma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idoso<br />

aquela família cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.<br />

Para o aferimento das condiçõ<strong>es</strong> de quem pleiteia o benefício assistencial LOAS, com a finalidade de ser concedido ou não<br />

tal benefício, é preciso proceder à perícia médica, que tem o fito de constatar a incapacidade da p<strong>es</strong>soa para o <strong>tr</strong>abalho e<br />

para a vida independente, e ao <strong>es</strong>tudo socioeconômico, para ser possível constatar se há renda per capita mensal familiar<br />

inferior a ¼ de salário mínimo vigente. É por meio d<strong>es</strong>t<strong>es</strong> dois laudos que o juiz a quo poderá verificar se deve ou não ser<br />

concedido o benefício a quem o pleiteia.<br />

Primeiramente, vale r<strong>es</strong>saltar que o requisito atinente à renda per capita mensal familiar r<strong>es</strong>ta preenchido, haja vista que foi<br />

realizada p<strong>es</strong>quisa socioeconômica de fls. 52-57, a qual constatou o <strong>es</strong>tado de miserabilidade da família, composta pela<br />

recorrente, seu cônjuge e por sete filhos menor<strong>es</strong> de 21 anos, e que conta com a renda incerta do <strong>es</strong>poso da referida<br />

recorrente, o qual <strong>tr</strong>abalha como vendedor ambulante, e com uma pequena quantia advinda do Programa Bolsa Família.<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

No que tange ao requisito incapacidade, verifica-se que a perícia médica de fl. 96 constatou a existência da doença<br />

epilepsia idiopática, com CID G40.2. No m<strong>es</strong>mo laudo, o perito também considerou a possível existência de retardo mental,<br />

o qual deveria ser <strong>es</strong>clarecido por médico psiquia<strong>tr</strong>a, o que não ocorreu. Ademais, em petição apr<strong>es</strong>entada pelo INSS, a<br />

própria autarquia previdenciária, à fl. 113, requereu a realização de nova perícia por médico psiquia<strong>tr</strong>a, a fim de que<br />

definitivamente ficasse comprovada a existência ou não de retardo mental (enfermidade constatada pelo laudo particular de<br />

fl. 21), o que também foi requerido pelo Ministério Público <strong>Federal</strong> à fl. 118, porém sem êxito.<br />

D<strong>es</strong>se modo, não tendo sido comprovada de forma cabal a enfermidade da recorrente, por meio do novo laudo pericial,<br />

deve ser realizada nova perícia, na área de psiquia<strong>tr</strong>ia, a fim de ser constatado ou não o retardo mental da m<strong>es</strong>ma, para<br />

assim ser possível aferir se <strong>es</strong>ta se encon<strong>tr</strong>a ou não incapaz para o <strong>tr</strong>abalho.<br />

A realização de perícia médica e o <strong>es</strong>tudo socioeconômico ou laudo social são procedimentos <strong>es</strong>senciais para o julgamento<br />

da lide, nos casos em que se busca a conc<strong>es</strong>são de benefício assistencial de amparo ao portador de deficiência, com fulcro<br />

na Lei 8.742/93.<br />

Sendo assim, o recurso deve ser conhecido e provido para fins de anular a sentença proferida e de remeter os autos ao<br />

juízo a quo, devendo ser providenciada perícia na área de psiquia<strong>tr</strong>ia, a fim de ser constatado ou não o direito ao benefício<br />

assistencial.<br />

Recurso conhecido e provido. Sentença anulada.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER O RECURSO E DAR-LHE PROVIMENTO, na forma<br />

da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

171 - 2008.50.53.000560-3/01 MARIA CLOTILDE DA SILVA FRACALOSSI (ADVOGADO: GUSTAVO SABAINI DOS<br />

SANTOS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº. 2008.50.53.000560-3/01<br />

Recorrente : MARIA CLOTILDE DA SILVA FRACALOSSI<br />

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

E M E N T A


RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA –<br />

ART. 20 DA LEI 8.742/93 – SITUAÇÃO DE MISERABILIDADE NÃO CONFIGURADA – REQUISITO OBJETIVO PAUTADO<br />

NA RENDA PER CAPITA FAMILIAR NÃO FAVORÁVEL – RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO –<br />

SENTENÇA MANTIDA.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente o<br />

pedido de conc<strong>es</strong>são do benefício assistencial previsto na Lei 8.742/93 (LOAS). Alega a recorrente, em suas razõ<strong>es</strong><br />

recursais, que o art. 34 da Lei n. 10.741/2003 veda o cômputo do benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada percebido por qualquer<br />

membro da família no cálculo da renda per capita mensal, motivo pelo qual não pode ser considerado o fato de que o seu<br />

cônjuge percebe um salário mínimo a título de aposentadoria.<br />

Nos termos do art. 20 da Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência social, o benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada é garantido<br />

no valor de um salário mínimo mensal à p<strong>es</strong>soa portadora de deficiência ou ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais que<br />

comprove não possuir meios de prover a própria subsistência e tampouco de tê-la provida por familiar<strong>es</strong>. Para efeitos de<br />

aplicação do citado dispositivo, considera-se portadora de deficiência a p<strong>es</strong>soa incapacitada para a vida independente e<br />

para o <strong>tr</strong>abalho e, da m<strong>es</strong>ma forma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idoso a<br />

família cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.<br />

Todavia, o preceito contido no art. 20, § 3º, da Lei 8.742/93 não é o único critério válido para comprovar a condição de<br />

miserabilidade preceituada no artigo 203, V, da Constituição <strong>Federal</strong>. Isso porque a renda familiar per capita inferior a ¼ do<br />

salário mínimo deve ser considerada como um limite mínimo, um quantum objetivamente considerado insuficiente à<br />

insubsistência do portador de deficiência e do idoso, o que não impede que o julgador faça uso de ou<strong>tr</strong>os fator<strong>es</strong> que<br />

tenham o condão de comprovar a condição de miserabilidade da família do autor. Esse é o entendimento do Superior<br />

Tribunal de <strong>Justiça</strong> (STJ, 6ª Turma, REsp 841.060/SP, Rel. Minis<strong>tr</strong>a Maria Thereza de Assis Moura, DJ 25.06.2007, p.<br />

319.).<br />

O parágrafo único do artigo 34 do Estatuto do Idoso, Lei 10.741/2003, por sua vez, dispõe que o benefício previdenciário já<br />

concedido a qualquer membro da família não será computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita a que se<br />

refere a Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS. Tal regra, porém, deve ser <strong>es</strong>tendida, por analogia, às hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> em<br />

que a renda familiar é constituída exclusivamente por benefício previdenciário.<br />

No caso, o núcleo familiar é composto por duas p<strong>es</strong>soas, a recorrente e seu cônjuge, que recebe aposentadoria no valor de<br />

um salário mínimo. Ocorre que, na inv<strong>es</strong>tigação social, se constatou que o casal possui casa própria composta por seis<br />

cômodos, em bom <strong>es</strong>tado de conservação, e ainda um imóvel (casa) que lh<strong>es</strong> serve de aluguel, no valor de R$ 500,00<br />

(quinhentos reais), conforme relatório acostado às fls. 22/24.<br />

Assim, m<strong>es</strong>mo d<strong>es</strong>contada a aposentadoria mínima auferida pelo cônjuge da recorrente, não há como reconhecer a<br />

hipossuficiência d<strong>es</strong>ta, considerando os elementos constant<strong>es</strong> nos autos, como a renda complementar, oriunda do aluguel<br />

do imóvel, embora se <strong>tr</strong>ate de p<strong>es</strong>soa idosa e enferma. Não é caso, pois, de aplicação por analogia do parágrafo único do<br />

art. 34 da Lei nº 10.741/2003.<br />

Recurso conhecido e, no mérito, improvido.<br />

Custas ex lege. Condenação da parte recorrente no pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em R$ 100,00 (cem<br />

reais), com fundamento no art. 20 da Legislação Proc<strong>es</strong>sual Civil c/c art. 55 da Lei nº 9.099/95, ficando suspensa sua<br />

cobrança nos termos do art. 12, da Lei nº. 1.060/50.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma do<br />

voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

172 - 2008.50.51.000931-7/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Vinícius de Lacerda<br />

Aleodim Campos.) x RONDINELI DO AMARAL (ADVOGADO: JUBIRA SILVIO PICOLI.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº. 2008.50.51.000931-7/01<br />

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Recorrido : RONDINELI DO AMARAL


E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA –<br />

ART. 20 DA LEI 8.742/93 – INCAPACIDADE LABORATIVA PARCIAL – CONDIÇÕES MATERIAIS IMPOSSIBILITAM<br />

COMPLETAMENTE O RECORRIDO - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pela autarquia ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente em<br />

parte a pretensão externada na inicial d<strong>es</strong>ta ação, concedendo o benefício assistencial previsto na Lei 8.742/93 (LOAS).<br />

Alega o recorrente, em suas razõ<strong>es</strong> recursais, que não houve preenchimento dos requisitos legais para a conc<strong>es</strong>são do<br />

benefício, posto que a incapacidade laborativa do recorrido não seria total, mas sim parcial, havendo, assim, condiçõ<strong>es</strong> de<br />

<strong>tr</strong>abalho e de autossustento.<br />

Nos termos do art. 20 da Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência social, o benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada é garantido<br />

no valor de um salário mínimo mensal à p<strong>es</strong>soa portadora de deficiência ou ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais que<br />

comprove não possuir meios de prover a própria subsistência e tampouco de tê-la provida por familiar<strong>es</strong>. Para efeitos de<br />

aplicação do citado dispositivo, considera-se portadora de deficiência a p<strong>es</strong>soa incapacitada para a vida independente e<br />

para o <strong>tr</strong>abalho e, da m<strong>es</strong>ma forma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idoso a<br />

família cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.<br />

Deveras, as enfermidad<strong>es</strong> e deficiências do recorrido não o impedem de se alimentar e de se v<strong>es</strong>tir sem nec<strong>es</strong>sidade de<br />

auxílio de ou<strong>tr</strong>a p<strong>es</strong>soa, ou de andar d<strong>es</strong>acompanhado, mas, por ou<strong>tr</strong>o lado, com o p<strong>es</strong>o de sua pouca ins<strong>tr</strong>ução somado à<br />

experiência profissional limitada, a incapacidade de exercício de atividade remuneratória, que a princípio foi analisada pelo<br />

jusperito como parcial, mos<strong>tr</strong>a-se em verdade completa, haja vista que materialmente não se concebam oportunidad<strong>es</strong> de<br />

<strong>tr</strong>abalho para alguém n<strong>es</strong>sa condição.<br />

Parece certo que o legislador pretendeu oferecer à p<strong>es</strong>soa, em nome de sua dignidade, benefício que vi<strong>es</strong>se a substituir<br />

uma renda que ele não possui condiçõ<strong>es</strong> físicas ou psíquicas de produzir com o seu <strong>tr</strong>abalho, ainda que para as atividad<strong>es</strong><br />

do cotidiano tenha - minimamente - habilidade.<br />

Não r<strong>es</strong>ide, portanto, mácula na sentença de piso, que merece ser mantida.<br />

Recurso ao qual se nega provimento.<br />

Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honorários advocatícios arbi<strong>tr</strong>ados<br />

em 20% (vinte por cento) do valor a<strong>tr</strong>ibuído à causa atualizado, com fulcro no art. 20, §4º, do CPC.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma do<br />

voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

173 - 2007.50.50.010804-5/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA<br />

SILVEIRA.) x ELIZEM BERTOLDO BRITO.<br />

Proc<strong>es</strong>so nº. 2007.50.50.010804-5/01<br />

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Recorrido : ELIZEM BERTOLDO BRITO<br />

E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA –<br />

ART. 20 DA LEI 8.742/93 – SITUAÇÃO DE MISERABILIDADE CONFIGURADA – INCAPACIDADE LABORATIVA<br />

COMPROVADA – JUROS MORATÓRIOS A PARTIR DA CITAÇÃO VÁLIDA - RECURSO CONHECIDO E<br />

PARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA EM PARTE.


