boletim tr/es 2010.241 - Justiça Federal
boletim tr/es 2010.241 - Justiça Federal
boletim tr/es 2010.241 - Justiça Federal
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
o autor, m<strong>es</strong>mo com visão monocular, pode exercer ou<strong>tr</strong>as atividad<strong>es</strong> e que a <strong>es</strong>pondilodiscoar<strong>tr</strong>ose não provoca a<br />
incapacidade do autor. Sustenta, diante disso, que a parte autora não faz jus ao benefício de aposentadoria por invalidez.<br />
Por seu turno, a parte autora, em suas razõ<strong>es</strong> recursais, alega que existem diversas provas pr<strong>es</strong>ent<strong>es</strong> nos autos que<br />
demons<strong>tr</strong>am a manutenção da sua incapacidade d<strong>es</strong>de a data da c<strong>es</strong>sação do auxílio-doença. Sustenta que a DIB deveria<br />
ter sido fixada na data da c<strong>es</strong>sação do auxílio-doença, por se <strong>tr</strong>atar das m<strong>es</strong>mas doenças que motivaram a conc<strong>es</strong>são do<br />
benefício. Em segundo plano, pugna pela alteração da DIB para a data da juntada do primeiro laudo médico.<br />
Para o recebimento da aposentadoria por invalidez, mister se faz que o demandante atenda aos requisitos legais ditados<br />
pelo art. 42 da Lei nº 8.213/90, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado, atender a carência de 12 con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong><br />
mensais e ter constatado a incapacidade total e permanente para o exercício de atividade profissional que lhe garanta a<br />
subsistência com insuscetibilidade de reabilitação.<br />
Não obstante o perito médico judicial ter at<strong>es</strong>tado suscetibilidade de readaptação/reabilitação da parte autora, a legislação<br />
proc<strong>es</strong>sual permite ao juiz formular seu convencimento com ou<strong>tr</strong>os elementos ou fatos provados, não <strong>es</strong>tando ads<strong>tr</strong>ito tão<br />
somente à conclusão obtida pelo perito. Diante de tal perspectiva, em que p<strong>es</strong>e ter a perícia médica concluído pela<br />
incapacidade parcial e definitiva, ao se cotejar o histórico clínico da parte autora, bem como os fator<strong>es</strong> de cunho p<strong>es</strong>soal,<br />
como sua idade avançada (54 anos) e o exercício de atividad<strong>es</strong> que exigem grande <strong>es</strong>forço físico por toda a sua vida, já<br />
que sua atividade habitual é de pedreiro, r<strong>es</strong>ta comprovada a inviabilidade de reabilitação ou readaptação profissional da<br />
parte autora. A deficiência que o acomete, somado ao fato de já contar com mais de 50 anos de idade e nec<strong>es</strong>sitar de<br />
<strong>tr</strong>atamento médico certamente impedirão a recolocação do autor no mercado de <strong>tr</strong>abalho.<br />
Superada a qu<strong>es</strong>tão da incapacidade, cabe agora analisar a fixação da DIB. Como o perito judicial não soube precisar a<br />
data do início da incapacidade e, em casos assim, vêm decidindo reiteradamente nossos <strong>tr</strong>ibunais pela fixação da DIB na<br />
data da juntada do laudo médico pericial, concluo, portanto, que a data de início do auxílio-doença deve ser fixada em 17 de<br />
outubro de 2008, data da juntada do segundo laudo médico, até o dia imediatamente anterior à prolação da sentença.<br />
Como o juiz a quo decidiu pela conc<strong>es</strong>são de aposentadoria por invalidez, entendimento também perfilado por <strong>es</strong>ta Turma,<br />
diferentemente do que o perito havia concluído, o auxílio-doença deve ser convertido em aposentadoria por invalidez na<br />
data da prolação da sentença (31/03/2009 – fl.179), ante o caráter constitutivo da decisão.<br />
Diante de tais argumentos, fica comprovado que a parte autora faz jus ao benefício de auxílio-doença d<strong>es</strong>de a data da<br />
juntada do segundo laudo médico aos autos e a conversão em aposentadoria por invalidez, na data da prolação da<br />
sentença, ante o seu caráter constitutivo.<br />
Sentença parcialmente reformada.<br />
Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, vez que a autora é beneficiária da assistência judiciária<br />
gratuita.<br />
A C Ó R D Ã O<br />
Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />
Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO INTERPOSTO PELA<br />
PARTE AUTORA E DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO INTERPOSTO PELO INSS, na forma da ementa<br />
constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />
79 - 2008.50.50.003497-2/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO<br />
DA SILVA.) x GLORINHA DE OLIVEIRA CARDOSO (ADVOGADO: IZAEL DE MELLO REZENDE, SARITA DO<br />
NASCIMENTO FREITAS, MARIANA PIMENTEL MIRANDA DOS SANTOS, ANA MERCEDES MILANEZ.).<br />
E M E N T A<br />
PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – LAUDO MÉDICO PERICIAL DESFAVORÁVEL – AUSÊNCIA DE<br />
INCAPACIDADE LABORAL – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.<br />
A parte autora foi submetida à perícia médica (fls.64/69), na qual foi constatado que a m<strong>es</strong>ma possui proc<strong>es</strong>so degenerativo<br />
de joelho, mas que tal doença não a incapacita para exercer sua atividade habitual, qual seja, a de costureira (qu<strong>es</strong>ito 06 –<br />
fl.66). O expert afirmou, ainda, que a autora <strong>tr</strong>abalha sentada e não faz <strong>es</strong>forços sobre os joelhos, podendo, a qualquer<br />
momento, interromper sua atividade caso nec<strong>es</strong>site d<strong>es</strong>cansar (qu<strong>es</strong>ito 03 – fl.68).<br />
Quando é feita uma ponderação en<strong>tr</strong>e as provas, revela-se um p<strong>es</strong>o maior para os laudos produzidos em juízo. No caso em<br />
qu<strong>es</strong>tão, só há demons<strong>tr</strong>ação de existência da incapacidade em laudos particular<strong>es</strong>, e, de acordo, o Enunciado 08 da<br />
Turma Recursal do Espírito Santo: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido<br />
pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a r<strong>es</strong>peito da plena capacidade laborativa, há de<br />
prevalecer sobre o particular”.<br />
Assim sendo, não lhe é devido o benefício de auxílio-doença, por não <strong>es</strong>tarem preenchidos os requisitos nec<strong>es</strong>sários à sua<br />
conc<strong>es</strong>são.<br />
Recurso conhecido e provido. Antecipação dos efeitos da tutela revogada.<br />
Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios.<br />
A C Ó R D Ã O<br />
Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />
Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, DAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma do voto e ementa<br />
constante dos autos, que passam a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />
80 - 2008.50.50.005914-2/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA