You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
' Mão po<strong>de</strong>m possurr-se priiativamente; resiste o <strong>Direito</strong> a<br />
to<strong>da</strong> a posse,-a qual por isso não p6<strong>de</strong> ser nzanu6enivel.<br />
Náo admiitem prescripç;o, -As Camarlts po<strong>de</strong>m e <strong>de</strong>iem<br />
oppor-se & siia usurpaMo ou <strong>da</strong>rnnrfrcaç>o,-e ain<strong>da</strong> qualquer<br />
pessoa do povo, ain<strong>da</strong> qiie não <strong>de</strong>molindo por authori<strong>da</strong><strong>de</strong> pro-<br />
pria as obras.<br />
Se aiguem mudou e Iariou o caminho publ~co, dnndo-p<br />
por terra sua sem incommodo do poco, e o povo o approiou,<br />
seriindo-se do novo por tempo diuturoo, fica tolaravel a mu-<br />
<strong>da</strong>~~?,.<br />
Veja em Lobâo, Not a Mel., 3 O, 46, as arithori<strong>da</strong><strong>de</strong>s com<br />
que aquelle Praxista abona estas doutrinas.<br />
-Vamos pôr diante dos olhos dos Leitores um resumo <strong>da</strong><br />
nnaljse que faz <strong>da</strong> Or<strong>de</strong>nacão Liv, I.", Tit. 66.", $ li." o Praxista<br />
Lobão:<br />
Depois <strong>de</strong> transcrever o citado $, diz elle que a pnmeira<br />
paite versa sobre possessbes, servidões, carntnhos e rocioç publico~,<br />
que andâo iallwudos, e por quanto a nulli<strong>da</strong><strong>de</strong> do tztulo<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma disputa ordinaria, quer a Lei que os l'ereadores<br />
<strong>de</strong>man<strong>de</strong>m os possuidores; mas, nos termos <strong>da</strong> Carta <strong>de</strong><br />
Lei <strong>de</strong> 85 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 1766, 5 3.", er8o incumbidos os.Pro-<br />
~edorcs <strong>da</strong>s Comarcas <strong>de</strong> fazerem restrtuir ao Concelho, sem<br />
strepito, nem figura <strong>de</strong> Juizo, essas possessões, servidões, etc,,<br />
quc achassem alhea<strong>da</strong>s.<br />
4 segun<strong>da</strong> parte do $ 6gura um possessorio sumrnarassimo,<br />
pelo qual osvereadores <strong>de</strong>vem restituir ao Concelho ai possessòes,<br />
servidões, raminhos, ou rocias publicos, que forem usurpados;<br />
iornando-se applicavel esta disposicào: 1." a quaesquer<br />
operações pra~~ca<strong>da</strong>s no tio publico ou ribariceira <strong>de</strong> que re<br />
suite prejuizo á navegação, ou ao uso publico; 2.", Bs usurpa-<br />
CBes dos montes ou baldios.<br />
Parece que esta facul<strong>da</strong><strong>de</strong> concedi<strong>da</strong> aos Vereadores <strong>de</strong>ve<br />
esten<strong>de</strong>r-se alem <strong>de</strong>-um anno: i:, porque este anno he ulil,<br />
e d corre <strong>de</strong>s<strong>de</strong> n dia <strong>da</strong> seieneia,-e ii ignoraneia presurnese<br />
nos Vereadores, parque não são os mesmos em tcdos os annos;-2<br />
O, porque aos Vereadores est5. coqfiado o i +nen econornico;<br />
e to<strong>da</strong> a pessoa-moral ou phjsica, a quem compete o<br />
beneficro <strong>de</strong> restituição, po<strong>de</strong> usar dos remedios possessorios<br />
ordinarios passado o aono: ora, <strong>de</strong>ste beneficio gosa o Concelho<br />
representado nos Vereadores;-J.", os logres publicos<br />
&O do uso co~~mum,-niio po<strong>de</strong>m estar em dominio particular,-<br />
nem <strong>da</strong>r-se nelles uma forma1 e privatila posse,- e -<br />
quando o <strong>Direito</strong> lhe resiste, ndo p6<strong>de</strong> nella <strong>da</strong>r-se manuten-<br />
@o.<br />
Mas a pa1awa'-LOGO -<strong>da</strong> Or<strong>de</strong>naçZo parece lintitar o<br />
praso níe' ao anno.. . -Não he assim, porque, presupposta a<br />
obrigayão dos Vereadores, e serido o seu procedimento nestc<br />
caso e$ oficio, <strong>de</strong>ve enten<strong>de</strong>r-se que a palavra - Logo - tem<br />
por Gm, não limitar prefiramente o praso do anno, mas sim<br />
estimular os Vereadores, para que apenas tenhdo conhecimento<br />
<strong>de</strong> quaesquer operaçaes pre~ndiciaes ao ptiblico, proce<strong>da</strong>0 iinmed~atamente,<br />
a 6m <strong>de</strong> que a sua connivencia não augmente<br />
o prejuizo publrco.<br />
Em quanto á ques&o <strong>de</strong> saber se a Or<strong>de</strong>na~ao, que parece<br />
excluir Appellafio e Aggravo, prohrhe tambem os embargos,<br />
-pUrece que niio se <strong>de</strong>vem consi<strong>de</strong>rar prohibidos, por isso<br />
que seria absurdo suppor que uma Lei náo admittisse a <strong>de</strong>feza<br />
<strong>de</strong> direito natural.<br />
Se a parte ernbarga, he appellavel, a Sentença final sobre os<br />
embargos; em quanto ao Aggravo,-se os Vereadores proce<strong>de</strong>m,<br />
ndo observando a fbrm <strong>da</strong> dita Or<strong>de</strong>nação, $11 ", commettern<br />
espolio; e p Ia praxe do Reino he competente o Aggrato<br />
<strong>de</strong> todo o Juiz; que proce<strong>de</strong> juris wdine ~ o semalo. a .