Trata-se de recurso inominado interposto pela autarquia ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente o<br />

pedido de conc<strong>es</strong>são do benefício assistencial previsto na Lei 8.742/93 (LOAS). Alega o recorrente, em suas razõ<strong>es</strong><br />

recursais, que a decisão guerreada é nula, posto que não foi realizada a nova perícia requerida. Argumenta que, não<br />

obstante, a perícia judicial ap<strong>es</strong>ar de reconhecer a incapacidade laborativa, é con<strong>tr</strong>aditória na medida em que a doença em<br />

qu<strong>es</strong>tão somente causa incapacidade em casos grav<strong>es</strong>, que o não é o caso. Pugna ainda pela reforma da sentença no que<br />

tange ao cálculo dos juros moratórios, posto que não foi aplicado o art. 1º-F da Lei n. 9.494/1997. Ao final, requer efeito<br />

suspensivo, posto que ausente um dos requisitos para a conc<strong>es</strong>são da medida antecipatória.<br />

Deveras, às fls. 94/95, o recorrente requereu nova perícia judicial, sob o argumento de que <strong>es</strong>ta deveria ser realizada por<br />

psiquia<strong>tr</strong>a, que seria o profissional competente para o diagnóstico do recorrido, considerando a patologia em qu<strong>es</strong>tão.<br />

Todavia, o juízo a quo entendeu ser d<strong>es</strong>nec<strong>es</strong>sária a produção de nova perícia, por entender que a prova pericial realizada<br />

nos autos às fls. 71/93 foi conclusiva no que tange à incapacidade da parte autora, ora recorrida, não r<strong>es</strong>tando, portanto,<br />

razão para realização de nova perícia com a participação de ou<strong>tr</strong>a <strong>es</strong>pecialidade médica.<br />

A perícia em comento foi realizada por médico neurologista e neurocirurgião, que, r<strong>es</strong>pondendo aos qu<strong>es</strong>itos apr<strong>es</strong>entados<br />

pelas part<strong>es</strong>, concluiu que o recorrido sofre de retardo mental, o que o incapacita de exercer qualquer atividade, sendo a<br />

incapacidade definitiva (fl. 71). Ora, tendo o perito, médico neurologista, afirmado a incapacidade total e permanente não<br />

só para o <strong>tr</strong>abalho mas também para os atos da vida civil, é d<strong>es</strong>nec<strong>es</strong>sária a nomeação de perito psiquia<strong>tr</strong>a para a<br />

realização de nova perícia, m<strong>es</strong>mo porque há ou<strong>tr</strong>os elementos nos autos que corroboram tal fato, como o relatório social<br />

às fls. 75/78, os laudos médicos acostados às fls. 83/86 e o relatório pedagógico à fl. 87.<br />

O juiz não <strong>es</strong>tá não <strong>es</strong>tá obrigado a julgar a qu<strong>es</strong>tão posta a seu exame nos termos pleiteados pelas part<strong>es</strong>, mas sim com o<br />

seu livre convencimento, consoante dispõe o art. 131 do CPC, utilizando-se dos fatos, provas, jurisprudência, aspectos<br />

pertinent<strong>es</strong> ao tema e da legislação que entender aplicável ao caso. Assim, não há que se falar, no caso, em cerceamento<br />

de def<strong>es</strong>a, o que afasta a alegação de nulidade da sentença guerreada n<strong>es</strong>se aspecto.<br />

Nos termos do art. 20 da Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência social, o benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada é garantido<br />

no valor de um salário mínimo mensal à p<strong>es</strong>soa portadora de deficiência ou ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais que<br />

comprove não possuir meios de prover a própria subsistência e tampouco de tê-la provida por familiar<strong>es</strong>. Para efeitos de<br />

aplicação do citado dispositivo, considera-se portadora de deficiência a p<strong>es</strong>soa incapacitada para a vida independente e<br />

para o <strong>tr</strong>abalho e, da m<strong>es</strong>ma forma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idoso a<br />

família cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.<br />

Os requisitos expostos acima foram preenchidos no pr<strong>es</strong>ente caso. A inv<strong>es</strong>tigação social demons<strong>tr</strong>ou a renda da família em<br />

que <strong>es</strong>tá inserido o recorrido. O perito judicial, por seu turno, constatou que o recorrido sofre de retardo mental e crise de<br />

perda dos sentidos, afirmando que é incapaz para qualquer atividade, sendo que a incapacidade é definitiva, sem a<br />

possibilidade de <strong>tr</strong>atamento. D<strong>es</strong>cabida, portanto, a alegação recursal de que a perícia é con<strong>tr</strong>aditória.<br />

Com relação à incidência de juros moratórios, cumpre regis<strong>tr</strong>ar que os §§ 3º e 4º do art. 45, da Lei nº 8.212/91, determinam<br />

que, no pagamento da indenização referente às con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong> previdenciárias, para fins de contagem de tempo de serviço,<br />

incidirão juros moratórios de 1% ao mês, razão pela qual deve ser utilizado o m<strong>es</strong>mo coeficiente quanto ao pagamento das<br />

parcelas do benefício devidas pela Autarquia Previdenciária, em r<strong>es</strong>peito ao princípio da reciprocidade.<br />

R<strong>es</strong>salta-se que os juros moratórios só começam a correr a partir do momento em que o devedor é constituído em mora.<br />

De acordo com o art. 219 do CPC, é a citação válida que constitui em mora o devedor. Aplicação da Súmula 204 do STJ, do<br />

seguinte teor: “Os juros de mora nas açõ<strong>es</strong> relativas a benefícios previdenciários incidem a partir da citação válida”.<br />

Cumpre regis<strong>tr</strong>ar que a modificação do art. 1º-F, in<strong>tr</strong>oduzida pela Lei nº 11.960/2009, <strong>tr</strong>ata de regra que não pode ter<br />

imediata aplicação quanto às causas já julgadas, que se basearam nos corretos preceitos legais vigent<strong>es</strong> e corroborados<br />

por maciça jurisprudência, não podendo ser empregada, m<strong>es</strong>mo quando cabível, pois prevê a incidência de uma única vez,<br />

dos juros e dos índic<strong>es</strong> oficiais de remuneração da caderneta de poupança em condenaçõ<strong>es</strong> judiciais, como se tal se d<strong>es</strong>se<br />

de forma englobada.<br />

No mais, havendo existência de prova inequívoca, convincente da verossimilhança da alegação, além da pr<strong>es</strong>ença do<br />

fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação, tem-se por satisfeitos os pr<strong>es</strong>supostos legais insertos no art.<br />

273, I e II, do CPC, para o deferimento da antecipação dos efeitos da tutela. Encon<strong>tr</strong>ando-se a decisão impugnada<br />

fundamentada em perícia médica que aponta o quadro justificador da conc<strong>es</strong>são do benefício em qu<strong>es</strong>tão, não há óbice<br />

para o deferimento do pedido liminar, vez que há prova inequívoca da verossimilhança da alegação. Quanto ao ou<strong>tr</strong>o<br />

requisito (dano irreparável ou de difícil reparação), há inegável caráter alimentar do benefício pleiteado, sendo certo de que<br />

o recorrido depende dele para prover seu sustento em condiçõ<strong>es</strong> dignas de sobrevivência, o que autoriza a conc<strong>es</strong>são da<br />

medida em sede liminar. Também não há que se falar em perigo de irreversibilidade do provimento da tutela de urgência,<br />

que cede <strong>es</strong>paço ante direitos fundamentais como a dignidade da p<strong>es</strong>soa humana e a temp<strong>es</strong>tiva e eficaz pr<strong>es</strong>tação<br />

jurisdicional. Trata-se de verba alimentar e de situação que, em t<strong>es</strong>e, há perigo de irreversibilidade para ambas as part<strong>es</strong>,<br />

sendo que a posição do juiz deve ser a de pr<strong>es</strong>tigiar a nec<strong>es</strong>sidade de manutenção de um indivíduo em de<strong>tr</strong>imento de<br />

eventual dano que possa ser causado ao recorrente.<br />

Não procede, portanto, o pedido de efeito suspensivo à conc<strong>es</strong>são da antecipação dos efeitos da tutela, medida <strong>es</strong>ta que<br />

merece ser mantida, posto que pr<strong>es</strong>ent<strong>es</strong> os requisitos autorizador<strong>es</strong> para a sua conc<strong>es</strong>são (art. 273 do CPC).


Recurso conhecido e parcialmente provido, para fixar o termo inicial dos juros de mora na data da citação, sendo que, após<br />

a vigência da Lei n. 11.960/2009, as parcelas a<strong>tr</strong>asadas deverão ser corrigidas de acordo com os índic<strong>es</strong> <strong>es</strong>tabelecidos em<br />

tal diploma legal.<br />

Custas isentas, na forma do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/1996. Sem condenação em honorários advocatícios, por ausência de<br />

apr<strong>es</strong>entação de con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong> ao recurso inominado em apreço.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER E DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO, na<br />

forma do voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

174 - 2009.50.50.002047-3/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ROSEMBERG<br />

ANTONIO DA SILVA.) x IVAN BATISTA DE SOUZA (ADVOGADO: CATARINE MULINARI NICO.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº. 2009.50.50.002047-3/01<br />

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Recorrido : IVAN BATISTA DE SOUZA<br />

E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA –<br />

ART. 20 DA LEI 8.742/93 – SITUAÇÃO DE MISERABILIDADE CONFIGURADA – RELATIVIZAÇÃO DO REQUISITO<br />

OBJETIVO PAUTADO NA RENDA PER CAPITA FAMILIAR –JUROS MORATÓRIOS A PARTIR DA CITAÇÃO VÁLIDA -<br />

RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA EM PARTE.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pela autarquia ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente o<br />

pedido de conc<strong>es</strong>são do benefício assistencial previsto na Lei 8.742/93 (LOAS). Alega o recorrente, em suas razõ<strong>es</strong><br />

recursais, que não houve preenchimento dos requisitos legais para a conc<strong>es</strong>são do benefício, posto que a renda familiar per<br />

capita não é inferior a ¼ do salário mínimo, sendo que não há novo limite previsto em lei. Argumenta que não se aplica à<br />

hipót<strong>es</strong>e a regra inserta no art. 34 do Estatuto do Idoso, posto que <strong>es</strong>te não prevê a possibilidade de dois membros idosos<br />

da família acumularem dois benefícios assistenciais. Sustenta ainda que os juros de mora incidem a partir da citação válida,<br />

nos termos do Enunciado n. 204 da Súmula de Jurisprudência do e. STJ. E, por fim, para fins de prequ<strong>es</strong>tionamento, requer<br />

a manif<strong>es</strong>tação sobre a constitucionalidade do art. 1º-F da Lei n. 9.494/97, na redação dada pela Lei n. 11.960/2009.<br />

Nos termos do art. 20 da Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência social, o benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada é garantido<br />

no valor de um salário mínimo mensal à p<strong>es</strong>soa portadora de deficiência ou ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais que<br />

comprove não possuir meios de prover a própria subsistência e tampouco de tê-la provida por familiar<strong>es</strong>. Para efeitos de<br />

aplicação do citado dispositivo, considera-se portadora de deficiência a p<strong>es</strong>soa incapacitada para a vida independente e<br />

para o <strong>tr</strong>abalho e, da m<strong>es</strong>ma forma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idoso a<br />

família cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.<br />

Todavia, o preceito contido no art. 20, § 3º, da Lei 8.742/93 não é o único critério válido para comprovar a condição de<br />

miserabilidade preceituada no artigo 203, V, da Constituição <strong>Federal</strong>. Isso porque a renda familiar per capita inferior a ¼ do<br />

salário mínimo deve ser considerada como um limite mínimo, um quantum objetivamente considerado insuficiente à<br />

insubsistência do portador de deficiência e do idoso, o que não impede que o julgador faça uso de ou<strong>tr</strong>os fator<strong>es</strong> que<br />

tenham o condão de comprovar a condição de miserabilidade da família do autor. Esse é o entendimento do Superior<br />

Tribunal de <strong>Justiça</strong> (STJ, 6ª Turma, REsp 841.060/SP, Rel. Minis<strong>tr</strong>a Maria Thereza de Assis Moura, DJ 25.06.2007, p.<br />

319.).<br />

O parágrafo único do artigo 34 do Estatuto do Idoso, Lei 10.741/2003, por sua vez, dispõe que o benefício previdenciário já<br />

concedido a qualquer membro da família não será computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita a que se<br />

refere a Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS. Tal regra, porém, deve ser <strong>es</strong>tendida, por analogia, às hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> em<br />

que a renda familiar é constituída exclusivamente por benefício previdenciário.<br />

O núcleo familiar, no caso, é composto por duas p<strong>es</strong>soas, uma idosa, que recebe aposentadoria por idade rural, e o


ecorrido, incapaz para atividad<strong>es</strong> laborativas; assim, d<strong>es</strong>contada a aposentadoria mínima auferida pelo pai idoso, não há<br />

como se deixar de reconhecer a hipossuficiência da parte requerente, ora recorrida.<br />

Com relação à incidência de juros moratórios, cumpre regis<strong>tr</strong>ar que os §§ 3º e 4º do art. 45, da Lei nº 8.212/91, determinam<br />

que, no pagamento da indenização referente às con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong> previdenciárias, para fins de contagem de tempo de serviço,<br />

incidirão juros moratórios de 1% ao mês, razão pela qual deve ser utilizado o m<strong>es</strong>mo coeficiente quanto ao pagamento das<br />

parcelas do benefício devidas pela Autarquia Previdenciária, em r<strong>es</strong>peito ao princípio da reciprocidade.<br />

R<strong>es</strong>salta-se que os juros moratórios só começam a correr a partir do momento em que o devedor é constituído em mora.<br />

Não existe lei que eleja o ato ilícito como ins<strong>tr</strong>umento de constituição em mora. De acordo com o art. 219 do CPC, é a<br />

citação válida que constitui em mora o devedor. Aplicação da Súmula 204 do STJ, do seguinte teor: “Os juros de mora nas<br />

açõ<strong>es</strong> relativas a benefícios previdenciários incidem a partir da citação válida”.<br />

