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A debilidade mental como solução estabilizadora de uma psicose

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Segundo Ajuriaguerra (1983) a psiquiatria infantil se constituiu em torno da<br />

<strong>de</strong>ficiência <strong>mental</strong>, que nos seus primórdios, representava praticamente seu único objeto <strong>de</strong><br />

estudo. De acordo com esta autora, as diversas entida<strong>de</strong>s nosográficas atuais são provenientes,<br />

em sua maioria, do quadro <strong>de</strong> idiotia em que Pinel “confundia” retardo, <strong>de</strong>ficiência intelectual<br />

e estado <strong>de</strong> estupor.<br />

Atualmente a classificação da <strong><strong>de</strong>bilida<strong>de</strong></strong> <strong>mental</strong> está completamente calcada nos<br />

coeficientes <strong>de</strong> inteligência, apresentando-se da seguinte forma: Retardo Mental Leve,<br />

também <strong>de</strong>nominado Oligofrenia Leve ou Debilida<strong>de</strong> Mental. Os indivíduos incluídos nessa<br />

categoria apresentam um QI na faixa <strong>de</strong> 50 a 69, sendo que a ida<strong>de</strong> <strong>mental</strong> do adulto<br />

correspon<strong>de</strong> a <strong>de</strong> <strong>uma</strong> criança <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 9 a 12 anos. O maior número <strong>de</strong> pessoas com<br />

retardo <strong>mental</strong> está incluído nesse grupo, compreen<strong>de</strong>ndo cerca <strong>de</strong> 85% <strong>de</strong> todos os casos <strong>de</strong><br />

indivíduos com retardo <strong>mental</strong> (Dalgalarrondo, 2000).<br />

4 A <strong><strong>de</strong>bilida<strong>de</strong></strong> <strong>mental</strong> na psicanálise<br />

Freud, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> muito cedo, em sua obra, trata da questão da inibição intelectual,<br />

articulando o problema da aprendizagem às dificulda<strong>de</strong>s do sujeito em lidar com a curiosida<strong>de</strong><br />

sexual, ligada principalmente à questão sobre a origem das crianças. Essa interrogação remete<br />

ao problema <strong>de</strong> saber que lugar o sujeito ocupa no <strong>de</strong>sejo do Outro, à equivalência, em Freud,<br />

entre o querer saber e o <strong>de</strong>sejo. Em seu texto “Três ensaios sobre a sexualida<strong>de</strong>”, <strong>de</strong> 1905,<br />

Freud constrói a hipótese da “pulsão epistemofílica” consi<strong>de</strong>rando <strong>como</strong> a ativida<strong>de</strong><br />

intelectual está estreitamente ligada à ativida<strong>de</strong> sexual:<br />

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