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ESCOLA SUPERIOR DE TEOLOGIA PROGRAMA ... - Faculdades EST

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CONCLUSÃO<br />

A partir da análise foucaultiana sobre a produção do discurso, intentamos<br />

aproximar os dois contextos de violência contra a mulher: o bíblico e o hodierno.<br />

Constatamos que a realidade de violência doméstica contra as mulheres nas duas<br />

sociedades é muito semelhante, apesar da distância geográfica e histórica.<br />

Pudemos perceber que a violência doméstica é um problema milenar e muito<br />

comum nas sociedades patriarcais, sendo que os discursos de poder, sobretudo de<br />

dominação, são apropriados, reformulados e proclamados nos espaços de<br />

correlação de forças.<br />

Foucault nos esclarece sobre como se perpetuam os discursos, por que eles<br />

são oportunamente apropriados pelo sujeito e são reproduzidos nas instituições. Da<br />

dinâmica de poder e das correlações de forças, analisadas por Foucault, traduzimos<br />

nossa realidade de violência doméstica, encontrando possíveis causas geradoras<br />

desta violência, sobretudo a naturalização da violência contra a mulher.<br />

Foucault também nos ajudou a entender que a produção do imaginário<br />

androcêntrico a respeito de Deus, é um discurso que está a serviço do poder e que<br />

possibilita legitimar as estruturas hierárquicas. Ao longo da história, a noção de<br />

poder fez com que o discurso sobre a relação verdade/poder fosse perpetuado, e os<br />

poderes das instituições, hegemonicamente, patriarcais se estabilizassem em vieses<br />

culturais com lastros profundos na sociedade judaico-cristã.<br />

Com os estudos de teólogas/os e biblistas feministas, pudemos depreender<br />

que o setor hegemônico da Igreja, bem como da academia, contribuíram fortemente<br />

para a manutenção desta linguagem patriarcal. Assim afirma o texto abaixo:<br />

[...] as relações humanas, entre homens e mulheres, na sociedade são<br />

baseadas e sustentadas através de vários discursos que se tornam<br />

hegemônicos. Os discursos são construídos normalmente, levando-se em<br />

conta um sistema de dualidade que se opõem um ao outro. No caso das<br />

relações humanas, estes discursos constituíram-se na história a partir da<br />

visão das instituições, pensadores, profissionais e setores da sociedade,<br />

que normatizaram um discurso negativo em relação as mulheres,<br />

apresentadas como criaturas irracionais, estéricas, invejosas, pouco<br />

criativas e menos inteligentes. 129<br />

129 Cadernos Temáticos do Centro e Estudos e Assessoria Pedagógica (CEAP), n. 1, Gênero na<br />

Educação Popular, Salvador, Loyola, 1999. p. 24.

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