No mais, cumpre regis<strong>tr</strong>ar que a modificação do art. 1º-F, in<strong>tr</strong>oduzida pela Lei nº 11.960/2009, <strong>tr</strong>ata de regra que não pode<br />

ter imediata aplicação quanto às causas já julgadas, que se basearam nos corretos preceitos legais vigent<strong>es</strong> e<br />

corroborados por maciça jurisprudência, não podendo ser empregada, m<strong>es</strong>mo quando cabível, pois prevê a incidência de<br />

uma única vez, dos juros e dos índic<strong>es</strong> oficiais de remuneração da caderneta de poupança em condenaçõ<strong>es</strong> judiciais, como<br />

se tal se d<strong>es</strong>se de forma englobada.<br />

Recurso conhecido e parcialmente provido, para reformar a sentença, fixando o termo inicial dos juros de mora na data da<br />

citação, sendo que, após a vigência da Lei n. 11.960/2009, as parcelas a<strong>tr</strong>asadas deverão ser corrigidas de acordo com os<br />

índic<strong>es</strong> <strong>es</strong>tabelecidos em tal diploma legal.<br />

Custas isentas, na forma do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/1996. Sem condenação em honorários advocatícios, por ausência de<br />

apr<strong>es</strong>entação de con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong> ao recurso inominado em apreço.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER E DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO, na<br />

forma do voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

175 - 2008.50.50.005591-4/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS x ALBA PURCINA MOTTA PEGO<br />

(ADVOGADO: MARIA DE FATIMA MONTEIRO.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº. 2008.50.50.005591-4/01<br />

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Recorrido : ALBA PURCINA MOTTA PEGO<br />

E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA –<br />

ART. 20 DA LEI 8.742/93 – SITUAÇÃO DE MISERABILIDADE CONFIGURADA – APLICAÇÃO DO ESTATUTO DO IDOSO<br />

PARA EQUIPARAÇÃO DO BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO - JUROS MORATÓRIOS A PARTIR DA CITAÇÃO VÁLIDA –<br />

APLICAÇÃO DA LEI N. 11.960/2009 - RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇA<br />

REFORMADA EM PARTE.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pela autarquia ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente o<br />

pedido de conc<strong>es</strong>são do benefício assistencial previsto na Lei 8.742/93 (LOAS). Alega o recorrente, em suas razõ<strong>es</strong><br />

recursais, que não houve preenchimento dos requisitos legais para a conc<strong>es</strong>são do benefício, posto que a renda familiar per<br />

capita não é inferior a ¼ do salário mínimo. Sustenta ainda que não há que se aplicar o disposto no Estatuto do Idoso a<br />

r<strong>es</strong>peito da possibilidade de cumulação de benefícios assistenciais, visto que não se <strong>tr</strong>ataria, no caso, de benefício<br />

assistencial, mas sim previdenciário. Pugna ainda sobre a aplicação da Lei n. 11.960/2009, com relação aos juros de mora.<br />

Nos termos do art. 20 da Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência Social, o benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada é garantido<br />

no valor de um salário mínimo mensal à p<strong>es</strong>soa portadora de deficiência ou ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais que<br />

comprove não possuir meios de prover a própria subsistência e tampouco de tê-la provida por familiar<strong>es</strong>. Para efeitos de<br />

aplicação do citado dispositivo, considera-se portadora de deficiência a p<strong>es</strong>soa incapacitada para a vida independente e


para o <strong>tr</strong>abalho e, da m<strong>es</strong>ma forma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idoso a<br />

família cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.<br />

Todavia, o preceito contido no art. 20, § 3º, da Lei 8.742/93 não é o único critério válido para comprovar a condição de<br />

miserabilidade preceituada no artigo 203, V, da Constituição <strong>Federal</strong>. Isso porque a renda familiar per capita inferior a ¼ do<br />

salário mínimo deve ser considerada como um limite mínimo, um quantum objetivamente considerado insuficiente à<br />

insubsistência do portador de deficiência e do idoso, o que não impede que o julgador faça uso de ou<strong>tr</strong>os fator<strong>es</strong> que<br />

tenham o condão de comprovar a condição de miserabilidade da família do autor. Esse é o entendimento do Superior<br />

Tribunal de <strong>Justiça</strong> (STJ, 6ª Turma, REsp 841.060/SP, Rel. Minis<strong>tr</strong>a Maria Thereza de Assis Moura, DJ 25.06.2007, p.<br />

319.).<br />

O parágrafo único do artigo 34 do Estatuto do Idoso, Lei 10.741/2003, por sua vez, dispõe que o benefício assistencial já<br />

concedido a qualquer membro da família não será computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita a que se<br />

refere a Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS. Tal regra, porém, deve ser <strong>es</strong>tendida, por analogia, às hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> em<br />

que a renda familiar é constituída exclusivamente por benefício previdenciário, visto que há similitude que permite a<br />

equiparação dos valor<strong>es</strong> das duas <strong>es</strong>péci<strong>es</strong> de benefício. E ainda, malgrado o recorrente tenha apr<strong>es</strong>entado vasto campo<br />

jurisdicional no qual o art. 34, parágrafo único, do Estatuto do Idoso, não é aplicado de forma analógica, cumpre r<strong>es</strong>saltar<br />

que não se pode tomar isto como verdade absoluta. Tanto é que se encon<strong>tr</strong>a, ou<strong>tr</strong>ossim, de forma vasta, grande<br />

aplicabilidade d<strong>es</strong>se dispositivo em nosso ordenamento pá<strong>tr</strong>io, sendo <strong>es</strong>se o caminho <strong>es</strong>colhido pelo juiz a quo. Somente a<br />

título de exemplo, cita-se um julgado da Turma Nacional de Uniformização que bem elenca a matéria discutida: “O<br />

parágrafo único do art. 34 do Estatuto do Idoso pode ser aplicado por analogia à hipót<strong>es</strong>e em que o benefício percebido<br />

pelo companheiro é de natureza previdenciária. É intuitivo que assim seja, na medida em que o d<strong>es</strong>iderato da legislação<br />

<strong>es</strong>pecial do idoso é o de lhe assegurar uma renda mínima que lhe propicie a existência com dignidade. Sabe-se, inclusive,<br />

que a maior parte de suas d<strong>es</strong>p<strong>es</strong>as é gasta com medicamentos, de modo que buscou a lei garantir a r<strong>es</strong>erva de um<br />

mínimo de recursos para tal fim” – Pedido de Uniformização de Interpretação de Lei <strong>Federal</strong>: 200783005198453.<br />

O relatório social acostado às fls. 24-35 demons<strong>tr</strong>a que a recorrida vive em uma casa humilde, inacabada, e de difícil<br />

ac<strong>es</strong>so, sendo que, em decorrência da fragilidade de seu <strong>es</strong>tado de saúde, foi obrigada a exercer somente atividad<strong>es</strong> do<br />

lar, o que faz inclusive com dificuldad<strong>es</strong>. A família tem altos gastos com remédios, visto que os <strong>tr</strong>ês integrant<strong>es</strong> familiar<strong>es</strong><br />

apr<strong>es</strong>entam nec<strong>es</strong>sidad<strong>es</strong> farmacológicas.<br />

O núcleo familiar, no caso, é composto por <strong>tr</strong>ês p<strong>es</strong>soas: a recorrida, idosa e d<strong>es</strong>empregada; seu cônjuge, recebedor do<br />

benefício da aposentadoria; e seu filho, que no relatório social obtido em juízo (fls. 24-35), foi d<strong>es</strong>crito como portador de<br />

“problemas neurológicos e psiquiá<strong>tr</strong>icos”. É importante d<strong>es</strong>tacar que, além do d<strong>es</strong>crito pela assistente social, não há, nos<br />

autos, nenhum documento comprobatório da incapacidade do filho da recorrida. En<strong>tr</strong>etanto, com a consideração de que,<br />

excluídos os proventos do cônjuge, feito já ant<strong>es</strong> fundamentado no Estatuto do Idoso, a renda da recorrida inexiste, vê-se<br />

que não há relevância em tal comprovação, considerando que, sendo ou não o filho parte integrante da família para cálculo<br />

de renda, o valor per capita a que se chegará é de R$ 0,00 (zero). D<strong>es</strong>tarte, a partir da análise d<strong>es</strong>te núcleo familiar e de<br />

sua renda, não há como se deixar de reconhecer a hipossuficiência da parte requerente, ora recorrida, assim como a razão<br />

na conc<strong>es</strong>são do benefício assistencial objeto d<strong>es</strong>ta lide.<br />

Com relação à incidência de juros moratórios, cumpre regis<strong>tr</strong>ar que os §§ 3º e 4º do art. 45, da Lei nº 8.212/91, determinam<br />

que, no pagamento da indenização referente às con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong> previdenciárias, para fins de contagem de tempo de serviço,<br />

incidirão juros moratórios de 1% ao mês, razão pela qual deve ser utilizado o m<strong>es</strong>mo coeficiente quanto ao pagamento das<br />

parcelas do benefício devidas pela Autarquia Previdenciária, em r<strong>es</strong>peito ao princípio da reciprocidade.<br />

R<strong>es</strong>salta-se que os juros moratórios só começam a correr a partir do momento em que o devedor é constituído em mora.<br />

Não existe lei que eleja o ato ilícito como ins<strong>tr</strong>umento de constituição em mora. De acordo com o art. 219 do CPC, é a<br />

citação válida que constitui em mora o devedor. Aplicação da Súmula 204 do STJ, do seguinte teor: “Os juros de mora nas<br />

açõ<strong>es</strong> relativas a benefícios previdenciários incidem a partir da citação válida”.<br />

No mais, cumpre regis<strong>tr</strong>ar que a modificação do art. 1º-F, in<strong>tr</strong>oduzida pela Lei nº 11.960/2009, <strong>tr</strong>ata de regra que não pode<br />

ter imediata aplicação quanto às causas já julgadas, que se basearam nos corretos preceitos legais vigent<strong>es</strong> e<br />

corroborados por maciça jurisprudência, não podendo ser empregada, m<strong>es</strong>mo quando cabível, pois prevê a incidência de<br />

uma única vez, dos juros e dos índic<strong>es</strong> oficiais de remuneração da caderneta de poupança em condenaçõ<strong>es</strong> judiciais, como<br />

se tal se d<strong>es</strong>se de forma englobada.<br />

Recurso conhecido e parcialmente provido, para reformar a sentença, fixando o termo inicial dos juros de mora na data da<br />

citação, sendo que, após a vigência da Lei n. 11.960/2009, as parcelas a<strong>tr</strong>asadas deverão ser corrigidas de acordo com os<br />

índic<strong>es</strong> <strong>es</strong>tabelecidos em tal diploma legal.<br />

Custas isentas, na forma do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/1996. Sem condenação em honorários advocatícios, com fulcro no<br />

art. 21 do CPC.<br />

ACÓRDÃO


Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER E CONCEDER PARCIAL PROVIMENTO AO<br />

RECURSO, na forma do voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

176 - 2008.50.51.000469-1/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: OLÍVIA BRAZ VIEIRA<br />

DE MELO.) x MARIA DOS ANJOS PEREIRA (ADVOGADO: Bernard Pereira Almeida.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº. 2008.50.51.000469-1/01<br />

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Recorrido : MARIA DOS ANJOS PEREIRA<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO – ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – ART. 20 DA LEI 8.742/93 –<br />

SITUAÇÃO DE MISERABILIDADE CONFIGURADA – RELATIVIZAÇÃO DO REQUISITO OBJETIVO PAUTADO NA<br />

RENDA PER CAPITA FAMILIAR – APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 34, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI Nº 10.741/2003<br />

– RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pela autarquia ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente o<br />

pedido autoral de r<strong>es</strong>tabelecimento do benefício assistencial de amparo social ao idoso, previsto na Lei 8.742/93 (LOAS).<br />

Alega o recorrente, em suas razõ<strong>es</strong> recursais, que não houve preenchimento dos requisitos legais para a conc<strong>es</strong>são do<br />

benefício, posto que a renda familiar per capita não é inferior a ¼ do salário mínimo, sendo que não há novo limite previsto<br />

em lei. Não obstante, argumenta que não se aplica à hipót<strong>es</strong>e a regra inserta no art. 34, parágrafo único do Estatuto do<br />

Idoso, posto que <strong>es</strong>te não prevê a possibilidade de dois membros idosos da família acumularem dois benefícios<br />

assistenciais, não tendo, tal benefício, o condão de complementação de renda, senão o de garantir um mínimo de<br />

dignidade para aquel<strong>es</strong> que o recebem.<br />

Nos termos do art. 20 da Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência social, o benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada é garantido<br />

no valor de um salário mínimo mensal à p<strong>es</strong>soa portadora de deficiência ou ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais que<br />

comprove não possuir meios de prover a própria subsistência e tampouco de tê-la provida por familiar<strong>es</strong>. Para efeitos de<br />

aplicação do citado dispositivo, considera-se portadora de deficiência a p<strong>es</strong>soa incapacitada para a vida independente e<br />

para o <strong>tr</strong>abalho e, da m<strong>es</strong>ma forma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idoso a<br />

família cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.<br />

Todavia, o preceito contido no art. 20, § 3º, da Lei 8.742/93 não é o único critério válido para comprovar a condição de<br />

miserabilidade preceituada no artigo 203, V, da Constituição <strong>Federal</strong>. Isso porque a renda familiar per capita inferior a ¼ do<br />

salário mínimo deve ser considerada como um limite mínimo, um quantum objetivamente considerado insuficiente à<br />

insubsistência do portador de deficiência e do idoso, o que não impede que o julgador faça uso de ou<strong>tr</strong>os fator<strong>es</strong> que<br />

tenham o condão de comprovar a condição de miserabilidade da família do autor. Esse é o entendimento do Superior<br />

