17.04.2013 Views

boletim tr/es 2010.241 - Justiça Federal

boletim tr/es 2010.241 - Justiça Federal

boletim tr/es 2010.241 - Justiça Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

agent<strong>es</strong> nocivos, inclusive o ruído, é o PPP, não sendo mais nec<strong>es</strong>sário apr<strong>es</strong>entar o laudo técnico.<br />

3. No mais, a própria Adminis<strong>tr</strong>ação Pública, consubstanciada na autarquia previdenciária, por intermédio de seus atos<br />

normativos internos (Ins<strong>tr</strong>ução Normativa nº 84/02), prevê a d<strong>es</strong>nec<strong>es</strong>sidade de apr<strong>es</strong>entação do laudo técnico, para<br />

comprovação da exposição a quaisquer agent<strong>es</strong> agr<strong>es</strong>sivos, inclusive o ruído, d<strong>es</strong>de que seja apr<strong>es</strong>entado o PPP, por<br />

considerar que o documento sob exame é emitido com base no próprio laudo técnico, cuja realização continua sendo<br />

obrigatória, devendo <strong>es</strong>te último ser apr<strong>es</strong>entado tão-somente em caso de dúvidas a r<strong>es</strong>peito do conteúdo do PPP.<br />

4. No PPP, a empr<strong>es</strong>a expõe os fator<strong>es</strong> de risco apurados nos PPRA, PCMSO, PGR e LTCAT, sendo r<strong>es</strong>ponsável pelas<br />

informaçõ<strong>es</strong> pr<strong>es</strong>tadas no PPP emitido. Tais aferiçõ<strong>es</strong> permanecem em poder da empr<strong>es</strong>a podendo ser consultadas pelos<br />

peritos do INSS, nos termos da legislação previdenciária. Diante disso, não há que se falar em falta de contemporaneidade<br />

dos documentos apr<strong>es</strong>entados pela parte autora.<br />

5. Ademais, não existe qualquer disposição legal quanto à nec<strong>es</strong>sidade de que tais laudos sejam contemporâneos aos<br />

períodos informados nos formulários de informação. Na verdade, os laudos técnicos obrigatoriamente devem re<strong>tr</strong>atar as<br />

condiçõ<strong>es</strong> em que o segurado exerceu a sua atividade laboral. A atualidade do laudo técnico r<strong>es</strong>ta atendida enquanto a<br />

ambiente não houver sofrido alteração para melhor ou para pior em relação aos riscos existent<strong>es</strong> para o <strong>tr</strong>abalhador.<br />

6. É o que nos ensina Maria Helena Carreira Alvim, nos seguint<strong>es</strong> termos: “Não é exigível que o laudo técnico seja<br />

contemporâneo com o período <strong>tr</strong>abalhado pelo segurado, d<strong>es</strong>de que os levantamentos das atividad<strong>es</strong> <strong>es</strong>peciais sejam<br />

realizados por engenheiros de segurança do <strong>tr</strong>abalho devidamente habilitados, que coletem dados das obras da empr<strong>es</strong>a,<br />

nos equipamentos utilizados e <strong>es</strong>pecificados e nas folhas de regis<strong>tr</strong>o do segurado” (in Aposentadoria <strong>es</strong>pecial – Regime<br />

Geral de Previdência Social, Maria Helena Carreira Alvim Ribeiro, páginas 289/290).<br />

7. No mais, a argumentação do réu de que os laudos técnicos apr<strong>es</strong>entados não contêm elementos que definam o caráter<br />

habitual e permanente da exposição do autor ao agente nocivo em tela também não merece prosperar. O requisito legal de<br />

que a exposição ao agente agr<strong>es</strong>sivo seja durante toda a jornada de <strong>tr</strong>abalho, já foi analisada pelo Eg. Superior Tribunal de<br />

<strong>Justiça</strong>, que aclarou o entendimento de que a exposição a agente insalubre de forma permanente, não ocasional nem<br />

intermitente, in<strong>tr</strong>oduzida pela Lei nº 9.032/95, na verdade, seria: “O tempo de <strong>tr</strong>abalho permanente a que se refere o<br />

parágrafo 3º do artigo 57 da Lei nº 8.213/91 é aquele continuado, não o eventual ou intermitente, não implicando, por óbvio,<br />

obrigatoriamente, que o <strong>tr</strong>abalho, na sua jornada, seja ininterrupto sob o risco.” (STJ. RESP. 200400659030. 6T. Rel. Min.<br />

