17.04.2013 Views

boletim tr/es 2010.241 - Justiça Federal

boletim tr/es 2010.241 - Justiça Federal

boletim tr/es 2010.241 - Justiça Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

3. As certidõ<strong>es</strong> emitidas pelos órgãos públicos, nas quais haja indicação da profissão do <strong>tr</strong>abalhador na área rural, são<br />

suficient<strong>es</strong> para o preenchimento do requisito início de prova material, consoante a jurisprudência do Superior Tribunal de<br />

<strong>Justiça</strong>. No m<strong>es</strong>mo sentido é o entendimento sumulado pela Turma Nacional de Uniformização: Enunciado 6. A certidão de<br />

casamento ou ou<strong>tr</strong>o documento idôneo que evidencie a condição de <strong>tr</strong>abalhador rural do cônjuge constitui início razoável de<br />

prova material da atividade rurícola.<br />

4. Ademais, o início de prova material foi confirmado pelas t<strong>es</strong>temunhas ouvidas em juízo (fls. 209/211), que afirmaram<br />

conhecer o autor d<strong>es</strong>de 1966, e at<strong>es</strong>taram o exercício da atividade rural em regime de economia familiar durante aquela<br />

década – consoante re<strong>tr</strong>atado na própria sentença recorrida.<br />

5. A TNU, por meio do Enunciado 14, pacificou entendimento no sentido de que não se exige que o início de prova material<br />

corr<strong>es</strong>ponda a todo o período a ser reconhecido: Enunciado 14. Para a conc<strong>es</strong>são de aposentadoria rural por idade, não se<br />

exige que o início de prova material corr<strong>es</strong>ponda a todo o período equivalente à carência do benefício. N<strong>es</strong>se m<strong>es</strong>mo<br />

sentido:<br />

EMENTA. PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO NACIONAL. TEMPO DE SERVIÇO RURAL. INÍCIO DE PROVA MATERIAL.<br />

CONTEMPORANEIDADE. EXTENSÃO DA EFICÁCIA PROBATÓRIA PELA PROVA TESTEMUNHAL. 1. Para fins de<br />

contemporaneidade, o início de prova material não precisa, nec<strong>es</strong>sariamente, abranger todo o período de tempo de serviço<br />

que se pretende reconhecer. 2. Considera-se contemporâneo o documento que <strong>es</strong>tiver datado den<strong>tr</strong>o do período de tempo<br />

de serviço que se pretende reconhecer, dada à possibilidade de extensão no tempo da eficácia probatória do início de prova<br />

material apr<strong>es</strong>entado pela prova t<strong>es</strong>temunhal para fins de abrangência de todo o período, d<strong>es</strong>de que não haja con<strong>tr</strong>adição,<br />

imprecisão ou inconsistência en<strong>tr</strong>e as declaraçõ<strong>es</strong> pr<strong>es</strong>tadas pela parte autora e as t<strong>es</strong>temunhas e/ou en<strong>tr</strong>e <strong>es</strong>tas e a prova<br />

material apr<strong>es</strong>entada. 3. Pedido de uniformização provido. (TNU - PU 2006.72.59.00.0860-0 - Relator Juiz <strong>Federal</strong> Derivaldo<br />

de Figueiredo Bezerra Filho – DJ 29/09/2009).<br />

6. Em sede de cognição exauriente, tendo em vista o reconhecimento de que o autor faz jus ao benefício de aposentadoria<br />

por tempo de con<strong>tr</strong>ibuição integral, defiro o pedido de antecipação dos efeitos da tutela, para determinar a implementação<br />

imediata do benefício concedido pela sentença recorrida.<br />

7. Conforme novo posicionamento adotado pela Turma Recursal do Espírito Santo, incide condenação em honorários<br />

advocatícios m<strong>es</strong>mo na hipót<strong>es</strong>e de não haver o recorrido apr<strong>es</strong>entado con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong>. A uma porque o <strong>tr</strong>abalho do<br />

advogado da parte recorrida não se mede simpl<strong>es</strong>mente pelo oferecimento d<strong>es</strong>sa peça proc<strong>es</strong>sual, mas sim, pelo conjunto<br />

de sua atuação no proc<strong>es</strong>so. A duas porque a finalidade <strong>es</strong>sencial da condenação em honorários somente na hipót<strong>es</strong>e de o<br />

recorrente ser vencido consiste no d<strong>es</strong><strong>es</strong>tímulo ao recurso, conforme os princípios de celeridade que informam os juizados<br />