Tribunal de <strong>Justiça</strong> (STJ, 6ª Turma, REsp 841.060/SP, Rel. Minis<strong>tr</strong>a Maria Thereza de Assis Moura, DJ 25.06.2007, p.<br />

319.).<br />

O parágrafo único do artigo 34 do Estatuto do Idoso, Lei 10.741/2003, por sua vez, dispõe que o benefício previdenciário já<br />

concedido a qualquer membro da família não será computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita a que se<br />

refere a Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS. Tal regra, porém, deve ser <strong>es</strong>tendida, por analogia, às hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> em<br />

que a renda familiar é constituída exclusivamente por benefício previdenciário, como no caso em lume.<br />

O núcleo familiar, in casu, é composto por duas p<strong>es</strong>soas idosas. Uma delas, o cônjuge da parte autora, recebe<br />

aposentadoria no valor de um salário mínimo. Ocorre que, em decorrência de um AVC, vive a maior parte do tempo<br />

acamado e quando pouco se locomove, utilizando-se inclusive de uma cadeira de rodas. A autora, por seu turno, é do lar.<br />

Ambos não possuem qualquer grau de <strong>es</strong>colaridade e vivem basicamente da aposentadoria percebida por um del<strong>es</strong> e pela<br />

ajuda de vizinhos. Não obstante, o casal é hipertenso, fazendo uso constante de medicamentos para con<strong>tr</strong>olar a doença. A<br />

adminis<strong>tr</strong>ação de sua parca renda é feita pela filha, quem cedeu a casa onde mora o casal. Segundo o <strong>es</strong>tudo social<br />

realizado nos autos (fls. 10/11), a situação d<strong>es</strong>sa família é de miserabilidade, não sendo assistidos por nenhum programa<br />

dos Governos <strong>Federal</strong> e Estadual ou do Ente Municipal.<br />

Malgrado o recorrente tenha apr<strong>es</strong>entado vasto campo jurisdicional no qual o art. 34, parágrafo único do Estatuto do Idoso<br />

não é aplicado de forma analógica, cumpre r<strong>es</strong>saltar que não se pode tomar isto como verdade absoluta. Tanto é que se<br />

encon<strong>tr</strong>a, ou<strong>tr</strong>ossim, de forma vasta, grande aplicabilidade d<strong>es</strong>se dispositivo em nosso ordenamento pá<strong>tr</strong>io, sendo <strong>es</strong>se o<br />

caminho <strong>es</strong>colhido pelo juiz a quo. Somente a título de exemplo, cita-se um julgado da Turma Nacional de Uniformização


que bem elenca a matéria discutida: “ O parágrafo único do art. 34 do Estatuto do Idoso pode ser aplicado por analogia à<br />

hipót<strong>es</strong>e em que o benefício percebido pelo companheiro é de natureza previdenciária. É intuitivo que assim seja, na<br />

medida em que o d<strong>es</strong>iderato da legislação <strong>es</strong>pecial do idoso é o de lhe assegurar uma renda mínima que lhe propicie a<br />

existência com dignidade. Sabe-se, inclusive, que a maior parte de suas d<strong>es</strong>p<strong>es</strong>as é gasta com medicamentos, de modo<br />

que buscou a lei garantir a r<strong>es</strong>erva de um mínimo de recursos para tal fim” – Pedido de Uniformização de Interpretação de<br />

Lei <strong>Federal</strong>: 200783005198453.<br />

D<strong>es</strong>tarte, constata-se que a renda familiar per capita <strong>es</strong>tá enquadrada no limite legal, sendo totalmente insuficiente para<br />

suprir as d<strong>es</strong>p<strong>es</strong>as e nec<strong>es</strong>sidad<strong>es</strong> básicas da família, <strong>es</strong>tando demons<strong>tr</strong>ada a situação de miserabilidade. Não r<strong>es</strong>ta ou<strong>tr</strong>a<br />

medida senão conceder o benefício em pleito, a fim de legar à parte autora uma maior possibilidade de vida saudável e<br />

den<strong>tr</strong>o dos objetivos constitucionais de salvaguardo da p<strong>es</strong>soa e sua dignidade.<br />

Recurso conhecido e, no mérito, improvido.<br />

Custas isentas, na forma do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/1996. Sem condenação em honorários advocatícios, por ausência de<br />

apr<strong>es</strong>entação de con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong> ao recurso inominado em apreço.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma do<br />

voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

177 - 2009.50.53.000343-0/01 ADRIANA DOS SANTOS CARVALHO, repr<strong>es</strong>entada por sua genitora DEOCLECIANA<br />

ROSA DOS SANTOS CARVALHO (ADVOGADO: ANDRÉ CAMPANHARO PÁDUA, CARLOS AUGUSTO MENDES<br />

PEREIRA, FERNANDA ANDRADE SANTANA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERIN<br />

LUÍSA LEITE VIEIRA.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº. 2009.50.53.000343-0/01<br />

Recorrente : ADRIANA DOS SANTOS CARVALHO<br />

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO – ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – ART. 20 DA LEI 8.742/93 –<br />

DEFICIÊNCIA MENTAL – POSSIBILIDADE DE MANUTENÇÃO PELA FAMÍLIA – CAPACIDADE LABORATIVA DOS<br />

DEMAIS MEMBROS DO GRUPO FAMILIAR - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente o<br />

pedido de conc<strong>es</strong>são do benefício assistencial previsto na Lei 8.742/93 (LOAS). Alega o recorrente, em suas razõ<strong>es</strong><br />

recursais, que todos os requisitos legais para a aferição do pedido foram cumpridos, r<strong>es</strong>tando claro o direito em ter o seu<br />

pedido acolhido.<br />

Nos termos do art. 20 da Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência social, o benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada é garantido<br />

no valor de um salário mínimo mensal à p<strong>es</strong>soa portadora de deficiência ou ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais que<br />

comprove não possuir meios de prover a própria subsistência e tampouco de tê-la provida por familiar<strong>es</strong>. Para efeitos de<br />

aplicação do citado dispositivo, considera-se portadora de deficiência a p<strong>es</strong>soa incapacitada para a vida independente e<br />

para o <strong>tr</strong>abalho e, da m<strong>es</strong>ma forma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idoso a<br />

família cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.<br />

Todavia, o preceito contido no art. 20, § 3º, da Lei 8.742/93 não é o único critério válido para comprovar a condição de<br />

miserabilidade preceituada no artigo 203, V, da Constituição <strong>Federal</strong>. Isso porque a renda familiar per capita inferior a ¼ do<br />

salário mínimo deve ser considerada como um limite mínimo, um quantum objetivamente considerado insuficiente à<br />

insubsistência do portador de deficiência e do idoso, o que não impede que o julgador faça uso de ou<strong>tr</strong>os fator<strong>es</strong> que<br />

tenham o condão de comprovar a condição de miserabilidade da família do autor. Esse é o entendimento do Superior<br />

Tribunal de <strong>Justiça</strong> (STJ, 6ª Turma, REsp 841.060/SP, Rel. Minis<strong>tr</strong>a Maria Thereza de Assis Moura, DJ 25.06.2007, p.<br />

319.).


O E. TRF da 3ª Região já decidiu que “O benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada não tem por fim a complementação da renda<br />

familiar ou proporcionar maior conforto ao beneficiário, mas sim, d<strong>es</strong>tina-se ao idoso ou deficiente em <strong>es</strong>tado de penúria”<br />

(AC 876500. 9ª Turma. Rel. Dês. Fed. Marisa Santos. DJU, 04.09.2003).<br />

N<strong>es</strong>se sentido, não r<strong>es</strong>tou comprovado, nos autos, a situação da parte autora que autorize a conc<strong>es</strong>são do benefício.<br />

Deveras, não foi acostado nos autos nenhum tipo de <strong>es</strong>tudo social que viabilizasse uma maior percepção da realidade em<br />

que se encon<strong>tr</strong>a a parte. O que há são apenas mençõ<strong>es</strong> a um suposto relatório social à fl. 18, que revela a formação do<br />

núcleo familiar composto por 4 p<strong>es</strong>soas: a parte autora, sua mãe e repr<strong>es</strong>entante, seu padrasto e irmãos. Consignou-se<br />

que a mãe da requerente recebe benefício benefício previdenciário no valor de um salário mínimo, renda <strong>es</strong>ta<br />

complementada pelo vínculo empregatício do padas<strong>tr</strong>o e da irmã da recorrente, com rendimento também de um salário<br />

mínimo.<br />

Além disso, não r<strong>es</strong>tou comprovado, nos autos, que o padrasto da recorrente e o irmão, contando com 18 anos de idade,<br />

não possuem capacidade laborativa. Assim, no caso, a realidade fática direciona-se na possibilidade de a família da parte<br />

autora subsidiar o seu sustento, dado que há forças de <strong>tr</strong>abalho em potencial para tanto.<br />

Parece certo que o legislador pretendeu oferecer à p<strong>es</strong>soa, em nome m<strong>es</strong>mo de sua dignidade, benefício que vi<strong>es</strong>se a<br />

substituir uma renda que ele não possui condiçõ<strong>es</strong> físicas ou psíquicas de produzir com o seu <strong>tr</strong>abalho ou de sua família,<br />

ainda que para as atividad<strong>es</strong> do cotidiano tenha - minimamente - habilidade. Todavia, a le<strong>tr</strong>a da lei determina que quando a<br />

família da parte puder provê-la, tal benefício não se faz nec<strong>es</strong>sário, por não ter uma natureza de complementaridade de<br />

renda, mas de assistência aos que ex<strong>tr</strong>emamente nec<strong>es</strong>sitam. Do con<strong>tr</strong>ário, isto é, conceder tal benefício de forma<br />

indiscriminada, significa d<strong>es</strong>envolver um grandioso con<strong>tr</strong>assenso com a mens legislatoris.<br />

Diante do que fora exposto e analisado, não merece qualquer reforma o acórdão, não se falando, na hipót<strong>es</strong>e, em<br />

impossibilidade de a família prover o sustento da parte autora, ora recorrente.<br />

Recurso conhecido e improvido, mantendo-se a sentença de piso.<br />

Condenação em custas e honorários advocatícios afastada, em decorrência da assistência judiciária gratuita a que faz jus a<br />

parte recorrente.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma do<br />

voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

178 - 2008.50.50.004111-3/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA<br />

SILVEIRA.) x CARLOS ROBERTO DA SILVA DIAS.<br />

Proc<strong>es</strong>so nº. 2009.50.50.004111-3/01<br />

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Recorrido : CARLOS ROBERTO DA SILVA DIAS<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO – ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – ART. 20 DA LEI 8.742/93 –<br />

SITUAÇÃO DE MISERABILIDADE CONFIGURADA – INCAPACIDADE PARA O TRABALHO BEM – JUROS<br />

MORATÓRIOS CONTADOS A PARTIR DA CITAÇÃO - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pela autarquia ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente o<br />

pedido de conc<strong>es</strong>são do benefício assistencial previsto na Lei 8.742/93 (LOAS). Alega o recorrente, em suas razõ<strong>es</strong><br />

recursais, que não houve preenchimento dos requisitos legais para a conc<strong>es</strong>são do benefício, posto que não haveria<br />

incapacidade laborativa e para atos da vida independente do recorrido. Sustenta ainda que os juros de mora deveriam<br />

incidir a partir da citação válida, requerendo, por fim, que seja também alterado seu percentual, que, para o recorrente, foi<br />

<strong>es</strong>tipulado num valor abusivo, devendo ser aplicada a Lei n. 11.960/09.


