Prevalência de resistência a antimicrobianos em isolados ...
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Ana Martins<br />
<strong>resistência</strong>. Estes resultados corroboram os valores percentuais <strong>de</strong>finidos <strong>em</strong> ambientes<br />
aquáticos (Servais and Passerat, 2009).<br />
Na análise dos perfis <strong>de</strong> suscetibilida<strong>de</strong> antimicrobiana observou-se a existência <strong>de</strong><br />
variabilida<strong>de</strong> fenotípica entre as estirpes <strong>de</strong> E. coli isoladas, fenómeno também<br />
observado nas estirpes <strong>de</strong> enterococos. De acordo com Okeke e colaboradores (2011),<br />
estes resultados po<strong>de</strong>m inferir quanto à proveniência das estirpes <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong><br />
contaminação distintas, b<strong>em</strong> como quanto à sua orig<strong>em</strong> e linhag<strong>em</strong> filogenética<br />
(Figueira et al., 2011).<br />
4.2.1. Perfil <strong>de</strong> suscetibilida<strong>de</strong> antimicrobiana das estirpes <strong>de</strong> E. coli<br />
A análise do perfil <strong>de</strong> suscetibilida<strong>de</strong> das estirpes <strong>de</strong> E. coli cont<strong>em</strong>plou 19 agentes<br />
<strong>antimicrobianos</strong> pertencentes a sete classes distintas <strong>de</strong>signadamente: beta-lactâmicos,<br />
aminoglicosí<strong>de</strong>os, quinolonas, tetraciclinas, nitrofuranos, fenicois e inibidores da via<br />
folato.<br />
No presente estudo constatou-se que 74,2% (46/62) e 45,2% (28/62) das estirpes<br />
manifestaram um fenómeno <strong>de</strong> <strong>resistência</strong> à ampicilina e ácido nalidixico,<br />
respetivamente. Estes valores percentuais aproximam-se dos resultados obtidos <strong>em</strong><br />
estudos <strong>de</strong> Florea <strong>em</strong> 2011 (80,0% <strong>de</strong> <strong>resistência</strong> à ampicilina e 40,0% <strong>de</strong> <strong>resistência</strong> ao<br />
ácido nalidixico). Relativamente à ampicilina o resultado obtido no presente estudo foi<br />
<strong>de</strong>scrito <strong>em</strong> outros estudos realizados <strong>em</strong> Portugal (Henriques et al., 2006). No entanto,<br />
<strong>em</strong> estudos <strong>de</strong> Servais e Passerat (2009) foi evi<strong>de</strong>nciada uma menor frequência <strong>de</strong><br />
<strong>resistência</strong> à classe das quinolonas (4% <strong>de</strong> <strong>resistência</strong> ao ácido nalidixico). As<br />
quinolonas foram introduzidas posteriormente aos beta-lactâmicos (Aminov and<br />
Mackie, 2007) e a sua utilização na aquacultura e produção pecuária como agente<br />
profilático foi banida <strong>em</strong> vários países industrializados (Martinez, 2009). Todavia,<br />
continuam a ser muito utilizadas <strong>em</strong> Portugal, quer pela população humana (o terceiro<br />
antimicrobiano mais prescrito), quer na clínica <strong>de</strong> animais <strong>de</strong> companhia e <strong>de</strong> produção<br />
(5644Kg no ano <strong>de</strong> 2010). De acordo com o European Surveillance of Antimicrobial<br />
Consumption (ESAC) as penicilinas e quinolonas representam 51% e 14% da utilização<br />
total <strong>de</strong> <strong>antimicrobianos</strong> <strong>em</strong> Portugal (ESAC, 2009).<br />
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