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A debilidade mental como solução estabilizadora de uma psicose

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eferência em torno da qual o sujeito se localiza no discurso do Outro. Com a metáfora<br />

falamos <strong>de</strong> <strong>uma</strong> operação <strong>de</strong> linguagem. O sujeito inventa <strong>uma</strong> nova significação on<strong>de</strong> um uso<br />

comum instalava ante o significante eleito para operar a metáfora sobre o ser do sujeito.<br />

A tese <strong>de</strong> que a falta do Nome-do-Pai po<strong>de</strong> ser compensada, que po<strong>de</strong> encontrar um<br />

substituto que tenha <strong>uma</strong> função análoga, implicou, num segundo tempo da elaboração<br />

lacaniana, a relativização do Nome-do-Pai, e sua posterior pluralização. A pluralização do<br />

Nome-do-Pai<br />

68<br />

“pressupõe <strong>uma</strong> distinção entre a função e o termo que<br />

sustenta a função. A função do nome do pai é <strong>uma</strong> função <strong>de</strong><br />

basteamento do imaginário e do símbolo. Mas o termo que<br />

efetua esse basteamento e que funciona <strong>como</strong> <strong>uma</strong> variável da<br />

função po<strong>de</strong>, por sua vez, ser diverso.” (Soler, 2007, p. 205)<br />

Nesse segundo momento, quando Lacan não <strong>de</strong>fine mais o sintoma <strong>como</strong> <strong>uma</strong> função<br />

do significante, mas <strong>como</strong> <strong>uma</strong> função do gozo com a letra, Joyce e sua ativida<strong>de</strong> literária<br />

surgem <strong>como</strong> paradigma para o que Lacan <strong>de</strong>nominou sinthome.<br />

O sinthome seria <strong>uma</strong> <strong>solução</strong> que amarraria, por intermédio do nó borromeano, os<br />

três registros – Real, Simbólico e Imaginário –, <strong>de</strong>sconectados na <strong>psicose</strong>. O nó borromeano<br />

foi teorizado por Lacan para explicar a sustentação do sujeito na realida<strong>de</strong>, valendo-se dos três<br />

registros psíquicos. O nó borromeano possibilita que os registros se relacionem, sem haver, no<br />

entanto, primazia <strong>de</strong> nenhum registro. A primazia é do nó, atado pelo sinthome. (Lacan,<br />

1975).<br />

O conceito <strong>de</strong> nó indica que para todo sujeito haverá alg<strong>uma</strong> coisa que sustente a<br />

amarração dos três registros e aquele será construído quando o sujeito se <strong>de</strong>parar com a falta<br />

no Outro. Esse é o momento em que haverá para todos – in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da estrutura psíquica –

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