Nos termos do art. 20 da Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência social, o benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada é garantido<br />

no valor de um salário mínimo mensal à p<strong>es</strong>soa portadora de deficiência ou ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais que<br />

comprove não possuir meios de prover a própria subsistência e tampouco de tê-la provida por familiar<strong>es</strong>. Para efeitos de<br />

aplicação do citado dispositivo, considera-se portadora de deficiência a p<strong>es</strong>soa incapacitada para a vida independente e<br />

para o <strong>tr</strong>abalho e, da m<strong>es</strong>ma forma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idoso a<br />

família cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.<br />

Deveras, r<strong>es</strong>tou comprovado, nos autos, tanto pela perícia médica quanto pelo <strong>es</strong>tudo social, a situação da parte autora que<br />

autoriza a conc<strong>es</strong>são do benefício. O laudo pericial acostado às fls. 33/36 revela que o recorrido é portador de sequela<br />

física pulmonar, em razão de tuberculose, adquirida em 2000, sendo que, em razão disso, <strong>es</strong>tá impossibilitado para o<br />

<strong>tr</strong>abalho, posto que a incapacidade é definitiva. O relatório social juntado às fls. 57/59, por seu turno, assinala que o<br />

recorrido r<strong>es</strong>ide sozinho em <strong>es</strong>tado de ex<strong>tr</strong>ema pobreza, sem renda, recebendo ajuda de terceiros.<br />

A Carta Magna de 1988 assegura assistência social a quem dela nec<strong>es</strong>sitar, independentemente de con<strong>tr</strong>ibuição à<br />

seguridade social e tem por objetivos, en<strong>tr</strong><strong>es</strong> el<strong>es</strong>, a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à p<strong>es</strong>soa portadora<br />

de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua<br />

família, conforme dispuser a lei (art. 203, V, da CF/88).<br />

Parece certo que o legislador pretendeu oferecer à p<strong>es</strong>soa, em nome m<strong>es</strong>mo de sua dignidade, benefício que vi<strong>es</strong>se a<br />

substituir uma renda que ele não possui condiçõ<strong>es</strong> físicas ou psíquicas de produzir com o seu <strong>tr</strong>abalho, ainda que para as<br />

atividad<strong>es</strong> do cotidiano tenha - minimamente - habilidade.<br />

O <strong>es</strong>pírito da lei em comento r<strong>es</strong>ide, pois, na sensibilização, quanto a situaçõ<strong>es</strong> em que se apr<strong>es</strong>ente impossível, na<br />

realidade fática, a promoção, pela própria p<strong>es</strong>soa, de sua manutenção, em virtude de sua deficiência física. Cuida-se de<br />

perquirir, assim, se o ora recorrido teria condiçõ<strong>es</strong> de viabilizar a sua subsistência. É evidente que a incapacidade para a<br />

vida laboral <strong>es</strong>tá demons<strong>tr</strong>ada nos autos, exsurgindo o direito ao benefício postulado. Qu<strong>es</strong>tiona-se, pois, sobre quais<br />

atividad<strong>es</strong> poderia o recorrido exercitar, face ao seu nível de <strong>es</strong>colaridade.<br />

É certo que não <strong>es</strong>tá pr<strong>es</strong>ente, in casu, a capacidade para o labor, assistindo, pois, ao deficiente físico, o direito à<br />

percepção do salário mínimo, substitutivo da renda que não pode auferir por seu <strong>es</strong>forço próprio. Logo, negar-lhe o<br />

benefício assistencial pleiteado é fechar-lhe, também, as oportunidad<strong>es</strong>. É <strong>es</strong>quecer que a lei pretende proteger os<br />

d<strong>es</strong>validos e, assim, tentar corrigir ou diminuir as d<strong>es</strong>igualdad<strong>es</strong> sociais.<br />

Com relação à incidência de juros moratórios, cumpre regis<strong>tr</strong>ar que os §§ 3º e 4º do art. 45, da Lei nº 8.212/91, determinam<br />

que, no pagamento da indenização referente às con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong> previdenciárias, para fins de contagem de tempo de serviço,<br />

incidirão juros moratórios de 1% ao mês, razão pela qual deve ser utilizado o m<strong>es</strong>mo coeficiente quanto ao pagamento das<br />

parcelas do benefício devidas pela Autarquia Previdenciária, em r<strong>es</strong>peito ao princípio da reciprocidade.<br />

R<strong>es</strong>salta-se que os juros moratórios só começam a correr a partir do momento em que o devedor é constituído em mora.<br />

De acordo com o art. 219 do CPC, é a citação válida que constitui em mora o devedor. Aplicação da Súmula 204 do STJ, do<br />

seguinte teor: “Os juros de mora nas açõ<strong>es</strong> relativas a benefícios previdenciários incidem a partir da citação válida”.<br />

No mais, cumpre regis<strong>tr</strong>ar que a modificação do art. 1º-F, in<strong>tr</strong>oduzida pela Lei nº 11.960/2009, <strong>tr</strong>ata de regra que não pode<br />

ter imediata aplicação quanto às causas já julgadas, que se basearam nos corretos preceitos legais vigent<strong>es</strong> e<br />

corroborados por maciça jurisprudência, não podendo ser empregada, m<strong>es</strong>mo quando cabível, pois prevê a incidência de<br />

uma única vez, dos juros e dos índic<strong>es</strong> oficiais de remuneração da caderneta de poupança em condenaçõ<strong>es</strong> judiciais, como<br />

se tal se d<strong>es</strong>se de forma englobada.<br />

Recurso conhecido e parcialmente provido, para reformar a sentença, fixando o termo inicial dos juros de mora na data da<br />

citação, sendo que, após a vigência da Lei n. 11.960/2009, as parcelas a<strong>tr</strong>asadas deverão ser corrigidas de acordo com os<br />

índic<strong>es</strong> <strong>es</strong>tabelecidos em tal diploma legal.<br />

Custas isentas, na forma do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/1996. Sem condenação em honorários advocatícios, por ausência de<br />

apr<strong>es</strong>entação de con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong> ao recurso inominado em apreço.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER E DAR PROVIMENTO PARCIAL AO RECURSO, na<br />

forma do voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos


Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

179 - 2008.50.51.002014-3/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Luis Guilherme<br />

Nogueira Freire Carneiro.) x MARIA APARECIDA SILVA LOPES (ADVOGADO: SIRO DA COSTA.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº. 2008.50.51.002014-3/01<br />

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Recorrido : MARIA APARECIDA SILVA LOPES<br />

E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA –<br />

ART. 20 DA LEI 8.742/93 – SITUAÇÃO DE MISERABILIDADE CONFIGURADA – INCAPACIDADE LABORATIVA PARCIAL<br />

– CONDIÇÕES MATERIAIS IMPOSSIBILITAM COMPLETAMENTE O RECORRIDO - RECURSO CONHECIDO E<br />

IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pela autarquia ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente o<br />

pedido de conc<strong>es</strong>são do benefício assistencial previsto na Lei 8.742/93 (LOAS). Alega o recorrente, em suas razõ<strong>es</strong><br />

recursais, que não houve preenchimento dos requisitos legais para a conc<strong>es</strong>são do benefício, posto que a renda familiar per<br />

capita não é inferior a ¼ do salário mínimo. Sustenta ainda que a incapacidade laborativa da recorrida, segundo o provado<br />

por laudo pericial, é parcial e temporária, o que não supre os requisitos da legislação assistencial.<br />

Nos termos do art. 20 da Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência Social, o benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada é garantido<br />

no valor de um salário mínimo mensal à p<strong>es</strong>soa portadora de deficiência ou ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais que<br />

comprove não possuir meios de prover a própria subsistência e tampouco de tê-la provida por familiar<strong>es</strong>. Para efeitos de<br />

aplicação do citado dispositivo, considera-se portadora de deficiência a p<strong>es</strong>soa incapacitada para a vida independente e<br />

para o <strong>tr</strong>abalho e, da m<strong>es</strong>ma forma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idoso a<br />

família cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.<br />

Todavia, o preceito contido no art. 20, § 3º, da Lei 8.742/93 não é o único critério válido para comprovar a condição de<br />

miserabilidade preceituada no artigo 203, V, da Constituição <strong>Federal</strong>. Isso porque a renda familiar per capita inferior a ¼ do<br />

salário mínimo deve ser considerada como um limite mínimo, um quantum objetivamente considerado insuficiente à<br />

insubsistência do portador de deficiência e do idoso, o que não impede que o julgador faça uso de ou<strong>tr</strong>os fator<strong>es</strong> que<br />

tenham o condão de comprovar a condição de miserabilidade da família do autor. Esse é o entendimento do Superior<br />

Tribunal de <strong>Justiça</strong> (STJ, 6ª Turma, REsp 841.060/SP, Rel. Minis<strong>tr</strong>a Maria Thereza de Assis Moura, DJ 25.06.2007, p.<br />

319.).<br />

O art. 20, § 1º, da Lei 8.742/93 <strong>es</strong>tabelece ainda que, para os efeitos legais, família é o conjunto de p<strong>es</strong>soas elencadas no<br />

art. 16 da Lei nº 8.213/91, quais sejam: I – o cônjuge, companheiro(a) e o filho não emancipado, de qualquer condição,<br />

menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido; II – os pais; e III – o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21<br />

(vinte e um) anos ou inválido.<br />

Com fins na análise do cumprimento do requisito econômico para conc<strong>es</strong>são do benefício requerido, conforme relatório<br />

social (fls. 21/22), o núcleo familiar, no caso, é composto por <strong>tr</strong>ês p<strong>es</strong>soas: a recorrida, já em idade avançada (50 anos) e,<br />

por conta de sua enfermidade (<strong>tr</strong>anstorno depr<strong>es</strong>sivo), d<strong>es</strong>empregada; seu cônjuge, idoso, que con<strong>tr</strong>ibui financeiramente<br />

com uma renda de R$ 150,00 (cento e cinquenta reais), oriunda de “biscat<strong>es</strong>”; uma filha de 29 anos de idade, sem renda<br />

declarada (“subemprego”); e um ou<strong>tr</strong>o filho, menor de idade e não praticante de atividade remuneratória. Consignou-se que<br />

a família em qu<strong>es</strong>tão recebe ajuda de terceiros para manter-se, sendo que vive em um ambiente de ex<strong>tr</strong>ema pobreza,<br />

inclusive com <strong>es</strong>goto a céu aberto. Não r<strong>es</strong>tam dúvidas, portando, da satisfação do requisito em tela, já que a renda per<br />

capita d<strong>es</strong>ta família é bem inferior a ¼ do salário mínimo.<br />

No que tange à incapacidade laborativa da recorrida, sua deficiência (<strong>tr</strong>anstorno depr<strong>es</strong>sivo) de fato não a impede de se<br />

alimentar e de se v<strong>es</strong>tir sem nec<strong>es</strong>sidade de auxílio de ou<strong>tr</strong>a p<strong>es</strong>soa, ou de andar d<strong>es</strong>acompanhado. O laudo elaborado por<br />

psiquia<strong>tr</strong>a (fls. 28/30), por seu turno, <strong>es</strong>clarece que a recorrida possui histórico de depr<strong>es</strong>são, com tentativas de suicídio,<br />

a<strong>tr</strong>avés de ing<strong>es</strong>tão exc<strong>es</strong>siva de medicamentos e venenos, chegando inclusive a se jogar na frente de carros, sendo que<br />

foi internada em duas oportunidad<strong>es</strong> para <strong>tr</strong>atamento, numa clínica de repouso; relata ainda que apr<strong>es</strong>enta d<strong>es</strong>con<strong>tr</strong>ole<br />

emocional e agr<strong>es</strong>sividade, motivo pelo qual, de forma regular, usa medicamentos e que, além disso, apr<strong>es</strong>enta problemas<br />

de pr<strong>es</strong>são alta e bronquite.<br />

Com base nas provas carreadas nos autos às fls. 14/18, assim também se utilizando do parecer da assistente social (fls.<br />

21/22), percebe-se que existe sim uma incapacidade material da recorrida em exercer atividad<strong>es</strong> laborativas. Ademais, com


o p<strong>es</strong>o de sua pouca ins<strong>tr</strong>ução somado à experiência profissional inexistente e à sua já avançada idade, a incapacidade de<br />

exercício de atividade remuneratória, que, em princípio, foi analisada pelo jusperito como parcial, mos<strong>tr</strong>a-se em verdade<br />

completa, haja vista que concretamente não se concebam oportunidad<strong>es</strong> de <strong>tr</strong>abalho para alguém n<strong>es</strong>sa condição.<br />

Não r<strong>es</strong>ide, portanto, mácula na sentença de piso, que merece ser mantida. Recurso ao qual se nega provimento.<br />

Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honorários advocatícios arbi<strong>tr</strong>ados<br />

em R$ 500,00 (quinhentos reais), com fulcro no art. 20, §4º, do CPC.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma do<br />

voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

180 - 2008.50.51.001961-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: OLÍVIA BRAZ VIEIRA<br />

DE MELO.) x PRISCILA VIEIRA DOMINGOS (ADVOGADO: Cleber da Silva Leal.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº. 2008.50.51.001961-0/01<br />

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Recorrido : PRISCILA VIEIRA DOMINGOS<br />

E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA –<br />

ART. 20 DA LEI 8.742/93 – MISERABILIDADE E INCAPACIDADE CONSTATADAS – HABILITAÇÃO PARA O FILHO<br />

MENOR DEFERIDA – NÃO VIOLAÇÃO AO ARTIGO 21, § 1º, DA LEI 8.742/93 – RECURSO IMPROVIDO – SENTENÇA<br />

MANTIDA.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença de fls. 173/176, que julgou<br />

parcialmente procedente o pedido da parte autora, ora recorrida, no sentido de condenar o pagamento das parcelas<br />

a<strong>tr</strong>asadas do benefício assistencial em favor de seu filho, habilitado nos autos, a partir da data do ajuizamento da ação.<br />

Alega o recorrente, em suas razõ<strong>es</strong> recursais, que não é possível a habilitação dos herdeiros nos pr<strong>es</strong>ent<strong>es</strong> autos, sendo<br />

que nem sequer foi constatada a incapacidade da parte autora, frisando ainda que, com a morte da autora, o pa<strong>tr</strong>ono deixou<br />

de ser mandatário da m<strong>es</strong>ma, sendo nulos os atos proc<strong>es</strong>suais realizados a partir de então.<br />

