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A debilidade mental como solução estabilizadora de uma psicose

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De acordo com Angela Vorcaro (1999), no seminário XI a:<br />

60<br />

Holófrase é, enfim, o nome que Lacan dá à ausência<br />

da dimensão metafórica. A solidificação do primeiro par <strong>de</strong><br />

significantes impe<strong>de</strong> que um significante possa vir no lugar <strong>de</strong><br />

outro, já que eles ocupam o mesmo lugar. O primeiro casal é<br />

aquele que <strong>de</strong>termina a divisão e é também aquele do<br />

momento da alienação (em que, se o sujeito aparece <strong>como</strong><br />

sentido, ele se manifesta <strong>como</strong> <strong>de</strong>saparição). O primeiro<br />

significante, aquele do traço unário, (S1) representa o sujeito<br />

ao ser introduzido no campo do Outro, por um outro<br />

significante (S2), Vorstellungsrepräesentanz, sob o qual o<br />

sujeito é representado e <strong>de</strong>saparece na afânise, significante<br />

que faz entrar em jogo o sujeito <strong>como</strong> falta ”(p. 33).<br />

Depois do seminário XI o termo holófrase não aparece mais na obra <strong>de</strong> Lacan. Ele<br />

passa a ser <strong>de</strong>signado, segundo Eric Laurent (1989) <strong>como</strong> o Um, o S1 somente, não ligado a<br />

outro significante, ao S2. A partir da teoria dos discursos o “efeito <strong>de</strong> holófrase” passa a ser<br />

<strong>de</strong>signado <strong>como</strong> efeito <strong>de</strong> um S1 soberano, que recebe a qualificação <strong>de</strong> significante mestre.<br />

Na <strong><strong>de</strong>bilida<strong>de</strong></strong> o significante mestre encontra-se vinculado à or<strong>de</strong>m simbólica, mas ocorre um<br />

fracasso do débil em fazer valer a lei da linguagem sobre a consistência imaginaria do seu S1.<br />

Segundo Lacan (1972) o Um do débil é um significante do qual nada se <strong>de</strong>duz, sua essência<br />

encontra-se incorporada à i<strong>de</strong>ntificação imaginária do sujeito a <strong>uma</strong> forma i<strong>de</strong>al e em<br />

conformida<strong>de</strong> com o <strong>de</strong>sejo da mãe. É um significante que apresenta sempre o mesmo<br />

sentido, não sendo possível apreen<strong>de</strong>r a dimensão do equívoco. A consistência imaginária do<br />

Um do débil se apresenta em sua tentativa <strong>de</strong> fazer existir a relação sexual. Fixando a<br />

consistência do corpo, o débil se propõe <strong>como</strong> objeto que possa preencher a falta materna e<br />

ele o faz, pela via imaginário do corpo, por meio do reflexo do corpo uno.

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