19.04.2013 Views

1 - Faculdade de Direito da UNL

1 - Faculdade de Direito da UNL

1 - Faculdade de Direito da UNL

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Aiten<strong>de</strong>ndo a que, pela ,4.~oridrçáo do seu Contracio, su-<br />

pra transcripta, he o Becorrido s6mente obrigado a <strong>de</strong>signar,<br />

e <strong>de</strong>ixar pessoa habil para o substituir durante a sua ausen-<br />

cia, e a que a Camara não allegou, nem provou inhabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

contra os substitutos nomeados:<br />

Atten<strong>de</strong>ndo a que os Contraetos <strong>de</strong>vem ser rigorosamente<br />

mantidos, e que nenhuma alteração he admissivel, sem a reci-<br />

proco consentunento <strong>da</strong>s partes, ndio sendo licito á Cemara <strong>de</strong><br />

moru proprio, e sem audienciit do 'Recorrido, fazer regula-<br />

mentos para a execução do Contracio, <strong>de</strong> que se-trata, e com<br />

o fim <strong>de</strong> exigir .obrigações que não for20 estipula<strong>da</strong>s:<br />

O Governo, conformando-se, etc., confirma o Accordão<br />

recorrido, e man<strong>da</strong> que a Camara Municipal o cumpra como<br />

nelle se contkm.<br />

(Decreto <strong>de</strong> 6 <strong>de</strong> Fevereiro <strong>de</strong> 1854-Drntao do Gmcm a.* 77, do 1 o<br />

<strong>de</strong> &r11 do mesmo anuo.)<br />

DOOTRINA QUE DIMANA DA RE$OLU~ÀO.<br />

-As Camaras Municipaes <strong>de</strong>vem cumprir leal e fielmetite os<br />

Contractos celebrados com as Facultativos <strong>de</strong> partido, náo po-<br />

<strong>de</strong>ndo exigir <strong>de</strong>stes senão o <strong>de</strong>sempenho <strong>da</strong>s obrigaçòes, que<br />

forào expressamente estipula<strong>da</strong>s nas elausulas dos mesmos Con-<br />

tractos.<br />

A esta especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> he,applicavel a doutrina <strong>de</strong> que os<br />

Cootractos <strong>de</strong>vem ser ngmosamentc mantidos, -não sendo ad-<br />

missivel a menor alteiaçào, sem o consentrmento reciproco <strong>da</strong>s<br />

partes wntractantes.<br />

OBSERV&@ES.<br />

-0 Recorrido Jmente era obrigado, na hppothese sujeita,<br />

a bzerse substituir por uma pessoa babil, que, durante a sua<br />

ausencia, po<strong>de</strong>sse preincher as suas vezes, e d6sempentiar as resaectivas<br />

ebrigações com o zBlo e activi<strong>da</strong><strong>de</strong> ~ndispensa\eis.-Ora<br />

;li, náo só <strong>de</strong>ixou um Facultativo para o sub&ituir, mas dois,<br />

um dos quaes-Medico, e o outro Cirurgião; e a Camara não<br />

allegou. e muito menos provou que os subititutos fossemiohabeis.-Por<br />

esta fbrma estavào cumpri<strong>da</strong>s, e perfeitamente, as<br />

~ondi@s do Contracto por parte do Recorrido; n.em a Camara<br />

podia, p:r effeito <strong>da</strong>s condições estipula<strong>da</strong>s, 1e.var mais alem as<br />

suas exigencias.-Logo, a condigüo ~rtraordinanamente im-<br />

posta pela Camara, <strong>de</strong> que os substitutos assigrrasssm termo <strong>de</strong><br />

obrigaçao do cumprimento dos <strong>de</strong>veres do substituido, sob responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ste,-esta nova condição, digo, foi externpoimea,<br />

foi um IUXO <strong>de</strong> fiscalisaqâo, foi uma <strong>de</strong>masia <strong>de</strong> iigor,<br />

foi um excesso <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, foi iirn abuso <strong>de</strong> facul<strong>da</strong><strong>de</strong>s, que não<br />

po<strong>de</strong>m ser justificados. pois que, como discretamente se observa<br />

no ultimo atfe~i<strong>de</strong>n<strong>da</strong> <strong>da</strong> Resotuçiio, os Contractos <strong>de</strong>vem ser<br />

rigorosamente mantidos,-ndo se pb<strong>de</strong> fazer nelles alteração<br />

alguma sem consentimento reciproco dos interessodos,-e em<br />

regra geral n'do po<strong>de</strong>m ser exigi<strong>da</strong>s obrigaçfies que nào forâo<br />

ssti'pula<strong>da</strong>s.<br />

JuI,Po, portanto, insustentavel a precaliçáo <strong>da</strong> Camara Recorrente,<br />

com referencia bs condiçbes que regulavão o Contracto<br />

na epoeha em que €&r& pedi<strong>da</strong> a licença; conksso, porém,<br />

que não me <strong>de</strong>sagra<strong>de</strong> essa precauç,io, em these, e como prm<br />

vi<strong>de</strong>neta para o futuro.-As Camaras po<strong>de</strong>m mii~tn hem, quando<br />

estabèleeem os partidos, ou ain<strong>da</strong> <strong>de</strong>pois, se assim o convencionarem<br />

com os Facultati\os providos, estipular a condição<br />

expressa <strong>de</strong> que os siibtitutos <strong>da</strong>quellcs assignem termo, pelo<br />

qual se obriguem a cumprir seiis <strong>de</strong>veres com a <strong>de</strong>vi<strong>da</strong> pontuali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

e exacçao, sob responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> dos substituidos.-Dest'arte<br />

a disposição olhará para diante, e ndo para o passado, como<br />

em ultima analyse vinha n succe<strong>de</strong>r no caso <strong>de</strong> que tratamos.<br />

-Diga-se a ver<strong>da</strong><strong>de</strong> com to<strong>da</strong> a singeleza. He <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a rasão<br />

que as Camaras Municipaes, assim carno to<strong>da</strong>s as corporaWs<br />

legaes, assim como to<strong>da</strong>s as Authori<strong>da</strong><strong>de</strong>s individuaes, e até os<br />

proprios Ministros e Secretarios <strong>de</strong> Estado, si@o iniariauelmente<br />

os bous priueipios, e jamais obe<strong>de</strong>;io a inspirag8es caprichosas,<br />

e procurem não abusar por modo algum <strong>da</strong> supenori<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, que a sua-mais eleva<strong>da</strong> posiçao Ihes dh, por<br />

hrqa <strong>da</strong> Lei, com referencia aos subalternos.<br />

Os empregados pubiicos não <strong>de</strong>ixão <strong>de</strong> ser ci<strong>da</strong>dãos, pelo<br />

facte <strong>de</strong> haverem consagrado as suas facul<strong>da</strong><strong>de</strong>s, tempo e presttmo<br />

ao serviço <strong>da</strong> Nação em geral, ou- <strong>da</strong>s eurporafles legaes.<br />

Vivem elles, wmo os <strong>de</strong>mais ci<strong>da</strong>dãos, h sombra <strong>da</strong> prokcFào<br />

<strong>da</strong>s Leis, e conservão o indisyutavel d~rerto b rcpelhr as exigenclas<br />

injustas, e <strong>de</strong> reclamar contra a prepotencia dos seus<br />

Super gores.<br />

Exija-se dos empregados o <strong>de</strong>sempenho cabal <strong>da</strong>s suas obriga@es;<br />

exercite-se, nestes limites, todo O rigor e severi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

que a mão e as Leis permitirem ou or<strong>de</strong>narem; mas, em com-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!