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A debilidade mental como solução estabilizadora de uma psicose

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9 Consi<strong>de</strong>rações Finais<br />

O trabalho aqui <strong>de</strong>senvolvido objetivou esclarecer <strong>como</strong> a psicanálise retirou a noção<br />

<strong>de</strong>ficitária da <strong><strong>de</strong>bilida<strong>de</strong></strong> <strong>mental</strong>, passando a tratá-la não <strong>como</strong> <strong>uma</strong> patologia da inteligência,<br />

senão <strong>como</strong> <strong>uma</strong> posição subjetiva que o sujeito ocupa em relação ao saber. Atentamos que<br />

<strong>uma</strong> das vantagens <strong>de</strong>sta pesquisa resi<strong>de</strong> exatamente na tentativa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sreificar a <strong><strong>de</strong>bilida<strong>de</strong></strong><br />

<strong>mental</strong>, elevando o indivíduo débil à condição <strong>de</strong> sujeito.<br />

Observamos, também, por meio <strong>de</strong>ste caso, <strong>como</strong> o problema da <strong><strong>de</strong>bilida<strong>de</strong></strong> se<br />

apresentou na clínica. Inicialmente <strong>como</strong> um sintoma a ser tratado, pois ele mesmo<br />

impossibilitava que se firmasse um diagnóstico, enevoando e embotando a estrutura e,<br />

posteriormente, após a construção do caso, com o próprio tratamento, a <strong>solução</strong> encontrada<br />

pelo sujeito para lidar com os efeitos da estrutura psicótica.<br />

Consi<strong>de</strong>ramos, no entanto, que este estudo nos convidou a promover alguns<br />

questionamentos sobre os testes <strong>de</strong> inteligência, ou <strong>de</strong> <strong>uma</strong> forma mais ampla, as avaliações -<br />

que se tornam cada vez mais frequentes em nosso cotidiano- e sua relação com a <strong><strong>de</strong>bilida<strong>de</strong></strong>.<br />

Faremos alguns apontamentos aqui, em título introdutório, para <strong>uma</strong> futura pesquisa.<br />

O tema da <strong><strong>de</strong>bilida<strong>de</strong></strong> <strong>mental</strong> evoca claramente a discussão que envolve os testes <strong>de</strong><br />

inteligência e é a partir <strong>de</strong> um posicionamento da psicanálise, que se nega a assentir com as<br />

avaliações generalizadas, que retomaremos o famoso livro <strong>de</strong> Stefen Gould “A falsa medida<br />

do homem” (1981). Nesse livro o autor faz <strong>uma</strong> crítica à ciência das medidas h<strong>uma</strong>nas, a<br />

saber: a craniometria no século XIX e os testes <strong>de</strong> inteligência no século XX, que tem <strong>como</strong><br />

base argumentativa o <strong>de</strong>terminismo biológico. Como vimos anteriormente, o déficit<br />

intelectual <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sempre esteve vinculado a <strong>uma</strong> origem orgânica. E esta por sua vez era<br />

<strong>de</strong>terminada, em sua maioria, por <strong>uma</strong> herança genética.<br />

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