<strong>es</strong>peciais.<br />

8. Recurso não provido. Sem condenação em custas (art. 4º. – I, Lei 9.289/96). Condenação do recorrente ao pagamento<br />

de honorários advocatícios, fixados em dez por cento sobre o valor da condenação. Deferida a antecipação de tutela,<br />

implemente o INSS, imediatamente, o benefício deferido.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária<br />

do Espírito Santo conhecer e NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pelo INSS, nos termos da ementa que integra<br />

<strong>es</strong>te julgado.<br />

59 - 2009.50.51.000345-9/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: LUCIANA CAMPOS<br />

MALAFAIA COSTA.) x ANTONIO GOULARTE DE ALMEIDA (ADVOGADO: ARMANDO VEIGA.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. FALECIDA LAVRADORA. INCAPACIDADE PARA O TRABALHO NA ÉPOCA<br />

DO ÓBITO. DIREITO A BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE. QUALIDADE DE SEGURADO ESPECIAL MANTIDA.<br />

RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO.<br />

1. Recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença que julgou procedente pedido de pensão em razão do<br />

óbito de segurada <strong>es</strong>pecial, <strong>tr</strong>abalhadora rural. Alega o recorrente inexistência de início de prova material sobre a qualidade<br />

de segurada <strong>es</strong>pecial da falecida, razão pela qual pleiteia a reforma da decisão. Con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong> às fls. 89/92.<br />

2. A falecida havia requerido auxílio-doença junto ao INSS, conforme documento de fls. 29/31, que lhe foi negado por falta<br />

de comprovação da qualidade de segurada. No entanto, o requerimento adminis<strong>tr</strong>ativo foi indeferido indevidamente, uma<br />

vez que a segurada somente se afastou de suas atividad<strong>es</strong> rurais em razão da doença que a acometia.<br />

3. Não perde a qualidade de segurado aquele que deixa de con<strong>tr</strong>ibuir em razão de <strong>es</strong>tar incapacitado para o <strong>tr</strong>abalho,<br />

porque a incapacidade é contingência com cobertura previdenciária. Se tinha direito a cobertura no período, não pode<br />

perder a qualidade de segurado enquanto <strong>es</strong>tiver incapacitado para o <strong>tr</strong>abalho. Jurisprudência pacificada pela 3ª Seção do<br />

E. STJ. N<strong>es</strong>se sentido: REsp 543629 / SP, Sexta Turma, DJ 24/05/2004 p. 353; REsp 210862 / SP, Quinta Turma, DJ 18 /<br />

10 / 1999, p. 266; TRF 1ª Região, AC 200138030011342, Primeira Turma, DJF1: 01 / 07 / 2008, p. 38, TRF 1ª Região, AC<br />

815136, Sétima Turma, DJU: 01 / 10 / 2003, p. 314; TRF 3ª Região, AC 872591, Nona Turma, DJU: 18 / 09 / 2003, p. 403.<br />

4. Há, nos autos, início de prova material acerca da qualidade de segurada <strong>es</strong>pecial da falecida (certidão de óbito, inscrição<br />

como segurada <strong>es</strong>pecial, <strong>es</strong>critura de compra e venda de imóvel rural), que foi corroborada pela prova oral colhida em<br />

audiência (fl. 76). Depoimentos consistent<strong>es</strong> e convincent<strong>es</strong> pr<strong>es</strong>tados tanto pelo autor como pelas t<strong>es</strong>temunhas. Estas,<br />

aliás, foram unânim<strong>es</strong> no sentido de que a falecida <strong>tr</strong>abalhava na roça e teve muitos problemas de saúde, como pr<strong>es</strong>são

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!