HAMILTON CARVALHIDO. DJ. 21/11/2005. Pag. 318.)<br />

8. Com relação ao argumento de que a profissão de vigia não é considerada atividade <strong>es</strong>pecial, insta mencionar que, de<br />

fato, o Decreto 53831/64 não prevê a categoria funcional de vigilante. Contudo, m<strong>es</strong>mo não <strong>es</strong>tando inscrita a atividade de<br />

vigia em Regulamento, como <strong>es</strong>pecial, <strong>es</strong>ta pode ser assim enquadrada no item 2.5.7 do Anexo do Decreto 53.831/64, por<br />

ser uma atividade perigosa. No mais, a jurisprudência p<strong>es</strong>quisada no Eg. STJ é dominante, no âmbito das 5ª e 6ª Turmas,<br />

sobre o enquadramento da atividade de vigilante como <strong>es</strong>pecial. (RESP 395988/RS e RESP 441469/RS, Rel. Min.<br />

HAMILTON CARVALHIDO 6ª TURMA Julgamentos 18/11/2003 e 11/02/03; RESP 413614/SC Rel. Min. GILSON DIPP 5ª<br />

TURMA Julgamento 13/08/2002; DECISÃO MONOCRÁTICA NO RESP 603261 Relator Min. FELIX FISCHER, da 5ª<br />

TURMA, 21/05/2004)<br />

9. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.<br />

10. Custas ex lege. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre o valor<br />

da condenação.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante nos autos, e que<br />

passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

87 - 2006.50.51.002100-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: LILIAN BERTOLANI DO<br />

ESPÍRITO SANTO.) x CARLOS ROBERTO VIEIRA (ADVOGADO: MARTHA HELENA GALVANI CARVALHO.).<br />

EMENTA<br />

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO – TEMPO DE ATIVIDADE ESPECIAL –<br />

CONVERSÃO PARA TEMPO COMUM – EXPOSIÇÃO A AGENTES NOCIVOS DE MANEIRA HABITUAL E PERMANENTE<br />

– USO DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – INEXISTÊNCIA DE LAUDO TÉCNICO CONTEMPORÂNEO –<br />

IRRELEVANTE – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.<br />

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença de fls.81/87 que julgou procedente o pedido,<br />

condenando a autarquia a conceder aposentadoria por tempo de con<strong>tr</strong>ibuição à parte autora. O recorrente alega, em<br />

sínt<strong>es</strong>e, que o autor apr<strong>es</strong>entou documentos extemporâneos. Aduz, ainda, que a utilização de EPI’s (equipamento de<br />

proteção individual) reduz o ruído, o que consequentemente d<strong>es</strong>caracteriza a sua atividade como <strong>es</strong>pecial.<br />

2. Com efeito, a partir de 01 de janeiro de 2004, o DIRBEN 8030 e o laudo técnico de condiçõ<strong>es</strong> ambientais do <strong>tr</strong>abalho –<br />

LTCAT – foram substituídos pelo PPP (Perfil Profissiográfico Previdenciário), unificando as informaçõ<strong>es</strong> e simplificando a<br />

prova das condiçõ<strong>es</strong> ambientais. De forma que, a partir de 2004, o documento hábil para comprovar a exposição aos<br />

agent<strong>es</strong> nocivos, inclusive o ruído, é o PPP, não sendo mais nec<strong>es</strong>sário apr<strong>es</strong>entar o laudo técnico.<br />

3. No PPP, a empr<strong>es</strong>a expõe os fator<strong>es</strong> de risco apurados nos PPRA, PCMSO, PGR e LTCAT, sendo r<strong>es</strong>ponsável pelas<br />

informaçõ<strong>es</strong> pr<strong>es</strong>tadas no PPP emitido. Tais aferiçõ<strong>es</strong> permanecem em poder da empr<strong>es</strong>a podendo ser consultadas pelos<br />

peritos do INSS, nos termos da legislação previdenciária. Diante disso, não há que se falar em falta de contemporaneidade<br />

dos documentos apr<strong>es</strong>entados pela parte autora.<br />

4. Ademais, não existe qualquer disposição legal quanto à nec<strong>es</strong>sidade de que tais laudos sejam contemporâneos aos<br />

períodos informados nos formulários de informação. Na verdade, os laudos técnicos obrigatoriamente devem re<strong>tr</strong>atar as

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!