Nos termos do art. 20 da Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência Social, o benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada é garantido<br />

no valor de um salário mínimo mensal à p<strong>es</strong>soa portadora de deficiência ou ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais que<br />

comprove não possuir meios de prover a própria subsistência e tampouco de tê-la provida por familiar<strong>es</strong>. Para efeitos de<br />

aplicação do citado dispositivo, considera-se portadora de deficiência a p<strong>es</strong>soa incapacitada para a vida independente e<br />

para o <strong>tr</strong>abalho e, da m<strong>es</strong>ma forma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idoso<br />

aquela família cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.<br />

Primeiramente, vale r<strong>es</strong>saltar que o requisito atinente à renda per capita mensal familiar r<strong>es</strong>ta incon<strong>tr</strong>overso. No que tange<br />

ao requisito incapacidade, verifica-se que não procede a alegação do INSS de que não é possível aferir a incapacidade da<br />

recorrida, devido à não realização da perícia judicial. Isso porque os documentos pr<strong>es</strong>ent<strong>es</strong> nos autos, conforme bem<br />

mencionou o Ministério Público <strong>Federal</strong> em sua manif<strong>es</strong>tação à fl. 166-v, são suficient<strong>es</strong> para constatar a incapacidade da<br />

mencionada recorrida, a qual não pôde participar da perícia judicial por ter falecido. Os referidos documentos, em <strong>es</strong>pecial<br />

os das fls. 29/34, 75 e 78-90, demons<strong>tr</strong>am a gravidade da enfermidade que acometeu a m<strong>es</strong>ma (neoplasia maligna<br />

necrosada), o que pode ser confirmado pela Certidão de Óbito d<strong>es</strong>ta (fl. 118), na qual consta como causa mortis “Neoplasia<br />

de Ovário”.<br />

Quanto ao pedido de habilitação do filho da recorrida no feito, tem-se que o m<strong>es</strong>mo deve ser confirmado, haja vista que a<br />

referida recorrida fazia jus ao benefício pleiteado, por ter preenchido os requisitos para tanto. Tendo <strong>es</strong>ta falecido, deve o<br />

benefício a que m<strong>es</strong>ma tinha direito ser pago ao seu filho, repr<strong>es</strong>entado por seu avô, benefício que re<strong>tr</strong>oage d<strong>es</strong>de a data


do ajuizamento da ação, em 21/10/2008, até a data do falecimento da recorrida (04/02/2009), d<strong>es</strong>contados os valor<strong>es</strong> já<br />

pagos.<br />

Não há que falar no pr<strong>es</strong>ente caso em violação ao artigo 21, § 1º, da Lei 8.742/93, tendo em vista que o pagamento acima<br />

imposto não tem a natureza de pensão, mas apenas de quantia a que a recorrida já fazia jus quando se encon<strong>tr</strong>ava viva,<br />

por preencher os requisitos nec<strong>es</strong>sários à conc<strong>es</strong>são do benefício assistencial.<br />

No mais, vale regis<strong>tr</strong>ar que deveras, extinto pela morte o mandato inicialmente conferido pela autora ao causídico que<br />

assina a petição inicial, o suc<strong>es</strong>sor deveria apr<strong>es</strong>entar, novo mandato outorgado em favor do procurador peticionário,<br />

todavia prevê o §3º do artigo 9º da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, que o mandato ao advogado que repr<strong>es</strong>enta a<br />

parte junto às açõ<strong>es</strong> interpostas nos Juizados Especiais pode ser verbal, pr<strong>es</strong>cindindo de maior<strong>es</strong> formalidad<strong>es</strong><br />

Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida. Condenação do INSS ao pagamento de honorários advocatícios no<br />

valor de R$ 500,00, com fundamento no artigo 20, § 4º, do CPC.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER O RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

181 - 2009.50.50.001717-6/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ROSEMBERG<br />

ANTONIO DA SILVA.) x ARNALDO FRANCISCO PEREIRA (DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº. 2009.50.50.001717-6/01<br />

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Recorrido : ARNALDO FRANCISCO PEREIRA<br />

E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA –<br />

ART. 20 DA LEI 8.742/93 – SITUAÇÃO DE MISERABILIDADE CONFIGURADA – RELATIVIZAÇÃO DO REQUISITO<br />

OBJETIVO PAUTADO NA RENDA PER CAPITA FAMILIAR – APLICAÇÃO DO ESTATUTO DO IDOSO PARA<br />

EQUIPARAÇÃO DO BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO- RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pela autarquia ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente o<br />

pedido de conc<strong>es</strong>são do benefício assistencial previsto na Lei 8.742/93 (LOAS). Alega o recorrente, em suas razõ<strong>es</strong><br />

recursais, que não houve preenchimento dos requisitos legais para a conc<strong>es</strong>são do benefício, posto que a renda familiar per<br />

capita não é inferior a ¼ do salário mínimo. Sustenta ainda que não há que se aplicar o disposto no Estatuto do Idoso a<br />

r<strong>es</strong>peito da possibilidade de cumulação de benefícios assistenciais visto que não se <strong>tr</strong>ataria, no caso, de benefício<br />

assistencial, mas sim previdenciário.<br />

Nos termos do art. 20 da Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência Social, o benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada é garantido<br />

no valor de um salário mínimo mensal à p<strong>es</strong>soa portadora de deficiência ou ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais que<br />

comprove não possuir meios de prover a própria subsistência e tampouco de tê-la provida por familiar<strong>es</strong>. Para efeitos de<br />

aplicação do citado dispositivo, considera-se portadora de deficiência a p<strong>es</strong>soa incapacitada para a vida independente e<br />

para o <strong>tr</strong>abalho e, da m<strong>es</strong>ma forma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idoso a<br />

família cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.<br />

Todavia, o preceito contido no art. 20, § 3º, da Lei 8.742/93 não é o único critério válido para comprovar a condição de<br />

miserabilidade preceituada no artigo 203, V, da Constituição <strong>Federal</strong>. Isso porque a renda familiar per capita inferior a ¼ do<br />

salário mínimo deve ser considerada como um limite mínimo, um quantum objetivamente considerado insuficiente à<br />

insubsistência do portador de deficiência e do idoso, o que não impede que o julgador faça uso de ou<strong>tr</strong>os fator<strong>es</strong> que<br />

tenham o condão de comprovar a condição de miserabilidade da família do autor. Esse é o entendimento do Superior<br />

Tribunal de <strong>Justiça</strong> (STJ, 6ª Turma, REsp 841.060/SP, Rel. Minis<strong>tr</strong>a Maria Thereza de Assis Moura, DJ 25.06.2007, p.<br />

319.).<br />

O parágrafo único do artigo 34 do Estatuto do Idoso, Lei 10.741/2003, por sua vez, dispõe que o benefício assistencial já<br />

concedido a qualquer membro da família não será computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita a que se<br />

refere a Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS. Tal regra, porém, deve ser <strong>es</strong>tendida, por analogia, às hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> em


que a renda familiar é constituída exclusivamente por benefício previdenciário, visto que há similitude que permite a<br />

equiparação dos valor<strong>es</strong> das duas <strong>es</strong>péci<strong>es</strong> de benefício.<br />

O núcleo familiar, no caso, é composto por <strong>tr</strong>ês p<strong>es</strong>soas: o recorrido, idoso e d<strong>es</strong>empregado; sua <strong>es</strong>posa de 65 anos, que<br />

goza do benefício da pensão por morte; e sua enteada, possuidora de <strong>tr</strong>anstorno mental. A partir da análise d<strong>es</strong>te núcleo<br />

familiar e de sua renda, não há como se deixar de reconhecer a hipossuficiência da parte requerente, ora recorrida, assim<br />

como a razão na conc<strong>es</strong>são do benefício assistencial objeto d<strong>es</strong>ta lide.<br />

Não r<strong>es</strong>ide, portanto, mácula na sentença de piso, que merece ser mantida.<br />

Recurso ao qual se nega provimento.<br />

Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honorários advocatícios arbi<strong>tr</strong>ados<br />

em R$ 1.000,00 (um mil reais) do valor a<strong>tr</strong>ibuído à causa atualizado, com fulcro no art. 20, §4º, do CPC.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma do<br />

voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

182 - 2008.50.50.005558-6/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE<br />

GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.) x JANDIRA DE SOUZA SILVA (ADVOGADO: ANDRÉ VINICIUS MARQUES<br />

GONÇALVES.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº. 2008.50.50.005558-6/01<br />

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Recorrido : JANDIRA DE SOUZA SILVA<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO – ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – ART. 20 DA LEI 8.742/93 –<br />

SITUAÇÃO DE MISERABILIDADE CONFIGURADA – RELATIVIZAÇÃO DO REQUISITO OBJETIVO PAUTADO NA<br />

RENDA PER CAPITA FAMILIAR – DEFICIÊNCIA MENTAL E INCAPACIDADE LABORAL CONSTADADAS - RECURSO<br />

CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pela autarquia ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente o<br />

pedido de conc<strong>es</strong>são do benefício assistencial previsto na Lei 8.742/93 (LOAS). Alega o recorrente, em suas razõ<strong>es</strong><br />

recursais, que não houve preenchimento dos requisitos legais para a conc<strong>es</strong>são do benefício, posto que a renda familiar per<br />

capita não é inferior a ¼ do salário mínimo, sendo que não há novo limite previsto em lei. Argumenta, ainda, que não se<br />

aplica à hipót<strong>es</strong>e a regra inserta no art. 34, parágrafo único, do Estatuto do Idoso, pois tal se aplica apenas e tão-somente à<br />

conc<strong>es</strong>são de ou<strong>tr</strong>os benefícios assistenciais ao idoso, e não aos benefícios assistenciais aos deficient<strong>es</strong>. Não obstante,<br />

afirma que não foi constatada de forma cabal a incapacidade laboral da parte autora. Revela também que a sentença é<br />

nula, posto que não houve perícia judicial para apurar a deficiência mental em qu<strong>es</strong>tão.<br />

Nos termos do art. 20 da Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência social, o benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada é garantido<br />

no valor de um salário mínimo mensal à p<strong>es</strong>soa portadora de deficiência ou ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais que<br />

comprove não possuir meios de prover a própria subsistência e tampouco de tê-la provida por familiar<strong>es</strong>. Para efeitos de<br />

aplicação do citado dispositivo, considera-se portadora de deficiência a p<strong>es</strong>soa incapacitada para a vida independente e<br />

para o <strong>tr</strong>abalho e, da m<strong>es</strong>ma forma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idoso a<br />

família cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.<br />

Todavia, o preceito contido no art. 20, § 3º, da Lei 8.742/93 não é o único critério válido para comprovar a condição de<br />

miserabilidade preceituada no artigo 203, V, da Constituição <strong>Federal</strong>. Isso porque a renda familiar per capita inferior a ¼ do<br />

salário mínimo deve ser considerada como um limite mínimo, um quantum objetivamente considerado insuficiente à<br />

insubsistência do portador de deficiência e do idoso, o que não impede que o julgador faça uso de ou<strong>tr</strong>os fator<strong>es</strong> que<br />

tenham o condão de comprovar a condição de miserabilidade da família do autor. Esse é o entendimento do Superior<br />

Tribunal de <strong>Justiça</strong> (STJ, 6ª Turma, REsp 841.060/SP, Rel. Minis<strong>tr</strong>a Maria Thereza de Assis Moura, DJ 25.06.2007, p.


319.).<br />

O parágrafo único do artigo 34 do Estatuto do Idoso, Lei 10.741/2003, por sua vez, dispõe que o benefício previdenciário já<br />

concedido a qualquer membro da família não será computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita a que se<br />

refere a Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS. Tal regra, porém, deve ser <strong>es</strong>tendida, por analogia, às hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> em<br />

que a renda familiar é constituída exclusivamente por benefício previdenciário.<br />

Conforme relatório acostado às fls. 24/27, o núcleo familiar, no caso, é composto por duas p<strong>es</strong>soas: a autora, ora recorrida,<br />

portadora de retardo mental progr<strong>es</strong>sivo, de caráter irreversível, e a sua genitora, idosa, que recebe o benefício assistencial<br />

(LOAS). Imperioso d<strong>es</strong>tacar elementos do relatório social que revelam que a recorrida, além de deficiência mental, é<br />

portadora de doença neoplásica e que ambas vivem em um ambiente de ex<strong>tr</strong>ema pobreza. Assim, d<strong>es</strong>contado o benefício<br />

previdenciário auferido pelo cônjuge, não há como se deixar de reconhecer a hipossuficiência da parte autora, ora recorrida.<br />

D<strong>es</strong>tarte, torna-se claro que a autora depende completamente de sua mãe para viver e que <strong>es</strong>ta se encon<strong>tr</strong>a em idade<br />

avançada, que recebe apenas uma ajuda previdenciária no valor de 1 salário mínimo para custear a vida de ambas. A<br />

conc<strong>es</strong>são do benefício pleiteado <strong>tr</strong>aria uma maior possibilidade de vida digna para as duas, o que corr<strong>es</strong>ponderia ao<br />

objetivo da implementação d<strong>es</strong>te tipo de benefício no ordenamento previdenciário pá<strong>tr</strong>io.<br />

