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A debilidade mental como solução estabilizadora de uma psicose

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<strong>de</strong> <strong>uma</strong> série <strong>de</strong> casos, ainda que, em cada um, o sujeito não ocupe o mesmo lugar”<br />

(1964/1985, p.225).<br />

Consi<strong>de</strong>rando o princípio saussureano, <strong>de</strong>finidor do significante, segundo o qual um<br />

significante não po<strong>de</strong> <strong>de</strong>signar-se a si mesmo, a referência do par <strong>de</strong> significantes primordiais<br />

torna-se um recurso para apresentar a <strong>de</strong>terminação da linguagem no processo <strong>de</strong> estruturação<br />

do sujeito pelo significante. A condição para que um significante S1 possa se representar é a<br />

ligação com um segundo significante S2, remontando à função <strong>de</strong> remissão <strong>de</strong> um significante<br />

ao outro. Essa função binária da função significante correspon<strong>de</strong> à divisão do sujeito: o sujeito<br />

não po<strong>de</strong> representar sua <strong>de</strong>manda com um único significante, que lhe seja absolutamente<br />

inerente; e ao buscar no Outro, no código da língua, um S2 para inscrever seu S1, <strong>uma</strong> parte<br />

<strong>de</strong> si mesmo, por esse movimento permanece alienada.<br />

Se o primeiro par <strong>de</strong> significantes é o que <strong>de</strong>termina a divisão do sujeito e este<br />

encontra-se holofraseado, então a relação do sujeito <strong>como</strong> significação, isto é, sua afânise,<br />

encontra-se modificada. O sujeito não aparece mais <strong>como</strong> falta, mas <strong>como</strong> monólito cuja<br />

significação iguala-se à mensagem enunciada. Enquanto a solidificação do par primitivo <strong>de</strong><br />

significantes se refere à alienação, a ausência <strong>de</strong> intervalo entre S1 e S2, concerne à<br />

separação. A separação é articulada no intervalo entre os dois termos do par significante. É o<br />

intervalo on<strong>de</strong> o <strong>de</strong>sejo do Outro seria interrogável, condição para a constituição do <strong>de</strong>sejo do<br />

sujeito, situado nessa articulação <strong>como</strong> falha, intervalo, falta no Outro. O <strong>de</strong>sejo se articula do<br />

recobrimento <strong>de</strong> duas faltas: a falta pela qual o sujeito respon<strong>de</strong> à falta no Outro com sua<br />

própria falta, engendrada na alienação ao Outro, e a falta do Outro, que introduz a questão do<br />

<strong>de</strong>sejo para o sujeito. Assim, a ausência <strong>de</strong> intervalo entre S1 e S2, significa que o <strong>de</strong>sejo do<br />

Outro, não aparecendo na falha on<strong>de</strong> seria interrogável, não <strong>de</strong>ixa ao sujeito nenh<strong>uma</strong> chance<br />

<strong>de</strong> interrogar o <strong>de</strong>sejo do Outro.<br />

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