17.04.2013 Views

A debilidade mental como solução estabilizadora de uma psicose

A debilidade mental como solução estabilizadora de uma psicose

A debilidade mental como solução estabilizadora de uma psicose

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

DM DM<br />

x a<br />

(metáfora paterna) (seminário XI)<br />

Assim, obscurecido por <strong>uma</strong> i<strong>de</strong>ntificação a um significante que suporta o <strong>de</strong>sejo<br />

materno, o sujeito não está habilitado a questionar o sentido <strong>de</strong>ssa i<strong>de</strong>ntificação. Essa posição<br />

ocupada pelo débil se apresenta na sua própria produção discursiva. Para falar <strong>de</strong> si mesmo,<br />

retoma os enunciados dos outros, refaz seus ditos para anular a dimensão metafórica para que<br />

nada da or<strong>de</strong>m da enunciação apareça. A esse respeito, é notável <strong>como</strong> Raquel é capaz <strong>de</strong><br />

“recitar” versículos bíblicos para falar <strong>de</strong> si, ou ainda, adágios populares para explicar<br />

comportamentos e até sentimentos. Essa paciente, na incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suportar aquilo que não<br />

está prescrito nas normas sociais, aquilo que escapa ao enunciado, faz as vezes do<br />

interlocutor: diante do silêncio da analista, ela dá conselhos ou conforta a si mesma...<br />

Pierre Bruno salienta que ao nível dos fenômenos clínicos, o débil produz a impressão<br />

<strong>de</strong> não po<strong>de</strong>r se separar dos significantes do Outro, <strong>como</strong> se o sujeito se fundasse no Outro do<br />

significante, se interditando <strong>de</strong> interrogar o <strong>de</strong>sejo do Outro. Ele se auto-interdita <strong>de</strong> saber<br />

para não saber sobre a verda<strong>de</strong> da castração.<br />

41<br />

a tendência do débil é <strong>de</strong> se i<strong>de</strong>ntificar<br />

<strong>de</strong>liberadamente, por <strong>uma</strong> sorte <strong>de</strong> escolha <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, a um<br />

significante que doravante irá respon<strong>de</strong>r a tudo (equivalente a<br />

um nome próprio) e lhe servirá para colocar caduca lalangue<br />

<strong>como</strong> recurso <strong>de</strong> equívoco...(pag. 43).<br />

Essa i<strong>de</strong>ntificação maciça a um significante Raquel a revela, se apegando ao<br />

diagnóstico <strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão fornecido por um psiquiatra. Ao se apresentar, ela cost<strong>uma</strong> dizer

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!