A incapacidade laborativa da recorrida é óbvia, posto que, considerando o retardo mental, é pr<strong>es</strong>umidamente incapaz para<br />

d<strong>es</strong>envolver atividad<strong>es</strong> laborais que garantam seu próprio sustento, m<strong>es</strong>mo porque nem m<strong>es</strong>mo <strong>es</strong>tá capacitada para os<br />

atos da vida civil.<br />

A alegação do INSS de que a sentença é nula não procede, pois, embora prot<strong>es</strong>te dizendo que há a nec<strong>es</strong>sidade de<br />

realização de perícia médica judicial para at<strong>es</strong>tar a incapacidade da autora, <strong>es</strong>ta já foi devidamente consolidada pelas<br />

certidõ<strong>es</strong> juntadas às fls. 15 e 16, que comprovam a situação de interdição em que se encon<strong>tr</strong>a a autora, sendo <strong>es</strong>ta uma<br />

prova suficientemente robusta para chegar-se a tal conclusão, aliada ao relatório social.<br />

O juiz não <strong>es</strong>tá obrigado a julgar a qu<strong>es</strong>tão posta a seu exame nos termos pleiteados pelas part<strong>es</strong>, mas sim com o seu livre<br />

convencimento, consoante dispõe o art. 131 do CPC, utilizando-se dos fatos, provas, jurisprudência, aspectos pertinent<strong>es</strong><br />

ao tema e da legislação que entender aplicável ao caso. Assim, não há que se falar, no caso, em cerceamento de def<strong>es</strong>a, o<br />

que afasta a alegação de nulidade da sentença guerreada n<strong>es</strong>se aspecto.<br />

No mais, cabe frisar que o relatório social de fls. 24/27 e o parecer do Ministério Público <strong>Federal</strong> de fls. 51/53 foram<br />

clarivident<strong>es</strong> ao revelar nec<strong>es</strong>sidade da procedência do pedido da parte autora, ora recorrida. Deveras, a incapacidade<br />

mental, física e laboral da autora, concatenada com a situação de miserabilidade em que vive juntamente com sua mãe,<br />

que inclusive se encon<strong>tr</strong>a em idade avançada, fornecem os subsídios fáticos nec<strong>es</strong>sários para o cumprimento dos<br />

requisitos legais para a conc<strong>es</strong>são do benefício.<br />

Pelo exposto, encon<strong>tr</strong>a-se o pr<strong>es</strong>ente Recurso Inominado conhecido e, no mérito, improvido.<br />

Não se vislumbra, no caso, violação aos arts. 194, § único e inciso III, 195, §5º, e 203, caput e inciso V, da CR/88.<br />

Custas isentas, na forma do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/1996. Condenação em honorários advocatícios no valor de R$<br />

500,00, com fulcro no art. 20, §4º, do CPC.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma do<br />

voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

183 - 2008.50.51.001613-9/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARIA DA PENHA<br />

BARBOSA BRITO.) x JOSE CARLOS LUCAS (ADVOGADO: KENIA PACIFICO DE ARRUDA.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº. 2008.50.51.001613-9/01<br />

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Recorrido : JOSÉ CARLOS LUCAS<br />

E M E N T A


RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA –<br />

ART. 20 DA LEI 8.742/93 – SITUAÇÃO DE MISERABILIDADE CONFIGURADA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO<br />

– SENTENÇA MANTIDA.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pela autarquia ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente o<br />

pedido de conc<strong>es</strong>são do benefício assistencial previsto na Lei 8.742/93 (LOAS), inclusive a título de antecipação dos efeitos<br />

da tutela. Alega o recorrente, em suas razõ<strong>es</strong> recursais, que não houve preenchimento dos requisitos legais para a<br />

conc<strong>es</strong>são do benefício, posto que não configura a hipossuficiência no caso, considerando que a renda per capita deve ser<br />

a ¼ do salário mínimo é requisito obrigatório.<br />

Nos termos do art. 20 da Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência social, o benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada é garantido<br />

no valor de um salário mínimo mensal à p<strong>es</strong>soa portadora de deficiência ou ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais que<br />

comprove não possuir meios de prover a própria subsistência e tampouco de tê-la provida por familiar<strong>es</strong>. Para efeitos de<br />

aplicação do citado dispositivo, considera-se portadora de deficiência a p<strong>es</strong>soa incapacitada para a vida independente e<br />

para o <strong>tr</strong>abalho e, da m<strong>es</strong>ma forma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idoso a<br />

família cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.<br />

Todavia, o preceito contido no art. 20, § 3º, da Lei 8.742/93 não é o único critério válido para comprovar a condição de<br />

miserabilidade preceituada no artigo 203, V, da Constituição <strong>Federal</strong>. Isso porque a renda familiar per capita inferior a ¼ do<br />

salário mínimo deve ser considerada como um limite mínimo, um quantum objetivamente considerado insuficiente à<br />

insubsistência do portador de deficiência e do idoso, o que não impede que o julgador faça uso de ou<strong>tr</strong>os fator<strong>es</strong> que<br />

tenham o condão de comprovar a condição de miserabilidade da família do autor. Esse é o entendimento do Superior<br />

Tribunal de <strong>Justiça</strong> (STJ, 6ª Turma, REsp 841.060/SP, Rel. Minis<strong>tr</strong>a Maria Thereza de Assis Moura, DJ 25.06.2007, p.<br />

319.).<br />

Conforme relatório acostado às fls. 29/32, o núcleo familiar, no caso, é composto por <strong>tr</strong>ês p<strong>es</strong>soas: o autor, ora recorrido,<br />

seu cônjuge, que recebe o benefício de pensão por morte, e um menor; assim, d<strong>es</strong>contada o benefício previdenciário<br />

auferido pelo cônjuge, não há como se deixar de reconhecer a hipossuficiência da parte requerente, ora recorrida.<br />

Regis<strong>tr</strong>e-se que o recorrido é acometido de enfermidade que o impede a exercer atividad<strong>es</strong> laborais, conforme perícia<br />

realizada (fls. 54/55), sendo totalmente dependente de seu cônjuge, que tem como renda apenas o benefício de pensão por<br />

morte. Somando-se as d<strong>es</strong>p<strong>es</strong>as da família, como água, luz, gás, telefone e produtos alimentícios (fls. 47/50), vê-se que a<br />

renda é insuficiente para a sobrevivência digna.<br />

Além disso, a perícia médica conclui que o recorrido faz fisioterapia e uso de anti-hipertensivos, sendo, pelo quadro físico<br />

atual, se pr<strong>es</strong>ume que não houve progr<strong>es</strong>so suficiente para a sua recuperação e retorno às atividad<strong>es</strong> laborais, vez que<br />

depende de terceiros para a sua vida de relação (laudo acostado às fls. 54/55).<br />

Diante do que fora exposto e analisado, não merece qualquer reforma a sentença, cujos argumentos utilizo como razão de<br />

decidir.<br />

Não se vislumbra, no caso, violação ao art. 203, V, da CR/88, tampouco ao art. 20 da Lei n. 8.742/93.<br />

Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.<br />

Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios no montante de 10% da condenação, nos termos do<br />

art. 55, caput da Lei nº 9.099/95.<br />

Custas isentas, na forma do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/1996. Honorários advocatícios devidos pela parte recorrente,<br />

arbi<strong>tr</strong>ados em 10% sobre o valor a<strong>tr</strong>ibuído à causa, atualizado, nos termos do art. 20, §4º, do CPC.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma do<br />

voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

184 - 2008.50.51.000415-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCELA REIS<br />

SILVA.) x JULIO CESAR DE OLIVEIRA REP MARLI BARBOZA (ADVOGADO: FERNANDA RIBEIRO MAITAM, SERGIO<br />

DE LIMA FREITAS JUNIOR.).


Proc<strong>es</strong>so nº. 2008.50.51.000415-0/01<br />

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Recorrido : JULIO CESAR DE OLIVEIRA<br />

E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA –<br />

ART. 20 DA LEI 8.742/93 – CONDIÇÃO DE MISERABILIDADE – INCAPACIDADE LABORATIVA - RECURSO<br />

CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pela autarquia ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente o<br />

pedido de conc<strong>es</strong>são do benefício assistencial previsto na Lei 8.742/93 (LOAS). Alega o recorrente, em suas razõ<strong>es</strong><br />

recursais, que não houve preenchimento dos requisitos legais para a conc<strong>es</strong>são do benefício, posto que a renda familiar per<br />

capita não é inferior a ¼ do salário mínimo. Isto porque, segundo o INSS, a avó do recorrido faz parte do núcleo familiar do<br />

m<strong>es</strong>mo, devendo sua renda ser considerada para o cálculo do benefício assistencial. Pugna pelo efeito suspensivo ao<br />

recurso inominado em apreço, visto que a sentença concedeu imediata implantação do benefício pleiteado.<br />

Nos termos do art. 20 da Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência social, o benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada é garantido<br />

no valor de um salário mínimo mensal à p<strong>es</strong>soa portadora de deficiência ou ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais que<br />

comprove não possuir meios de prover a própria subsistência e tampouco de tê-la provida por familiar<strong>es</strong>. Para efeitos de<br />

aplicação do citado dispositivo, considera-se portadora de deficiência a p<strong>es</strong>soa incapacitada para a vida independente e<br />

para o <strong>tr</strong>abalho e, da m<strong>es</strong>ma forma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idoso a<br />

família cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.<br />

Todavia, o preceito contido no art. 20, § 3º, da Lei 8.742/93 não é o único critério válido para comprovar a condição de<br />

miserabilidade preceituada no artigo 203, V, da Constituição <strong>Federal</strong>. Isso porque a renda familiar per capita inferior a ¼ do<br />

salário mínimo deve ser considerada como um limite mínimo, um quantum objetivamente considerado insuficiente à<br />

insubsistência do portador de deficiência e do idoso, o que não impede que o julgador faça uso de ou<strong>tr</strong>os fator<strong>es</strong> que<br />

tenham o condão de comprovar a condição de miserabilidade da família do autor. Esse é o entendimento do Superior<br />

Tribunal de <strong>Justiça</strong> (STJ, 6ª Turma, REsp 841.060/SP, Rel. Minis<strong>tr</strong>a Maria Thereza de Assis Moura, DJ 25.06.2007, p.<br />

319.).<br />

O núcleo familiar, no caso, à luz do que rege a Lei 8.213/91, em seu art. 20, § 1º, é composto por <strong>tr</strong>ês p<strong>es</strong>soas: o recorrido,<br />

incapaz para atividad<strong>es</strong> laborativas, seu filho, menor de idade, e sua avó, idosa, que recebe o benefício previdenciário de<br />

pensão por morte.<br />

O relatório social acostado às fls. 57/60, aliado ao laudo médico também acostado aos autos (fls. 55/56), revela que o<br />

recorrente foi afligido por uma agr<strong>es</strong>são física que lhe afetou a cabeça, causando-lhe <strong>tr</strong>aumatismo craniano, motivo pelo<br />

qual passou a apr<strong>es</strong>entar alteraçõ<strong>es</strong> severas de comportamento, conduta agr<strong>es</strong>siva, cris<strong>es</strong> epileptiform<strong>es</strong>, com vivências<br />

alucinatórias, o que deixa claro a incapacidade laborativa no pr<strong>es</strong>ente caso. Consignou-se que <strong>es</strong>te faz uso frequente de<br />

medicamentos con<strong>tr</strong>olados e que a única fonte de renda do grupo familiar (salvo a irrisória bolsa-família) é proveniente de<br />

pensão por morte recebida pela avó, sendo que, por força de um empréstimo bancário, há d<strong>es</strong>conto mensal no referido<br />

benefício. Pela d<strong>es</strong>crição do lar em tal parecer, o recorrente vive em situação de ex<strong>tr</strong>ema pobreza.<br />

Não r<strong>es</strong>ide, portanto, mácula na sentença de piso, que merece ser mantida.<br />

Recurso ao qual se nega provimento.<br />

Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honorários advocatícios arbi<strong>tr</strong>ados<br />

em R$ 1.000,00 (hum mil reais), com fulcro no art. 20, §4º, do CPC.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma do<br />

voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator


185 - 2008.50.51.001689-9/01 IVANETE DE OLIVEIRA (ADVOGADO: ANTÔNIO JUSTINO COSTA.) x INSTITUTO<br />

NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Vinícius de Lacerda Aleodim Campos.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº. 20085051001689-9/01<br />

Recorrente : IVANETE DE OLIVEIRA<br />

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO – ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – ART. 20 DA LEI 8.742/93 –<br />

INCAPACIDADE INCONTROVERSA – CONDIÇÃO DE MISERABILIDADE NÃO CONSTATADA NO CASO CONCRETO –<br />

RECURSO IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença de fls. 72/74, que julgou<br />

improcedente o pedido da m<strong>es</strong>ma, de conc<strong>es</strong>são do benefício assistencial previsto na LOAS. Alega a recorrente, em suas<br />

razõ<strong>es</strong> recursais, que a renda familiar não é suficiente para a sua manutenção e que o critério objetivo de miserabilidade<br />

previsto na LOAS pode ser conjugado com ou<strong>tr</strong>os fator<strong>es</strong> no sentido de comprovar tal miserabilidade.<br />

