Cultura, Esporte e Lazer - Assembleia Legislativa do Estado de São ...
Cultura, Esporte e Lazer - Assembleia Legislativa do Estado de São ...
Cultura, Esporte e Lazer - Assembleia Legislativa do Estado de São ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
<strong>de</strong>bates - a socieda<strong>de</strong> se manifesta – <strong>Cultura</strong>, <strong>Esporte</strong> e <strong>Lazer</strong><br />
tenha condições <strong>de</strong> construir e reconstruir a sua história, a sua vida num cenário<br />
diferente.<br />
E falan<strong>do</strong> sobre auto-estima e até em homenagem à D.Silvia <strong>de</strong> Oxalá,<br />
que está aqui, lembrei-me <strong>de</strong> um mito. Gosto muito <strong>de</strong> contar os mitos africanos,<br />
porque trazem lições extremamente importantes <strong>de</strong> vida, para po<strong>de</strong>rmos enten<strong>de</strong>r o<br />
que somos. Há no mito Iorubá, uma figura chamada Adijalá, que no Brasil as<br />
pessoas conhecem como se fosse Oxalá. Mas não é. É Adijalá, o gran<strong>de</strong> oleiro<br />
celestial. Adijalá, diante <strong>do</strong> forno celestial vai temperan<strong>do</strong> as pessoas, para po<strong>de</strong>r<br />
tirar daquele forno. Aí Olodumari dá o sopro da vida a esta pessoa. Quan<strong>do</strong> ele<br />
fazia uma massa legal e colocava no forno, saia um ser guerreiro, bonito, forte e<br />
po<strong>de</strong>roso. Só que ficou bem cozi<strong>do</strong>. Era o cara que tinha axé para fazer as coisas.<br />
É a pessoa bonita e guerreira por excelência. A pessoa que está disposta a<br />
transformar o mun<strong>do</strong>, como fez Ogum. Mas às vezes, ele era meio distraí<strong>do</strong> e as<br />
pessoas saiam mal cozidas. Elas recebiam também o sopro da vida, mas eram<br />
mais clarinhas. Esta cultura é a etnocêntrica, como todas as outras culturas. Mas o<br />
genial é que ela concebia a possibilida<strong>de</strong> da diversida<strong>de</strong> humana e to<strong>do</strong>s eram<br />
respeita<strong>do</strong>s porque eram seres humanos. Des<strong>de</strong> os cozi<strong>do</strong>s até o maus cozi<strong>do</strong>s. O<br />
que era extremamente bom nisto é que esta cultura foi capaz <strong>de</strong> colocar as pessoas<br />
em condições <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> diante <strong>do</strong> pé <strong>do</strong> Orixá. Aos pés <strong>de</strong> Orixá to<strong>do</strong>s são<br />
iguais. Eles cantavam uma cantiga muito bonita que dizia assim:<br />
É entoa<strong>do</strong> o canto.<br />
***<br />
***<br />
O SR. JUAREZ TADEU - Esta cantiga quer dizer mais o menos o<br />
seguinte: Aquele que mol<strong>do</strong>u a minha cabeça, aquele que mol<strong>do</strong>u o meu nariz, os<br />
meus olhos e que plantou em mim o oráculo, que é o coração, é o Orixá que eu iria<br />
a<strong>do</strong>rar.<br />
Então diante <strong>de</strong>le nós to<strong>do</strong>s somos iguais. Este é o gran<strong>de</strong> lega<strong>do</strong> que<br />
a cultura africana tenta passar para a juventu<strong>de</strong> preta, branca, cor <strong>de</strong> abóbora, cor<br />
Pensan<strong>do</strong> <strong>São</strong> Paulo FÓRUM SÃO PAULO - SÉCULO 21<br />
117