ESCOLA SUPERIOR DE TEOLOGIA PROGRAMA ... - Faculdades EST

alternadamente, em um série de enunciados, diferentes posições e assumir o
papel de diferentes indivíduos”. 77
Bergesch explica que o lugar do sujeito do enunciado é vazio, o que significa
que pode ser ocupado por um mesmo indivíduo, e que pode ocupar diferentes
posições, ou mesmo ser ocupado por indivíduos diferentes.
Portanto, o enunciado mantém com o sujeito uma relação determinada. A
pergunta, então, para se reconhecer o sujeito do enunciado deve ser: “qual é a
posição que pode e deve ocupar todo indivíduo para ser seu sujeito?”. Os discursos
em torno da relação entre homens e mulheres na sociedade greco-romana já
estavam formulados. Cada indivíduo, por sua vez, relacionar-se-á com estes
discursos, muito provavelmente, de acordo com a posição que ocupar na sociedade.
Ao assumir determinado discurso, torna-se seu sujeito. Nas comunidades cristãs
primitivas, formularam-se discursos doutrinários a respeito dos comportamentos dos
fieis que também se estenderam para a casa de seus membros. Os sujeitos
formuladores parecem ter tido a intenção de criar uma hierarquia nas comunidades
de fé, nas quais o topo da hierarquia era ocupado por bispos e presbíteros, seguidos
por diáconos. Suas posições refletiam, assim como na sociedade greco-romana, o
ser social fundado na diferença e na exclusão. Portanto, tendo o Cristo como cabeça
da Igreja, ao corpo cabe a obediência, este representado pelos fieis.
3ª Função: considera o que o autor chama de domínio associado, ou seja, o
contexto.
• Não basta que uma frase seja pronunciada ou escrita. Para que nela haja um
enunciado, é necessário considerar um contexto maior. Considera-se o
enunciado num campo enunciativo, o qual aparece como elemento singular.
Assim, um enunciado sempre supõe outros. Portanto, a função enunciativa só
pode ser exercida a partir de um contexto. “O enunciado sempre faz parte de
uma série ou de um conjunto, considerando em torno de si, um campo de
coexistência”. 78
Por exemplo, a frase: “o homem é a cabeça e a mulher é o corpo”,
compreendida isoladamente, pode ser interpretada de várias formas, entre elas,
77 BERGESCH, 2006, p. 105.
78 BERGERSH, 2006, p. 23.
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