Nos termos do art. 20 da Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência Social, o benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada é garantido<br />

no valor de um salário mínimo mensal à p<strong>es</strong>soa portadora de deficiência ou ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais que<br />

comprove não possuir meios de prover a própria subsistência e tampouco de tê-la provida por familiar<strong>es</strong>. Para efeitos de<br />

aplicação do citado dispositivo, considera-se portadora de deficiência a p<strong>es</strong>soa incapacitada para a vida independente e<br />

para o <strong>tr</strong>abalho e, da m<strong>es</strong>ma forma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idoso<br />

aquela família cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.<br />

O requisito pertinente à incapacidade da recorrente r<strong>es</strong>ta incon<strong>tr</strong>overso. Quanto ao requisito renda mensal familiar per<br />

capita, devem ser tecidas algumas consideraçõ<strong>es</strong>. Conforme se depreende do laudo social às fls. 29/32, a recorrente r<strong>es</strong>ide<br />

com os seus pais, em casa própria, a qual é de fácil localização, sendo de alvenaria e dotada de recursos básicos<br />

nec<strong>es</strong>sários à manutenção de uma vida digna, quais sejam, ele<strong>tr</strong>icidade, água encanada e <strong>tr</strong>atada, e <strong>es</strong>goto sanitário.<br />

Ainda conforme a perícia social, a casa possui 08 (oito) cômodos, <strong>es</strong>tá em bom <strong>es</strong>tado de conservação, possui boas<br />

condiçõ<strong>es</strong> de higiene e limpeza, além de ser arejada. A renda familiar é composta pelo salário do pai da recorrente, o qual é<br />

servidor público efetivo da Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim/ES, pelo aluguel de parte da r<strong>es</strong>idência e por um bazar<br />

montado pela mãe da recorrente, de forma que a renda mensal familiar perfaz a quantia de R$ 570,47 (quinhentos e<br />

setenta reais e quarenta e sete centavos). Esta quantia, pelo que é possível vislumbrar do supracitado laudo social, é<br />

suficiente para pagar as d<strong>es</strong>p<strong>es</strong>as mensais da família, as quais atingem o valor de R$ 558,23 (quinhentos e cinquenta e oito<br />

reais e vinte e <strong>tr</strong>ês centavos).<br />

Com todas as informaçõ<strong>es</strong> ex<strong>tr</strong>aídas do laudo, verifica-se que não há <strong>es</strong>tado de miserabilidade na família, para que a<br />

recorrente faça jus ao benefício da LOAS.<br />

É preciso r<strong>es</strong>saltar que <strong>es</strong>ta Turma Recursal, em diversas decisõ<strong>es</strong>, já relativizou o requisito objetivo atinente à conc<strong>es</strong>são<br />

do referido benefício, pautado em ¼ da renda mensal familiar per capita, quando ficou constatada por ou<strong>tr</strong>os meios a<br />

miserabilidade do núcleo familiar. Todavia, o caso concreto não possibilita tal relativização, pelo fato de a família não <strong>es</strong>tar<br />

em situação de penúria, de miserabilidade, propriamente dita.<br />

Sendo assim, deve o recurso ser conhecido e improvido para fins de não conceder o benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada<br />

previsto na Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS.<br />

Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.<br />

Sem condenação em custas e honorários advocatícios, ante o deferimento do benefício da assistência judiciária gratuita.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER O RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

186 - 2008.50.50.003360-8/01 MATHEUS MATTOS MUNIZ (DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO,<br />

EDUARDO JOSÉ TEIXEIRA DE OLIVEIRA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:<br />

SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.).


Proc<strong>es</strong>so nº. 2008.50.50.003360-8/01<br />

Recorrente : MATHEUS MATTOS MUNIZ<br />

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO – ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – ART. 20 DA LEI 8.742/93 –<br />

SITUAÇÃO DE DESAMPARO CONFIGURADA – RELATIVIZAÇÃO DO REQUISITO OBJETIVO PAUTADO NA RENDA<br />

PER CAPITA FAMILIAR – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença de fl. 132-133, que julgou<br />

improcedente o seu pedido de conc<strong>es</strong>são do benefício assistencial previsto na Lei 8.742/93 (LOAS). Alega o recorrente, em<br />

suas razõ<strong>es</strong> recursais, que a situação de miserabilidade em que vive sua família foi comprovada, o que faz com o m<strong>es</strong>mo<br />

faça jus ao benefício pleiteado.<br />

Nos termos do art. 20 da Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência social, o benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada é garantido<br />

no valor de um salário mínimo mensal à p<strong>es</strong>soa portadora de deficiência ou ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais que<br />

comprove não possuir meios de prover a própria subsistência e tampouco de tê-la provida por familiar<strong>es</strong>. Para efeitos de<br />

aplicação do citado dispositivo, considera-se portadora de deficiência a p<strong>es</strong>soa incapacitada para a vida independente e<br />

para o <strong>tr</strong>abalho e, da m<strong>es</strong>ma forma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idoso a<br />

família cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.<br />

Verifica-se, no pr<strong>es</strong>ente caso, que há con<strong>tr</strong>ovérsia apenas no que tange ao requisito referente à renda per capita familiar. O<br />

laudo social às fls. 60/66 constata que a renda familiar do recorrente é de R$ 600,00 (seiscentos reais), renda proveniente<br />

do emprego do pai do m<strong>es</strong>mo como técnico em informática de um supermercado (fl. 35), <strong>es</strong>tando a mãe do recorrente<br />

impossibilitada de <strong>tr</strong>abalhar para cuidar do m<strong>es</strong>mo. A referida renda é superior ao limite fixado pela Lei Orgânica da<br />

Assistência Social; todavia, verificando-se a situação de d<strong>es</strong>amparo na qual se encon<strong>tr</strong>a a família do recorrente, r<strong>es</strong>ta<br />

também preenchido o requisito pautado na renda familiar, entendimento que encon<strong>tr</strong>a guarida no Supremo Tribunal<br />

<strong>Federal</strong>.<br />

Foi vislumbrado no caso concreto, a d<strong>es</strong>peito de a renda per capita da família ser superior a ¼ de salário mínimo, que há<br />

situação de d<strong>es</strong>amparo d<strong>es</strong>ta, haja vista a referida família não r<strong>es</strong>ide em casa própria, tendo <strong>es</strong>ta sido cedida<br />

temporariamente pela avó paterna do recorrente, conforme se depreende do laudo social à fl. 61. Ademais, as d<strong>es</strong>p<strong>es</strong>as<br />

pautadas nos cuidados com o recorrente (portador de Hidrocefalia Comunicante) são de alta monta, sendo os gastos<br />

médios mensais de R$ 71,00 com medicamentos (vide fls. 37-40), de R$ 107,00 com fralda d<strong>es</strong>cartável (vide fl. 84).<br />

Vale salientar que, para o maior conforto do recorrente, foi receitado por médico ortopedista e <strong>tr</strong>aumatologista o uso de<br />

cadeira de rodas e de aparelho Parapodium pelo mencionado recorrente, conforme documentos de fls. 75 e 76, os quais<br />

custam ao todo R$ 1.900,00. Os m<strong>es</strong>mos não podem ser adquiridos na rede pública de saúde, conforme o laudo social à fl.<br />

62, o que acaba por prejudicar o <strong>tr</strong>atamento do recorrente, tendo em vista a impossibilidade de sua família arcar com tais<br />

d<strong>es</strong>p<strong>es</strong>as.<br />

Recurso conhecido e provido, tendo em vista o preenchimento dos requisitos nec<strong>es</strong>sários à percepção do benefício da<br />

LOAS, dada a situação de d<strong>es</strong>amparo do recorrente. Sentença reformada.<br />

Medida cautelar concedida, nos termos do art. 4º da Lei n. 10.259/01, tendo em vista o caráter alimentar, para que seja<br />

implementado o benefício no prazo de <strong>tr</strong>inta dias, devendo o INSS comprovar nos autos o atendimento da pr<strong>es</strong>ente<br />

determinação judicial no m<strong>es</strong>mo prazo. Deverá o INSS informar a <strong>es</strong>te Juízo os valor<strong>es</strong> a serem requisitados por RPV, no<br />

prazo de <strong>tr</strong>inta dias, contados a partir do <strong>tr</strong>ânsito em julgado da pr<strong>es</strong>ente decisão. Quanto à não-liquidez d<strong>es</strong>ta decisão,<br />

r<strong>es</strong>salto o fato de que o INSS possui maior<strong>es</strong> condiçõ<strong>es</strong> de elaborar cálculos dos valor<strong>es</strong> em a<strong>tr</strong>aso e que tal<br />

posicionamento se coaduna com as disposiçõ<strong>es</strong> dos Enunciados n. 04 da Turma Recursal do Espírito Santo e n. 22 das<br />

Turmas Recursais do Rio de Janeiro. Assim, após a apuração adminis<strong>tr</strong>ativa dos valor<strong>es</strong> em comento, a ser considerada<br />

como obrigação de fazer, na forma do art. 16 da Lei n.10.259/2001, será então expedido o “Requisitório de Pequeno Valor”.<br />

Sem custas. Sem honorários (art. 55 da Lei 9.099/95)<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER E DAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma do<br />

voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

187 - 2006.50.51.001260-5/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: EDUARDO LIPUS<br />

GOMES.) x DERLY PARADELLA PEIXOTO (ADVOGADO: CARLOS ALBERTO FERREIRA COELHO.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL


Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2006.50.51.001260-5/01<br />

Embargante : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL<br />

Embargado : DERLY PARADELLA PEIXOTO<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – COMPROVAÇÃO DA CONDIÇÃO DE DEPENDÊNCIA ECONÔMICA – AUSÊNCIA DE<br />

OMISSÃO – NOVOS ARGUMENTOS SUSCITADOS EM EMBARGOS - INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO<br />

EMBARGADO – RECURSO NÃO PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL em face de acórdão<br />

que negou provimento ao recurso inominado. Alega o embargante que a decisão seria omissa quanto à nec<strong>es</strong>sidade de<br />

documentação probratória material a fim de se confirmar a dependência econômica da embargada. Alega também que não<br />

foram considerados os depoimentos obtidos na <strong>es</strong>fera adminis<strong>tr</strong>ativa, bem como que os depoimentos ouvidos na Audiência<br />

de Ins<strong>tr</strong>ução e Julgamento comprovavam a independência econômica da embargada.<br />

Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissõ<strong>es</strong>, aportar clareza ou retificar<br />

eventuais con<strong>tr</strong>adiçõ<strong>es</strong> existent<strong>es</strong> no bojo da decisão recorrida, nada mais.<br />

In casu, pela leitura das argumentaçõ<strong>es</strong> do embargante, verifica-se que <strong>es</strong>ta aponta a existência de omissão na decisão<br />

proferida pela Turma Recursal. Todavia, a hipót<strong>es</strong>e dos autos não caracteriza omissão, con<strong>tr</strong>adição ou obscuridade, não<br />

podendo prosperar o recurso interposto, uma vez que ausent<strong>es</strong> os requisitos previstos no art. 535 do CPC. Ora, a decisão<br />

embargada negou provimento ao recurso inominado, aduzindo que a embargada se enquadrava na posição de dependente<br />

econômica do segurado, condição comprovada nos autos e confirmada pelo órgão colegiado.<br />

Também não há que se falar em omissão ante o argumento de serem os depoimentos comprobatórios da inexistência da<br />

dependência econômica da embargada, ou de não terem sido analisados em juízo o depoimento adminis<strong>tr</strong>ativo. Isso<br />

porque tais posiçõ<strong>es</strong> sequer foram inseridas na interposição do recurso inominado.<br />

Os embargos de declaração não se pr<strong>es</strong>tam a inovar na causa e incluir fundamentos até então ausent<strong>es</strong>. A matéria posta<br />

no recurso inominado mereceu exame e d<strong>es</strong>ate nos limit<strong>es</strong> das razõ<strong>es</strong> recursais. Não é possível, em sede de embargos<br />

declaratórios, inovar o feito, <strong>tr</strong>azendo à discussão temas ou qu<strong>es</strong>tõ<strong>es</strong> complementar<strong>es</strong>, não objeto do acórdão.<br />

Além disso, os embargos de declaração não se pr<strong>es</strong>tam a materializar nítido qu<strong>es</strong>tionário dirigido ao julgador, pois o<br />

proc<strong>es</strong>so, enquanto ins<strong>tr</strong>umento de dis<strong>tr</strong>ibuição da justiça, não tem a pretensão de viabilizar verdadeiros diálogos en<strong>tr</strong>e os<br />

litigant<strong>es</strong> e as magis<strong>tr</strong>aturas.<br />

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos nec<strong>es</strong>sários ao julgamento da causa foram devidamente<br />

analisados na decisão colegiada.<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vícios a serem sanados, r<strong>es</strong>tando demons<strong>tr</strong>ada<br />

tão-somente a inconformidade do embargante com o provimento jurisdicional.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

Total Dar parcial provimento : 9<br />

Total Dar provimento : 31<br />

Total Dar provimento ao rec. do : réu 1 e negar o do autor<br />

Total Extinguir o proc<strong>es</strong>so com r<strong>es</strong>olução :<br />

2 de mérito


Total Extinguir o proc<strong>es</strong>so sem r<strong>es</strong>olução : 2 de mérito<br />

Total Não conhecer o recurso : 1<br />

Total Negar provimento : 131<br />

Total Negar seguimento ao recurso : 1<br />

Total Rejeitar os embargos :<br />

8

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!