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1 - Faculdade de Direito da UNL

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Cena<strong>de</strong>rando que não fordo refuta<strong>da</strong>s as razaes offereci<strong>da</strong>s<br />

pela Camara:<br />

Consi<strong>de</strong>rando que o Accordáo do Conselho <strong>de</strong> Districto <strong>de</strong><br />

Castello Branco, em <strong>da</strong>ta <strong>de</strong> 7 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 2852, apenas sus-<br />

pen<strong>de</strong> o Alvara <strong>de</strong> Coutamento pelo tempo necessario para a<br />

<strong>de</strong>marcaçâo <strong>da</strong> cana<strong>da</strong>, que Be expressa condi~ão <strong>de</strong>lle:<br />

O Governo, conformando-se, etc., dh provimento no Re-<br />

curso, e <strong>de</strong>termina que se restabeieca o citado Accordão, fi-<br />

cando sem effeito o posterior do i.' <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 1853.<br />

(Decreto do 1.' <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 1854 -Danrao do G~oern:, n O 175, <strong>de</strong>28<br />

<strong>de</strong> julho do mesmo anno )<br />

Obtido AEUarú <strong>de</strong> Coutantento para certos e <strong>de</strong>terminadós<br />

terrenos, com a condiçao expressa e terminante <strong>de</strong> se <strong>de</strong>rxar<br />

nos mesmos terrenos uma Cana<strong>da</strong> sufficiente para passagem <strong>de</strong><br />

gados,-he fóra <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a duvi<strong>da</strong> que pú<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve ser suspenso<br />

o effeito <strong>da</strong>quelle diploma, em quaato não for cumpri<strong>da</strong> ;i clau-<br />

sula <strong>da</strong> <strong>de</strong>marcação e estabekcimento <strong>da</strong>-Cana<strong>da</strong>.<br />

- Codigo Adwinhtratiçoi<br />

Art." 284."-«As questões sobre titulos <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> oii<br />

<strong>de</strong> posse pertencem exclusiramente ris Justiças Ordi-<br />

arrias. >> - s<br />

OBSERVA~~ES.<br />

O Recorrido alcan~u em .i5 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> ZSri.9 Alrarii <strong>de</strong><br />

Coutamento, com a condiçáo expressa <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar nos terrenos<br />

contados uma Cana<strong>da</strong> sufficiente para os gados dos moradores<br />

<strong>da</strong> l<strong>da</strong>nha po<strong>de</strong>rem ir beber a to<strong>da</strong>s as horas do dln ;,o i to,<br />

sendo fixa<strong>da</strong> como fosse <strong>de</strong> razdo a largura e dircçy~o dri Cana<strong>da</strong>,<br />

para que sempre assim se conservasse.<br />

Decorrbrão tres annos, e o Recorrido não lili) ia ain<strong>da</strong> estabelecido<br />

a Cana<strong>da</strong>, que expressa e terminantemeate Fôra or<strong>de</strong>na<strong>da</strong><br />

no AIvarS, como condirão essencial e irnpreter~vel do<br />

Coutãmento. Foi então que a Camara Muniqal respectiva,<br />

como protectora riatural dos povos, <strong>de</strong>clarou ein 3 <strong>de</strong> Abnl <strong>de</strong><br />

i852 nao coutado o terreno em razao <strong>da</strong>quella falta. -4 :<strong>de</strong>l~-<br />

berarào dd Camara foi confirma<strong>da</strong> pelo Conselho <strong>de</strong> Disbricto<br />

em 7 <strong>de</strong> Julho do mesmo anno, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> se proce<strong>de</strong>r a uma<br />

rrstoria -em que tomiráo parie o Administrador do respectivo<br />

Coneellio, e competentes informadores-, e se reconhecer e \e<br />

rificar a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> absoluta <strong>da</strong> Cana<strong>da</strong>.-Mas, por Accordão<br />

do 1." <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 1833, o mesmo Conselho <strong>de</strong> Districto,<br />

que too curial e rasoavelrnente tinha an<strong>da</strong>do em 7 <strong>de</strong> Julho do<br />

anno antece<strong>de</strong>nte, resolveu que se observasse em to<strong>da</strong> a sua<br />

plenitu<strong>de</strong> o Altar& <strong>de</strong> Coiitamento, visto pro~ar-se que o interessado<br />

estete <strong>de</strong> posse pacifica do mesmo por mais <strong>de</strong> tres anlios,-e<br />

que, se a Carnara jtrlgtissr necessaria a Cana<strong>da</strong>, ou que<br />

niio tinhão sido satisfeitas to<strong>da</strong>s as condições do Ahará, recorresse<br />

ao Po<strong>de</strong>r Judicial.<br />

O Conselho <strong>de</strong> Districto produzio uma razão, que n8o parece<br />

propFiá <strong>de</strong> um Tribunal sisudo, e vem a ser: qiie em couformi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

com o Alv~rB, so no fim <strong>de</strong> cinco annos se podia julgar<br />

sem eFeito o Coutamento, pois que só eiitão po<strong>de</strong>ria constar,<br />

por meio <strong>de</strong> vistoria, se estatao ou não satiãfeitns as condiç~es<br />

Relle ... E ain<strong>da</strong>, af6ra esta pon<strong>de</strong>racaa do Conselho, ha a notar<br />

a circumstancia <strong>de</strong> hn-ier elle remettido a Camara para o<br />

Po<strong>de</strong>r Judrcial, quando aliás a quest;io era puramente administratika.<br />

i Hatia acaso sido cuinpri<strong>da</strong> a condiçzio essencial e impreie;ivel<br />

do Coutamento? Como pa<strong>de</strong> pois julgar-se que assentava<br />

em base soli<strong>da</strong> uma posse, d qual faltara o seu natural fun<strong>da</strong>mento?<br />

Não ficou portentura o Coutamento sujeito á inspecpo<br />

e fiscalisn~~o <strong>da</strong> Authori<strong>da</strong><strong>de</strong> &dministratiia, no que respeita<br />

ao cumprimento ou náo cumprimento <strong>de</strong> uma claus<strong>da</strong>, em que<br />

vai do ~nteresse <strong>da</strong> la~oura em geral, e <strong>da</strong> crea@o dos gados<br />

em particular?<br />

A Lei, permittindo o coutameoio <strong>de</strong> terrenosem <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s<br />

circumstancirs, fa\.orece o proprietario <strong>de</strong>sses terrenos, subirahindms<br />

aos pastos communs, e aos inconvenientes do dsvmsam*nlo,<br />

sem quc,o proprietdrro faca a consi<strong>de</strong>ravel <strong>de</strong>speza <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> os tapar ou murar. iQuaI he, porem, a meute <strong>da</strong> Lei?-<br />

Na0 he fazer um sertrço a um individuo; mas sim promover o<br />

augmeiih <strong>da</strong> cultura, sem to<strong>da</strong>uia os dirertos ou interesses<br />

incontestavers dos outros proprietar ios e Iairadores.-<br />

Neste sentido, a Lei fi~a um certo praqo, <strong>de</strong>ntro do qual o proprietario<br />

<strong>de</strong>\e ter procedido a tal e tal sementeira, a tal ou tal<br />

plantasáo; e ao mesmo tempo irnpúe ar, propriekrio, como con-

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