O jornalismo em O tempo eo vento
O jornalismo em O tempo eo vento
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O segundo capítulo do estudo começa por caracterizar o <strong>jornalismo</strong> vigente no Rio<br />
Grande do Sul no período delimitado dentro da narrativa. No campo da divulgação das idéias,<br />
a época e a região sulina exploradas pelo escritor foram marcadas pela supr<strong>em</strong>acia da<br />
imprensa política e partidária, <strong>em</strong>bora mudanças estruturais no foco jornalístico já estivess<strong>em</strong><br />
<strong>em</strong> curso. Uma explanação sobre o referido t<strong>em</strong>a mostra-se válido para situar a práxis<br />
jornalística no contexto histórico e reafirmar a condição do <strong>jornalismo</strong> como uma prática<br />
social componente do processo de formação da opinião pública, derivando daí, portanto, o<br />
interesse de destrinchá-lo no romance.<br />
Num segundo momento o estudo vai se ater ao histórico dos dois jornais mais<br />
representativos da imprensa gaúcha no período. Um deles é o jornal A Federação, fundado<br />
pelo Partido Republicano Rio-Grandense (PRR) <strong>em</strong> Porto Alegre, <strong>em</strong> 1884, e que se<br />
transforma num importante panfleto doutrinário das causas republicanas durante mais de 40<br />
anos. O outro é o Correio do Povo, jornal fundado por Caldas Júnior <strong>em</strong> 1895 e que implanta<br />
um novo regime jornalístico no Estado, baseado no fortalecimento da organização<br />
<strong>em</strong>presarial, dentro de um novo conceito de capital, <strong>em</strong> detrimento do processo artesanal até<br />
então vigente.<br />
A compreensão sobre o funcionamento e a importância destes dois jornais na<br />
sociedade gaúcha serve também para introduzir o fechamento do segundo capítulo, reservado<br />
ao fictício A Voz da Serra. Uma invenção do autor, o periódico dirigido por Amintas<br />
Camacho <strong>em</strong> Santa Fé surge como uma síntese do <strong>jornalismo</strong> da época e t<strong>em</strong> diferentes<br />
funções ao longo de sua representação. Além de servir à causa política republicana, o jornal se<br />
apropria da narrativa indireta para apresentar notícias sobre as novidades do Estado, do País e<br />
do mundo, b<strong>em</strong> como os acontecimentos menos relevantes da sociedade local. O A Voz da<br />
Serra também t<strong>em</strong> o papel de combater as idéias do personag<strong>em</strong>-jornalista Rodrigo Cambará<br />
e simboliza uma imprensa <strong>em</strong> crise de identidade que ainda sofre a influência político-<br />
partidária.<br />
No terceiro e último capítulo da pesquisa a abordag<strong>em</strong> é direcionada, inicialmente,<br />
ao conteúdo das informações que são retiradas dos jornais para ser<strong>em</strong> introduzidas na ficção.<br />
Será analisada neste momento a influência da versão jornalística de fatos históricos na<br />
estrutura do romance e como, a partir da reprodução de algumas destas “notícias”, o autor<br />
descreve a sociedade gaúcha e conduz os destinos da trama. Busca-se ainda cruzar as<br />
informações dos jornais reais e fictícios de O T<strong>em</strong>po e o Vento com a ação dos personagens<br />
para encontrar respostas acerca das intenções estilísticas do autor, podendo a pesquisa chegar<br />
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